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definindo as mediações.

Mapa 01. Brasil: delimitação do semiárido (2005).

1.6 NAS MEDIAÇÕES ENTRE O ABSTRATO FORMAL E O EMPÍRICO CONCRETO: os procedimentos metodológicos e técnicos da investigação.

1.6.4 Pesquisa de Campo

Dados os objetivos dessa pesquisa e a realidade dinâmica a qual esta submetida o seu objeto de estudo, durante as atividades de campo se adotaram os seguintes procedimentos:

 Realização de visitas técnicas e registro fotográfico

Por meio de tal procedimento foi possível observar as práticas inerentes ao processo de produção agrícola e ao uso das técnicas nas unidades de produção familiar instaladas nas áreas irrigadas, bem como em fazendas especializadas na produção de frutas irrigadas. Durante as

visitas técnicas se fez o registro fotográfico de processos e eventos que revelam as dinâmicas instaladas nestas áreas.

 Aplicação de Questionários

Os questionários direcionaram-se às famílias que residem nas áreas ocupadas pelos perímetros irrigados do DNOCS no estado do Rio Grande do Norte (ANEXO F). Por meio destes foram coletadas e sistematizadas informações sobre: a composição do grupo familiar, divisão do trabalho na unidade de produção, atividades agrícolas desenvolvidas no lote, uso de equipamentos, insumos e agrotóxicos na produção agropecuária, acesso a assistência técnica e financiamentos, bem como sobre as etapas de consumo e comercialização da produção familiar, tal como explicitado no anexo F. Ressaltamos que não há informações desta natureza nos documentos disponíveis nos órgãos oficiais.

A distribuição dos questionários aplicados pautou-se em um cálculo amostral, que nos possibilitou definir o número mínimo de sujeitos que precisam ser entrevistados para que os dados produzidos fossem confiáveis e tivessem validade estatística (ROGERSON, 2012). O total de indivíduos selecionados para responder o questionário foi definido por meio da técnica de amostragem aleatória estratificada com repartição proporcional que consiste em identificar os subgrupos significativos que compõe o universo da pesquisa, neste caso os perímetros irrigados instalados no Rio Grande do Norte, calculando o peso relativo (%) de cada um dos estratos na população (CRESPO,1997).

De acordo com Barbetta (2006) é recomendável que se utilize a amostragem aleatória estratifica com repartição proporcional nos casos em que o universo e a população que compõe o objeto de pesquisa ora trabalhado, possa ser subdivido em estratos relativamente homogêneos sem comprometer a unidade analítica e a compreensão da realidade. É valido ressaltar que essa técnica de amostragem não define quem são os sujeitos que responderão os questionários, está sendo uma decisão do pesquisador durante o procedimento de coleta dos dados.

Para determinação da amostra, se fez uso da fórmula empregada ao se trabalhar com estimativa de proporção populacional, sendo ela:

Com base nos cálculos, chegou-se ao plano amostral apresentado na tabela 02, composto por um agrupamento de 183 indivíduos, distribuídos dentre os cinco perímetros públicos existentes no território potiguar, sendo 54% no Baixo Açu, 21% em Pau dos Ferros, 15% no Sabugí, 3% em Itans e 7% em Cruzeta.

Tabela 02. Síntese do plano amostral utilizado na pesquisa.

Fonte: elaboração do autor, 2019.

Ademais se pontua que a margem de erro dessa pesquisa é 5%; o que representa que as respostas podem variar em no máximo 5% para mais ou para menos o intervalo de confiança foi de 95%.

PERÍMETROS IRRIGADOS POPULAÇÃO AMOSTRA PROPORÇÃO

Baixo Açu 189 99 54%

Pau dos Ferros 75 39 21%

Sabugí 52 27 15%

Itans 11 6 3%

Cruzeta 23 12 7%

 Realização de entrevistas

As entrevistas foram realizadas com representantes de órgãos e instituições que atuam diretamente nos perímetros irrigados ou desenvolvem ações a estes relacionadas, tais como o Departamento Nacional de Obra Contra as Secas, a Secretaria de Estado da Agricultura da Pecuária e da Pesca, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e o Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte.

A entrevista direcionada ao Departamento Nacional de Obra Contra as Secas (ANEXO A) estrutura-se a partir de questões que abordam a gênese e execução dos projetos públicos de irrigação no Rio Grande do Norte, o apogeu e decadência dos perímetros públicos de irrigação no estado, a inserção da fruticultura irrigada e as novas lógicas presentes nas áreas irrigadas e sobre as perspectivas políticas e institucionais para o fortalecimento da agricultura no semiárido potiguar.

O roteiro de entrevista elaborado para a Secretaria de Estado da Agricultura da Pecuária e da Pesca (ANEXO C) aprofundou questões sobre as ações institucionais desenvolvidas pelo governo estadual com o intuito de promover o fortalecimento e dinamização da agricultura irrigada no território potiguar, bem como sobre a dinâmica atual desta atividade produtiva e as perspectivas futuras vislumbradas para a mesma.

Já as questões conjuntamente elencadas para a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e para o Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (ANEXO D), contemplaram temáticas relativas ao conjunto de normas que rege o uso e a gestão das águas no estado, a atuação dos comitês de bacias hidrográficas, as emissões de outorgas e restrições de uso quanto a exploração da água para fins de irrigação, a instalação dos novos sistemas de engenharia hídrica associadas ao Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e a Transposição do Rio São Francisco e Integração dos Sistemas de Abastecimento, finalizando com questões que que tratam dos desafios e perspectivas futuras pensadas a partir da tríade: recursos hídricos, seca e agricultura irrigada.

Durante o trabalho de campo buscamos também estabelecer diálogos com os representantes as associações5 dos colonos e irrigantes no intuito de apreendermos a visão destes sujeitos quanto a realidade e as perspectivas postas para os perímetros irrigados. A

5 Associação dos Colonos Irrigantes e Agropecuarista do Perímetro Irrigado Itans – ACIAP.

Cooperativa Mista dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Itans–Sabugi Ltda – CAMPIS Associação dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Cruzeta – APICRUZ

Associação dos Colonos do Perímetro Irrigado Pau dos Ferros – ACOPAF Distrito de Irrigação do Projeto Baixo-Açu–DIBA

aquisição dessas informações deu-se por meio da realização de entrevista (ANEXO D), onde se abordou a gênese a finalidade destas associações, os mecanismos de atuação adotados pelo Estado e seus rebatimentos nos perímetros irrigados, não obstante a um conjunto que questões que comtemplou o passado recente e a situação atual dos projetos públicos de irrigação existentes no território potiguar.

Ao longo das pesquisas de campo realizadas do Distrito Irrigado do Baixo-Açu, efetuou- se a aplicação dos questionários com os agricultores familiares que possuem lotes no referido projeto de irrigação, e paralelamente se procedeu a realização de entrevistas com representantes de firmas que ocupam lotes empresariais (ANEXO E). Por meio da adoção deste instrumento foi possível compreender a estruturas organizacional e técnica dessas empresas, os artifícios adotados para acesso e uso da água, bem como as motivações e nichos de mercado que tornam viável a atuação desses agentes estado do Rio Grande do Norte e de modo particular no projeto público de irrigado anteriormente nominado.

USOS DO TERRITÓRIO E RECURSOS