• Nenhum resultado encontrado

ORGANOGRAMA 1 – A organização do Sistema Único de Assistência Social

2.3 PALHOÇA

Palhoça15 está localizada na Grande Florianópolis, faz divisa com São José, São Pedro de Alcântara16, Santo Amaro da Inperartriz17 e Paulo Lopes18. As tradições são majoritariamente de origem açoriana. É a cidade que mais cresce na Grande Florianópolis.

No ano de 1651, Dias Velhos chegou à Ilha de Santa Catarina, denominando-a de Desterro. Em 1771, portugueses de São Vicente (São Paulo) fundaram Lages. Nesse período houve a necessidade de ligação entre as duas localidades, resultando na abertura de uma estrada que ligava Desterro a Lages.

Poucos anos depois, em 1777, a Ilha de Santa Catarina foi invadida por espanhóis. Em decorrência da invasão, o governo decidiu construir duas povoações defronte a capital, na terra firme, como era chamado o continente. O objetivo principal dessas povoações era dar guarita aos desterrenses, além de servir de escudo militar à Ilha no caso de novas invasões. O governo decidiu ainda, povoar o sertão as margens do caminho que ligava a Ilha a Lages.

A necessidade de criar um refúgio no continente caso houvesse novos ataques à Ilha de Santa Catarina, fez com que em, 31 de julho de 1793, o Governador Cel. João Alberto de Miranda Ribeiro19 enviasse ofício n. 07 ao Conde Rezende, vice-rei do Brasil. No ofício, o Governador incumbe a Caetano Silveira de Matos a construir palhoças para guardar farinha na estrada que ia para Lages. Nesta data, deu-se a fundação do povoado.

No início, as tropas de gado que abasteciam a Ilha desciam a estrada de Lages até o Morro do Tomé e de lá vinham margeando a praia até a desembocadura do rio Maruim, onde parte ia para freguesia de São José e parte atravessava o canal até a localidade de Ribeirão da Ilha.

15Assunto disponível em: www.palhoça.sc.gov.br

16Mais informações sobre o município em: http://www.pmspa.sc.gov.br/home/index.php? 17Mais informações sobre o município em: http://www.portalsantoamaro.com.br/portal/index.php 18Mais informações sobre o município em:

http://www.sc.gov.br/portalturismo/Default.asp?CodMunicipio=387&Pag=1

19Ver também em: BRANCHER, Ana (Org.) História de Santa Catarina: estudos contemporâneos. 2. ed. rev. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2000. 214 p. ISBN 858577536X

As tropas margeavam a praia, pois tinham grandes dificuldades para atravessar um trecho de mangue e pântano, hoje parte da rua principal de Palhoça. Além, de não quererem pagar o pedágio estabelecido por São José, no caminho que passava pela localidade de Passa Vinte.

Com o aumento da demanda de alimentos provenientes do continente e a movimentação das tropas, foi construída uma estrada atravessando o pântano. Com o aumento da povoação, após a construção da estrada, a população deslocou-se mais para o sul, estabelecendo-se o centro definitivo de Palhoça, onde é hoje.

Palhoça pertencia a Florianópolis até 1833, quando então passou a pertencer a São José, quando este foi criado.

A primeira igreja de Palhoça foi construída em 1868, mais tarde passou a chamar-se de Nossa Senhora do Bom Parto.

No final do ano do mesmo ano, inicia-se a construção da Igreja Matriz, com vistas à criação da freguesia. A Matriz foi dada por concluída em 1883, ainda sem as torres laterais. Embora tivesse sido construída, não foi logo provida de vigário. A paróquia foi simplesmente criada novamente em 03 de maio de 1901, pela Cúria Diocesana de Florianópolis.

No ano de 1873, Palhoça foi elevada a condição de Distrito Policial. Desde sua fundação, até este período, Palhoça continuou como arraial, sendo esquecida política e administrativamente, apesar do aumento de seus habitantes e do desenvolvimento da economia.

Atendendo ao pedido de moradores, em 1882 a Assembléia Legislativa votou a Lei 949, de 08 de novembro, elevando à categoria de freguesia. Em 1886, passa de Distrito Policial a Distrito de Paz. Em 24 de abril de 1894, foi elevada à categoria de Município, por desmembramento de São José, sendo instalado em 23 de maio do mesmo ano.

Em 10 de janeiro de 1906, Palhoça transforma-se em Comarca. Faziam parte os distritos de Palhoça (sede do município e da comarca), Santo Amaro do Cubatão, Enseada de Brito, Teresópolis, São Bonifácio do Capivari, Santa Isabel, Anitápolis, Santa Tereza e Garopaba, que de município transformou em distrito de Palhoça.

Em 22 de agosto de 1919, através da Lei 1245, foi elevada à categoria de cidade. Em 1922, cedeu os territórios onde hoje estão os municípios de Alfredo Wagner e Ituporanga para, juntamente com parte do município de Lages, formar Bom Retiro. Em 1948, Ituporanga emancipou-se e deu origem aos municípios de Petrolândia e Imbuia em 1962 e, de Atalanta em 1964. Em 1961, Alfredo Wagner torna-se município.

Em 1958, Santo Amaro da Imperatriz emancipou-se de Palhoça e deu origem aos municípios de Águas Mornas e Anitápolis. Em 1961, Garopaba e Paulo Lopes emanciparam-se de Palhoça e, São Bonifácio em 1962. Após essas emancipações, Palhoça ficou com a configuração atual.

