SUA AUTOCONFIANÇA
PASSOS POSITIVOS PARA ADQUIRIR CONFIANÇA
Permita-me fornecer uma série de razões por que você pode e deve acreditar e confiar em você. Use estas razões como etapas que lhe ensinarão fàcilmente a lição valiosa mas esquecida da autoconfiança.
Primeiro. Acredite em você mesmo, porque você nasceu com autoconfiança. Sim, eu sei, você também nasceu preci sando de auxílio, mas não se amedrontava com as coisas que tinha de fazer, e não se aborrecia com as que não podia fazer. Creio que êste exemplo da infância nos dá a visão mais clara possível do que é a autoconfiança. É algo que nos foi dado
por Deus. É o legado de nossa natureza. É nosso divino
direito de nascença.
Competência não é confiança. A competência pode ser um poderoso auxílio para aumentar a confiança, mas não é si nônimo de confiança. Eu conheço e você conhece pessoas que são muito competentes no trabalho e em outros setores de suas vidas e, mesmo assim, não têm confiança em sua aptidão para o trabalho que executam. Muitas vêzes, tais indivíduos trabalham sob as ordens de pessoas que sabem muito menos do que êles, mas que têm confiança em si e no pouco que
sabem. Uma criança pequena é bastante incompetente.
Quando começa a andar, freqüentemente tropeça e cai, mas ergue-se, torna a erguer-se, até que finalmente é capaz de andar e correr. Sua autoconfiança não é evidenciada pela competência senão pelo fato de que continua erguendo-se cada vez que cai. Que Deus nos ajude a reaprendermos esta lição e desaprendermos as lições nocivas que nos são ensi nadas por nossos semelhantes bem-intencionados.
A criança pequena também não se preocupa com aquilo que não pode fazer. Autoconfiança não é competência nem
é conquista. Com a palavra “ conquista” quero dizer que
você nunca será capaz de fazer tudo, porque a vida é muito
curta. Igualmente, haverá muitas coisas que serão feitas
por você, as quais você mesmo não seria capaz de fazer. Eu não posso colocar um pêso de cento e cinqüenta quilos em minha cabeça. Não posso correr um quilômetro e meio em quatro minutos. Não posso ler três mil palavras por mi nuto. Não posso citar tudo o que Shakespeare escreveu, de memória. Não sou tão belo como Rock Hudson. Não ganho
dólares. Mando minhas roupas para o tintureiro. Vou ao dentista para tratar dos dentes. Vou ao médico para cuidar de minha saúde. Levo meu automóvel a um mecânico,
quando há necessidade de consertos. Mas nada disto me
preocupa. Nem mesmo invejo as pessoas que fazem o que
não posso fazer. E não me embaraça que certas pessoas
façam por mim o que eu mesmo não posso fazer. Não obs tante, considero-me autoconfiante, porque acredito em mim. Certas coisas, não as faço bem, mas não perco o sono por causa disso. Acredito que posso fazer aquilo que decido fa zer. Outra pessoa poderia fazê-lo melhor, mas farei o melhor
que posso, e isto é que é o importante. “ Uma criança os
guiará.” Você nasceu com autoconfiança. Competência não
é autoconfiança. A autoconfiança não inveja; nem se la
múria.
Segundo. Você deve acreditar em você mesmo, porque Deus o ama e acredita em você. O próprio fato de o Criador permitir que você exista demonstra que Êle lhe tem amor e que acredita em você. Haverá quem erga objeções a estas assertivas e, como almas livres, é um direito que têm. Para minha mente simples, no entanto, êstes fatos são auto-evi- dentes. Deus acredita o suficiente para permitir que você viva e sirva em Seu mundo. Existe uma finalidade divina em sua existência e é importante que você descubra qual ela é. É apenas sensatez acreditar em você mesmo se Deus assim o faz. Êle sabe de tôdas as suas faltas e fraquezas e, mesmo assim, confia em você.
