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PREPARAR A ESTRUTURA LÓGICA E A SEQUÊNCIA DE UMA REDAÇÃO

No documento Voce Sabe Estudar_ - Claudio Moura Castro (páginas 105-116)

F. MAPAS MENTAIS: O PODER DOS DESENHOS

5. PREPARAR A ESTRUTURA LÓGICA E A SEQUÊNCIA DE UMA REDAÇÃO

É tam bém um recurso poderoso para arm ar o arcabouço lógico de algum a redação que estam os preparando. Pode ser de um a página ou de um livro inteiro. Com eçam os deixando as ideias fluírem , sem m uita lógica, sem sequência, sem estrutura. Estando lá tudo o que puderm os lem brar, com o se fosse os “ingredientes” do nosso escrito, com eçam os a rem exer na posição de cada elem ento, buscando encontrar um a organização lógica m ais apropriada. Organizam os o m aterial por ordem cronológica ou por categorias lógicas? Não há respostas predeterm inadas. Em cada caso, deve haver um a organização m ais conveniente.

Prosseguim os. O que está escrito neste quadradinho é um a ideia nova ou o detalham ento de um a ideia anterior? Esse exem plo pertence a qual ideia? Com o esse conceito se vincula ou se associa ao outro? Respondendo a essas perguntas, vam os m ovendo os quadradinhos dentro do m apa. O que estava

aqui, passa para ali, dentro de um a ideia m aior, ou vice-versa.

Progressivam ente, vam os ver um a estrutura tom ar corpo. Se parecer adequada, aperfeiçoam os. Se ainda está trôpega, voltam os a m udar de lugar os seus elem entos, até chegar a algum a organização que satisfaça. No lim ite, o m apa pode dem onstrar que as ideias não têm pé nem cabeça.

A seguir, reproduzo um m apa “de verdade”, que usei para escrever um trabalho sobre ensino básico no Brasil. No caso, foi usado o program a MindNode. O ensaio foi sendo estruturado, com as ideias principais sendo adicionadas e os pontos m enores colocados no m elhor lugar, segundo a lógica do ensaio. Após feito o m apa, chega então a hora de redigir o trabalho. Quando com ecei a listar as “novidades” na educação, descobri que algum as ideias eram realm ente novas, com o a universalização da escola e a ênfase no real aprendizado e não apenas no diplom a. Contudo, reapareciam ideias velhas, m as que tinham sido esquecidas e precisavam ser exum adas. Nesse processo, fui levado a criar o título “O velho que virou novo”, separado do título “Novo”. E assim por diante, com as ideias encontrando o seu lugar, dentro de cada um a das seis seções.

É, portanto, um recurso poderoso para arm ar o arcabouço lógico da redação que estam os preparando, perm itindo verificar sua estrutura lógica e aperfeiçoar sua apresentação. Repetindo, pode ser um ensaio de um a página ou de um livro inteiro.

Com eçam os por deixar as ideias fluírem , sem lógica, sem sequência, sem estrutura. Em pilham os no desenho tudo que puderm os lem brar, com o se fosse os “ingredientes” do nosso escrito. Feito isso, com eçam os a rem exer a posição de cada elem ento, buscando encontrar um a organização lógica. Progressivam ente, após certo vai e vem com os quadradinhos, vam os ver um a estrutura tom ar corpo. Se parecer adequada, aperfeiçoam os. Se ainda está trôpega, voltam os a m udar de lugar os seus elem entos até chegar a algum a organização que satisfaça.

Às vezes, podem os chegar à conclusão de que não há organização lógica possível. Nesses casos, pode ser que haj a um erro fatal na estrutura do argum ento. Dizem os um a coisa aqui e outra contraditória acolá. Nesse caso, o m apa m ental aj uda a identificar erros.

Voltando ao m apa da organização do espaço físico, se “com putador” estivesse ao lado de “televisão” não estaria bem , pois com putador não faz barulho, portanto, não afeta a tranquilidade do am biente.

O m apa m ostra tam bém a presença de um argum ento que nega o outro. Por quê? Falta algum passo crítico na argum entação? O m apa m ental aj uda a achar tais equívocos.

A possibilidade de ver um ensaio inteiro dentro de um a única página é m uito conveniente, sobretudo para aqueles que têm um a inteligência visual m ais apurada.

COMO FAZER UM MAPA MENTAL

Os m apas m entais, quando nasceram , não passavam de garranchos, desenhados com papel e lápis. De fato, há m uitos pesquisadores e adm inistradores respeitados que preferem os desenhos que vão fazendo ao tentar entender algum assunto, tom ar notas de aulas ou program ar atividades. A im agem a seguir é um bom exem plo.

Cláudio de Moura Castro Alguns profissionais, com o os arquitetos, têm um a relação sim biótica com o lápis, pois pensam com ele e se expressam com ele. Portanto, é razoável supor que encontrem no desenho livre a m elhor form a de com por m apas m entais.

Não obstante, essa é um a área onde as facilidades da inform ática e das interfaces gráficas são im batíveis, pelo m enos para quem não se delicia desenhando garatuj as. Isso porque um a das características m ais convenientes dos m apas desenhados em com putador é a velocidade com que são feitas, desfeitas e refeitas as posições dos term os, bem com o a estrutura lógica adotada. Com o m ouse, puxam os um elem ento de um lugar a outro. Algo que era a segunda subseção do capítulo II pode, instantaneam ente, virar o capítulo V.

