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Voce Sabe Estudar_ - Claudio Moura Castro

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Academic year: 2021

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Sobre a obra:

A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o obj etivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêm icos, bem com o o sim ples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de com pra futura.

É expressam ente proibida e totalm ente repudiável a venda, aluguel, ou quaisquer uso com ercial do presente conteúdo

Sobre nós:

O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dom inio publico e propriedade intelectual de form a totalm ente gratuita, por acreditar que o conhecim ento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar m ais obras em nosso site: LeLivros.site ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link.

"Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo

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AVISO

Todo esforço foi feito para garantir a qualidade editorial desta obra, agora em versão digital.

Destacamos, contudo, que diferenças na apresentação do conteúdo podem ocorrer em função

das características técnicas específicas de cada dispositivo de leitura.

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CLAUDIO DE MOURA CASTRO é econom ista, m estre pela Yale University e doutor pela Vanderbilt University. Foi professor de várias universidades, entre elas a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a Fundação Getúlio Vargas, a Universidade de Brasília, a University of Chicago e a Université de Genève. Foi secretário executivo do Conselho Nacional de Recursos Hum anos do Instituto de Pesquisa Econôm ica Aplicada (CNRH/IPEA), chefe da Unidade de Políticas de Form ação Profissional na Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, trabalhou no Banco Mundial, em Washington, e foi Assessor-Chefe para a Educação do Banco Interam ericano de Desenvolvim ento (BID). Atualm ente é assessor especial da presidência do Grupo Positivo. Pesquisador em educação, publica m ensalm ente um a coluna na revista Vej a desde 1996.

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© Penso Editora Ltda. 2015 Gerente editorial: Letícia Bispo de Lima

Colaboraram nesta edição Editora: Priscila Zigunovas Assistente editorial: Paola Araújo de Oliveira Capa: Tatiana Sperhacke – TAT studio Im agens da capa: Pavel Izmalin/iStock/Thinkstock – Yellow m arker e Poligrafistka/iStock/Thinkstock – Pencil Preparação de original: Paola Araújo de Oliveira e Jéssica Caroline Kilpp Leitura final: Lucas Nunes Medeiros Proj eto gráfico e editoração eletrônica: Tatiana Sperhacke – TAT studio Produção digital: Freitas Bastos

C355v Castro, Claudio de Moura.

Você sabe estudar? Quem sabe, estudo m enos e aprende m ais [recurso eletrônico] / Claudio de Moura Castro. – Porto Alegre : Penso, 2015. e-PUB.

Editado com o livro im presso em 2015. ISBN 978-85-8429-036-9 1. Fundam entos da educação. I. Título. CDU 37.01

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Arauj o – CRB 10/2094

Reservados todos os direitos de publicação à PENSO EDITORA LTDA., um a em presa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A.

Av. Jerônim o de Ornelas, 670 – Santana 90040-340 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070

É proibida a duplicação ou reprodução deste volum e, no todo ou em parte, sob quaisquer form as ou por quaisquer m eios (eletrônico, m ecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem perm issão expressa da Editora. Unidade São Paulo

Av. Em baixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center Vila Anastácio – 05095-035 – São Paulo – SP

Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 – www.grupoa.com .br

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como ler este livro

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1.

Com ece lendo a seção D do Capítulo IV: Como ler um livro. Então, faça com o sugerido pelo texto: dê um a olhada geral antes de em preender um a leitura sistem ática.

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2.

Leia o sum ário no seu dispositivo, e escolha o que m ais lhe interessa. Em bora haj a um a sequência lógica nos assuntos apresentados, eles foram escritos de form a que possam ser lidos e entendidos aos pedacinhos, em qualquer ordem .

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pref ácio

Um grande núm ero de livros é publicado anualm ente em todo o m undo, e o Brasil não escapa a esta postura típica, alim entado pela vontade de autores que, m otivados pelos m ais diferentes assuntos, procuram chegar ao m ercado, escrevendo e tornando os tem as sobre os quais escrevem acessíveis aos leitores.

Tem os nas m ãos um trabalho feito com carinho e esm ero por um grande educador brasileiro, Claudio de Moura Castro. Ao longo de sua vida, o autor não som ente escreveu com o analisou os problem as educacionais do nosso país, que apresenta, eu diria, diferenciais negativos que precisam ser corrigidos. Hoj e, vivem os em um m undo global, e a sociedade precisa pensar que tem obrigações fundam entais em relação aos j ovens. Mais do que no passado, eles precisam de nossa aj uda para se transform ar em cidadãos de sucesso, por m eio de um a estrutura de ensino e aprendizagem dinâm ica e organizada, capaz de lhes proporcionar o m elhor em com petência para vencer em um m undo claram ente com petitivo.

O título deste livro é sugestivo e faz um a pergunta que afeta a todos, convidando o leitor a tentar responder algo realm ente im portante: “Você sabe estudar?”. Pode ser que naturalm ente possam os saber com o estudar e aprender m elhor, m as devem os aceitar que o processo de acum ular conhecim ento varia entre as pessoas, um as com preendendo e gravando inform ações de form a m ais eficaz do que outras. Se isso for verdade, o “com o aprender” pode ser ensinado e m elhorado.

