3 CATEGORIA EDUCAÇÃO
3.5 Os modelos de sistema de educação corporativa de Meister e Ebol
O sistema de educação corporativa vem sendo adotado no intuito de possibilitar que as organizações desenvolvam seus colaboradores com efetividade. O impacto positivo nos
resultados do negócio, decorrente da adoção desse sistema educacional estratégico e integrado, tem proporcionado o aumento do interesse pelo tema (MEISTER, 1999; EBOLI, 2004).
A missão de um sistema de educação corporativa consiste em formar e desenvolver os colaboradores de acordo com as orientações estratégicas, propiciando a gestão do conhecimento organizacional (geração, assimilação, difusão e aplicação), por meio de um processo de aprendizagem ativo e contínuo (MEISTER, 1999; EBOLI, 2004).
Apresenta como objetivo principal o desenvolvimento e instalação das competências consideradas críticas para a viabilização das estratégias empresariais, sendo fundamental que os programas e as ações educacionais sejam concebidos e desenhados a partir de um diagnóstico integrado das competências críticas organizacionais e humanas (MEISTER, 1999; EBOLI, 2004).
A educação corporativa é um sistema de desenvolvimento de pessoas orientado pela gestão de pessoas por competência. Assim sendo, um sistema de educação corporativa está para o conceito de competência como os tradicionais centros de treinamento e desenvolvimento estiveram para o conceito de cargo (MEISTER, 1999; EBOLI, 2004).
O modelo de sistema de educação corporativa (universidade corporativa) baseia-se em competências e interliga a aprendizagem às necessidades estratégicas de negócios da organização (MEISTER, 1999).
De uma maneira simplificada, pode-se dizer que implantar um sistema de educação corporativa requer que sejam respondidas três questões-chave: (1) Por que implantar? Diz respeito à principal razão de implantação de um sistema de educação corporativa, que é aumentar o patamar de excelência e competitividade empresarial, por meio do desenvolvimento, implantação e concretização das competências críticas organizacionais e humanas; (2) O que fazer? Refere-se ao que deve ser feito, para que o sistema seja eficaz, ou seja, aumentar a inteligência da empresa por meio da implantação de um modelo de gestão de pessoas por competência e de gestão de conhecimento; e (3) Como fazer? Para que um sistema de educação corporativa alcance seus propósitos é essencial que as pessoas se envolvam e se comprometam com o processo de educação e aprendizagem, pois só por meio da sua vontade, mentalidade e postura será construído um sistema de educação verdadeiramente dinâmico e eficaz (MEISTER, 1999; EBOLI, 2004).
Para tanto, são essenciais três aspectos: (1) a criação de um contexto e uma cultura organizacional cujos princípios e valores sejam favoráveis para processos de aprendizagem
ativos e contínuos; (2) a fo incorporação de uma postur Os modelos de Meis do segmento privado.
Segundo as citadas sucesso na construção de u Eboli foi uma adaptação ao
Para Meister esses c
Figura 5 – Dez comp
Fonte: Meister (1999, p.
Esses componentes e
formação e atuação de lideranças exemplares tura voltada para o autodesenvolvimento contín eister (1999) e Eboli (2004) tiveram origem em
as autoras, há dez componentes fundamentai e um sistema de educação corporativa, sendo ao modelo de Meister.
componentes estariam representados na Figura
mponentes do projeto de uma universidade corp
p. 63).
es estariam assim caracterizados na forma demo
es e educadoras; e (3) a tínuo.
em grandes corporações
tais, necessários para o do que a proposição de
ura 5.
