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PERFIL DA PROFESSORA, ASPECTOS DO SEU TRABALHO E AS TENDÊNCIAS

O planejamento é uma atividade presente no cotidiano de todos os professores. É a maneira de programar as ações docentes, como também é o momento para a pesquisa e reflexão que deva estar relacionada com a avaliação (PILETTI, 2010). O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização quanto a coordenação em face do processo de ensino (LIBÂNEO, 1994, p. 59).

Ao planejar suas atividades, de acordo com Zóboli (2007, p. 1236-37) o professor deve levar em consideração os seguintes aspectos importantes:

i. Fazer uma listagem da atividade do dia e dos materiais que serão necessários para a atividade; ii. Calcular o tempo para cada atividade; iii. Prever oportunidades onde todos os alunos possam participar; iv. Dar os conteúdos novos sempre no início da aula; v. Ser flexível: quando for preciso, é bom adaptar o plano feito e deixar que determinada atividade durante aquele momento está sendo interessante dure um pouco mais; vi. Combinar a rotina de trabalho juntamente com a classe. Assim a criança fica sabendo da organização dos trabalhos e sentirá segurança; vii. Ao explicar atividades, levar em conta o nível de desenvolvimento dos alunos. Se a atividade for muito difícil, as crianças não conseguirão realizá-la e, ao contrário, se for muito fácil, logo ficarão desinteressadas; viii. Todo conteúdo novo deve ser dado sem pressa. Não dar novo conceito antes de os alunos ter dominado o conteúdo

17 Ao longo da transcrição, em alguns trechos, foram considerados os questionamentos do pesquisador, na

anterior; ix. Dar tempo suficiente para as crianças treinarem e exercitarem os conteúdos novos, até a sua total assimilação. Depois avaliar o que foi aprendido; x. Estimular a participação de todos os alunos. Prever sempre as atividades que exijam diálogo, discussão, comunicação, crítica e troca de ideias; xi. Procurar sempre incentivar e apoiar a ajuda e a participação dos seus alunos. A criança, ao colaborar, sente-se responsável pelo material da classe.

Conforme destacado por Zóboli (2007) é importante que o planejamento ocorra efetivamente no cotidiano do professor, que aspectos básicos desse processo sejam entendidos e utilizados para o bom andamento dos trabalhos escolares.

A professora quando questionada sobre como planeja suas aulas de ciências, tece a seguinte explicação:

“Pego o livro didático, Isso... pego livro. Não, primeiro eu pego o conteúdo

programático que sigo ali. Então eu pego o livro e vejo como está ali. Se não está bom, eu pego outro, dali, eu vou para a internet, pesquiso mais alguma coisa e daí preparo resumo, esquema...”

Ou seja, centraliza sua atenção no livro didático e no conteúdo. Não se observa, no entanto, durante a entrevista, comentários sobre a vivência pedagógica que irá construir junto ao aluno. Como realmente planeja para que suas aulas sejam instigantes, motivadoras e prazerosas para o seu aluno? Isso parece não fazer parte da preocupação central da professora no momento de planejar suas aulas. Seu ato de planejar está diferentemente, ligado à sistematização dos conteúdos.

É possível inferir que tal prática oferece indícios de uma tendência pedagógica do tipo tecnicista, pois nessa tendência há uma preocupação excessiva com os conteúdos, com o uso do livro didático, manuais, recursos audiovisuais. Outro fator a ser mencionado é a cronologia adotada pelos conteúdos devidamente ordenados e sequenciados, o que confirma em tese essa tendência.

Na análise, evidenciou-se que existe o planejamento das aulas, que há um ritual na preparação da aula.

De acordo com Piletti (2010, p. 73), planejar as atividades de ensino é importante pelos seguintes motivos: a) Evita a rotina e a improvisação; b) Contribui para a realização dos objetivos visados; c) Promove a eficiência do ensino; d) Garante maior segurança na direção do ensino; e) Garante economia de tempo e energia.

