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(Atividades não observáveis no espaço pedagógico)

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE LEITURA ATUAÇÃO DO ALUNO/LEITOR

 Bases teóricas e metodológicas para elaboração da prática de leitura;

 Estratégias de escolha e leitura do livro literário;

 Estratégias de elaboração da atividade;  Elaboração do planejamento pedagógico;  Seleção das atividades no LD para serem

realizadas no espaço docente.

 Posicionamento sobre leitura;  Apreciação crítica;

 Atuação do aluno/leitor em outros contextos;  Onde o livro foi adquirido;

 Incentivo para a leitura por amigos ou familiares;

 Diálogos no decorrer da leitura;

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residencial;

 Inferências anteriores à leitura do livro;

 Posicionamento sobre a prática pedagógica no decorrer da elaboração das atividades.

Fonte: Elaborado pelo autor

Essas possibilidades permitiram à pesquisadora inserir-se no contexto de letramento, em um viés sociocultural. Olhar para a formação do aluno/leitor literário necessita não apenas verificar os eventos de letramento desenvolvidos na sala de aula; as ocorrências de leitura aconteceram muito antes das proposições didáticas a serem evidenciadas e prosseguem após o término. O envolvimento do leitor com a comunidade precisa ser visto, valorizado, para que as práticas de letramento e os eventos de letramento sejam interligados. Cada sujeito, contexto, dispositivo e procedimento ocorridos foram pensados a partir de um contexto de sala de aula direcionado ao professor e ao aluno em um viés do letramento, um letramento cíclico e com observações detalhadas não só do que acontece na sala de aula, mas também das interações envoltas no contexto de ensino, ou, como enfatiza Street (2014, p.65), “com algum interesse nas vidas e nos papéis dos alunos fora do ambiente escolar”. As atividades de leitura literária, partindo do que foi abordado, aderiram ao modelo ideológico do letramento, visto que se concentraram não apenas no contexto de ensino, mas sim nas intercorrências das práticas pedagógicas e da atuação do leitor.

As observações das aulas aconteceram no ano de 2018, em uma instituição de Ensino Médio. As aulas registradas foram de três professoras de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. As aulas da professora 1 (responsável pela turma da 1ª série do Ensino Médio) e da professora 2 (responsável pela turma da 2ª série) foram ministradas no turno matutino. No turno vespertino, foram observadas as aulas da professora 3 (docente da turma da 3ª série). De cada docente, o número de aulas observado não foi determinado, pois cada realidade foi única e possuía suas particularidades.

Após a leitura e categorização dos dados, de acordo com as temáticas listadas, as notas de campo foram reestruturadas através de indicativos com canetinha hidrocor colorida para separar e didatizar uma melhor possibilidade de análise. Isso não consiste em uma fragmentação, pois a interpretação se deu

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através da observação de todo um contexto interacional e não específico. Inicialmente a proposta foi analisar apenas as práticas pedagógicas de leitura de livros, que aconteceram em um momento determinado pelo professor na unidade. Assim como são três unidades, deveriam ser três propostas de atividades com livros, isso era o previsto no planejamento, mas no decorrer das aulas, surgiram outras que flexibilizaram as atividades. Em alguns momentos, era indicado um livro para toda a turma, em outros era escolhido mais de um livro e divididos entre a turma. Diante da não possibilidade de dados observados apenas nesse momento da aula, o pesquisador definiu que todas as aulas de literatura seriam observadas, com isso foi possível ter um contato maior com a realidade e interação ocorridas no ensino- aprendizagem de literatura.

Cada atividade foi planejada antes do desenvolvimento da prática em sala de aula. Alguns docentes elaboraram um roteiro inicial para que os alunos acompanhassem, outros explicaram a atividade oralmente.

6.2 PRÁTICA PEDAGÓGICA DE LEITURA LITERÁRIA: A MEDIAÇÃO DOCENTE E A ATUAÇÃO DO ALUNO/LEITOR

a) A mediação docente: a arte de conduzir o encontro;

Uma ação docente se concretiza diariamente em âmbito pedagógico. Esse atuar do educador é o norteador do processo de ensino-aprendizagem. A disposição da prática pedagógica objetiva encaminhar, mediar as aprendizagens dos sujeitos envolvidos, pensando nesse sentido tanto no educando quanto no educador, embora para a configuração de uma prática seja necessária toda uma construção histórica e social. A formação do educador é resultante da coletividade de aprendizagens docentes que ele acumula no seu percurso pessoal, tendo marcas da sua identidade e da sua memória educativa desde a sua tenra idade. Ser educador não se processa apenas no preludiar de uma vida acadêmica universitária, mas também no seu percurso educativo, familiar, na atuação de todos os professores na sua formação educacional, a sua formação docente, desde a inicial à continuada.

Nessa pesquisa, os educadores entrevistados informaram que na graduação ficaram muitas lacunas que foram refletidas e sanadas na prática da aula, no

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encontro com os sujeitos, nas suas construções pedagógicas. E a partir da sua inserção no espaço pedagógico, a prática docente foi organizada, sendo diferenciada a depender de cada sujeito da docência. Nesse sentido, vale fragmentar essa prática em três momentos: aspectos relevantes da constituição da docência destinados ao planejamento pedagógico; a atuação docente, a partir do momento de inserção na sala de aula; e a posteriori os atos que acontecem após a atuação didática. Na formação docente, de acordo com a exposição dos docentes, as práticas universitárias do literário foram limitadas nas bases teóricas e pouco cuidado foi dado às reflexões sobre literatura e ensino, ou seja, a elaboração de projetos de ensino, de práticas pedagógicas, de momentos reflexivos específicos ao ensino de literatura.