orporativa
Quadro 7 – Componentes fundamentais do projeto de uma universidade corporativa
Componente Característica
Formar um sistema de controle
• Criar uma estrutura
• Desenvolver uma visão da universidade corporativa • Analisar e definir o papel e a responsabilidade desse órgão
• Vincular as principais estratégias empresariais ao projeto e desenvolvimento de
soluções de aprendizagem
• Criar um conselho consultor técnico – conselho controlador
Criar uma visão • Ajuda a clarear a direção na qual a universidade corporativa deve caminhar
• A declaração da visão deve ser inspiradora, memorizável, confiável e concisa Recomendar o
alcance e a estratégia de
obtenção de recursos
• Definir o alcance de suas operações e o leque de funcionários atendidos e de
programas ofertados • Definir a origem dos recursos
Criar uma organização
• Centralizar funções por motivos de custo e eficiência
• Descentralizar, no caso de fazer mais sentido, que elas fiquem próximas do cliente • Critério – em que são obtidas as maiores eficiências de custo sem que se perca o vínculo
entre a aprendizagem do funcionário e as metas da empresa Identificar os
interessados
• Definir amplitude e necessidades do público-alvo que irá atender • Enfocar aquelas que darão maior projeção à universidade corporativa
• Identificar seu objetivo, audiência-alvo, problema empresarial e a lacuna existente entre as competências e conhecimentos atuais e futuros, necessários para o sucesso da organização
Criar produtos e
serviços • Desenvolver um modelo de soluções de aprendizagem • Criar estrutura para suportar a aplicação do modelo Selecionar
parceiros de aprendizagem
• Selecionar parceiros, que vão desde fornecedores de treinamento, consultores e instituições de educação superior até empresas de educação com fins lucrativos
Esboçar uma estratégia de
tecnologia
• Utilizar a tecnologia para treinar mais pessoas, com mais frequência, mais economia, e ao mesmo tempo acompanhar os resultados
• Considerar as várias opções em termos de mídia logo no início do processo, e responder a três perguntas: A tecnologia está adequada às necessidades do aluno? Ela está disponível e é justificável? Simula condições reais de trabalho?
Criar um sistema de avaliação
• Alinhar a universidade corporativa com as estratégias empresariais e desenvolver programas relacionando-as com os objetivos empresariais
• Adotar o modelo de quatro níveis de Kirkpatrick
Comunicar
• Comunicar o que está por trás da decisão de implantar uma universidade corporativa • Os membros do conselho devem ser o primeiro alvo da comunicação
• Criar veículos marcantes de comunicação • Desenvolver veículos audaciosos de comunicação
• Divulgar o sucesso da universidade corporativa tem a ver tanto com clientes internos como com participantes externos
Fonte: Adaptado de Meister (1999).
Na concepção de Eboli, a modelagem e implantação de um sistema de educação corporativa deve seguir os dez passos descritos na Figura 6.
Figura 6 – Passos para modelagem e implantação de um sistema de educação corporativa
Fonte: Eboli (2009, p. 14).
Esses dez passos estariam constituídos conforme mostra o Quadro 8.
Quadro 8 – Passos para modelagem e implantação de um sistema de educação corporativa
Passo Descrição
Direcionadores • Mapear as competências organizacionais • Elaborar planejamento estratégico • Definir valores e princípios
Governança • Estruturar com clareza e transparência os processos de planejamento, decisão e gestão
Missão e Visão • Elaborar as diretrizes, filosofia de atuação e objetivos, bem como definir os meios
necessários
Serviços • Indicar os principais serviços, programas e ações educacionais
Programas • Definir os públicos-alvo para as grandes escolas de formação
Recursos • Definir os recursos e a infraestrutura necessários
Organização • Definir a estrutura para suportar a aplicação do modelo (equipe executiva e equipe de
staff)
Parceiros • Selecionar provedores locais e internacionais
Tecnologia • Estabelecer as alternativas tecnológicas para apoio e aprendizado
Resultados • Elaborar as sugestões gerais para o sistema de mensuração
Fonte: Adaptado de Eboli (2004, 2009).
Nem toda organização enfatiza igualmente esses componentes, mas, segundo Meister, aquela que ignore ou negligencie um ou mais desses elementos descobre que seu sistema de