Quando constatam os o nível técnico ou tecnológico dos produtos que hoj e nos são oferecidos, desde o m ais sim ples dos celulares até o m ais sofisticado com putador, não podem os deixar de adm irar a capacidade criativa dos autores de tais proj etos. São especialistas que, por m eio de processos avançados de ensino, se tornaram capazes de conceber e fabricar os m ais variados tipos de equipam entos, que enriquecem nossas vidas com inform ações há pouco tem po inacessíveis à im ensa m aioria dos habitantes do nosso planeta.

Do m esm o m odo que o autor nos pergunta se sabem os estudar, podem os perguntar se nossa capacidade de fazê-lo perm ite um nível de aprendizado e habilidade suficiente para produzir o im enso valor m ental agregado que tem os potencial para criar com a aj uda dos aplicativos e equipam entos que hoj e tem os em nossas m ãos.

De tudo que este livro pode lhe oferecer, caro leitor, algo im portante em erge: a im portância do aprendizado, difícil de ser m edido m as necessariam ente válido para aqueles que queiram se diferenciar positivam ente na sociedade em que vivem . No passado, a idade adulta e com petente dos seres hum anos era m ais alta do que hoj e. Mais recentem ente, podem os notar j ovens com petentes em idades em que há pouco não poderíam os identificar. O processo de preparar j ovens aprendizes, evidentem ente com petentes, j á não m ais surpreende. E esse processo vai continuar, pois j á é possível encontrar pessoas

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sábias adm iravelm ente j ovens – e no futuro isso deverá ser ainda m ais frequente. Esse novo am biente com petitivo no qual vivem os sugere o quanto é im portante, para cada um de nós, conquistar um aum ento na velocidade de aprendizado. Claudio de Moura Castro assum iu o desafio de vasculhar e entender os com plexos problem as da m ente hum ana para aprender, traduzindo-os em linguagem sim ples e prática, o “com o” e “o que” fazer para conseguir isso.

Cabem algum as observações a você, leitor, que teve a boa ideia e a disposição de ler este livro... e de aprender com ele. A velocidade e a eficácia de com o se aprende sem dúvida terão um im pacto dram ático no m undo acelerado dos nossos dias. Toda a sua vida profissional será construída pela sua capacidade de com preender e absorver verdadeiras enxurradas de inform ações produzidas globalm ente. Assim , sua vida profissional tam bém será m ais bem -sucedida em um a proporção de sua capacidade de aprender, m anter-se atualizado sobre inform ações disponíveis sobre sua saúde, relacionam entos e m uitos outros atributos do seu dia a dia.

A taxa, m edida em velocidade ou em tem po, por m eio da qual você aprende vai ter um im pacto destacado no m undo de hoj e, cada vez m ais acelerado. Toda a sua vida profissional terá com o base, em grande parte, sua capacidade de aprender rápida e eficazm ente. Inform ações sobre vida, saúde, finanças, relacionam entos e outras m ais dependerão de sua capacidade de absorver, com preender e processar o que tem pela frente, transform ando-o em um vencedor, ou não!

Tudo isso, e m uito m ais, caro leitor, deve estim ulá-lo a não som ente ler, m as tam bém aprender com o que o autor procura lhe transm itir com zelo e cuidado. Assim , considere o m om ento em que você com eçar a folhear este livro um instante m ágico, que terá im pacto em sua vida e poderá aj udá-lo m uito m ais do que você im agina!

OZIRES SILVA Presidente do Conselho de Adm inistração do Grupo Anim a de Educação e Cultura – Reitor da Unim onte

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introdução

A FERRAMENTA DO ESTUDANTE É O ESTUDO

Jefferson Bernardes/Shutterstock.com

Quando Ney m ar passa a bola entre as pernas do seu adversário, sem dúvidas, reflete um a centelha de genialidade. Mas, antes de tudo, aflora o dom ínio da técnica de controle da bola, fruto de m uito treino.

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Ingram Publishing/Thinkstock

Quando o pianista Nelson Freire é aplaudido de pé, após tocar um a sonata de Mozart, o público está reconhecendo os m uitos anos que foram consum idos estudando a técnica.

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innovatedcaptures/iStock/Thinkstock

O excelente m arceneiro fica feliz quando term ina um a gaveta que, ao abrir, parece deslizar no ar e não m ostra qualquer greta no seu encaixe. Ele desfruta, então, o resultado de anos de prática.

David De Lossy/Photodisc/Thinkstock

José Saram ago, prêm io Nobel de literatura, diz que as palavras são as ferram entas do escritor. Portanto, ele precisa ter total dom ínio sobre elas.

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Pelo m esm o raciocínio, a ferram enta do estudante é o estudo. Mas será que você sabe estudar? Bem ou m al, todos os estudantes estudam , m as Deus sabe com o! Perdem tem po, se aborrecem e aprendem pouco. Quando acham que aprenderam , rebate falso, pois j á esqueceram a lição.

Mas isso tem rem édio. APRENDER É COISA QUE SE APRENDE, pois é assunto bem exam inado pelos pesquisadores. A notícia ruim é que boa parte dos achados dos cientistas não é ensinada na escola. É um a pena: a escola ensina m uitas coisas, até assuntos dem ais. Contudo, não ensina a estudar, ou sej a, a fazer bem o que levou todos os alunos a ela.

