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Realização da atividade: Antes do início da apresentação, os alunos informaram ao professor o nome dos integrantes do grupo A PPLLI1 estava exposta

RELAÇÃO COM A LEITURA

2) Realização da atividade: Antes do início da apresentação, os alunos informaram ao professor o nome dos integrantes do grupo A PPLLI1 estava exposta

no caderno do professor, elaborada em um esquema, intitulado “Apresentação do livro Sherlock Holmes” (apresentada na imagem abaixo), especificando a forma como seria a atividade (recriando, narrar a história do livro, desfilando, noticiando, apresentação, construção da maquete). De início nos critérios da avaliação (criatividade, originalidade, organização, duração, pontualidade) e em cada atividade, constava o objetivo a ser alcançado. Notou-se o foco na atividade, no planejamento do professor, sendo que os critérios priorizavam aspectos da prática pedagógica que direcionava a leitura do livro. A PPLLI1 foi apresentada no auditório, fazendo uso de slides, cenário, vestuário, produção de maquetes. Algumas equipes não se apresentaram e, em algum caso, os alunos fizeram uso de um papel para ler a fala da apresentação. A organização das atividades foi fundamental para uma prática significativa, pois foram apresentados: os objetivos a serem alcançados, os critérios de avaliação e as atividades propostas. Com isso os alunos sabiam do que se tratava e tinham condições de refletir, estruturar, dialogar e interagir com os envolvidos no processo (professor e outros alunos). Nesse contexto, eram visíveis os eventos de letramento através do uso e produção dos textos. Em cada evento visualizado estavam subjacentes as práticas de letramento com seus valores, atitudes, sentimentos e relações sociais. As atividades desenvolvidas foram direcionadas para produção textual de textos narrativos, jornalísticos; aspectos corporais, gestuais ao caracterizar personagens; produção artística abordando uma construção do contexto social, situacional dos personagens vivenciados no âmbito literário.

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Ilustração 1 - Atividade da I unidade dos livros de Sherlock Holmes

Fonte: Anotações do professor

Na PPLLI2 do livro A Odisseia o aluno/leitor descreve a narrativa, personagens, há apresentação de cordel e jogral. O que se percebeu nas duas práticas foi que o professor não se posicionou durante a atividade, deixando os comentários para serem feitos posteriormente. Isso foi visível na sua entrevista: “eu gosto dessa questão de chegar junto, de perguntar, de questionar, de dar oportunidade do aluno perguntar” (PROF1/Entrevista). A atuação do professor foi algo que ele construiu com seus alunos, podendo ser durante ou depois da atividade. Essas reflexões sobre a leitura foram conduzidas e produzidas pelo leitor/aluno e leitor/professor, mobilizando as inquietações surgidas e as manifestações discursivas.

A PPLLI3 foi elaborada através de questões de três livros: Como eu era antes de você, de Jojo Moyes, A culpa das estrelas, de John Green (indicado pelo alunos), e o Xangô de Baker Street, de Jô Soares (esse foi indicado pela professora). As questões foram sobre personagens, moral da história, relação metalinguística entre o personagem e a leitura de um livro, desfecho da obra. Após a explicação a professora solicitou o nome dos alunos para anotar no caderno e,

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posteriormente ou durante a atividade, atribuir uma nota. A turma foi organizada em círculo na sala de aula. Houve questionamentos que incentivaram a participação do aluno/leitor, mas uma preocupação com uma fala individual de cada um. No livro ‘A culpa das estrelas’, a professora foi fazendo as perguntas e os alunos respondiam. Não houve interferência da docente durante as falas. A docente incentivava a interação ao informar que os alunos que não participaram deveriam falar e, quando um aluno se empolgava para expor sua opinião, ela pediu que ele parasse de falar para dar oportunidade a outro colega, promovendo uma constância no diálogo. No livro ‘O xangô de Back Street’, ela perguntou quem leu o livro e visualizou que muitos alunos não leram e mencionou: “Tem muita gente sem ler”, “Sobre o primeiro livro tem muita coisa sem ser dita”, “Nem metade da turma comentou”, “Marquei há dois meses atrás”, “Valendo dois pontos”, “Podem voltar para o lugar de vocês”.(PROF1/Observação) Como essa prática foi diferente das anteriores, as respostas dos alunos/leitores também foram. Isso deu ao professor a possibilidade de analisar, refletir, questionar cada gesto de leitura.

