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Páginas e páginas poderiam ser naturalmente escritas com res­ peito a este e outros pontos de interesse. Existem porém alguns comentários excelentes do tipo versículo por versículo que pode­ mos consultar. Aqui, ao encerrarmos nosso breve estudo explora­ tório deste primeiro evangelho, simplesmente tocamos em vários assuntos incidentais que foram anotados para menção especial, mas que agora parecem praticamente impossíveis de incluir.

O Senhor e a Confissão de Pedro

A igreja católica romana tirou muito proveito das palavras ditas pelo Senhor a Pedro: “ Tu és Pedro, e sobre esta pedra edifi­ carei a minha igreja” (16.18). Todo protestante deveria compre­ ender claramente que o Senhor disse na verdade: “ Tu és Petros; e sobre esta Petra edificarei a minha igreja” . Ele simplesmente fez uso do sobrenome de Simão, Petros que significa uma pedra, e nada mais, a fim de apontar para a grande P E T R A ou rocha po­ derosa, i.e., Ele mesmo, o agora confessado FHho de Deus, sobre o qual fundaria a sua “ ecclesia” . Este mesmo versículo, que os ro- manistas usam para ensinar que o Senhor construiu a igreja sobre Pedro, é o que mais definitivamente refuta a idéia.

Deve ser também claramente apreciado que o Senhor jamais entregou as “ chaves da igreja” a Pedro, como sustenta a igreja ro­

mana. O que Ele disse realmente a Pedro foi: “ Dar-te-ei as chaves do reino dos céus” (v. 19). Esse reino não é a igreja; nem virá até que termine a era da igreja, quando o corpo místico e noiva do Se­ nhor tiver sido aperfeiçoado. Na ocasião em que esse reino chegar, como seguramente acontecerá na volta do Senhor, as chaves de seu governo serão vistas por todos, nas mãos de Pedro e seus co- apóstolos.

A Parábola dos Trabalhadores na Vinha

A parábola dos trabalhadores na vinha (20.1-16) parece ter perturbado alguns leitores. Afinal de contas, seria certo que aque­ les que trabalharam “ apenas uma hora” recebessem tanto quanto os que “ suportaram a fadiga e o calor do dia” ? Devemos perceber rapidamente que pela sua própria ligação esta parábola não tinha como propósito ensinar o que os senhores humanos deveriam pra­ ticar em relação aos empregados. Seu objetivo era apenas ilustrar as palavras do Senhor que a precedem: “ Porém, muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros” . Ela jamais teve o propósi­ to de expressar um princípio sindical! Quando se trata de assuntos de capital e trabalho, a Bíblia insiste firmemente em salário justo para um trabalho justo. Mas esta parábola tem como finalidade única ilustrar as palavras do capítulo 19.29, 30 e fazer isso de mo­ do original!

O Homem Sem a Veste Nupcial

E interessante folhear alguns conhecidos comentários e ver o problema apresentado pelo homem “ que não trazia a veste nup­ cial” . Leia novamente a parábola (22.1-14). Lá está ele, tendo aceito o convite; todavia, por não estar usando a roupa exigida para as bodas “ emudeceu” e o rei ordena que seja lançado “ para fora, nas trevas” ! A quem ele representa? Com certeza não pode representar qualquer verdadeiro crente no Senhor Jesus Cristo, pois todos estes nasceram de novo do Espírito Santo e estão ves­ tidos com a justiça imputada do Senhor; eles também não serão encontrados sem a “ veste nupcial” quando se assentarem para a “ Ceia das bodas do Cordeiro” . Ele também não pode representar os mestres hipócritas da salvação através de Cristo, pois estes

jamais estarão presentes na festa de casamento do Senhor e sua noiva, seja com ou sem veste nupcial.

Na verdade não existe problema algum com essa estranha f i­ gura, se aceitarmos a parábola da maneira como o Senhor a usou, isto é, para ilustrar o “ reino dos céus” (veja v. 2), e não a salvação dos crentes. Veja as palavras que imediatamente a precedem e no­ te que foram ditas principalm ente contra os fariseus (2 1 .4 5 ,46 ; 22.1). O fariseu típico , ocultando orgulhosamente sua injustiça in­ te rio r com a religiosidade exterior, estava certo de que quando o reino dos céus viesse, ele faria parte do mesmo. Jesus diz: “ Não” . Os perversos que foram convidados em prim eiro lugar mas se re­ cusaram, devem ser destruídos e sua cidade com eles, i.e., os ju ­ deus daquela geração, especialmente os líderes. Foi de fato isso que aconteceu. Mas a festa do casamento (que, não se esqueça, re­ presenta o reino dos céus) irá não obstante ter lugar e contar com convidados, embora seja agora tão /oclusiva (“ a quantos encontrar­ des” ) como fo i antes exclusiva (i.e., para os judeus).