ESTE MANUAL VAI AJUDÁ-LO A DOMINAR AS TÉCNICAS QUE PERMITEM APRENDER O MÁXIMO COM O MÍNIMO DE ESFORÇO.

Aprender a m anej ar as técnicas de seus ofícios vale a pena para o j ogador de futebol, para o pianista, para o m arceneiro e para o escritor. Por que não valeria tam bém para os estudantes? Vej am só, se estudam , precisam aprender a estudar. É m uito grande a coleção de técnicas confiáveis para estudar. Este m anual nada m ais é senão um a apresentação dessas técnicas, de form a direta e sim ples. Não há aqui discussão de teorias. Em vez disso, ensinam os com o estudar, na prática. Incluím os algum as explicações dos porquês, aqui e ali, quando isso aj udar a entender a técnica proposta.

O leitor atento notará certa repetição das ideias. A cada m om ento, elas aparecem vestidas com roupas diferentes, m as são as m esm as. Essa foi um a decisão deliberada, para reforçar os princípios centrais do que sabem os sobre o aprendizado. Na verdade, são m enos regras do que pareceria pela abundância de tópicos apresentados.

No estudo, bem com o no futebol ou no piano, há um círculo que pode ser vicioso ou virtuoso. Se você estuda do j eito errado, aprende pouco e se frustra com isso. O resultado é que estudar vira um m om ento desagradável. E tam bém am eaçador, pois ninguém gosta de fracassar no que faz. Com o é chato, você acaba escapulindo desse confronto com os livros. E fugindo, você aprende m enos, tornando o processo ainda m ais penoso.

Mas com ecem os j á com um a prim eira lição:

SE VOCÊ ESTUDA E ENTENDE, ACABA GOSTANDO DO QUE APRENDE.

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além de divertido. Dá vontade de continuar. Pense em exem plos de sua própria vida de estudante. Não há assuntos que você estuda com prazer?

Portanto, há tam bém um círculo virtuoso: quanto m ais se estuda, m enos penoso é e m ais prazeroso será. Dessa form a, o tem po que você dedicar a seus estudos pode ser convertido em um a grata oportunidade de desenvolvim ento pessoal e profissional. Na prática, quando você consegue sentir interesse pelo assunto, o estudo se torna m ais agradável: gostar de estudar resulta em gostar de aprender. Um a das teses deste livro é a de que saber estudar aj uda a sair do círculo vicioso e a entrar no virtuoso.

Então, estudantes de níveis avançados seriam m estres nessas técnicas? Não é bem assim . Com o ninguém os ensinou, não sabem estudar. Quer você curse os ensinos fundam ental, m édio ou superior, tem os certeza de que, nas páginas que seguem , encontrará conselhos úteis que poderão ser usados im ediatam ente. Neste m anual, você conhecerá diversas técnicas para desenvolver bons hábitos de estudo.

Com o organizar seu m aterial e seu am biente de estudo. Am bos influenciam sua concentração e sua capacidade de aprender e ler m elhor. Lem bre-se: existem técnicas específicas para cada tipo de leitura.

Com o conciliar o tem po dedicado às atividades acadêm icas diante de outras m ais atraentes. A boa gestão do tem po facilitará a execução de tarefas m ais im portantes para seu futuro.

Com o fazer anotações e resum os. Anotar é um a técnica cuj a utilidade ultrapassa, em m uito, a possível utilização subsequente que darem os às

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anotações. Só de anotar, j á aprendem os m ais.

Com o entender m elhor assuntos difíceis.

Com o lem brar-se do que foi estudado. Há m uitas técnicas úteis que você precisa conhecer.

Com o fazer m apas m entais – que são form as gráficas – para m ostrar esquem as m entais, teorias ou sequências de pensam entos. Ou m esm o para anotar aulas. Com o verá, é um a m aneira conveniente de anotar, rever e estruturar o pensam ento.

Com o achar as inform ações desej adas e assegurar que m erecem confiança. Atualm ente, você dispõe de m ais inform ação do que é capaz de m anej ar. Além disso, nem tudo é relevante ou m esm o confiável. É preciso aprender a separar o j oio do trigo, o lixo eletrônico do conhecim ento que servirá nos seus estudos e na sua vida.

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I. Aprendi, mas já esqueci!

Antes de enfrentar a jornada para aprender a estudar, vale a pena fixar nossa atenção no resultado esperado. Ou seja, o que queremos da escola? Até certa idade, estudávamos porque alguém mandava.

Mas este livro se destina a quem já ultrapassou essa fase da vida. Portanto, a leitores com boas razões para perguntar a si mesmos o que significa a palavra “aprender” – e, também, por que aprender. A prim eira dificuldade é que a palavra “aprender” tem um sentido bastante elástico; chega a ser vago. Pode significar tanto decorar o telefone do am igo quanto m anej ar com facilidade as equações da Teoria da Relatividade Com pleta. Sendo assim , devem os conhecer m elhor do que estam os falando, para evitar m al-entendidos.

TALVEZ A MELHOR MANEIRA DE PROCEDER SEJA PERGUNTAR O QUE QUEREMOS FAZER COM O CONHECIMENTO ADQUIRIDO.