A mediação do professor referente ao livro ‘Como eu era antes de você’ foi baseada em questionamentos, em que alguns alunos respondiam a suas indagações, sobre se leram ou não o livro, e diante disso surge a confirmação da docente: “Então quer dizer que muita gente não leu livro nenhum” (PROF1/Observação). Isso foi reforçado em uma conversa com a docente no momento conclusivo da pesquisa, em que ela reitera:

Você percebe que nem todos leram realmente, alguns leram resumos, alguns ouviu o comentário dos colegas, (...) porque assim você percebe que uma grande parte também leu e quem leu realmente participou de forma efetiva. Deu pra eu perceber o interesse, a participação, muitos você às vezes tem até que interromper pra da espaço pros outros (...) eu achei que quem leu, quem fez a leitura participou bem das atividades, quem não participou você percebe que ficou de fora da leitura mesmo. (PROF1/Conversa)

Essa constatação trouxe informações significativas da não leitura, da leitura de resumos, da contribuição de um aluno/leitor com outro, da leitura integral efetiva. A PPLL não se refere apenas ao momento conclusivo de uma atividade, mas ao instante em que se verificam aspectos das maneiras de ler de cada sujeito. O docente não é apenas um mediador da atividade, mas um pesquisador tanto da sua atuação docente quanto da atuação do aluno/leitor diante das práticas.

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Não apenas os livros de uma tradição literária foram apresentados para a turma, mas também outras propostas de leitura. Essa prática foi direcionada com objetivo de fazer com que tanto o professor quanto os alunos pudessem demonstrar o seu interesse pela leitura, dando espaço para a literatura contemporânea na sala de aula. Para a professora:

Além de levar os autores que eu quero que ele leia outros que eles pudessem citar também, que eles tivessem o interesse de ler. (...) alguns alunos demonstram interesse por autores que eles já conhecem, mesmo que ele não vai ler de novo ele indica pra outros colegas (...). Eles estão lendo mais principalmente essa leitura contemporânea agora, porque quando a gente pede pra eles lerem uma leitura adaptada, a literatura que a gente tá trabalhando, a gente vê, por exemplo, as mais antigas, né, as mais clássicas, a gente vê uma maior resistência. (...) (PROF1Entrevista)

Esse diálogo entre escolhas literárias promoveu uma interação no âmbito pedagógico. A adaptação foi considerada pela docente como uma vantagem e exemplifica com a leitura proposta de Dom Quixote, pois, segundo ela:

Quem foi lá e pegou um clássico, pegou aquele livro bem mais antigo, teve dificuldade de entender, mas quem pegou as adaptações atuais eles amaram o livro, entenderam (...) Tem essa vantagem que a maioria dos clássicos hoje são adaptados e são adaptados já com a linguagem deles. (...) Eu não acho que tem que ficar só no atual. Como é que a gente vai poder mudar o nosso futuro se a gente não conhece o nosso passado, né? (PROF1Conversa)

Na mediação houve um direcionamento para o que o professor quer saber nas suas perguntas. Há uma interação que possibilita aos alunos se manifestarem e proporem temáticas variadas que possam surgir no momento da discussão. Esse processo é melhor estruturado na fala da docente do que na prática da sala de aula, sendo a construção dialógica de sentido dos textos literários lidos visualizada de acordo com a efetivação dos diálogos ocorridos.

3) Pós-atividade: A atuação do docente era manifestada de forma mais

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