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PASSO 1 – CONCEITUAR

No documento Tese VivianFMMerola PortoSts Sustentabilidade (páginas 137-144)

CAPÍTULO 3. INTERAÇÕES PORTO – CIDADE – LEGISLAÇÃO, SAÚDE E GESTÃO

4.1. PASSO 1 – CONCEITUAR

Segundo o CMP (2007), neste passo deverão ser especificados os parâmetros norteadores e básicos do projeto. Caberá definir: i) a equipe do projeto. Nesta tese a equipe será formada pela autora; ii) o escopo geográfico ou temático; iii) o que se espera alcançar neste projeto, ou seja, os objetivos definidos nesta tese; iv) os alvos de conservação - sistemas e processos socioambientais existentes na relação porto-cidade, por exemplo, qualidade do ar, do solo, da água, da paisagem, entre outros15

; v) definição do contexto no qual o projeto pretende trabalhar, incluindo as ameaças, oportunidades e atores chave16

.

14 Disponível em https://www.miradi.org/subscription_download/

15 O conceito de alvos de conservação proposto pelo método encontra-se descrito no quadro 12

16 Os conceitos de ameaças, oportunidades e atores-chave propostos pelo método encontram-se descritos no quadro 12.

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Nesta tese, conta-se com alguns documentos de gestão disponibilizado no sítio eletrônico da autoridade portuária (CODESP), que subsidiarão a proposta de Plano de Gestão Estratégico com a melhor informação disponível acerca dos alvos de conservação e bem-estar humano/ameaças e oportunidades.

A estruturação desta primeira fase basear-se-á, em linhas gerais, nas figuras 21 e 22.

Figura 21: Representação gráfica do escopo, visão e alvos de conservação

Fonte: CMP, 2007

Figura 22: Representação gráfica do modelo conceitual

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Os conceitos de modelo conceitual propostos pelo método encontram-se descritos nos quadros 12 e sintetizam, além dos conceitos citados anteriormente, o que deve ser feito para a delimitação desses itens, a adaptação em relação ao objeto de pesquisa desta tese e os produtos esperados.

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Quadro 12: Síntese do Passo 1 – Conceituação

Itens Conceito O que deve ser feito Produtos esperados Observações

Escopo O enfoque geográfico ou temático geral de um projeto.

O escopo de um projeto define os parâmetros gerais relacionados com o que o projeto irá afetar, podendo incluir a descrição da biodiversidade e/ou mapas da área. Os esforços para conservar ou manejar efetivamente as ecorregiões, áreas prioritárias ou áreas protegidas geralmente têm um escopo geográfico ou uma área do projeto. Os esforços para abordar alvos de conservação, ameaças, oportunidades ou condições favoráveis específicas têm um escopo temático.

Descrição breve do escopo do projeto;

Mapa da área do projeto; Declaração da visão do projeto;

Nesta tese o escopo será geográfico, ou seja, compreenderá o Porto de Santos e a cidade de Santos.

Visão Descrição do estado ideal ou condição final que um projeto pretende alcançar. A visão completa pode incluir uma descrição da biodiversidade do sítio e/ou o mapa da área do projeto, assim como um resumo da declaração da visão.

É necessário estabelecer uma visão clara e comum, uma descrição do estado desejado ou a condição final que se espera alcançar. A visão pode ser resumida numa boa “declaração da visão”, que satisfaça os critérios de ser relativamente geral, visionária e breve.

A visão focará no que se espera da relação porto-cidade do ponto de vista socioambiental. Continua

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Continuação

Itens Conceito O que deve ser feito Produtos esperados Observações

Alvos de conservação Elemento da biodiversidade dentro do escopo do projeto; pode ser uma espécie, habitat/sistema ecológico ou processo ecológico selecionado no projeto como ponto focal. O conjunto dos alvos de conservação deve referir a todos os elementos da biodiversidade de um sítio, mas o termo é usado para um elemento específico de conservação escolhido como foco de um projeto. Como sinônimo de alvo de conservação pode ser utilizado alvo de biodiversidade.

Representam a base para o

estabelecimento dos objetivos, para realizar as ações de conservação e para medir a efetividade. Para projetos com escopo geográfico, o conjunto dos alvos de conservação selecionados garantirá – em teoria – a conservação de toda a biodiversidade nativa dentro do sítio ou local do projeto. A maioria dos projetos com escopo geográfico pode ser razoavelmente definida por meio de oito ou menos alvos de conservação bem escolhidos.

