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4 IMPORTÂNCIA DO ENSINO DO VOCABULÁRIO NA EDUCAÇÃO DE

4.7 O PAPEL DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA NA ABORDAGEM

Entre autores que já escreveram sobre o papel do professor de língua instrumental, destacamos que Hutchinson e Waters (1992) enfatizam que é evidente que o papel do professor é de muitas faces, vai além de atuar na área de levantamento de

necessidades, planejamento de curso, produção de material ou adaptação e avaliação de um curso ou do aprendiz.

Segundo Hutchinson e Waters (1992), o professor de ESP tem vários papéis: Pesquisador; Elaborador de programas; Autor de matérias; Examinador; Avaliador; Professor de estratégias; “Empatizador”; Analista; Observador de sua prática; Explorador da realidade e; Experimentador da realidade.

É importante que o professor de língua estrangeira na abordagem instrumental não só apresente conhecimentos linguísticos e pedagógicos, mas que tenha percepções, uma postura reflexiva diante do que acontece em sala de aula e a sensibilidade de ver seus alunos como seres humanos. É extremamente relevante que o professor de ESP seja menos individualista e se considere inserido em uma coletividade. Em outras palavras, este profissional tem de se apresentar como tendo um papel político, estando atento à sua realidade social e histórica e, portanto, um ser crítico (LEFFA, 1988; BROWN, 2001).

O desenvolvimento do vocabulário da pessoa é fruto direto do contato com a língua falada e escrita. Para níveis intermediários e avançados, a leitura é especialmente recomendada, pois proporciona o desenvolvimento de vocabulário principalmente para termos literários, técnicos e científicos (ALMEIDA FILHO, 1999). Também é recomendável, assim que possível, fazer uso de dicionários monolíngues. Além disto, o contato com estrangeiros, filmes e gravações em geral servem como fonte de vocabulário, em especial do tipo coloquial. Filmes falados e legendados em inglês (closed caption) são ótimos.

A atitude ideal para desenvolver o vocabulário não é a de armazenamento forçado na memória, mas sim a de esforço criativo para expressar-se e o exercício constante de relembrar o que já foi aprendido. Isto porque o fundamental não é apenas reconhecer (vocabulário passivo), mas dispor de palavras no momento em que se expressa (vocabulário ativo). Os exercícios utilizados foram baseados em técnicas de outras metodologias e abordagens e adaptadas de acordo com os parâmetros da teoria da Abordagem Comunicativa e da Abordagem Lexical (NUNAN, 1988; LEWIS, 1997; KRASHEN, 1988; PAIVA, 2001, 2004). Incluem atividades baseadas em comandos, atividades de método direto como mímicas, gestos, jogos e

dramatizações para contextualizar a prática de estruturas e padrões para maximizar a autoconfiança do aluno, atividades de vídeo e música, etc.

Nunan (2004, p.4) nos diz:

A tarefa pedagógica faz parte do trabalho desenvolvido ems ala de aula que envolve os aprendizes nas habilidades de compreender, manipular, produzir ou interagir utilizando a segunda língua enquanto sua atenção está concentrada em utilizer seu conhecimento grammatical para expressar significado, pois converter significado é preferível a manipulá-lo.

Então, o professor é a fonte primária da entrada significativa (comprehensible input) da linguagem alvo (LEWIS, 1997) e o tempo da sala de aula é dedicado principalmente a fornecer entradas de vocabulário receptivo e produtivo para aquisição do vocabulário, a partir de atividades significativas para o aprendiz.

De acordo com Lewis (1997, p.98):

O professor é o gerador dessa entrada de vocabulário receptivo e produtivo e deve gerar um constante fluxo de entrada de linguagem enquanto fornece uma multiplicidade de deixas não linguísticas para ajudar seus alunos a interpretar essas entradas.

O professor que utiliza a Abordagem Comunicativa e a Abordagem Lexical deve criar uma atmosfera interessante para seus alunos em sala de aula, no qual haja um baixo filtro afetivo (affective filter) para a aprendizagem (KRASHEN, 1988). Atividades estas baseadas não apenas na percepção do professor, mas nas necessidades e interesses dos alunos e, o objetivo primeiro destas atividades é promover a compreensão e a comunicação significativa. Gravuras e outros recursos visuais são essenciais porque fornecem o conteúdo para esta comunicação significativa e facilitam a aquisição de um amplo vocabulário dentro de sala de aula. E por fim, as tarefas que damos aos nossos alunos devem ser pensadas baseadas em uma estratégia de ensino. É uma boa ideia fazer uma lista dos tipos de estratégias que deveríamos/gostariamos de trabalhar com nossos alunos. Se fizermos um questionário aos nossos alunos perguntando sobre a estratégia de preferência, veremos que as respostas tendem a ser de acordo com o estilo de aprendizagem de cada um (visual, sinestésica ou auditiva). Por exemplo, o aluno que diz que gosta de aprender através de jogos também gostará de aulas com exercícios de vídeo, exercícios em pares (talking pairs) e atividades fora da sala de aula. Já o aluno que diz que gosta de estudar gramática tem preferência ao uso do

livro texto e trabalhar individualmente (PAIVA, 2001, 2004; NUNAN, 1988; LEWIS, 1997).

Cabe a nós professores identificarmos as preferências de estratégias e estilos dos nossos alunos para que estes desenvolvam habilidades (skills) e competências na aprendizagem de uma segunda língua e, estas habilidades e competências devem prepará-lo para o mundo do trabalho.

Um programa educacional é apenas um passo no progresso individual em relação a se adquirir novos comportamentos. A aprendizagem é também um bem a ser desejado pelo aluno. O aprendiz dever ser um participante ativo no processo educacional. A abordagem educacional escolhida deve reforçar conceitos sem repetições, oferecendo experiências participativas de aprendizagem. Pois como podemos ver com Richards e Rodgers (1993, p.74) que nos levam a “repensar o ensino de idiomas quando dizem que um curso deve ser organizado a partir das necessidades dos alunos” e não na necessidade do professor cumprir seu cronograma já devidamente pré-estabelecido, que por sua vez foi baseado em um livro didático estruturado na gramática, baseado em cumprimento de tarefas.

Podemos nos perguntar então: O que é saber uma língua? Saber uma língua é saber interagir com o social, o profissional e o acadêmico, dentro de uma das situações acima. Por exemplo, um analfabeto mesmo não sabendo ler, interage, então sabe uma língua. Uma secretária do lar não precisa saber escrever um memorando para desempenhar suas funções. Saber uma língua não é saber as quatro habilidades linguísticas necessariamente. Geralmente quando as pessoas aprendem uma habilidade, se empolgam e querem aprender outras.

4.8 AS HABILIDADES LINGUÍSTICAS TRABALHADAS NO INGLÊS