Querem os decorar os elem entos da tabela periódica para passar am anhã na prova de quím ica, sendo que j am ais pretendem os voltar a essa m atéria? Ou querem os aprender j uros com postos, para escolher a revenda que cobra m enos j uros na prestação do carro?

Quem pretende ser engenheiro civil, por exem plo, precisa entender as leis que explicam por que certas estruturas m ecânicas, com o as pontes, suportam m ais carga do que outras. Portanto, há um oceano de diferença entre essas categorias de perguntas.

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No prim eiro caso, trata-se de reter na m em ória um m onte de palavras, som ente até que chegue a hora da prova. O conhecim ento é apenas para passar de ano. Porém , há um com plicador. A prova é am anhã ou no fim do ano? Se é no fim de ano, precisam os de um a estratégia que perm ita aparafusar na m em ória o nom e da m ultidão de substâncias. É diferente de lem brar só até am anhã.

O segundo caso requer penetrar nos princípios dos j uros com postos. Decorar a fórm ula é fácil, m as desnecessário. Contudo, aplicá-la na prestação do carro requer um dom ínio m uito m aior sobre um assunto pouco intuitivo. Além disso, lidar com equações exponenciais, com o é necessário neste caso, requer m anej ar calculadoras financeiras ou planilhas eletrônicas. Diante do desafio, se dedicarm os tem po a aprender com o aplicar a fórm ula, poderem os descobrir qual a revenda m ais interessante. Mas, um a vez com prado o carro, com o só usam os a fórm ula um a vez, é possível que esqueçam os com o usá-la. Assim , podem os concluir que aprendem os superficialm ente.

O terceiro caso é um pouco diferente. Um engenheiro civil precisa olhar um a estrutura – ou a sua planta – e ser capaz de dizer se vai aguentar a carga prevista. Pode ser no olho ou requerer alguns cálculos. Esse é um conhecim ento sem data de validade. Toda a sua carreira será pontilhada de ocasiões em que terá de avaliar se o edifício ou a ponte am eaçam cair. Portanto, é um conhecim ento para ser usado no cotidiano. Então, é um a boa ideia aprender em profundidade, para que esse conhecim ento não sej a esquecido m ais adiante.

O aprendizado que nos interessa é aquele aplicado à terceira categoria. E, também, o utilizado para transformar a segunda, mais superficial, na terceira, mais aprofundada. É aprender solidamente, para que possamos usar o conhecimento quando chegar a hora, seja amanhã, seja daqui a dez anos.

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No fundo, vam os à escola para adquirir conhecim entos que serão úteis para a vida. Pode ser a regra de três. Pode ser um a ideia de onde estão os países e as pessoas no m undo. Pode ser um a m aneira de redigir de form a clara e elegante, pois isso pode ser nosso cartão de visita. Pode ser o conhecim ento de com o funciona um transistor ou um telefone celular. Pode ser um a bagagem de história, para entender se o que lem os no j ornal é um a repetição do passado ou se podem os estar cam inhando em direções im previstas. E pode ser o trato refinado com a língua, que nos perm ite o deleite de ler e aprender com um livro clássico.

A ESCOLA NÃO DEVE SER VISTA COMO UM PERÍODO SOFRIDO EM QUE ACUMULAMOS CONHECIMENTOS INÚTEIS. SE ELA NÃO SERVIR PARA DESVENDAR ESSES HORIZONTES, PARA QUE SERVIRÁ?

Em grande m edida, este livro lida com o aprender, para que fique aprendido para sem pre o que nos vai servir ao longo da vida. Não obstante, aj uda igualm ente a preparar-se para o cotidiano da escola, em geral, im ediatista nas suas provas e avaliações.

Quem disse “aprendi, m as j á esqueci” não aprendeu de verdade. Apenas tocou na superfície do assunto e, por essa razão, a m em ória do aprendido logo evaporou. E o que sobrou? Nada, absolutam ente nada. Um a grande perda de tem po.

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II.

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A. CONFORTO – ATÉ CERTO PONTO

Se você é um dos poucos que consegue aprender estando na m esm a sala onde berra um a novela, este capítulo não é para você. Porém , se você costum a ter dificuldades para com eçar a estudar, controlar o am biente físico pode ser necessário.

Há pessoas capazes de estudar em pé, até no ônibus. Ou então, em m eio à criançada correndo e gritando. Mas são poucas. Para a m aioria, tais proezas podem até ser aprendidas, m as este talento pronto não vem “de fábrica”.

Entenda, estudar é um hábito, como qualquer outro. Depois de adquirido, tudo fica mais fácil.

É com o dar o laço no cadarço do sapato ou lem brar-se de pendurar a roupa no cabide. Com o tem po, vai ficando autom ático e indolor. Para quem se habituou a estudar, deixa de ser sacrifício. Não é tentador?

Estudar não é m uito diferente da ginástica. Quem nunca fez, no prim eiro dia, fica com o corpo dolorido. Aos poucos, além de não doer m ais, torna-se agradável. E quem faz ginástica por m uito tem po, quando para, sente falta. A m aioria de nós tem dificuldades para estudar em um am biente físico desconfortável ou cheio de convites para fazer outra coisa ou pensar em outro assunto. Ao estudar, saím os da nossa “zona de conforto” e enfrentam os, cara a cara, a nossa ignorância. É óbvio, pois se j á soubéssem os tudo, não precisaríam os estudar. Daí a tentação de fugir do confronto, usando qualquer desculpa. Para estudar sem esforço, a cabeça precisa aprender a gostar do desafio de lidar com o novo, com o desconhecido.

