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CAPÍTULO VII. ESTUDO II

7.1. PARTICIPANTES

No Estudo II participaram noventa e dois funcionários de dez PME portuguesas de categorias e setores diversos. Apresentamos, de seguida, uma análise geral dos dados sociodemográficos recolhidos (Quadro 3 da nossa autoria) que poderá ser complementada com a análise pormenorizada dos mesmos facultada no apêndice J.

É possível constatar que os participantes:

1. são maioritariamente do género masculino (63%);

2. são maioritariamente de nacionalidade portuguesa (89%);

3. têm, na sua maioria, idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos (30%) e os 35

e 44 anos (38%);

4. têm, na sua maioria, o ensino secundário (62%);

5. têm maioritariamente entre 1 e 6 (39%) e 7 e 13 anos de serviço na empresa

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Quadro 3

Síntese caracterizadora dos participantes

92 participantes: 82 colaboradores

10 colaboradores com funções de gestão Frequência absoluta Frequência relativa Género Feminino 34 37% Masculino 58 63% Nacionalidade Portuguesa 82 89% Ucraniana 1 1% Cabo Verdiana 1 1% Venezuelana 2 2% Brasileira 5 5% Moldava 1 1% Faixa etária 18-24 10 11% 25-34 28 30% 35-44 35 38% 45-54 16 17% 55 ou mais 3 3% Habilitações literárias 1º ciclo 0 0% 2º ciclo 0 0% 3º ciclo 6 7% Secundário 57 62% Especialização tecnológica 15 16% Licenciatura 11 12% Mestrado 3 3% Doutoramento 0 0% Anos de serviço na empresa Menos de 1 5 5% 1-6 36 39% 7-13 44 48% 14-20 7 8% 21-27 0 0% 28 ou mais 0 0%

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7.2. INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

As reuniões informais com os responsáveis pelas PME selecionadas, ocorridas nos meses de outubro e novembro de 2019, permitiram-nos constatar que os constrangimentos temporais e eventuais implicações financeiras exigiam que o processo formativo se desenrolasse em modo assíncrono. Por conseguinte, em novembro de 2019 adquirimos o alojamento e o domínio catarinagarcia.pt e procedemos à instalação e configuração da plataforma Moodle.

O plano de formação (Apêndice K) foi submetido à apreciação de fonte nacional da

ANQEP – Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional – responsável pelo

acompanhamento e execução do Programa Qualifica e de fonte europeia da EC-VPL –

Foundation European Centre Valuation Prior Learning – responsável pela consecução de

projetos inovadores na área de desenvolvimento e validação de competências. Inicialmente concebido para uma abordagem síncrona foi alvo de algumas alterações sugeridas pelos juízes externos e posteriormente adaptado para execução em modo assíncrono.

A construção do curso – Mapear talento: Gestão, avaliação e operacionalização de

competências (Apêndice L) – mediante as ferramentas facultadas pela plataforma Moodle

processou-se entre os meses de novembro e dezembro de 2019, tendo o mesmo sido disponibilizado para inscrição e frequência dos participantes de 1 a 22 de janeiro de 2020. Este período coincidiu também com a recolha de dados, efetuada através de:

1. Um questionário inicial (Apêndice M) que surge como primeira tarefa a completar

antes do início das atividades que compõem o curso;

2. Documentos pessoais que têm origem nas respostas dadas às diferentes atividades

propostas ao longo do curso, podendo consistir em trabalhos individuais de análise interpretativa, nas reflexões que constituem o diário de bordo, nas apresentações finais e, eventualmente, nas respostas colocadas nos fóruns e/ou chats;

3. Um questionário final (Apêndice N) centrado na avaliação de todo o processo

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7.3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Este subcapítulo compreende a análise e discussão dos dados recolhidos através dos dois questionários (inicial e final) aplicados aos participantes, bem como dos documentos pessoais produzidos ao longo do processo formativo. Com vista à correta compreensão dos comentários que serão tecidos, torna-se imprescindível a consulta dos apêndices M, N, O, P, Q, R, S e T que comportam: (i) a formulação dos questionários inicial (Apêndice M) e final (Apêndice N); (ii) o tratamento estatístico dos itens controlados do questionário inicial (Apêndice O) e do questionário final (Apêndice R); (iii) a esquematização dos dados do questionário inicial (Apêndice P), dos documentos pessoais (Apêndice Q) e do questionário final (Apêndice S) por categorias, subcategorias e indicadores e (iv) o modelo de plano individual de ação (Apêndice T).

7.3.1. QUESTIONÁRIO INICIAL

A utilização de um questionário aberto que possibilitasse a expressão livre das opiniões dos participantes pareceu-nos o instrumento mais viável para a recolha inicial de dados. Com efeito, embora contemplando alguns itens orientados, as questões colocadas procedem quer das conclusões obtidas pelo Estudo I, através da análise de conteúdo proposicional efetuada às entrevistas semidiretivas conduzidas a E1 e E2 e sua análise comparativa, quer dos objetivos definidos para o Estudo II, em particular o objetivo geral número 3.

Para efeitos de verificação da abrangência, clareza e pertinência dos itens formulados recorremos ao método de verificação por juízes (Estrela, 1994; Vilelas, 2017). Após alguns ajustes e aperfeiçoamentos, o questionário, disponibilizado no site

catarinagarcia.pt e precedido de um breve vídeo em que se explica o motivo da

investigação e se garante a confidencialidade e anonimato dos dados recolhidos, obteve a formulação que poderá ser consultada no apêndice M.

Este questionário comporta quatro blocos:

Bloco 1 – permite a recolha de dados sociodemográficos (úteis para a caracterização

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atribuído à experiência pessoal e/ou profissional dos participantes na execução das suas funções (elementos focados na análise efetuada no Estudo I);

Bloco 2 – viabiliza uma avaliação dos conhecimentos linguísticos dos participantes e

das relações interculturais estabelecidas em ambiente de trabalho (aspetos diretamente relacionados com o objetivo geral número 3);

Bloco 3 – possibilita analisar a importância concedida à participação em ações de

formação em contexto laboral. Todavia, a partir da questão 19, visa os colaboradores que não exercem funções de gestão, focando-se na sua perceção de como são sugeridas as ações de formação e de que forma se processa a sua avaliação;

Bloco 4 – interpela os colaboradores que exercem funções de gestão, no sentido de

compreender como são concebidos os planos de formação, quais os benefícios comportados pelas ações de formação e seu contributo para a satisfação dos trabalhadores, procurando ainda entender de que modo se efetua a avaliação de desempenho daqueles. Procedendo da análise realizada no Estudo I, os blocos 3 e 4 permitem observar a consonância ou dissonância das opiniões manifestadas pelos colaboradores e pelos gestores em torno dos processos formativos, sua conceção e eficácia.