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– ciclo II e Ensino Médio vinculados na Diretoria de Ensino de Presidente Prudente e Santo Anastácio nos anos de 2005 e 2006.

2. O USO DE PROJETOS COMO RECURSO METODOLÓGICO

O uso de projetos como recurso metodológico nas escolas tem sido muito discutido nos últimos anos (veja Veiga(1996), Rios (1992), Almeida (2002), Almeida (2003), Camargo e Lacerda (2007)). O projeto oferece muitas possibilidades de aprendizagem, articulando saberes de diferentes áreas e parte de conhecimentos já adquiridos pelos alunos para que se construam novos conhecimentos. E apesar de existir uma organização, a aprendizagem pode surgir de forma inesperada, pois depende daqueles que o realizam e onde ela é realizada.

O projeto favorece a organização do trabalho em dois níveis: no da organização da escola e no da organização da sala de aula (Veiga (1996)), e ainda atingir também as pessoas (aluno, professor, comunidade, etc.) que ele envolve de forma que as relações sociais se estabelecem e se consolidam.

Intervir significa mudar uma realidade e a intervenção do professor na aprendizagem tem como objetivo proporcionar ao aluno meios para que ele chegue a obtenção do conhecimento. Assim o nome “projeto de intervenção” vem no sentido de proporcionar uma mudança de realidade escolar, trabalhando o educando como um ser humano no sentido de oferecer conhecimentos matemáticos, sociais e humanos para que ele possa exercer sua função como cidadão. A seguir será apresentado a metodologia de trabalho utilizada.

3. O PROJETO DE INTERVENÇÃO

Para desenvolver o projeto de intervenção, foi realizado um encontro onde foi possível fazer uma reflexão sobre as etapas da aprendizagem; a formalização e sistematização dos procedimentos; resultados obtidos e forma de avaliação, buscando ressaltar a importância da elaboração de projetos educativos como recurso para divulgar, discutir e reavaliar a ação educativa nas escolas para que os professores pudessem elaborara seus próprios projetos de intervenção. Os temas foram escolhidos pelos próprios educadores e/ou seus grupo de trabalho, que variaram de 2 a 6 professores por grupo, de forma que cada um pode atender as necessidades e características de suas realidades, ou seja, seria possível atender as demandas e dar autonomia para que cada educador pudesse desenvolver suas potencialidades, atender as demandas de sua escola de origem e integrar os conhecimentos obtidos no curso de formação para educadores com o seu universo de trabalhos.

E, ao final do curso, os professores apresentaram oralmente suas experiências com o projeto de intervenção e o resultado foi positivo. Pelo relato dos professores pudemos perceber que, através dos projetos e atividades desenvolvidas em sala de aula, os alunos desses professores passaram a se interessar mais pelas aulas, houve inclusive melhorias em relação à

questão disciplinar, na relação aluno-professor. Foi possível perceber ainda, que houve um avanço no que se refere à utilização de uma situação-problema para trabalhar conteúdos de Geometria e Matemática Financeira.

Houve uma mudança na postura do professor em relação à busca de novos conhecimentos. Os próprios professores demonstram o desejo de permanecer num processo constante de reflexão sobre suas posturas como professores, e no que se refere ao aprofundamento dos conceitos matemáticos e interdisciplinares.

Ainda existem as dificuldades com relação ao novo, no entanto o professor que participa de um curso de formação continuada, como o Teia do Saber, já demonstra uma postura positiva com relação a sua formação, no sentido de se envolverem nas ações e/ou projetos propostos.

Cabe aqui observar que o projeto de intervenção foi proposto para cinco cursos de formação continuada para professores de matemática, Ensino Fundamental, Ciclo II e Ensino Médio distribuídos nas Diretorias de Ensino de Santo Anastácio (um curso) e de Presidente Prudente (quatro cursos) em 2005 e 2006. Existe diversidade de realidades em cada escola e as atividades desenvolvidas em cada projeto ocorrem de forma individual e enfrenta-se esta dificuldade respeitando o ritmo de cada um e os conhecimentos prévios de cada professor.

Pudemos observar através de questionários de avaliação e dos relatos dos professores durante as apresentações dos projetos que a classe social não é um fator de impedimento para a aprendizagem dos alunos, desmistificando assim um argumento, muitas vezes, utilizado por professores para justificar o fracasso da aprendizagem escolar.