AO ESTUDAR, ESTAMOS SEMPRE AMEAÇADOS.

TEMEMOS QUE NOSSO AMOR PRÓPRIO SOFRA UM REVÉS QUANDO NÃO ENTENDEMOS A LIÇÃO.

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vai entender isso, fracassar é ruim !”. Portanto, nada com o um cham ado providencial de um am igo para fazer coisas m ais agradáveis – e que não m achucam o nosso am or próprio.

Para proteger nosso estudo, um a prim eiríssim a providência é criar ou adaptar um espaço físico que evite, tanto quanto possível, o trabalho desse “satanás das distrações”.

Pode parecer óbvio, m as há um prim eiro assunto a ser tratado: o conforto físico.

SimonKr d.o.o./iStock/Thinkstock

A cadeira é confortável? Ou a cada m om ento dói algum a parte do corpo? Atenção: conforto dem ais não é bom , pois favorece os cochilos frequentes.

Hemera Technologies/PhotoObjects.net/Thinkstock

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serezniy/iStock/Thinkstock

Há lugar conveniente para guardar os m ateriais depois do estudo? Dá trabalho para recuperar tudo na próxim a vez?

DenisKot/iStock/Thinkstock

E a ilum inação? Se é im própria para o estudo, é m ais um fator atrapalhando. Parece um a regra óbvia, m as não é. É curioso verificar as dificuldades de encontrar um quarto de hotel em que se possa ler confortavelm ente (em geral, só no banheiro há boa ilum inação). Precisam os de um a lâm pada com potência m ínim a de 60 watts, a não m ais que um m etro de distância. Mas, sozinha, ela cria um contraste excessivo, tornando a leitura desconfortável. Portanto, outras fontes de ilum inação no am biente aj udam .

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B. MESA ARRUMADA, CABEÇA ARRUMADA

Pode parecer psicologia de botequim , m as é verdade. A ordem (ou desordem ) física em nosso redor condiciona a ordem (ou desordem ) que reina em nossa cabeça. Se a m ente está confusa e não conseguim os arrum ar os pensam entos para com eçar a estudar, um am biente bagunçado só pode atrapalhar.

JeffreyBeall (www.flickr.com/photos/denverjeffrey)

O rem édio é intervir na ordem m aterial à nossa volta, pois isto nos aj uda a fixar a cabeça no trabalho a ser feito. Se antes de começar o estudo arrumamos nossa mesa, isso tem o efeito quase mágico de arrumar a nossa cabeça. Portanto, se está difícil se concentrar nos estudos, colocar livros e papéis em ordem costum a aj udar.

Além disso, a preparação para o com eço dos estudos tem outra função prática. Em m eio a um estudo difícil, há um diabinho dentro de nós que, a cada ocasião, nos sussurra: “Não dá para continuar sem o dicionário!”. Ou então: “Onde fazer os apontam entos, se não há caderno de notas? E aquela

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página com suas notas de aula?”. No fundo, ele está sem pre querendo encontrar um a desculpa para fazer você perder tem po, interrom per ou até abandonar o estudo.

Portanto, protej a-se das interrupções na hora errada. Prepare tudo antes e evite desculpas para ir procurar algum a coisa que faltou.

Mas, e se o que poderia ser um rem édio se converter em um a doença? Arrumar a mesa pode virar uma desculpa para não começar a estudar. O que deveria ser um processo sim ples prolonga-se indefinidam ente. Prim eiro, colocar os livros na estante, depois apontar os lápis, em seguida, passar a lim po a aula anterior e... outras tarefas vão aparecer. Nesse ritm o, não chega a hora de estudar.

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C. “FAÇO MUITAS COISAS AO MESMO TEMPO”: DÁ CERTO?

As novas gerações fazem tudo ao m esm o tem po: enquanto assistem à televisão, a internet está sem pre ligada. Quem sabe ouvem ainda um a m úsica? Arrum am a casa enquanto tom am algo. No m eio da confusão, dizem que estudam tam bém .

jayfish/iStock/Thinkstock

E ainda se gabam de sua com petência m ultitarefas – ou multitasking, para usar o term o da m oda, em inglês! Fazer tudo ao m esm o tem po virou um a religião da j uventude. Será que isso não passa de um m odism o? Não sabem os. Mas j á sabem os um pouco sobre esse estilo de vida, plugado em tudo ao m esm o tem po. E, para a educação, as notícias não são boas. Essa religião do multitasking tem suas lim itações. Dá para fazer m uitas coisas ao m esm o tem po, é verdade. Mas pesquisas recentes m ostram que, pelo m enos em algum as atividades, a qualidade do trabalho é com prom etida.

Na prática, algum as coisas saem direito. Outras não.

Se a casa ficar m al arrum ada, não im porta m uito. Se perderm os o fio da m eada da novela, vam os recuperar o enredo no próxim o capítulo. Mas há assuntos que não se aprendem aos pedacinhos ou j unto com outras atividades. Azar deles?

