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Pesquisa documental: ementas das disciplinas dos cursos superiores de

3 APRENDIZADO E DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

4.2 Procedimentos de coleta

4.2.2 Pesquisa documental: ementas das disciplinas dos cursos superiores de

Para a análise das matrizes curriculares dos cursos de graduação em Administração no Brasil, fez-se a opção por um recorte que considerasse exclusivamente as ementas das disciplinas de cada curso selecionado. Por uma questão de conveniência para determinação do corpus, foram utilizados dois critérios: (1) cursos de Administração com conceito igual a cinco na avaliação de cursos de graduação brasileiros, considerando-se tanto o conceito do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), quanto a avaliação in loco feita pelas comissões de especialistas do Ministério da Educação e Cultura (MEC); (2) cursos que fazem parte do projeto de Pesquisa Pró-Administração ligados à Universidade Federal de Uberlândia, onde esta dissertação de pós graduação foi desenvolvida.

No Quadro 13, descreve-se a relação dos cursos selecionados. Em relação ao primeiro critério, foram considerados os resultados do triênio 2007-2009, divulgado em janeiro de 2011 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelas avaliações. Inicialmente, a análise foi feita com base no triênio anterior, 2004-2006. Optou-se, inicialmente, por demonstrar os dados da avaliação mais recente. Em um segundo momento, fez-se uma comparação entre os resultados, que foi incorporada aos objetivos do estudo.

CURSOS COM CONCEITO 5 (ENADE e avaliação in loco)

SIGLA IES TIPO CIDADE UF

Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho EG Pública Belo Horizonte MG Faculdade de Administração de Empresas FACAMP Privada Campinas SP Faculdade de Economia e Finanças IBMEC IBMEC Privada Rio de Janeiro RJ

Centro Universitário FECAP FECAP Privada São Paulo SP

Escola de Administração de Empresas de São Paulo FGV-EAESP Privada São Paulo SP Insper Instituto de Ensino e Pesquisa INSPER Privada São Paulo SP

Instituto Superior Tupy – IST IST Privada Joinville SC

Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Pública Florianópolis SC Universidade Federal Fluminense UFF Pública Volta Redonda RJ

Universidade Federal de Goiás UFG Pública Goiânia GO

Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF Pública Juiz de Fora MG

Universidade Federal de Lavras UFLA Pública Lavras MG

Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Pública Belo Horizonte MG Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS Pública Campo Grande MS

Universidade Federal do Paraná UFPR Pública Curitiba PR

Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS Pública Porto Alegre RS Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Pública Florianópolis SC Universidade Federal de São João Del Rei UFSJ Pública São João Del Rei MG Universidade Federal de Santa Maria UFSM Pública Santa Maria RS Universidade Federal de Uberlândia UFU Pública Uberlândia MG Fundação Universidade Federal de Viçosa UFV Pública Viçosa MG

Universidade de Brasília UNB Pública Brasília DF

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP Pública Jaboticabal SP

Universidade Federal de Itajubá UNIFEI Pública Itajubá MG

CURSOS DO PROGRAMA PRÓ- ADMINISTRAÇÃO

SIGLA IES TIPO CIDADE UF

Universidade Federal de Goiás (*) UFG Pública Catalão GO

Universidade Federal de Uberlândia (**) UFU Pública Uberlândia MG

Faculdade Novos Horizontes UNIHORIZONT

ES

Particular Belo Horizonte MG

Universidade Federal de Minas Gerais (**) UFMG Pública Belo Horizonte MG

Universidade Federal de Lavras (**) UFLA Pública Lavras MG

Quadro 12 - Relação das universidades selecionadas Fonte: Ministério da Educação.Inep (2011)

Notas: (*) Foi avaliado o curso de Administração da UFG em Goiás (critério 1) e Catalão (critério 2). Os currículos são similares, mas possuem diferenças. (**) UFMG, UFU e UFLA foram selecionada pelos dois critérios.

Para ter acesso aos documentos necessários, foi feita uma pesquisa junto aos sites da internet de cada universidade. Inicialmente, buscou-se o Projeto Pedagógico dos cursos. Quando este não estava disponível, pesquisou-se a ementa. Quando nenhum desses documentos foi localizado, foi feito um contato por email com o coordenador do curso.

Esgotadas as possibilidades de acesso, procedeu-se à exclusão de dois cursos das análises: FACAMP e UNB.

A opção por analisar as ementas foi feita ao se constatar que, entre os materiais disponíveis para consulta, as ementas eram o elemento comum tornado público, conforme descrição detalhada no Apêndice B5. Apenas quatro universidades disponibilizavam o Projeto Pedagógico, que permitiria um estudo mais abrangente de outros aspectos relativos às competências. Outras seis disponibilizavam a estrutura curricular, com programa completo, incluindo bibliografia. Um total de 14 cursos disponibilizaram apenas ementário e grade. Uma vez que o elemento comum a todos eram as ementas, optou-se por avaliá-las, mas todos os dados estão disponíveis para futuras análises.

4.2.2.1 Análise de conteúdo

Para a busca de respostas em relação aos objetivos específicos, a técnica de análise de conteúdo foi utilizada com a consciência de que as relações estabelecidas são inferenciais, portanto dotadas de subjetividade, construídas a partir do referencial teórico e das percepções da pesquisadora na medida em que se aproximou do objeto. De acordo com Bauer (2002), a análise de conteúdo “é uma técnica para produzir inferências de um texto focal para seu contexto social de maneira objetivada” (p. 191).

As unidades de texto podem ser analisadas por meio do tratamento estatístico e da codificação de categorias, o que faz com que a análise transforme os dados em uma nova informação, relacionada ao objetivo do pesquisador e às teorias nas quais ele sustenta seu estudo. Bauer (2002) define que o processo de análise de conteúdo trabalha com os aspectos sintáticos e semânticos de materiais textuais escritos, que tanto podem ser resultado da transcrição de entrevistas quanto aqueles produzidos para outra finalidade qualquer, como jornais e memorandos. No presente estudo, essas unidades de análise foram as ementas, estudadas sob o enfoque teórico das competências necessárias à atuação internacional do gestor, do qual emergiram as categorias.

Para Bardin (1988), a análise de conteúdo “aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do

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Devido ao volume de dados e detalhes do levantamento documental e das análises das ementas, optou-se por disponibilizar o conteúdo dos apêndices em CD Rom, a partir deste ponto do estudo.

conteúdo das mensagens” (p. 38). De acordo com Bauer (2002), o processo de Análise de Conteúdo começa pela definição da amostragem de unidades de texto. Triviños (1990), a partir dos estudos de Bardin (1988), classifica esse processo como pré-análise, que consiste na organização dos dados ou materiais a serem analisados.

A segunda fase da Análise de Conteúdo é a descrição analítica, na qual o corpus da pesquisa deve ser submetido a um estudo aprofundado onde acontecerão os processos de codificação, classificação e categorização (TRIVIÑOS, 1990; BAUER, 2002). Nessa etapa, foram identificadas, em cada conjunto de ementas, quais competências poderiam estar sendo desenvolvidas, considerando-se um conjunto de palavras-chave definido arbitrariamente a partir do estudo da literatura. Para isso, foram estabelecidos parâmetros de análise como um dos objetivos do estudo. As categorias assumiram a nomenclatura das próprias competências definidas por Echeveste e outros (1999), que foram relacionadas aos resultados do levantamento junto aos gestores brasileiros.