Planejar requer habilidades específicas, implica tomar decisões importantes que estarão presentes ao longo do período letivo. Por isso, o planejamento deve ser realizado de maneira a estabelecer o que os alunos realmente devem saber (PILETTI, 2010).

O plano de aula, componente básico do plano de ensino, de acordo com Piletti (2010, p. 70), “é a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. É a especificação dos comportamentos esperados dos alunos e dos meios - conteúdos, procedimentos e recursos que serão utilizados para a sua realização”.

Indo ao encontro dessa definição, Zóboli (2007, p. 12) acrescenta que o “plano é roteiro, é tudo que pretendemos realizar e os meios para fazê-lo”. Planejamento é a atividade mental de organizar, concatenar o plano. É o ato de traçar o plano. É a programação dos trabalhos escolares, usando a posterior ação docente, de maneira a atingir seus objetivos que anteriormente foram propostos (ZÓBOLI, 2007, p. 12).

Para a preparação da aula, percebe-se implicitamente que a professora destaca que segue um conteúdo estabelecido pelo livro didático e que a partir dele, planeja a aula. Logo, estabelece um propósito de elaborar um plano de aula, que prevê a relação para um dia letivo. Não há, na opinião da professora, um planejamento único que permita a realização de um trabalho previsto no início do período letivo, mas sim, um a cada conteúdo a ser trabalhado.

O ato de planejar a aula é uma preocupação da entrevistada, uma vez que a mesma sente necessidade de verificar outros meios, que possam complementar o livro didático, de forma que não comprometa o seu trabalho. Esse fato é demonstrado quando questionada sobre se o livro didático é um recurso completo que dispensa uso de outras fontes, ela comenta:

Não, é incompleto. Aqui eu uso o Daniel Cruz, não uso o Carlos Barros. É que eu pesquiso alguma coisa Daniel Cruz e depois vou internet.

Percebe-se, portanto, que a principal fonte para o planejamento é o livro didático. Se o livro básico do aluno não contempla determinado conteúdo curricular, consulta outro livro para complementar.

Se o livro didático é a base, a sistematização do conteúdo ocorre a partir das orientações do livro? É o que veremos a seguir.

Todos os professores têm uma tarefa importantíssima, que é a organização de seus planos de aulas. Formular mentalmente as ideias de uma aula não é o suficiente, por isso, o professor necessita de um registro para que consiga verificar os caminhos por onde percorreu

(ou não), até que ponto conseguiu administrar aquilo que foi organizado para a aula e, assim, sistematizar a sucessão de cada uma delas.

Sistematizar consiste em utilizar procedimentos que possam globalizar, de forma ordenada, analítica e parcial aquilo que foi trabalhado (ZÓBOLI, 2007, p. 13).

Sobre esse aspecto, a professora, quando questionada, demonstrou sistematizar o conteúdo de forma clara e cronológica. Nas palavras dela:

É ah eu coloco. Eu coloco como disse, vou lá, leio num, leio no outro, pego e planejo. Digito, faço um resuminho ou esquema, depois passo eles.Entrego às vezes, outras passo no quadro, mas maioria entrego pronto. Pra ganha tempo. Eles gostam. Às vezes reclamam quando é para copiar. Aí eu quase não passo. É um ou outro, assim, uma vez por semana.

Percebe-se que a preocupação da professora está atrelada, por assim dizer, à questão do tempo. Logo, sistematizar o conteúdo vem ao encontro do que Piletti (2010, p. 73), diz sobre as vantagens em se planejar as atividades de ensino e destaca dentre alguns aspectos a economia de “tempo e energia”, “segurança na direção ensino” e a “eficiência do ensino”.

Observa-se que o foco da sistematização de conteúdos, da professora está mais centrado em aspectos operacionais como o tempo, em fazer de uma forma que os alunos gostem, pois sabe que eles não gostam de copiar textos.

A fala acima evidencia que não são os alunos que fazem a síntese de um conteúdo, mas a própria professora. Na sua interpretação facilita para eles. Mas como o aluno se apropria de um conteúdo se ele não realizou o processo de elaboração para chegar à síntese?