Não é bem assim . Saem perdendo os que acreditam na sua capacidade de fazer tudo ao m esm o tem po.

Aqueles conhecimentos cujo domínio é mais vital para o nosso sucesso futuro não podem ser estudados no

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picadinho.

Posso aprender um a nova palavra em inglês em um par de m inutos. Isso pode ser intercalado com m uitas outras atividades. Há quem escreva as novas palavras a decorar no box do chuveiro. Esse tipo de aprendizado pode dar certo, entrem eado com tudo o m ais que está acontecendo.

Mas não dá para entender o conceito de derivadas e integrais ouvindo rock pauleira. Vendo novela, não é possível entender as trapalhadas da Revolução de 1930. E com o entender a diferença entre peso e m assa, em m eio a um grande falatório?

Diante de certos assuntos, com o os m encionados anteriorm ente, não dá para pular de um a coisa à outra, ou em bolar tudo ao m esm o tem po. Tende a ser j ustam ente o aprendizado de determ inadas coisas que fará a diferença no seu futuro. É a formação, em contraste com a informação. Essa últim a pode vir picadinha.

A FORMAÇÃO, SENDO MAIS PROFUNDA E DIFÍCIL, EXIGE CONCENTRAÇÃO.

Portanto, nos estudos m ais pesados, cuidado com os e-m ails apitando no com putador! Quando estam os chegando ao ponto de saturação da nossa capacidade de nos concentrar em um assunto árduo, espiar dois ou três e-mails que apitaram pode ser um a pausa bem -vinda. Mas, em geral, nas tarefas que exigem m uita concentração, isolar-se dos e-mails é um a boa ideia. Não dá para ficar com um olho no estudo e outro na caixa de m ensagens. O m esm o vale para o telefone que toca.

Seu futuro depende de proteger da distração certos estudos mais árduos, por acreditar que são vitais para a sua educação.

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D. O SILÊNCIO É DE OURO

Assim com o algum as pessoas são visuais, ficando m eio traum atizadas em um am biente onde os obj etos estão fora do lugar, há outras para quem os sons e ruídos trazem desconforto ou desconcentração. Quando o exercício de m atem ática não dá certo, aquela m úsica do vizinho com eça a incom odar. Pesquisas m ostraram que escritórios barulhentos (tipo open office) tiram a concentração das pessoas e reduzem a produtividade. Isso é m ais verdade quando lidam os com assuntos novos e difíceis. Em alguns dos velhos e j á dom inados, operam os no piloto autom ático, pois requerem pouca ou nenhum a concentração.

No outro extrem o, pode ser que os sons sej am apaixonantes, tirando tam bém a nossa concentração. Há pessoas que ficam suj eitas a acidentes de trânsito se ouvirem m úsica enquanto dirigem , pois são transportadas para as notas que fluem e não prestam atenção em m ais nada. A m aioria de nós fica no m eio do cam inho: nem bate o carro nem possui um interruptor para desligar os ouvidos quando precisa estudar. Portanto, é preciso adm inistrar os sons que nos cercam .

Música para estudar? Não há unanim idade por parte de quem j á pesquisou o assunto. Em princípio, depende de cada um . Em geral, para quem precisa de m úsica, m elhor que sej a calm a e apenas instrum ental. Se o fone com a m úsica protege da poluição sonora do am biente, pode aj udar.

Mas é preciso voltar à ideia central deste tópico.

DIANTE DE UMA TAREFA DE ROTINA, CONHECIDA E QUE NÃO REQUER MUITO ESFORÇO MENTAL, A MÚSICA PODE SER UMA BOA IDEIA. MAS ATRAPALHA SE FOR PARA APRENDER ALGO NOVO OU ENTENDER UM ASSUNTO DIFÍCIL.

Portanto, controlar os sons e ruídos deve ser um a preocupação para quase todos. Se não é possível baixar o volum e da novela do vizinho, essa é a hora de escolher um estudo m ais fácil. Ficam as equações para m ais tarde. Em um país barulhento com o o nosso, estudar em bibliotecas pode ser um a solução adequada. Enfim , cada um é cada um e precisa avaliar o efeito do ruído e da m úsica na qualidade do seu estudo.

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E. POSSO INTERROMPER? TEM HORA QUE NÃO PODE

O bom uso do tem po é um dos aspectos m ais críticos para a nossa produtividade. O que m ais atrapalha são as interrupções e as tarefas feitas na hora errada (em geral, tarde dem ais).

Com o j á foi dito, algum as tarefas podem ser feitas “picadinhas” ou m isturadas com outras atividades; um pedaço agora, outro daqui a pouco. Por exem plo, arrum ar a casa ou os livros. Aproveitam os a ida ao banheiro para levar a cam isa suj a. Na volta, recolhem os um copo servido e recolocam os na estante o livro largado no corredor. Mesm o na área dos estudos existem atividades desse tipo, com o passar a lim po as anotações, o que requer pouca força de vontade e energia. Mas há outras atividades que exigem concentração, e não é pouca. Se há interrupções, não podem ser feitas com eficiência.

