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Schumpeter (1964) ressalta que “ser empresário não é uma profissão nem, em regra, um estado permanente.” Logo, o empreendedor precisa sempre estar inovando e revendo a forma como trabalha. O empreendedor não necessariamente precisa ser proprietário de um negócio, uma vez que o espírito empreendedor é uma característica, um traço de personalidade. Conforme já mencionado nesse referencial, para Schumpeter, o empreendedor é o motor de inovação do mundo.

Segundo Lemes (2018), o empreendedor é um observador do cotidiano que identifica oportunidades nas necessidades não supridas, avalia o desenvolvimento de um novo produto e negócio que possa atender essa lacuna e transforma em algo lucrativo. Esse processo de identificação é interessante aqui, pois teoricamente a realidade está disponível para todos, mas somente alguns conseguem enxergar a oportunidade.

Langrafe (2018) ressalta, também, os empreendedores corporativos, ou intraempreendedores, que inovam dentro das empresas puramente por ter o perfil empreendedor.

Dornelas (2020) reforça a ideia, mencionando que o perfil empreendedor vai além de ter o próprio negócio, lembrando que um ator ao encenar uma peça pode agir como empreendedor, no planejamento, na preparação do papel, na execução e na entrega da peça. Um funcionário público pode ser empreendedor otimizando os recursos disponíveis e melhorando o atendimento à população. Pessoas insatisfeitas e inconformadas com os problemas de sua comunidade podem promover atividade

empreendedora se unindo para estabelecer planos de ação, angariar apoio, divulgar suas ideias e melhorar a vida do entorno, nascendo assim uma organização não governamental (ONG).

O SEBRAE (2016) ressalta que para entender o perfil entre as gerações no mercado de trabalho é preciso conhecer como o contexto histórico-econômico influencia o perfil das pessoas e, consequentemente, os empreendedores. A geração nascida entre meados da década de 1960 e o final da década de 1970 faz parte da Geração X e normalmente valoriza a estabilidade financeira e de carreira. Os nascidos no final dos anos 1970 e início dos anos 1990 representam a Geração Y. Eles não se importam muito com a estabilidade financeira. Eles procuram uma fonte de satisfação e aprendizado no trabalho. Os nascidos entre 1990 e 2010 formaram a Geração Z, marcada pelos avanços tecnológicos. As principais características desta geração são o imediatismo e a impaciência: eles têm dificuldade em esperar pelos resultados de suas ações. Todas as gerações têm características empreendedoras, cada uma com pontos fortes distintos. É importante entender o perfil empreendedor a fim de melhorar e se atentar às potencialidades e fragilidades.

Para Chiavenato (2021), os empreendedores são pessoas que tentam fazer as coisas acontecerem, são sensíveis ao mercado, ao negócio e são capazes de identificar oportunidades que nem sempre são claras e definitivas. Empreendedores transformam ideias em benefício próprio, para benefício da sociedade e da comunidade, cuja combinação pode transformar uma simples ideia em algo que entrega resultados concretos e de sucesso no mercado.

Para Martes (2010) há alguns pontos fundamentais da relação entre o empreendedor e a economia, onde a inovação promovida pelo empreendedor “é fundamental para o desenvolvimento econômico; o empreendedor é guiado pela paixão (desejos e conquistas), diferente do capitalista, pois ele decide com base em seus valores”. E cita que, para Weber, e para Schumpeter (apud Martes, não paginado), “o indivíduo — o empresário concebido como um tipo ideal, portador de interesses, vontade e intencionalidade — é a unidade básica de análise.”.

Langrafe (2018) ressalta, também, que há diferentes fatores que motivam o empreendedorismo, em suma, podemos ressaltar a busca pela realização financeira e/ou mais autonomia e flexibilidade e acabam descobrindo que trocaram chefes por clientes. Em pesquisa realizada por Vale et al (2014), “a busca da autonomia individual

e a identificação de uma oportunidade de negócios foram os motivos principais para começar a empreender.”. De acordo com o autor, 74% dos empreendedores entrevistados consideraram o desejo de ter o próprio negócio/tornar-se independente como muito importante.

Para Chiavenato (2021), um dos principais motivadores para o empreendedorismo é a independência laboral e financeira, a busca por ser dono do próprio negócio e construir algo totalmente seu.

Lemes (2019) conceitualiza o empreendedorismo por necessidade, também como um grande fator motivador para a entrada de novos empreendedores no mercado.

O empreendedorismo por necessidade, normalmente decorre de uma situação típica de alguém que está desempregado, sem atividades remuneradas e não consegue recolocar-se no mercado. Pela falta de opção, torna-se obrigado a desenvolver alguma forma de obtenção de renda para contornar seus problemas financeiros. [...] Os empreendedores por necessidade são aqueles que iniciam seu próprio negócio, geralmente de maneira informal, motivados pela falta de opções satisfatórias de trabalho e renda. O que se observa, nos casos de empreendedorismo por necessidade, entretanto, é que a maioria dos negócios não sobrevive, pois falta ao empreendedor os conhecimentos básicos e até mesmo as características para levá-lo adiante (LEMES, 2019 p.

15).

O relatório do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2021 contextualiza os empreendedores por necessidade como sendo “aqueles que iniciam um empreendimento autônomo por não terem melhores opções de trabalho e, portanto, abrem um negócio a fim de gerar renda para si e suas famílias”. Já os empreendedores por oportunidade optam por iniciar um negócio, mesmo que tenha opções de emprego e renda para manter ou aumentar sua renda e desejar ser independente no trabalho. De acordo com pesquisa neste mesmo relatório, Em 2020, 63% dos brasileiros adultos (de 18 a 64 anos) relataram que tiveram perda de renda familiar como resultado da pandemia.

A taxa de brasileiros declarando pretendiam abrir um negócio nos próximos três anos aumentaram notavelmente, de 30% em 2019 para 53% em 2020.

O que está impulsionando o aumento, senão a pandemia? Total da atividade empreendedora em estágio inicial do Brasil (TEA) taxa permaneceu estável, aumentando ligeiramente de 23,3% em 2019 para 23,4% em 2020. (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR, 2021, p. 89).

Dornelas (2020) dá como exemplo de empreendedorismo de necessidade quando o empreendedor informal, muitas vezes sozinho, empreende em busca de melhores condições e tem como objetivo básico a própria subsistência.

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