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O MyNé o motor da transformação da Cidade Inteligente e Humana, onde os cidadãos recriam os bairros e as vizinhanças colaborativas de WINs comuns e encorajam a participação na governança da cidade se torna mais aberta e transparente respaldando em inovação e a confiança da própria democracia cada vez mais participativa e direta.

O MyN é constituído por uma plataforma que suporta uma rede social focada nas vizinhanças e por uma metodologia de engajamento e participação social. O sistema socio técnico do MyN permite que as comunicações existentes possam interagir de forma sinérgica, a fim de:

• Fortalecer e ampliar o senso de pertencimento de uma única comunidade ao bairro inteiro;

• Assegurar a interdependência, caracterizada por uma multiplicidade de dimensões urbanas (social, econômica, ambiental);

• Redirecionar o mecanismo de singularização, que é típico das sociedades urbanas contemporâneas para um que seja amplamente conectado (comunidades criativas).

De fato, os indivíduos estão cada vez mais focados na utilidade pessoal e na satisfação, que derruba a relevância dos valores comuns, sociais e coletivos (capital social) capazes de

desenvolver mecanismos de reciprocidade e solidariedade, que consideramos como a base da vida do bairro e sua concepção (CONCILIO; RIZZO, 2016). A metodologia MyN é baseada em três fases-chave.

Fase 1: Análise de Contexto

A fase de análise do contexto consiste na identificação das partes interessadas, dos projetos existentes e de todos os fatores que são considerados como influentes no contexto social e na criação da solução. O trabalho de campo consiste em entrevistas, observação de guerrilha e sessões de co-design utilizando post-itse outras ferramentas que, juntos, permitem que os principais atores conversem e ouçam entre si, incluindo cidadãos, profissionais, especialistas e voluntários. Essas metodologias permitem que a equipe MyN ganhe a confiança da comunidade-alvo através da confiança que os líderes da comunidade já têm. A coleta de dados durante esta fase resulta na identificação das WINs (Desejos, Interesses e Necessidades) dos cidadãos e também das necessidades das associações locais e dos municípios. A tentação de avançar diretamente para mecanismos de comunicação e sensibilização tais como: workshops, seminários, entre outros deve ser refreada enquanto não existir um clima consensual de confiança no projeto e seus agentes e um nível de empoderamento que permite identificar os ativistas e apoiadores. O evento alargado serve para consolidar o trabalho de campo, a sua disseminação e aderência a toda a comunidade. Nesta fase é fundamental já ter a confiança da comunidade para que as múltiplas ideias apresentadas possam ser priorizadas em um ranking que determinará a calendarização do seu desenvolvimento.

Fase 2: Co-design

O MyN desenvolveu um manual de co-design que foi disponibilizado para desenvolver esta metodologia, e fornecendo ferramentas de implementação. Sua estrutura geral é a base do trabalho de campo realizado no projeto, dividido em duas fases principais: a fase de análise de contexto e a fase de design de serviço. Vídeos são também realizados com a participação dos próprios atores da comunidade.

Durante a fase de co-design, os dados coletados anteriormente são usados para co- projetar e co-criar soluções e serviços. Várias oficinas e reuniões são realizadas para compartilhar ideias e serviços de co-design junto com os stakeholders (partes interessadas) e cidadãos locais. Algumas ferramentas, como blueprints, mapas de stakeholderse roadmaps, são

usadas para facilitar a interação e para progredir de forma mais eficiente na obtenção de resultados. Destaca-se também o papel da comunicação social, como vetor importante na aceleração e visibilidade do projeto, que tem reflexos positivos junto dos gestores e influenciadores de opinião.

Fase 3: Implementação

A implantação da solução em MyN baseia-se em três fases-chave: 1. Reconstrução dos bairros;

2. Empoderamento dos bairros; 3. Valorização do bairro.

A primeira fase é caracterizada pelo uso da metodologia Living Labs para implantar e promover uma plataforma MyN, que desenvolva aplicativos de informações dos cidadãos e da cidade ao permitir que os residentes locais se conectem entre si e compartilhem recursos - dados dos usuários como tempo, ativos, conhecimento e ferramentas TIC - para que seus bairros possam progredir. O trabalho com cidades-piloto busca dar início nas áreas alvo: saúde, meio ambiente, energia, educação, transporte, etc. Um dos objetivos desta fase é incorporar uma camada de gamificação na plataforma MyN que motive os usuários a continuar retornando ao site, para fazer mais por sua vizinhança e envolver seus amigos para criar uma nova plataforma MyN em seu próprio bairro.

Na segunda fase de empoderamento dos bairros, a plataforma MyN é usada para alimentar a necessidade de um "Sistema de Conselheiro de Vizinhança". O objetivo é estabelecer um banco de dados que compreenda a solicitação do usuário e o compare a resultados potenciais - que vão desde um aplicativo existente relevante até o contato direto com outros vizinhos que podem ajudar ou potenciais opções de crowdsourcing para criar novas soluções. Nesta fase, é importante incluir um loop de feedback após cada solução para incentivar o usuário a utilizar novamente o aplicativo de gamificação posteriormente.

A terceira fase, de aumentar o sentimento de valor da vizinhança, visa garantir que a MyN Platform ofereça um portal único e fácil de usar para adicionar conteúdo local, ideias de aplicativos e necessidades sobre sua própria vizinhança, facilitando assim um efeito viral. O objetivo é tornar as ideias e aplicativos amplamente e abertamente disponíveis – sejam eles recém-criados ou já existentes - através de canais e táticas online e offline, como competições de desenvolvedores (Hackatons) e a agregação e navegação das necessidades a nível de bairro e cidade para que seja possível fornecer inteligência escalável.