NÃO SE ESQUEÇA DE QUE, COMO OS MÚSCULOS, A CABEÇA REQUER UM PERÍODO DE “AQUECIMENTO” PRÉVIO.

Músculo frio não funciona bem . Por isso, os j ogadores aquecem seus m úsculos antes de entrar em cam po. Cabeça dispersa tam bém precisa ser preparada. Por exem plo, não dá para estudar estatística ou teorias econôm icas nos m inutos que sobraram , esprem idos entre dois com prom issos.

Para os temas difíceis, é preciso blindar blocos de tempo, sem interrupções.

As m aneiras m ais fáceis consistem em reservar para eles m om entos em que estam os em espaços físicos inacessíveis e horários onde há m enos “invasores” externos.

Além disso, é preciso estabelecer “com binações” com aqueles que costum am criar interrupções. Podem os fazer palavras cruzadas na m esa do café, m esm o com gente entrando e saindo. No m eio da preparação de um a lista de com pras, passam os a m anteiga ou reclam am os do café frio. Mas, nessa confusão, não dá para entender o Segundo Princípio da Term odinâm ica. É preciso acertar, em casa, os horários em que ninguém pode bater na porta, perguntando onde está o xam pu.

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Há outro aspecto a ser lem brado. Nosso corpo opera com ciclos de aceleração e calm a, sono e agitação, vontade de fazer coisas e vontade de não fazer nada. Cada um tem os seus próprios ritm os (cham ados de circádicos). Portanto, você tem que conhecer os seus e adaptar sua vida a eles. Há horas m elhores para estudar assuntos difíceis. Algum as pessoas são m atinais. Outras só aceleram a m áquina depois da m eia-noite.

PORTANTO, CADA UM DEVE DESCOBRIR AS HORAS BOAS PARA ESTUDAR AQUELE ASSUNTO MAIS PENOSO OU AMEAÇADOR.

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O telefone m ereceria um capítulo à parte. De que adianta brigar para que ninguém nos interrom pa se atendem os ao telefone assim que ele toca? Adm inistrar o telefone pode ser um tem a crítico para certas pessoas. E para você?

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F. DIFÍCIL SE CONCENTRAR? HÁ REMÉDIOS

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Muito j á se escreveu sobre as dificuldades de concentração. Bons conselhos não faltam . Um dos m ais úteis é ter um local só para o estudo – e que sej a o m ais apropriado possível. Quando nos sentam os “naquela” cadeira, é para estudar. Nossa cabeça vai se acostum ando a essa ideia, vai criando o que os psicólogos cham am de “reflexo condicionado”. O psicólogo russo Pavlov nos oferece o exem plo clássico com seus experim entos com cachorros. Vem os isso em casa quando, ao ouvir os ruídos que prenunciam o seu alm oço, os cães com eçam a salivar. Ou sej a, certos sinais do am biente ligam um interruptor em nossa m ente, associando determ inados eventos ao que vem depois.

Portanto, é boa ideia criar o hábito de estudar em um m esm o lugar, de tal form a que, quando nos sentam os naquela cadeira, algum a coisa dentro de nós faz com que com ecem os a estudar. Já que falam os de cachorros, observem os os seus hábitos, as cadeiras de que gostam , onde fazem pipi e por aí afora. Som os parecidos, pois tam bém tem os hábitos e situações que condicionam nosso com portam ento. Ao colocar o tênis e a cam iseta, nossos m úsculos j á sabem que vem exercício e se preparam . É preciso aproveitar esses instintos para aj udar nos estudos.

Mas essa regra não é rígida. Há estudantes nôm ades que gostam de m udar de lugar, para variar. Um dia na praça, outro na sala, outro no quarto, outro no café da esquina.

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Além do am biente físico, há outros fatores que aj udam – ou atrapalham . É difícil estudar depois de correr um a m aratona, m esm o estando acostum ado. Exercícios pesados não facilitam a concentração. Da m esm a form a, não vai bem o aprendizado de verbos irregulares depois daquela feij oada com caipirinha.

É difícil estudar depois de atividades de alta adrenalina, com o um j ogo difícil do nosso tim e favorito ou um a trapalhada de fam ília. Tem os que adm inistrar nossa vida para m inim izar a ocorrência desses eventos de alta eletricidade antes da hora de estudar.

Alguns escritos sobre o assunto sugerem exercícios de m editação antes do estudo. Ótim o, desde que a m editação não term ine em um belo cochilo, um evento nada im provável.

Outra sugestão é elim inar as preocupações e pressões na agenda. Em vez de pôr a atenção nos estudos, ficam os pensando no que precisam os fazer. Há que m arcar o dentista, pagar a conta do telefone, responder ao e-mail do am igo e por aí afora. A solução clássica para os borbotões de tarefas do cotidiano que nos invadem a m ente é fazer um a lista. Com o tudo a ser feito é descarregado no papel, não é m ais preciso deixar um pedaço da nossa cabeça de sobreaviso, com m edo de esquecer os com prom issos futuros. Está na lista, pronto!

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necessária para estudar seriam ente. Quando isso acontece, operam os com o nossos antepassados pré-históricos diante de perigos. Não raciocinam os, e tudo vai no piloto autom ático das reações program adas em pedaços m ais prim itivos do nosso cérebro. Mas há boas técnicas para reduzir a velocidade do nosso m etabolism o, sem recorrer a rem édios de farm ácia.

