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Realização da atividade: O que se verificou como uma das regularidades da prática docente foi o registro na lousa da pauta diária da aula Na PPLLI1 com o

PPLLI5 Interpretação textual

2) Realização da atividade: O que se verificou como uma das regularidades da prática docente foi o registro na lousa da pauta diária da aula Na PPLLI1 com o

livro “O Cavaleiro da Távola Redonda” e a análise do filme Rei Arthur, a professora fez uso de perguntas temáticas sobre relacionamento, papel da mulher, amizade, traição, objeto simbólico, cristianismo, confronto do vocabulário do livro com a atualidade, heroísmo. O uso de gêneros diferentes trouxe a possibilidade de ampliar as discussões temáticas e de comparar a perspectiva do filme e do livro. O uso de linguagens e recursos oportunizou ao aluno a visualização de novos gêneros discursivos. As fichas estavam em um recipiente fechado e o tempo era cronometrado. Os fragmentos textuais foram distribuídos para que relacionassem ao que foi indagado. A turma foi dividida em grupos. O trabalho em grupo é outra prática constante na sala de aula do Ensino Médio, que enriquece a prática docente, sendo que oportuniza a troca de opiniões, o incentivo à leitura pelos alunos/leitores, a construção de olhares diversos que se conectam uns aos outros produzindo variadas perspectivas. A literatura nesse viés passa a ser vista no âmbito solidário, em que vários olhares, juntos, construam inferências sobre o lido, associando com o contexto situacional subjetivo de cada agente leitor.

Para ilustrar a leitura de algum conteúdo foi frequente a indicação de séries (13 reasons), assim como uma prática de leitura com poema e uma tela, sendo que isso trouxe como comentário o livro “A Noite na Taverna”. O poema foi relacionado com músicas atuais e a análise organizada em grupos focou-se na estrutura textual,

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no sentido, na semântica, no eu lírico vivido e imaginado, assim como em temáticas de sonho, realidade, vida, morte e sexualidade. Durante essa atividade, um aluno mencionou: “Eu ainda acho que teve relação”, “Gostei da aula de hoje”. (ALUNO/Obser.) A professora solicitou aos alunos que anotassem o que foi analisado e apresentou as respostas das questões no slide. O uso diversificado de gêneros dá ao leitor a oportunidade de contato com outras leituras, mantendo a possibilidade de associação com o literário.

Na leitura do fragmento do poema I Juca Pirama (PPLLF2), ficou evidente o valor dado ao fragmento. Não apenas como algo acessório na mediação, mas sim valorizado desde o início, quando se visualizou: a professora solicitou a leitura do poema por uma aluna; fez a leitura compassada, questionou o significado das palavras desconhecidas, analisou detalhadamente o poema; questionou afirmações; completou a leitura com interpretação; comparou a temática textual com outras culturas; resumiu a história, associou índios com homem bomba; identificou tipos de herói e indagou se os alunos se lembravam do filme; propôs a leitura de outro poema: ‘Se eu morresse amanhã’ (exposto no LD); comentou curiosidades do autor; sugeriu a relação entre dois textos e indicou a leitura do texto integral. O fragmento complementou o ensino. Associou a textos integrais: “Navio Negreiro”, e apresentou discussões que não foram viáveis em decorrência da gama de leitura que deve ser feita ou de outros aspectos não visíveis na observação. À leitura de um poema integral seguiu uma mediação semelhante, desde a inferência antes da leitura, discussão, comentários, associação a contextos históricos, relação com poemas anteriores. Por fim, a conclusão da aula direcionou-se através de: palavras desconhecidas juntamente com análise e características dos poemas. O fragmento do poema promoveu uma prática de interações, uma atuação intensa e significativa, mediada por leituras, curiosidade sobre o autor, questionamentos, assertivas, complementações, comparações temáticas, textuais e entre personagens. Uma prática é múltipla, pois ela se reconfigura em outras, interconectando, dialogando. Nesse prisma, leitores se produzem, se enunciam e se misturam produzindo novos textos na investigação de outrem.

Outra prática que a professora desenvolveu foi a organização dos romances pelo título e fragmento textual ou indícios (PPLLF3). Após a exposição da aula sobre os tipos de romances do romantismo, com uso de slide para apresentar características e contexto histórico, foi questionado se os fragmentos das atividades

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se enquadraram no romance citado. Ela expôs um mapa literário sobre os romances. Na pauta dessa aula foi especificado:

Romantismo: prosa;

Características do romance; Tarefa da página do LD.

Na lousa foram apresentados os seguintes dados: título, autor, temática, cenário, estado/região do Brasil. A professora fez o resumo de cada livro, chamando a atenção para as pistas e na sequência a exposição da atividade foi apresentada:

Grupo de 4 pessoas;

Fichas com fragmentos de um resumo de um romance; Colocação do texto em sequência;

Preenchimento do quadro mencionado (a professora explica cada coluna);

Quando uma equipe terminou um romance, outras fichas de outro romance foram distribuídas;

A professora passa em cada grupo para explicar;

Um slide é exposto com o título: “A prosa romântica: o romance urbano, indianista e regionalista”.