Outro aspecto que não aparece na fala da professora é referente aos objetivos daquele conteúdo.

Para Gil (2007, p. 131), depois de verificado o conteúdo a ser trabalho, deve-se proceder a sua ordenação. Esse procedimento “é importante, porque uma ordenação criteriosa simplifica a compreensão dos conteúdos, favorecendo, portanto, o progresso da aprendizagem num espaço de tempo mais curto”.

Percebe-se, ainda, na fala da professora, que a sistematização do conteúdo é realizada de forma clássica ou tradicional. Mas na forma tradicional a sistematização dos

conteúdos é um dos pontos do processo aprendizagem. Então ela não atende este aspecto, embora todo seu procedimento seja ancorado nesta forma. Ela enfatiza sempre o uso da sequência do livro didático como padrão no roteiro do planejamento de suas aulas. Também fica evidente que a mesma concorda que o livro não apresenta o conteúdo de forma completa, fazendo-se necessário à adequação mediante consulta a outras fontes. Além disso, não fica evidente na fala, pelo menos não se evidencia o fazer pedagógico com vistas a uma melhor e maior participação/motivação do aluno e ganhos para o processo ensino aprendizagem.

Quando reportamos as características da tendência tradicional, podemos dizer que a metodologia de ensino era diretiva, centrada na figura do professor. “O professor já trazia o conteúdo pronto e o aluno se limitava, passivamente, a escutá-lo” (MIZUKAMI, 1986, p. 15). Na opinião de Mizukami (1986), a aprendizagem era vista como produto. Também não eram considerados fatores tais como o aspecto emocional e afetivo na formação do aluno.

De acordo com a autora supracitada, o método com aula expositiva e demonstrativa era praticamente absoluto na transmissão do conteúdo, alicerçado nos princípios da repetição e memorização da informação por parte do aluno. O próprio professor assumia uma condição semelhante ao aluno, pois era orientado por um grupo de especialistas da área do conhecimento que determinavam como os conteúdos deveriam ser apresentados

Diante disso, é possível inferir que tal prática oferece indícios de uma tendência pedagógica dos tipos tecnicista e tradicional. Tecnicista por supor a presença de algumas características, tais como: sequência lógica, aplicação sistemática dos conhecimentos científicos comportamentais e tecnológicos associados à educação. Tradicional, pois, os conteúdos preparam o aluno para a vida, determinados pela sociedade e governo, resolução de exercícios, recordação da matéria anterior, realce de postos-chaves, demonstração, sendo tais evidências características dessa tendência.

Atrelado a essas características que são particulares a cada uma das tendências acima apontadas, percebe-se que os conteúdos apresentam uma dimensão diferente em cada uma delas conforme sua importância no contexto em que opera. Assim, a introdução e a preparação de conteúdos são atividades que promovem uma reação positiva dos alunos. Por isso, fazer a apresentação do tema com propósito de instigar a curiosidade e interesse dos alunos é importante (LIBÂNEO, 1994).

De certa forma, essa preparação deve levar em conta a relevância significativa dos conteúdos na vida dos alunos, de suas experiências e do seu cotidiano. Assim, Gil (2007, p. 129) complementa que “já quando os conteúdos se vinculam à realidade dos estudantes, sua assimilação se torna muito mais rápida e proveitosa”.

Nesta análise, considera-se que essa prática esteja presente no contexto da professora, pois ela inicia suas aulas com uma sondagem prévia do conteúdo a ser introduzido, fazendo pequenos questionamentos com o propósito de levantar condições concretas a respeito do que os alunos já sabem antes de iniciar o conteúdo. Como ressalta Piletti (2010, p. 61), “é preciso saber quais [são as] aspirações, frustrações, necessidades e possibilidades dos alunos. Fazendo isso, estaremos fazendo uma sondagem, isto é, buscando dados’’.

A professora faz a seguinte descrição sobre como inicia suas aulas:

Eh... Eu cumprimento eles, faço chamada, isso é praxe, depois peço a eles para abrirem o material.

