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2. A Prática Pedagógica na formação inicial em Ensino Básico – 1.º Ciclo

2.2. Organização e funcionamento da Prática Pedagógica

De acordo com a Portaria n.º 336/88, de 28 de Maio, as actividades da Prática Pedagógica envolviam os docentes da instituição de formação e das escolas cooperantes. Do mesmo modo, a orientação da actividade docente supervisionada era da competência dos docentes responsáveis pela disciplina de Prática Pedagógica e dos docentes do 1.º Ciclo do Ensino Básico das escolas onde a prática ocorria, comumente designados professores cooperantes.

No âmbito da licenciatura em Ensino Básico – 1.º Ciclo, a Prática Pedagógica decorria na Universidade dos Açores e nas Escolas Cooperantes, mais precisamente em turmas do 1.º Ciclo do Ensino Básico sob a responsabilidade dos professores cooperantes.

De acordo com a Portaria n.º 336/88, de 28 de Maio, competia à instituição de formação a escolha das escolas em que se realizava a prática pedagógica, depois de recebida a sua concordância, respeitando alguns critérios: a) adequação da escola às necessidades da realização da prática pedagógica, viabilizando a concretização do projecto educativo da instituição de formação; b) disponibilidade da escola; c) diversidade de situações; d) distância entre a escola e a instituição de formação.

Neste contexto e tendo em conta estes critérios, a Universidade dos Açores, ao longo dos anos, foi estabelecendo protocolos de colaboração essencialmente com a escola EB1/JI de Santa Clara, pertencente à Escola Básica Integrada de Canto da Maia, e as escolas EB1/JI da Matriz e EB1/JI de São Pedro, ambas pertencentes à Escola Básica Integrada Roberto Ivens, valorizando-se, fundamentalmente, a proximidade destas com a própria Universidade dos Açores. No últimos anos, a EB1/JI de São Pedro deixou, contudo, de colaborar por ter tido a necessidade de recorrer a horários de desdobramento.

A Prática Pedagógica desenvolvida nas escolas cooperantes envolvia, preferencialmente, turmas do 1.º e 3.º anos de escolaridade, onde os núcleos de estágio, constituídos no máximo por três formandos (art. 197.º, Capítulo XX, Decreto

24 Legislativo Regional n.º 11/2009/A, de 21 de Julho), se responsabilizavam, alternadamente, pela docência durante dois dias consecutivos de cada semana. Para além desta modalidade de intervenção, cada formando também se responsabilizava pela docência durante cinco dias consecutivos (Semanas Pedagógicas).

Em ambos os casos, as intervenções eram preparadas e concretizadas em parceria com os colegas, com a docente da disciplina e com os professores cooperantes das escolas. A preparação da intervenção dos formandos construía-se a partir do Projecto Curricular de Turma, era aprofundada e reajustada em seminários de planificação semanal (nas quarta-feiras anteriores) realizados na instituição de formação sob a supervisão do professor orientador da universidade.

Após a intervenção semanal dos formandos, realizavam-se os seminários de reflexão com a participação dos elementos dos diferentes núcleos, pretendendo-se a análise das situações vividas e observadas e a perspectivação de melhorias em intervenções futuras. Os seminários de reflexão ocorriam nas terças-feiras seguintes à prática lectiva.

Relativamente à estrutura organizativa, o Regulamento de Práticas Pedagógicas (2004) definiu os seguintes órgãos: uma comissão coordenadora, órgão de coordenação das disciplinas do curso de Licenciatura em Ensino Básico – 1.º Ciclo; uma comissão da disciplina, órgão de coordenação das actividades realizadas pelos núcleos de prática lectiva; e núcleos de prática lectiva, que se referem aos grupos de estudantes/formandos e “professores cooperantes” titulares de cada turma do 1.º Ciclo.

Conforme estipulado no Regulamento supracitado, a comissão de disciplina era constituída pelo docente responsável pela disciplina, pelos professores orientadores, por um representante dos docentes de didáctica, por um representante dos professores cooperantes e pelo estudante/formando representante de turma, e reunia, obrigatoriamente, três vezes com todos os supervisores da prática lectiva.

Na primeira reunião, no início do ano lectivo, definiam-se os princípios de funcionamento da prática, o programa da disciplina era apresentado aos professores cooperantes, explicavam-se as funções da equipa docente, bem como os critérios de avaliação dos formandos e o peso da avaliação de cada interveniente na classificação final daqueles.

25 A segunda e a terceira reunião ocorriam no final de cada semestre. Uma com o objectivo de proceder à avaliação intercalar dos formandos e ao balanço das actividades efectuadas até então, discutindo aspectos positivos e negativos e avançando sugestões de melhoramento. A outra, realizada apenas com os docentes orientadores e cooperantes, destinava-se à avaliação final dos formandos. Neste momento, os professores cooperantes deviam apresentar um relatório final justificativo da proposta de classificação a atribuir a cada formando ou uma ficha de avaliação com os parâmetros discriminados devidamente preenchida.

Actualmente, no âmbito do Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, para além da estrutura organizativa semelhante, mantêm-se também outros aspectos do funcionamento das práticas educativas supervisionadas. A prática educativa supervisionada desenvolve-se basicamente nas mesmas escolas, integradas nas Escolas Básicas Integradas Canto da Maia e Roberto Ivens. Os núcleos desta prática são constituídos, preferencialmente, por dois formandos, assumindo cada um deles a docência durante dois dias consecutivos de cada semana de Prática Educativa Supervisionada. À semelhança do que acontecia na Licenciatura, esta modalidade de intervenção também era alternada com a docência durante cinco dias consecutivos (Semanas Pedagógicas), por cada um dos formandos.

O programa da disciplina de Prática Educativa Supervisionada do curso de Mestrado (2009/2010) preconiza também que as diferentes intervenções dos formandos sejam planificadas em parceria com os colegas, com as docentes da disciplina e com as educadoras ou professoras cooperantes do 1.º Ciclo. Estabelece, ainda, que os formandos devem participar nas actividades culturais e administrativas definidas pelas escolas e professores, estabelecer elos de relação com a comunidade educativa e acompanhar a avaliação formal das aprendizagens das crianças.

Os momentos dedicados à reflexão ocorrem à terça-feira após a intervenção dos formandos e deles participam os intervenientes dos diferentes núcleos. Durante as semanas pedagógicas, os momentos de reflexão realizam-se diariamente, apenas com o formando responsável pela leccionação/intervenção naquela semana, respectiva cooperante e docente da disciplina que procedeu à observação da prática.

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