O que se observou foi que, mesmo no trabalho com obras integrais, estas foram desenvolvidas fazendo uso de fragmentos, mas para isso a professora trouxe sinopses dos livros, e outros livros que não estavam nessa atividade foram mencionados, como “Senhora” e “A Moreninha”. Aqui o foco foi nas características de cada tipo de romance, na temática abordada. O direcionamento na historiografia e na preocupação em cumprir com um conteúdo a ser trabalhado ilustrou muito bem esse momento. As aulas e suas configurações permitiram uma didática que fez com que os alunos interagissem, construindo o conhecimento antes de ser este apresentado pelo professor, um ponto significativo e viável para manter os pés fincados nas estandardizações do currículo de linguagem literária, embora a configuração da atividade já demonstrasse um querer alçar voos. Uma prática discursiva se evidencia diante do processo de interação e diálogo.

Outra prática com fragmento foi com o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (PPLLF3). A professora comentou sobre o fragmento que está no LD, fez um resumo do livro e relacionou-o com a história contada. A posição da docente é de questionamento, reorganização das questões e complementação da fala dos alunos,

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contribuindo. O enredo de “Inocência” também foi retomado. Como foi uma atividade com o LD, a professora questionou se só havia uma pessoa com o livro na aula e solicitou que os demais não ficassem de conversa paralela. Na sequência questionou se alguém já tinha lido “Iracema”. O indagar na prática sobre os livros lidos permitiu a continuação do diálogo, o manuseio do fragmento, assim como o complementar com o LD promove a construção literária não permitida no momento. Mesmo quando não há leitura integral do livro há possibilidade de promover a curiosidade, o desejo de ler, desde que a prática seja conduzida com esse objetivo.

A PPLLI4 do livro “Senhora” foi feita em grupo de cinco alunos e foi apresentada logo no início da aula na pauta:

Avaliação 2,0; Jogo das placas.

Um quadro foi exposto, identificando as questões enumeradas de um a dez e os grupos até oito. Fichas foram entregues com as letras de A à E. Apenas uma pessoa do grupo ficou com as placas. A professora informou que esse jogo já tinha sido realizado antes, durante uma atividade de concordância. Um slide foi apresentado com fragmentos do romance e cinco alternativas. A leitura das questões ficou a cargo da professora, e ela atribuiu um tempo para os alunos responderem. A resposta foi apresentada em fonte vermelha. A professora comentou a questão e retomou-a para verificar se houve uma compreensão maior. A professora contou até três e incentivou os alunos: “Mantenha o nível. Não é pra errar mais, não” (PROF2-Obs). Os acertos das questões fizeram com que os alunos também comemorassem. A professora indagou: “E se estiver errada? ”. No final ela evidenciou que na prova haveria questões dos livros “Noite na Taverna” e “Iracema”. Aqui o fragmento muda de configuração, atentando para a interpretação. Nesse jogo, a mediação foi rodeada de incentivo e o objetivo dessa leitura desse evento de letramento era conduzido para a resolução de uma atividade, observando aspectos do texto.

Outro texto entregue na aula anterior foi retomado, refletindo o título e as seguintes temáticas de “Missa do Galo” - PPLLI4: mulher/esposa; homem/marido; casamento; sociedade; indícios de adultério, e associado a questões históricas, papel do narrador. Alguns alunos participaram da discussão. O texto foi comparado com “Os braços” e especificou qual a intenção do autor. A tarefa indicada pela professora solicitou aos alunos que trouxessem o livro e pediu que lessem o

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fragmento: “Primo Basílio”. O texto Missa do Galo foi retomado na próxima aula, revendo contexto histórico e aspectos do romantismo, e a professora comentou: “A função da literatura é ensinar e corrigir” (PROF2/Obs). E questionou: Quem leu “O Xangô de Baker Street?”, comentando a história sem fazer referência ao final. Voltando ao texto trabalhado, ela pediu a um aluno que lesse um parágrafo e disse: “Nesse parágrafo tem muita coisa interessante pra gente pensar” (PROF2/Obs). O livro O Primo Basílio é retomado, juntamente com comentário de Missa do Galo e O Cortiço. A professora questionou uma aluna que é escritora: “Qual o papel da literatura pra você?” Quando uma aluna chegou atrasada, a professora procurou atualizá-la do que foi feito. Os questionamentos prosseguiram: “O que o autor quer ensinar e corrigir nessa época?”; “Quem manipula Luíza?” “A gente vai encontrar uma personagem adúltera no romantismo? O enredo da Moreninha foi recontado.

De acordo com o preparo para a execução da PPLLI4, devido ao término das aulas e da ausência da maioria dos alunos nas turmas, a professora cancelou o desenvolvimento da atividade. Nas práticas pedagógicas de leitura foram focadas as discussões por temáticas. Essa abordagem trouxe a possibilidade de associar contextos históricos, de possibilitar discussões de várias áreas, não especificamente a literatura, mas também sociologia, filosofia, história, mantendo a interação e interdisciplinaridade entre elas.

3) Pós-atividade: Esse momento não foi tão enfático, pois a participação da

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