Novas e diferentes concepções e práticas pedagógicas foram reveladas no desenvolvimento dos projetos, sendo que para se chegar a um nível satisfatório de aproveitamento, há um caminho longo a se percorrer quando considerarmos o histórico da educação no Brasil, pois partimos das formas tradicionais e autoritárias para uma mais democrática, onde nós educadores estamos aprendendo a aprender ensinar, num processo contínuo de formação. Este trabalho apresentou uma tentativa de introduzir a prática pedagógica do projeto em cursos de formação continuada para professores de matemática, mais especificamente para professores de matemática e o que pode-se concluir é que quando permite-se ao educador adequar o ensino à sua realidade, a aprendizagem se torna é interessante, prazerosa e tem sentido para o aluno, ele se envolve, supera limites e aprende, e todos passamos a sermos aprendizes neste processo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida, M. E. B. – Projeto: uma nova cultura de aprendizagem – PUC/SP, Julho, 1999 in: http:// www.proinfo.gov.br/didatica/testosie/txprojeto.shtm em agosto, 2007.

Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP) – Teia do Saber: Projeto de Formação Continuada – o Projeto – In: http://cenp.edunet.sp.gov.br em agosto, 2007.

ALMEIDA, M. E. B. – Educação, projetos, tecnologia e conhecimento.. São Paulo: PROEM, 2002. v. 1. 63 p.

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de . Prática pedagógica e formação de professores com projetos: articulação entre conhecimentos, tecnologias e mídias. Brasília, DF: Secretaria de Educação a Distância, MEC, 2003 (Artigo).

CAMARGO, F.B. e LACERDA, R. P. – A intervenção do professor nos projetos de aprendizagem: o quê? Para quê e como perguntar? In: http://www.escola2000.org.br, em agosto, 2007.

VEIGA, I. (org) Projeto político-pedagógico da escola. Uma construção possível. Campinas: Papirus, 1996.

RIOS, T. A. Significados e pressupostos do projeto pedagógico. Idéias: O diretor como articulador do projeto da escola. N.15, São Paulo: FDE, 1992, p. 73-77.

A formação de professores é um tema que vem sendo largamente estudado e discutido nos meios acadêmicos nos últimos anos e tem sido objeto de algumas políticas públicas educacionais.

As vertentes sobre as quais esses estudos incidem são variadas. No presente texto adota-se a idéia de que a formação de professores é um processo contínuo, que se constrói ao longo do tempo, numa tensão entre as experiências de vida como aluno, como pessoa, como professor e as teorias apreendidas nos cursos de formação inicial ou continuada. Essa formação tem início formal nos cursos de formação básica e continuam durante toda a carreira, envolvendo a atuação efetiva em um contexto: as reflexões sob a prática, as discussões com os pares, os estudos, as pesquisas, entre outras inúmeras fontes de aprendizagem da docência. Nesse percurso, os professores buscam a permanente construção de novos conhecimentos, o desenvolvimento de novas práticas em sala de aula e, principalmente, o atendimento das necessidades educativas dos seus alunos.

É, enfim, uma aprendizagem complexa e contínua, muitas vezes não percebida claramente pelos próprios professores.

Garcia (1999) adota, para nomear esse processo, o conceito de desenvolvimento profissional de professores, entendido como um contínuo de aprendizagem que abrange o período que antecede a formação básica e continua pela vida afora, durante a profissão e nos diferentes contextos de atuação. Esse desenvolvimento ocorre numa encruzilhada de caminhos, como uma espécie de cola que permite unir práticas educativas, pedagógicas, escolares e de ensino.

O conceito desenvolvimento profissional dos professores pressupõe uma abordagem na formação de professores que valorize o seu caráter contextual, organizacional e orientado para a mudança. Esta abordagem apresenta uma forma de implicação e de resolução de problemas escolares a partir de uma perspectiva que supera o caráter tradicionalmente individualista das atividades de aperfeiçoamento dos professores (GARCIA, 1999, p. 137).

Sendo assim, os estudos acerca do desenvolvimento profissional de professores devem levar em consideração os múltiplos aspectos que os envolve: pares, alunos, escola, currículo, novos espaços de formação, entre outros. O interessante, nessa perspectiva é perceber, acompanhar e interferir positivamente em a dinâmica da prática, procurando constantemente

AS CONTRIBUIÇÕES DE UM PROGRAMA DE