Além disso, há facilidade em dar a sentença de m orte a um a ideia. Basta um clique no “delete”. Ou então, criar um a ideia nova, m esm o que o m apa j á pareça congestionado. Se usam os apenas a m ão, após sua elaboração e revisão, o desenho fica tão rabiscado que é preciso tom ar um a folha em

branco e refazer tudo.

A versão digital do m apa cognitivo faz exatam ente a m esm a coisa, no caso, com o encadeam ento lógico de um conj unto de ideias. Perm ite variações rápidas e visuais na organização de um pensam ento.

Notem a seguinte analogia. As planilhas eletrônicas oferecem a oportunidade de variar infinitam ente os elem entos de um a tabela, obtendo instantaneam ente novos resultados sobre o sistem a. São os exercícios de sim ulação do tipo “o que acontecerá se...”.

Se vam os usar o com putador para fazer m apas m entais, obviam ente, é preciso aprender com o lidar com tais program as. Felizm ente, a tarefa é das m ais fáceis. Para ilustrar, é infinitam ente m ais fácil do que fazer planilhas no Excel.

Supondo que você saiba ligar o computador, abrir um programa e usar os comandos tradicionais (salvar, imprimir, cortar, colar, etc.), o que precisa aprender é muito pouco. Basicamente, são apenas dois comandos. Não apenas isso, mas as teclas variam pouco de uma marca de software para outra.

Com o norm alm ente o program a abre com um a caixinha vazia no m eio, a prim eira providência é dar a ela o nom e da ideia central. Até aqui, pouco de novo a aprender.

Vêm , então, os dois com andos que fazem praticam ente tudo que se requer para ter um m apa m ental sim ples ou com plexo. Um a tecla gera um a nova caixinha ligada à ideia principal por um a linha. É cham ada de “filha”, pela óbvia analogia à sua “m ãe”, a ideia principal. Em geral, o com ando usado é a tecla “Tab” (estando a “m ãe” selecionada).

O segundo com ando é para criar “irm ãos”, ou sej a, caixinhas paralelas àquela que está selecionada. Para isso, a tecla costum a ser “Enter” (ou “Return”). No m apa apresentado anteriorm ente, “Novo” é irm ão do “Velho que virou novo”.

No m ais, são os controles convencionais. Para apagar um a caixinha, seleciona-se a dita e usa-se o com ando “Cortar”. Para m udar de lugar, basta pegar a caixinha com o m ouse e arrastá-la para o novo lugar desej ado – ou sej a, pendurada a um a outra qualquer. Isso é tudo.

Em 15 m inutos, você estará usando com fluência o program a. A prática sugere não parar m uito para pensar onde ir colocando as caixinhas. Nem passar m uito tem po pensando no que incluir. É m elhor ir rápido, no ritm o do pensam ento. Depois, olhando o quadro geral, com eçam a aparecer as m elhores form as de organizar os m ateriais, bem com o um a ideia m ais clara do que falta e do que deve ser elim inado.

Com o sabem os que nosso cérebro gosta de coisas visuais, podem os enriquecer o m apa com cores diferentes para cada coisa. Por exem plo, conceitos em preto, exem plos em verm elho.

As pesquisas nos dizem que tem os um hem isfério direito no cérebro que se especializa nas em oções, nos sim bolism os, nas representações. Portanto, há m uitos usuários que com plem entam as palavras com figuras, ícones e grafism os, alusivos ao assunto da caixinha. Por exem plo, o ícone do cifrão ao lado de dados financeiros é útil e bastante óbvio. Mas há m uitas outras possibilidades m ais im aginativas de desenhos alusivos à ideia correspondente. Por exem plo, um a lâm pada acesa para um a ideia nova.

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COMO ENCONTRAR UM MAPA EM VERSÃO DIGITAL

Para quem se interessar pelas versões digitais, estão disponíveis m uitos softwares de m apas conceituais. Alguns são vendidos, com o é o caso do MindManager. Porém , há outros que são de dom ínio público.

Nas páginas anteriores, usam os o program a NovaMind5, m ostrando, com o exem plo, o questionam ento sobre a existência de um local tranquilo para trabalhar.

Usam os tam bém um program a m uito conveniente: o X-Mind. Entre outras razões, por ter um a versão sim plificada de dom ínio público e que pode ser baixada no endereço: www.xm ind.net. Em bora não ofereça todos os refinam entos de algum as alternativas pagas, na prática, tem tudo que precisam os para os usos m ais com uns. Se nos apaixonarm os por esse software, podem os com prar a versão m ais com pleta.

Em tese, podem os transcrever para um m apa m ental qualquer raciocínio, sim ples ou com plexo. Podem os fazer listas ou podem os fazer calendários. Para as listas, os m apas dão um a versão visual do que tem os que fazer, com a conveniência de perm itir um a visão de conj unto. Além disso, perm item m arcar com ícones o que j á foi feito. Ou, sim plesm ente, elim inar a caixinha correspondente.

Mas há usos m ais com plexos e sofisticados, com o a estrutura lógica de um livro ou o planej am ento de algum a atividade.

ENFIM, O MAPA MENTAL É UMA LINGUAGEM, AO MESMO TEMPO, VISUAL E ESCRITA. NÃO HÁ LIMITES AO QUE PODEMOS FAZER COM ELE.

No documento Voce Sabe Estudar_ - Claudio Moura Castro (páginas 105-116)