Seleção dos alvos de conservação e de bem-estar humano, incluindo uma breve explicação sobre as razões por que foram selecionados;

Descrição da condição de cada alvo prioritário. Avaliação da viabilidade dos alvos com a definição de objetivos e indicadores.

Nesta tese, os alvos serão definidos à luz

dos aspectos intrínsecos da relação porto-cidade, ou seja, aqueles que comprometem a qualidade de vida e a saúde da população santista. Alvos de bem-estar humano

Alguns projetos de conservação não apenas atuam em aspectos do meio físico e biótico, mas também o consideram temas socioambientais. O Miradi oferece suporte aos Objetivos de Bem-Estar Humanos que podem ser usados para representar os valores de bem-estar humano de um projeto.

Representam a base para o

estabelecimento dos objetivos, para realizar as ações de melhoria de bem-estar humano e para medir a efetividade das ações.

Como exemplos de metas de bem-estar humano podem incluir: Saúde humana, Segurança doméstica e agrícola, Meios de subsistência econômica rural, Meios de subsistência do turismo, e Saúde mental e espiritual. Continua

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Continuação

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Ameaças Críticas/Diretas

As ameaças diretas são

principalmente atividades humanas que têm influência imediata sobre os alvos (por exemplo: perfurações de petróleo, construção de estradas, contaminação ou introdução de espécies exóticas invasoras), mas também podem ser fenômenos naturais alterados pela atividade humana (por exemplo: aumento da temperatura da água ocasionado pelo aquecimento global)

Após a identificação dos alvos de prioritários, é preciso identificar as ameaças diretas que influenciam estes alvos. Como parte da análise do contexto do projeto, é importante priorizar as ameaças diretas que afetam os alvos de conservação para que seja possível concentrar suas intervenções onde elas sejam mais necessárias.

Identificação das ameaças diretas;

Valoração ou hierarquização das ameaças diretas para identificar as ameaças críticas.

Existe uma variedade de ferramentas para identificar as ameaças,

que podem ser

utilizadas para

estabelecer prioridades. Neste projeto será utilizada a Planilha de Aspectos e Impactos Ambientais do Porto de Santos adaptada. Ameaças indiretas (ou

fatores contribuintes)

Fator (identificado na análise da situação do projeto) causador ou que impulsiona uma ameaça direta. Muitas vezes representa uma oportunidade para as ações de conservação. Por exemplo, “políticas de exploração florestal” ou “demanda por peixes”. Muitas vezes é a causa raiz, subjacente ou fundamental (compare com ameaça direta).

Identificar os fatores (também

conhecidos como causas fundamentais e catalisadoras), bem como as

oportunidades e condições favoráveis. Estes fatores podem variar em escala, do nível local ao global.

Identificar, a partir dos alvos e das ameaças, os fatores motivadores, as forças e pressões que geram a ameaça crítica.

Continua

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Continuação

Itens Conceito O que deve ser feito Produtos esperados Observações

Complementação da análise situacional

É um processo que viabiliza o entendimento comum sobre o contexto do projeto – incluindo o ambiente biológico e os sistemas sociais, econômicos, políticos e institucionais que afetam os alvos que desejam conservar

Este item marca a finalização deste primeiro passo. Este refinamento permite um entendimento mais robusto da totalidade do processo analítico

Nesta revisão do contexto situacional, é possível identificar os fatores ou ameaças indiretas - ambientais, sociais, econômicas, políticas, entre outros que influenciam nas ameaças diretas e, portanto, nos alvos de conservação, mas também contribui para identificar eventuais oportunidades e condições para alteração de cenários em diferentes escalas, do local ao global. Nesta etapa também cabe uma revisão de atores, considerando tanto os poderosos e influentes quanto os marginalizados.

Modelo conceitual inicial que ilustra as relações causa e efeito entre os fatores que operam na localidade analisada.

Quando possível, realizar a comprovação no campo e revisão do modelo.

Nesta tese não haverá a confirmação do modelo conceitual, pois não foi possível a realização de uma reunião com atores envolvidos com a gestão ambiental. Contudo, foi realizada uma oficina piloto com os especialistas em

emergências com

produtos perigosos. As informações sobre essa oficina, encontra-se no Apêndice B desta tese.

Modelo Conceitual Diagrama que representa as relações causais entre os fatores chave, os quais supostamente impactam ou levam a uma mudança em um ou mais alvos de conservação.

Desenvolver o modelo conceitual utilizando-se o Miradi.

Um bom modelo deve vincular

explicitamente os alvos de conservação com as ameaças diretas que os afetam e com os fatores (ameaças indiretas e oportunidades) que influenciam sobre as ameaças diretas.

Modelo conceitual final

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