Terceiro. Você deve acreditar em você mesmo, porque os outros acreditam em você. Haverá quem se sinta inclinado
a discordar, mas não deixa de ser verdade. Não importa
quantas vêzes você tenha falhado ou deixado de atingir suas metas, mas há alguém que acredita em você.
Procurou-me um homem e contou-me seus passos em falso na vida. Eu lhe disse que ainda havia alguém no mundo que acreditava nêle e a resposta que êle me deu foi que eu estava louco. Disse-me que a espôsa não tinha confiança nêle nem para mandá-lo até a padaria buscar pão. Tudo o que haviam poupado havia sido perdido num negócio que êle tinha ten tado realizar, o que havia causado alvoroço na família e pro blemas financeiros. Perguntei ao cavalheiro se tinha filhos. Respondeu-me que tinha dois meninos e uma menina de tenra idade.
A fim de provar-lhe meu ponto de vista, pedi-lhe que chamasse o filho de dez anos, o qual estava esperando. Per guntei ao menino que espécie de homem era o pai e o garôto respondeu-me que era o maior do mundo. Perguntei, a se guir, se acreditava no pai, em sua palavra, em sua capacidade para vencer nos negócios etc. O menino disse que acredi tava ser o pai capaz de fazer qualquer coisa que quisesse. Sabia que o pai tinha tido tempos difíceis, mas ainda acre ditava que êle venceria.
Eis aqui alguém que acredita em você. Na verdade, todos nós temos muita gente que acredita em nós: nossa espôsa, nossos filhos, o garôto da esquina, nosso chefe. . . É preciso que você não os deixe frustrados: tenha confiança própria.
Quarto. Acredite em você mesmo, pois do contrário
muitos de seus talentos deixarão de realizar-se e suas metas não serão alcançadas. A pessoa do nível .médio é quase que totalmente inconsciente dos talentos e dotes que possui. Tem mêdo de tentar; tem mêdo de aventurar; e por isso, os ta lentos e dotes jamais são descobertos. Se a pessoa tem cons ciência de seus próprios dotes, pode ter mêdo de desenvolvê- los. Tenho conhecido grande quantidade de homens e mu lheres que me afirmaram não ser capazes de dirigir a pa lavra a grupos, quando foram solicitadas a ensinar na Escola Dominical. Mas, depois que aumentaram sua confiança em
Deus, conseguiram criar certa autoconfiança e começaram a ensinar. Dizer que tais pessoas ficaram perplexas é falta de ênfase; ficaram pasmadas. Talentos que durante anos es- tavam adormecidos, foram despertados.
Um engenheiro, que havia estudado pintura, veio ver-me certa vez; contou-me de sua frustração por não ter seguido a carreira das artes. Logo depois de terminar o curso de arte casara-se e tinha buscado trabalho rendoso. Assim con tinuou através dos anos, pintando apenas vez ou outra. Sen tia, no entanto, que não tinha atingido o alvo na vida, porque não podia dedicar-se a tempo integral àquilo que mais gos tava. No momento, achava-se em posição financeira que lhe permitia dedicar-se exclusivamente à arte, desde que pudesse ganhar alguma quantia regular com a pintura. Pouco sei a respeito de pintura, mas alguns de seus amigos pintores dis seram-lhe que seu trabalho era bom e que êle conseguiria vender. O problema é que êle antes nunca havia exposto seus trabalhos onde valesse a pena, temendo que suas pinturas não atingissem o nível suficiente. Êste homem estava ne gando a si próprio a realização de sua vida, não porque não pudesse pintar, mas porque não acreditava no que podia fazer.
