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1 INTRODUÇÃO

2.2 Tecnologia de informação

2.2.7 Planejamento da TI

A TI está diretamente relacionada à estratégia organizacional, pois é utilizada a serviço de todas as áreas da organização, devendo suprir as suas necessidades de informações.

Conforme já foi mencionado anteriormente (item 2.2.2), a TI é um meio, e não um fim em si mesma. Nesse sentido,

A interação entre a tecnologia e a estratégia pode ser interpretada via subconjuntos das competências mercadológicas, por meio das quais as empresas tentam desenvolver vantagens competitivas sobre seus concorrentes. Isso pode ser alcançado via tecnologia, diretamente, ou por diferentes maneiras pelas quais a tecnologia pode alavancar ou promover outras competências (GOODMANN; LAWNESS, 1994, apud TORQUATO; SILVA, 2000, p.74).

Tudo o que é adotado em termos de TI dentro de uma organização, afeta a sua estrutura e operações, bem como proporciona mudanças na estratégia de negócios. De igual modo, as mudanças no mercado (negócios) alteram as necessidades organizacionais em termos de estrutura e de TI, e as mudanças na estrutura organizacional requerem alterações na TI e na estratégia de negócios. Os três itens devem estar perfeitamente alinhados, pois necessariamente influenciam uns aos outros. “O alinhamento é visto como um mecanismo de defesa contra os comprovados fracassos do passado e os riscos cada vez maiores do futuro e também como busca de um novo equilíbrio entre ambiente interno e externo” (PITASSI; LEITÃO, 2002, p.79). Essa idéia é reforçada pela afirmação de que “as estratégias de TI devem alinhar-se com as estratégias globais da organização, sendo implementadas com o envolvimento de todos os executivos, e não apenas os de TI” (MAÇADA; BECKER, 2001, p.96).

A quantidade de TI adotada por uma organização, ou o valor investido em TI, não representa uma proporção direta nos resultados a serem alcançados, pois certamente existe um investimento ótimo, considerando o planejamento estratégico organizacional, o tamanho da organização, a sua área de atuação, investimentos anteriores e o domínio que tem da tecnologia. “As organizações têm buscado um uso cada vez mais intenso e amplo de Tecnologia de Informação, considerando-a uma poderosa ferramenta empresarial que representa investimento significativo e deve ter uma implementação bem-sucedida” (ALBERTIN, 2001, p.42), mas “a percepção dos executivos brasileiros ainda está associada a

uma visão limitada de back-office, restringindo o alcance da TI apenas à redução de custos e aumento de capacidades” (MAÇADA; BECKER, 2001, p.96). Para evitar desvios desse tipo, bem como no sentido de exageros para mais ou para menos, “os esforços organizacionais para a assimilação e utilização de TI são realizados na forma de projetos de TI” (ALBERTIN, 2001, p.45).

O planejamento estratégico da TI, também conhecido como Plano Diretor de Informática, ou Planejamento Estratégico de Informações, é

um processo dinâmico e interativo para estruturar estratégica, tática e operacionalmente as informações organizacionais, a TI (e seus recursos: hardware, software, sistemas de telecomunicações, gestão de dados e informações), os sistemas de informação (estratégicos, gerenciais e operacionais), as pessoas envolvidas e a infra-estrutura necessária para o atendimento de todas as decisões, ações e respectivos processos das organizações (REZENDE, 2003, p.147).

Normalmente é recomendado que tal planejamento contemple um prazo de três a cinco anos, considerando as atividades e mudanças que foram planejadas para a organização como um todo referente ao mesmo período, sendo necessário acompanhamento da implementação e revisões anuais. O planejamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, representando todas as áreas da organização, a fim de que todas as necessidades organizacionais efetivas sejam contempladas.

Os profissionais envolvidos com a gestão da TI nas organizações, o que não se reduz aos especialistas em TI, devem fazer mais do que ampliar a eficácia dos processos subjacentes às mudanças adaptativas desencadeadas pela tecnologia. Devem buscar uma melhor compreensão da ontologia e da epistemologia da informação e enxergar os fenômenos associados à TI como parte de um problema mais amplo, envolvendo múltiplos aspectos inter-relacionados” (PITASSI; LEITÃO, 2002, p.86).

Inicialmente é feito um planejamento da situação ideal da informática na organização, para depois avaliar a situação atual e planejar os desenvolvimentos, implementações, aquisições, treinamentos, instalações de infra-estrutura, remanejamentos, contratações e até demissões de pessoal, contemplando os respectivos custos, benefícios esperados (e forma de comparação entre custos e benefícios), prioridades e cronogramas.

O cuidado na elaboração do planejamento da TI tem importância fundamental, visto que “o potencial da Tecnologia de Informação (TI) em capacitar e sustentar estratégias e sucesso organizacional está centrado na capacidade de seus dirigentes perceberem o valor e os impactos dos investimentos em TI nos negócios” (MAÇADA; BECKER, 2001, p.87). Nesse sentido, “a organização precisa saber aonde quer chegar e como o fará, para poder estabelecer suas prioridades e decidir, entre outras coisas, que TIs serão importantes para isso” (ALBERTIN, 2001, p.46). Se existe na organização o desejo de que os seus colaboradores sejam criativos e apresentem muitas idéias inovadoras, é preciso que o planejamento da TI reflita esse anseio. Por esse motivo, até mesmo os altos executivos e gerentes de todas as áreas “precisam continuar aprendendo como aplicar os sistemas e tecnologias da informação às suas situações específicas. Na realidade, as empresas dependem de todos os seus gerentes e funcionários para ajudá-las a administrar seu uso da tecnologia da informação” (O’BRIEN, 2003, p.5).

Tendo conhecimento que a TI pode ocasionar efeitos positivos, tais como a aceleração dos processos e a liberação dos colaboradores para realizarem atividades mais nobres, ou negativos, tais como a rotinização de operações e o empobrecimento das atividades dos colaboradores, a sua adoção deve ser planejada, a fim de alcançar os melhores resultados possíveis. Nesse sentido, apresenta-se a seguir a relação entre TI e criatividade, para que eventuais planejamentos de TI possam ser direcionados para o estímulo à criatividade.