Na sua fala, registramos:

É primeiro se eu for começar um conteúdo, primeiro eu vejo o que eles já sabem. Daí vejo, pesquiso, o que tento colher deles o que eles trazem, depois dali eu vou. Vou explicando, interagindo, assim, eles participam bastante, são. Não têm vergonha, é bom. Eles têm 12/13 anos, são curiosos. Aula de ciências, se tu deixar vai longe. Aí tu tens dar uma podadinha, assim, pra, porque se não, não acabo o conteúdo.

Novamente evidencia a preocupação com o conteúdo. Outro aspecto relevante é o fato de a professora atender aos requisitos necessários a um planejamento de ensino, especificamente, no que diz respeito à etapa do conhecimento da realidade. Antes de qualquer coisa, é necessário saber para quem se planeja, ou seja, quais as reais necessidades que vão atender o aluno. Sobre essa etapa, Piletti (2010, p. 61) destaca que “por isso, conhecer o aluno e seu ambiente é a primeira etapa do planejamento”.

Para o autor supracitado, após essa sondagem dos dados coletados, deve-se iniciar a etapa de diagnóstico, que nada mais é do que os resultados obtidos na etapa de sondagem,

que nortearão o trabalho do educador. O propósito deles é evitar que o planejamento proposto não seja cumprido em razão de se propor o impossível e de não se conseguir alcançar os objetivos finais (PILETTI, 2010).

Dou a problematização para eles tipo. Faço pergunta sobre o tema. Aí vou ver o que eles sabem. Eu investigo o que eles trazem pra mim de conhecimento daquele assunto. Aí depois dali, vou interagindo com eles. [Pesquisador: Você faz isso um

dia antes de apresentar o conteúdo ou no mesmo dia?] No mesmo dia, naquele

momento pra saber, e eu tenho minhas coisas preparadas, daí eu começo.

E, ainda complementa, quando foi questionada sobre o que ela considerava mais importante trabalhar em determinado tema.

O que eles trazem pra mim, que eles já sabem, pra mim é o mais importante, conhecimento prévio deles, porque a partir disso consigo avançar mais, ou menos do que eles sabem. Eu parto dali.

Na concepção de Freire (2007), atender, ouvir e trazer o conhecimento e a realidade do aluno ao processo educativo é fundamental.

Outro ponto analisado foi o que se refere aos procedimentos e a dinâmica na sala de aula em relação à disciplina de ciências. A professora segue mencionando alguns passos que são essenciais no planejamento e à didática, e que são fundamentais no processo de ensinar. Segue o seu comentário:

O conteúdo. Eles têm que estar quietos, eles tem que ter disciplina. Aí se eu estou explicando eles não podem tá com lápis na mão, nada... Eles têm que estar prestando atenção, porque isso aqui distrai, então, eles têm que ficar ali prestando atenção e participando. [Pesquisador: Isso é fundamental?] É. Qualquer coisa. Se não, eles não aprendem principalmente matemática.

Concordo que durante a explicação de determinado conteúdo, ou da apresentação de uma determinada tarefa, trabalho em equipe, resolução de atividades, se faz necessário ter esse momento de silêncio. Porém, esse momento transcorrer por um período muito

prolongado, de forma a não ocorrer interferências e questionamentos por parte dos alunos, passa a ser considerado um problema. Mas se for por períodos curtos passam a ter grande importância para concentração e assimilação de tarefas e de conteúdos.

Nota-se que uma questão central delineada em sua fala diz respeito à “disciplina” num sentido didático. De acordo com Zóboli (2007, p. 21):

Disciplina é a maneira de agir do educando, no sentido da cooperação no desenvolvimento das atividades escolares e respeito aos colegas. É a concentração mental pelo interesse no trabalho que está sendo realizado. É a garantia da ordem, através da responsabilidade de cada um na execução da tarefa coletiva.