E verdade. Esse reino dos céus que virá um dia, essa “ festa” milenar que proverá paz e abundância para os mansos, incluirá to ­ dos. Não vai haver entretanto tolerância com a perversidade ou hi­ pocrisia, i.e., para o homem que não usar a “ veste nupcial” exigi­ da. Tenhamos em mente que esta parábola da festa das bodas reais

não se relaciona com a igreja, mas com o “ reino dos céus” — que

fo i oferecido, recusado, está agora suspenso, e logo será estabeleci­ do na terra. O homem sem a “ veste nupcial” não é um exemplo do “ crente” falho de hoje, mas uma ilustração do que ocorrerá quan­ do essa era do reino da justiça tiver in ício , quando o Senhor cum­ p rir Isaías 11.4, e outras promessas semelhantes: “ Mas julgará com justiça os pobres, e decidirá com eqüidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus

lábios matará o perverso” .

Como os rios que transbordam na estação chuvosa, este estu­ do fin al em Mateus está excedendo os lim ites apropriados. Como desejaríamos destacar outras passagens para consideração especial! Sentir-nos-emos, entretanto, consolados se tivermos d ito o suficien­ te para atrair novos alunos a fazerem outros estudos. Talvez não encontremos um fecho melhor para este quarteto de estudos em Mateus do que referir-nos às palavras preciosas do Jesus ressurreto com que o pró prio Mateus encerra seu livro: “ E eis que estou con-

vosco todos os dias até à consumaçao do século” . Note o “ (eu) es­ tou” . Em grego, essa é a forma mais forte possível de expressão —

Ego eimi. Tanto ego como eimi significam “ eu estou” : mas a pri­

meira coloca a ênfase sobre o “ eu” , enquanto a última sobre o “ estou” . Reunidas, elas constituem a forma mais imperativa em grego para expressar o nome de Deus como o grande “ EU S O U ” . Foi assim que o Cristo ressurreto referiu-se neste ponto a Si mes­ mo. “ E eis que EU ESTOU convosco!” Existe porém aqui um belíssimo aspecto na construção da frase grega que não se revela em nossa tradução. Ei-la:

“ E eis, Eu convosco ESTOU...”

Você e eu, caro companheiro cristão, estamos entre o “ E u ” e o “ ES TO U ” . Ele não está apenas conosco, mas está ao nosso

redor — não só de vez em quando, mas “ sempre” , que, traduzido

literalmente indica “ todos os dias” — este dia, esta hora, este mo­ mento. Quando refletimos sobre a idéia, os aparecimentos e desa­ parecimentos súbitos do Senhor durante os 40 dias entre sua ressurreição e ascenção, não tiveram o propósito de ensinar aos primeiros discípulos (e a nós) exatamente isto? A saber, quando se acha invisível ainda está presente, ouvindo, vigiando, conhecendo, simpatizando, dominando? Não nos esqueçamos também de que a promessa especial de sua presença é dada em relação à nossa obra de ganhadores de almas para Ele!

A L G U M A S P E R G U N T A S SOBRE M A TEU S 1. Quais as duas principais partes do Evangelho de Mateus? 2. Quais as dez partes do Sermão do Monte?

3. Quais os dez milagres nos capítulos 8 e 9?

4. Quais (e o que) são as dez reações nos capítulos 11 a 13? 5. Quais as três subdivisões na segunda parte do Evangelho de

Mateus?

6. Se o Senhor sabia antecipadamente que seria rejeitado em Jerusalém, por que seguiu para aquela cidade? Mencione um aspecto que esclareça isto.

7. Nem João nem o Senhor explicaram o que era o reino dos céus. Por que?

8. O Senhor fez uso contínuo de parábolas? Caso negativo, quando começou a fazer maior uso delas?

9. Quem são os seis décimos homens sucessivos na genealogia de Mateus?

10. Você pode explicar por que as parábolas do Grão de Mostar­ da, do Fermento e do Tesouro O culto têm o seu cum prim en­ to previsto para quando Cristo voltar em vez de agora, supos­ tamente, na cristandade?

11. Você pode dar quatro razões por que o Senhor fo i batizado por João, embora não tivesse pecado?

12. Como você explicaria o homem sem a “ veste nupcial” em Ma­ teus 22?

O EVANGELHO SEGUNDO MARCOS (1)