O nome do município originou-se de casas construídas de pau-a-pique, com cobertura de palha, denominada palhoça, na localidade da atual região sul do bairro da Ponte do Imaruim. Posteriormente, outras construções de pescadores localizaram-se ao redor deste núcleo, com as mesmas características.

Os primeiros colonizadores a chegarem à Palhoça foram os portugueses, que se estabeleceram na Enseada de Brito e de lá se espalharam pelas redondezas.

Após, vieram os açorianos e madeirenses, chegando às primeiras famílias na Ilha de Santa Catarina em fevereiro de 1747. O povoamento açoriano- madeirense tem sua origem no edital que D. João V mandou publicar em 1747. O objetivo de D. João V em enviar casais açorianos e madeirenses era povoar as terras brasileiras e resolver o problema de excesso de população nos arquipélagos dos Açores e Madeira.

Por volta de 1824, iniciou-se a imigração alemã para o Brasil em Santa Izabel, que mais tarde viria a pertencer ao município de Palhoça. As principais causas da imigração alemã na região foram o excesso de população na Alemanha, as guerras constantes e, a propaganda brasileira atraindo colonos com promessa de doação de terras.

Palhoça tem sua formação étnica também de origem italiana. A imigração destes para o Brasil iniciou-se por volta de 1790. Além dos portugueses, alemães e italianos, outras etnias contribuíram também para formação do povo palhocense, entre elas negros, libaneses, gregos, japoneses, índios.

Palhoça é uma cidade que cresceu de forma desordenada e desorganizada, e ainda não possui vários serviços considerados básicos, como hospitais. As tradições são majoritariamente de origem açoriana. É a cidade que mais cresce na Grande Florianópolis.

A principal via de acesso entre o município vizinho de São José e a capital (Florianópolis) é a antiga via de acesso que remonta ao século XIX, precariamente calçada com paralelepípedos sobre os quais foi colocada uma camada de asfalto. É através deste acesso que transitam 90% do transporte coletivo entre a sede do município e a Capital.

Outra via de acesso é a rodovia BR-101 (Rodovia Pan-americana), recentemente duplicada em direção ao Norte, até Joinville. É via de passagem de praticamente toda a carga que transita, pela orla litorânea, entre o Estado do Rio Grande do Sul e o restante do país.

Em 1894, quando se emancipou de São José, o território de Palhoça era de 3.180 quilômetros quadrados. Com a abertura do caminho do planalto, no final do século XVIII, acredita-se que tenha Caetano Silveira de Mattos instalado um pequeno comércio no local. O que fez crescer Palhoça foi sem dúvida o comércio com o planalto, ao longo da segunda metade do século XIX, que atraiu muitos descendentes de alemães e alguns italianos.

No ano de 1892, na então freguesia de Palhoça, residiam troncos familiares, etnias com destaque para os luso-açorianos. No entanto, o comércio era bastante equilibrado entre as diferentes etnias. Segundo este documento, fundamental ao entendimento do quadro étnico-cultural de Palhoça no final do século XIX, havia pelo menos morando e sendo eleitores em Palhoça, os troncos familiares constantes da relação que segue: Fonte: Dos Açores ao Brasil Meridional: Uma Viagem ao Tempo, Vilson Francisco de Farias, 2000. Palhoça era uma freguesia próspera, no contexto regional.

A elevação à categoria de Município em 1894, incorporando as freguesias de Palhoça, Santo Amaro do Cubatão e Enseada de Brito, faz com que esse período seja conhecido como dos transportes, pois os núcleos sociais se deslocaram para a estrada Desterro - Lages e passaram a se reunir em torno das praças com a igreja e o comércio. Desse período sob a influência da arquitetura colonial portuguesa ainda restam em Palhoça algumas construções.

Restam também algumas casas na Enseada do Brito, a ponte sobre o rio Maruim construída em 1858. Restam ainda no centro de Palhoça, entre elas o prédio da prefeitura e algumas casas das famílias tradicionais.

Prédios de valor histórico e arquitetônico foram demolidos ou desabaram entre eles a antiga Igreja e o Teatro Municipal. No período da retomada do progresso considerado em função da construção da BR-101, houve um aumento considerável de construções, principalmente conjuntos habitacionais.

Palhoça possui ainda um dos maiores mangues da América do Sul.O município possui um litoral bem recortado e cheio de belezas naturais propicio para o desenvolvimento de turismo na alta temporada de verão, entre os meses de dezembro e fevereiro. Alguns exemplos de suas belezas naturais, pode-se destacar a Praia do Sonho, Ponta do Papagaio, Praia da Pinheira e a Praia da Guarda do Embaú (todas de origem nos primeiros colonizadores açorianos), sendo essa última conhecida nacionalmente pela prática do surfe e eleita várias vezes entre as 10 praias mais bonitas do Brasil.

As grandes indústrias e o grande centro comercial da cidade estão localizados na região norte. O bairro da Ponte do Imaruim destaca-se pelo comércio, enquanto o bairro Jardim Eldorado destaca-se pelas indústrias. No sul de Palhoça, a economia baseia-se na pesca e no turismo.

Nos últimos anos, a economia de Palhoça vem crescendo consideravelmente tendo atraído empresas como a Renner e a AmBev. Devido ao seu potencial econômico, o Shopping Via Catarina está sendo construído no bairro Pagani, cuja inauguração está prevista para abril de 2010.

O mercado imobiliário também merece destaque, devido aos novos bairros planejados na cidade que visam a atrair moradores com alto poder aquisitivo.