Quinto. Você deve acreditar em você mesmo, porque isto é uma obrigação devida a sua própria pessoa. Isto desenvol verá sua personalidade, pondo por terra seu egoísmo e ego
centrismo. Digo isto sem querer ofender, mas exprimo a
verdade. A pessoa que não tem autoconfiança possui um
grande grau de consciência de si mesma.* A consciência de gi mesmo, ou autoconsciência, é inimiga da autoconfiança. O indivíduo que tem falta de confiança está pensando dema
• Em inglês, self-consciousness, uma espécie de complexo de inferiori dade; a pessoa tem sempre a impressão de que todos estão a pôr-lhe reparo, que está sendo observada e que ela, de certo modo está falhando; julga-se centro da atenção crítica dos outros. (N. do T .)
siadamente em si mesmo e demasiadamente sôbre o que os outros pensam a seu respeito.
Talvez você possa lembrar-se da primeira vez que foi a
um restaurante de alta classe. Ficou bastante assustado,
não? “ Como estou parecendo? Estou caminhando direito? Fiz isto ou aquilo da maneira certa? Deus me livre de man char a toalha ou derrubar um talher. Estarei usando o talher correto? Por que será que todos me olh am ?.. . ” Você se sen tiu tão mal pensando em você mesmo e na opinião que os outros poderiam ter a seu respeito, que não pôde sentir
prazer nos alimentos e na ocasião. Hoje, você pode ir ao
mesmo restaurante e não pensar em coisa alguma como antes. Você senta-se relaxadamente e desfruta da refeição.
Na verdade, a pessoa que sempre se preocupa demais com o que os o atros estão pensando a seu respeito está fazendo lisonjas a si mesma, porque a maioria das pessoas nem mesmo lhe percebeu a presença. Os circunstantes não po deriam importar-se menos sôbre a maneira de andar, falar
ou segurar a faca. Quanto mais cedo perceber isto, tanto
mais feliz e mais sábio será. As pessoas gostarão de você, não por suas maneiras ou suas roupas, mas porque você é legitimamente você mesmo. Esta assertiva não significa que você não deva ter boas maneiras ou que não deva trajar-se bem; o que desejo frisar é a importância de você ser você mesmo e agir com naturalidade. Boas maneiras são coisas naturais. As pessoas das quais gostamos são pessoas natu rais. Os autoconfiantes são naturais. Quando você começar a acreditar em você mesmo, deixará de pensar a seu próprio respeito.
É uma obrigação que você tem para com seu próprio eu, e, se você não a cumprir, os outros também não o farão. Empregadores, empregados, clientes etc. Simplesmente não terão confiança em você. Já disse, pouco mais acima, que alguém sempre acredita em você, porém se você não tiver autocrença, a grande maioria das pessoas não acreditará em você.
Muitas vêzes me perguntam: “ Você acredita que uma pes soa pode tornar-se excessivamente confiante?” Primeiramen te, permita-me declarar que não julgo que você pode acre ditar excessivamente em você mesmo. Isto é, você não pode crer excessivamente nos talentos que Deus lhe deu, em suas próprias aptidões, valor e potencial. Para poder usar apro priadamente a autoconfiança, você precisa aplicar os quatro princípios da fé na fé que você sente. Sua abordagem tem de ser positiva. A atitude da abordagem deve ser de crença. Sua avaliação própria deve ser realística.
Naturalmente, você precisa limitar os esforços e tentativas de acôrdo com as aptidões e talentos que Deus lhe deu. Nem todos podem ser bons em tudo, mas isto não deve im pedir que você tenha autoconfiança. Igualmente, você pre
cisa limitar suas tentativas ao treinamento que tem. Um
homem que não seja treinado ou educado em medicina e ci rurgia não deve tentar fazer uma operação cirúrgica apenas porque confia em si mesmo. Eu, pelo menos, não me deixaria operar por êle! Do mesmo modo, eu não permitiria que um cirurgião formado me operasse se êle não tivesse confiança própria.
O último princípio da fé a ser aplicado é o da ação. O
que você pode fazer, faça. Ponha em funcionamento suas
aptidões, talentos e treinamento. Se você tem falta de auto confiança, sua capacidade está sendo desperdiçada e enfer rujada por ociosidade.
Se você aplicar estas quatro orientações da fé em você mesmo, não poderá evitar obter autoconfiança que será sig nificativa e duradoura.
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