A mediação das práticas pedagógicas de leitura no Ensino Médio demonstra a didática de cada educador. A atividade planejada, livros escolhidos, cada dinâmica executada, atuação no processo de sala de aula dependem de uma diversidade de aspectos que contribuem para a elaboração desses momentos. O que foi visualizado na pesquisa, através da análise dos Planos de curso, do discurso das docentes, das observações das aulas, representou quem é aquele professor, naquele momento ao atuar numa PPLL com aqueles alunos/leitores específicos. O escrito, o dito e o feito trouxeram uma visão pedagógica da leitura literária na sala de aula e da sua relação com os leitores professores e alunos. A formação docente contribui, mesmo de forma indireta nesse processo, visto que os saberes da profissão, saberes curriculares e saberes pessoais, construirão esse educador com suas diversas performances.

Nas Práticas Pedagógicas de Leitura Literária (PPLL) foram analisados os eventos de letramento no viés do uso e produção de textos, verificando a relação das atividades com a leitura, com a prática pedagógica e com a posição do professor. No Plano de Curso os livros foram especificados em cada unidade30,

assim como as práticas a serem desenvolvidas; foram descritos a proposta de ler e discutir os textos e o livro como direcionador de um processo avaliativo. Ao analisar as observações das aulas, verificou-se como o plano foi usado como orientação e como o professor manteve o que foi programado.

30 Vale salientar que, como o planejamento é flexível, houve uma modificação na indicação dos livros

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Desde as observações das aulas foram elaboradas notas de campo. Apenas as PPLLI (Práticas Pedagógicas de Leitura Integral) e algumas PPLLF (Práticas Pedagógicas de Leitura de Fragmentos) foram analisadas. A partir da distribuição das ações dos sujeitos passou-se para o processo de interpretação dos dados assim especificados de acordo com a quadro abaixo:

Quadro 11: Prática pedagógica de leitura literária31

E V E N T OS DE L E T R A M E N T O Relação à Atividade Relação à Leitura Prática Pedagógica Posição do Professor

Pr o d u ção d e texto s U so d o s texto s

Fonte: Elaborado pelo autor

b) A voz do aluno/leitor e sua atuação na Prática Pedagógica de Leitura.

Não há PPLL sem leitor e, no caso em estudo, eles são diversos, com suas particularidades: leitor/professor, leitor/aluno. O primeiro foi visto em uma perspectiva didática, não como leitor apenas, mas como professor/leitor que segue suas padronizações de um ensino de linguagem. O leitor/aluno é o produto dessa configuração e também sujeito de uma formação de leitura. Mencionado nos planejamentos de ensino, nas formações continuadas, nas teorias literárias, o leitor passa por um processo que precisa ser trilhado para ser captado. Aqui está o leitor do nosso estudo. Nesse momento será analisado apenas o aluno/leitor de literatura, pois os outros leitores personificados em outras categorizações não serão necessários para essa tessitura. O aluno/leitor foi observado na perspectiva da leitura, da prática pedagógica, dos outros leitores no processo de interação e sua relação com o professor (especificado no quadro seguinte).

31 Esse modelo de quadro foi necessário para organizar todas as práticas desenvolvidas. Diante da

extensão das produções não há possibilidade de expô-las no texto, muito menos nos anexos da pesquisa. O demonstrativo será apresentado em forma de análise nas páginas seguintes. As práticas foram categorizadas, resumidas, selecionando-se o que mais interessa, e simplificadas com marcadores textuais.

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Quadro 12: Atuação do aluno/leitor

Fonte: Elaborado pelo autor.

O modo como os alunos/leitores se relacionam de acordo com as práticas pedagógicas de leitura, os suportes utilizados, como livros, recursos metodológicos, e o que esse comportamento reflete geram gestos de leituras próprios de cada um. São performances diferenciadas e impossíveis de serem mobilizadas, mesmo com a padronização da atividade realizada. Através das modalidades de ação, eles agem, ora mantendo um diálogo, ora contrapondo, negando ou simulando as formalizações. O aluno/leitor/agente (ALA) analisa o lido, as atividades e reage com intencionalidades particulares. Verifica-se abaixo como o ALA, através de suas marcas enunciativas, como discurso, silêncio, escrita, leitura, atuação gestual, se manifestou através dos objetos de coleta de dados: questionário, observação das aulas registradas nas notas de campo, como as suas maneiras de ler são demonstradas através das modalidades de ação (diálogo, gestos, expressão facial, ações).

6.2.1 - A prática pedagógica de leitura do 1º ano do Ensino Médio;

A turma do 1º ano pesquisada estava situada no primeiro piso do colégio, no turno matutino, sendo que as aulas se distribuíram na terceira e quarta aulas da segunda-feira e terceira aula da sexta-feira. A lista nominal de alunos do 1º ano D, observada no processo de seleção para os questionários, especificava 40 alunos. Foram observadas aulas em duas turmas, sendo três aulas do 1º B e dezesseis aulas do 1º D, totalizando 18 aulas observadas.

A formação docente é especificada na entrevista: formada em Pedagogia e Letras em Português, com Pós-graduação em Letras e Informática, a professora

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