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7.2 Caracterização Sociodemográfica da Amostra

7.2.1 Perfil das empresas

108 Do inquérito realizado aos intermediários turísticos portugueses que compõem a amostra, e em relação à questão “se atualmente vendem ou não o Brasil como destino turístico”, concluiu-se que, entre a amostra obtida a partir dos inquéritos válidos (N=123), 68,3%, ou seja, 84 empresas inquiridas, comercializa os produtos turísticos do Brasil, enquanto que 31,7%, 39 empresas, não vendem o Brasil como destino de viagens (ver Figura 5).

Figura 5: Percentagem das empresas intermediárias que vendem o Brasil como destino turístico. Fonte: Elaboração própria.

No que concerne ao perfil das empresas que declararam não vender o Brasil como

destino turístico (N=39), 17,9% classifica-se como operadores turísticos, 56,4% como

agências de viagens e 25,6% com ambas as designações. Ainda foi questionado o motivo dos intermediários turístico não venderem o Brasil como destino turístico (ver Figura 6), tendo 43,6% das empresas afirmado atuar apenas em Portugal; 12,8% não vende o destino turístico Brasil pois acredita não existir mercado ou interesse por parte dos seus clientes para viajarem ao destino, 10,3% alegaram vender apenas destinos dentro da Europa, 7,7% referiram que o Brasil é um destino caro e não possui um preço competitivo se comparado com outros destinos similares, 7,7% demonstraram interesse em vender o Brasil no futuro, 7,7% afirmaram estar no início das suas atividades como empresa e portanto não possui estrutura para vender o referido destino, 5,1% declararam que comercializam apenas destinos na África e no Oriente e 5,1% afirmaram não possuir interesse em comercializar o Brasil.

109 Figura 6: Principais motivos de não vender o Brasil como destino turístico.

Fonte: Elaboração própria.

No que diz respeito ao perfil das 84 empresas que declararam vender o Brasil como

destino turístico (N=84), 4,8% (4 empresas) classificam-se como operadores turísticos,

enquanto que a grande maioria, 76,2% (64 empresas) são agências de viagens e 19% (16 empresas) possuem as duas características.

Outra característica analisada, em relação as 84 empresas que declararam vender o Brasil como destino turístico, foi a dimensão dos intermediários turísticos, medida através do

número de colaboradores da empresa e do volume de negócios anual da empresa. Para

classificar as empresas a partir do estatuto de micro, pequena, média e grande empresa, tomou-se como base o Decreto-Lei n.º 372/2007 de 6 de novembro do Ministério da Economia e da Inovação, porém apesar de se ter considerado a referida classificação, optou-se por subdividir as classes a fim de obter um número mais aproximado da realidade de cada organização.

Assim sendo, a partir da análise da amostra obtida, no que concerne ao número de

colaboradores, verifica-se que 94%, 79 empresas, possui entre 1 e 29 colaboradores, e

3,6%, 3 empresas, tem entre 30 e 49 colaboradores, caracterizando-se como empresas de micro e pequenas dimensão. Apenas 2,4%, 2 empresas, emprega entre 50 e 99 colaboradores, caracterizando-se como empresas de média dimensão. A partir destes dados conclui-se que a maioria das empresas que compõem a amostra é caracterizada como sendo empresas de micro e pequena dimensão (97,6%). Porém existe uma contradição no

110 que se refere à classificação das empresas quando se analisa o volume de negócios anual, como se pode observar na Figura 7.

Figura 7: Número de colaboradores e volume de negócios anual dos intermediários turísticos. Fonte: Elaboração própria.

No que concerne ao volume de negócios anual, segundo este indicador, 77,4%, ou seja, 65 empresas inquiridas se enquadram no estatuto de empresas de micro ou pequena dimensão ao declararem ter um volume de negócios de até 10 milhões de euros por ano. Este percentual difere em 20,2% quando se compara a dimensão dos intermediários turísticos relativamente ao número de efetivos.

A percentagem dos intermediários turísticos de média e grande dimensão, tendo em conta o volume de negócios anual, também difere bastante da percentagem obtida para a classificação das empresas segundo o indicador número de colaboradores, uma vez que 13,1% (11 empresas) declaram possuir um volume de negócios anual entre 10 milhões de euros e 50 milhões de euros, caracterizando-se como empresas de média dimensão. Este percentual difere em 10,7% quando se compara a dimensão dos intermediários turísticos relativamente ao número de colaboradores.

Além disso, apesar de nenhum dos intermediários inquiridos se enquadrar no estatuto de empresas de grande dimensão segundo o número de colaboradores (empregar mais de 250 colaboradores), 9,5% dos mesmos inquiridos mencionam possuir um volume de negócios

111 anual superior a 50 milhões de euros, caracterizando-se como empresas de grande dimensão.

No que diz respeito à localização das empresas respondentes, a tabela 9 resume a distribuição das respostas obtidas por NUT (Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais Estatísticas) II do território português, em relação ao universo da população- alvo para qual foi enviado o questionário.

NUT II N° de intermediários turísticos por NUT II % intermediários turísticos por NUT II

N° de respostas válidas por NUT II % por NUT II do total de respostas recebidas (N=123) Vende o Brasil Não vende o Brasil Total Norte 211 26,61% 27 7 34 27,64% Centro 138 17,4% 22 2 24 19,51% Lisboa e Vale do Tejo 253 31,9% 22 13 35 28,45% Alentejo 37 4,66% 3 4 7 5,7% Algarve 98 12,36% 8 9 17 13,82% Açores 19 2,4% 2 1 3 2,43% Madeira 37 4,7% 1 2 3 2,43% Total 793 100% 85 38 123 100%

Tabela 9: Distribuição das respostas obtidas em relação às NUT II do território português. Fonte: Elaboração própria.

Como pode ser observado na tabela 9, existe uma maior concentração de intermediários turísticos na NUT II Lisboa e Vale do Tejo, sendo essa a região em que a taxa de respostas foi maior (28,45%) se considerado o número de respostas validas (N=123). A segunda região com maior concentração é a região Norte, onde a taxa de resposta também foi a segunda maior (27,64%), seguida da região Centro com 19,51% de respostas. As NUTs II que tem uma menor concentração de intermediários turísticos, ou seja, o Alentejo, o Algarve e os Açores e a Madeira, também são as que tiveram uma taxa de respostas ao questionário mais baixa.