O autor ainda enfatiza que temos quatro tipos de disciplina, nomeadamente:

a) Disciplina exterior: aquela obtida pela coação, violência e ameaça.

b) Disciplina interior: resulta da modificação do comportamento da compreensão e consciência do que cada um tem a fazer.

c) Disciplina passiva: Nem sempre as classes que mantêm silêncio são as mais disciplinadas. Muitas vezes o aluno silencioso é aquele que está muito longe com a sua imaginação.

d) Disciplina ativa: é aquela que trata a disciplina medida não pelo barulho ou pelo silêncio, mas pelo trabalho realizado, pela aplicação, pelo interesse e pela integração nos trabalhos escolares. (ZÓBOLI, 2007, p. 22).

A preocupação com a aprendizagem faz desta um requisito para as aulas da professora, pois ela acredita que os alunos precisam desta condição para aprender. Numa análise mais genérica, ela associa a disciplina interior e ativa concomitantemente, pois, podemos inferir que essas atendem ao seu propósito. Segundo Zóboli (2007, p. 22), “o objetivo da disciplina é desenvolver no aluno o autocontrole e o auto-respeito”.

Há de se ressaltar que essa exigência por parte da professora não caracteriza, por exemplo, abuso de autoridade. Disciplina também pode ser à disposição de um aluno em enfrentar determinada dificuldade, a maneira de encará-la, tentar resolvê-la, sem ser prejudicial ao colega (ZÓBOLI, 2007, p. 22).

Pelos aspectos apontados anteriormente, é possível inferir que nas aulas dessa professora há a presença de mais de uma tendência, considerando-se inicialmente a tradicional, por abordar o planejamento sistemático, a ênfase no conteúdo, a disciplina. Em seguida, percebe-se a tendência tecnicista, com o uso do livro didático. Finalmente, percebe- se a presença da tendência Histórico-Crítico entrelaçada entre as anteriores, o que se

evidencia em alguns aspectos como o conhecimento prévio trazido pelos alunos, o momento da subjetividade, a mediação do professor, a adequação do senso comum por meio de métodos, como o uso da biblioteca e de livros.

Outra etapa importante no cotidiano escolar é o registro de informações que ocorrem nas aulas, o conteúdo ministrado, as avaliações bem como as formas de recuperação utilizadas que contribuam para o aproveitamento por parte do aluno. Em se tratando do registro no diário de classe, a professora afirma que faz registros com as devidas anotações de todos os eventos que ocorreram em sua aula.

Ah, eu tipo fiz a chamada, eu escrevo lá. Aí escrevo. A data que eu fiz chamada, iniciei a explicação sobre isso, isso ou aquilo. Sobre... É... O que eu fiz na aula, registro tudo. Um aluno que não faz tarefa eu registro. Um aluno que não trouxe o caderno, não trouxe o livro, eu registro tudo.

[Pesquisador: Em relação ao conteúdo em si, você coloca o assunto... as técnicas que você usa, utilizou?] [...] coloco. Coloco. Se eu fiz bingo eu coloco. Fiz bingo

sobre tal assunto. Coloco registro... [Pesquisador: Se você, por exemplo, trabalho

em grupo, você registra?] Tudo que faço, eu coloco.

O registro de informações se torna necessário na prática escolar. O diário de classe é um “instrumento de anotações, exigido em todas as escolas, no qual se deve anotar: dias letivos, a frequência dos alunos e dos professores, notas de avaliação, registro de matéria dada, total de aulas dadas e previstas e porcentagem das mesmas durante o bimestre e o ano letivo” (ZÓBOLI, 2007, p. 33).

O hábito de fazer os registros no diário de classe é uma segurança para o professor. No entanto, é importante ressaltar que o registro anuncia a operacionalização da aula. Na sua fala, a professora não menciona, por exemplo, se registra se o aluno se motivou, foi participativo. Esse, aparentemente, não é um aspecto de importância em seus registros.

O registro também deve ocorrer relatando fatos positivos ocorridos na sala de aula, as mudanças, os sucessos e as conquistas. Não registrar somente os aspectos negativos. Eles não devem prevalecer. Observa-se alguns desses aspectos tais como ‘não faz tarefas’ ‘não trouxe caderno’ ‘não trouxe o livro’ entre outras.