A proximidade das provas pode gerar uma ansiedade mais séria. Por isso, no último capítulo deste manual, descrevemos técnicas de meditação e dessensitização. Por ora, mencionamos algumas técnicas leves e rápidas.

Respire fundo seis vezes. Lentam ente, inspire pelo nariz e expire pela boca, com toda calm a.

Na sua im aginação, visite um lugar atraente, com o um belo parque ou um a praia deserta. Cada um terá sua im agem m ais tranquilizante. Tente visualizar a cena im aginada, com todos os detalhes do lugar.

Pense em algum a coisa agradável que você vai fazer no fim de sem ana.

Abrace alguém . É um santo rem édio. O contato hum ano faz m ágicas na hora em que precisam os.

Movim ente-se! Vá até a j anela, olhe os passarinhos. Passeie no lugar próxim o m ais agradável.

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Nem sem pre o problem a é estar acelerado ou inquieto. Pode ser o oposto: ficar com sono. Isso pode acontecer. De fato, quando tentam os prestar atenção em algum a coisa, o esforço costum a dar sono. É assim m esm o, faz parte da natureza da nossa m áquina.

No entanto, lutar contra o sono pode não ser um a boa ideia. Talvez sej a m elhor tirar um cochilo de alguns m inutos e, depois, voltar aos estudos. Às vezes, m enos de cinco m inutos são suficientes.

Um truque interessante é não buscar um a posição totalm ente confortável para esse cochilo, pois há o risco de dorm ir a sono solto e perder a hora. É m elhor um pouquinho de desconforto, pois isso leva a um sono curto.

Tam pouco é o caso de favorecer o aparecim ento do sono. Estudar na cam a é convite certeiro para o sono aparecer. Afinal, estam os condicionados a isso e o conforto da cam a relaxa m ais do que o apropriado para estudar.

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III.

O tempo é a sua maior riqueza, há que administrá-lo

Neste capítulo, você aprenderá como melhorar suas habilidades para gerenciar seu tempo. Lembre-se: o tempo é o recurso mais precioso que você tem! Nos negócios, tempo é dinheiro. Nos estudos, o tempo é a matéria-prima do aprendizado.

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A. SEU TEMPO NÃO DÁ PARA NADA?

Assim com o há perdas de tem po na sala de aula, há enorm es perdas por parte dos alunos fora dela, causadas pelo m au uso do tem po disponível para estudar. Aprender a usar bem o seu tem po é um a das consequências esperadas deste m anual.

Na aula, o professor adm inistra o tem po de todos. Pode fazê-lo bem ou m al. Porém , não está ao seu alcance m udar isso. Já em casa, tudo depende de você. Se não sabe gerir seu tem po, será prej udicado. De fato, a m aioria dos alunos não sabe se preparar para os estudos, não sabe estudar e nem por onde com eçar, além de ter dificuldades de concentração. Em sum a, não sabe usar o tem po.

Organizar o tempo é tão importante quanto qualquer outro tipo de providência para aprender mais.

Assim com o não acham os as coisas em um a casa bagunçada, o uso indisciplinado do tem po não leva a bons resultados escolares. Esse aprendizado é im portante não só para o sucesso escolar, m as tam bém porque a escola é um a preparação para o trabalho. E para quem j á trabalha, aprender a aproveitar bem o tem po vale para as duas coisas (assim , é duplam ente valioso).

Há um a tendência universal de perder tem po com atividades secundárias m enos penosas e deixar para o fim o m ais im portante. É da natureza hum ana. Muitas vezes, essa tarefa m ais difícil nos am edronta. O resultado é que nos arriscam os a term inar o dia sem aprontar aquilo que é m ais crítico para o nosso sucesso futuro. Vão aparecendo outras tarefas e distrações e o dia vai se escoando.

É preciso planej ar o tem po de form a a conseguir term inar, pelo m enos, o que consideram os indispensável. Sendo assim ,

O PRIMEIRO PASSO É FAZER UMA LISTA COM TUDO O DE QUE PRECISAMOS FAZER E, EM SEGUIDA, DAR UM NÍVEL DE PRIORIDADE A CADA ITEM DA LISTA.

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yands/iStock/Thinkstock Para a m aioria das pessoas, há sem pre m ais coisas a serem feitas do que tem po disponível. Disso não escapam os. Observa-se tam bém que quase todos usam m uito m al o tem po.

NA VERDADE, NOSSO PROBLEMA MAIOR NÃO É A FALTA DE TEMPO, MAS O TEMPO MAL APROVEITADO.

Portanto, o problem a prático a ser resolvido é com o usar m elhor o pouco ou m uito tem po que tem os.

Em um livro antigo, m as m uito divertido cham ado A Lei de Parkinson, o autor Cy ril Northcote Parkinson descreve um a velhinha que leva a tarde toda para pôr um a carta no correio. O tem po é desperdiçado em dezenas de etapas preparatórias. Para ela, a perda não significa nada, pois não tem m uito o que fazer. Mas, m esm o cheios de com prom issos, m uitos de nós fazem os com o a velhinha, j ogando tem po fora ao longo do dia. Vira pó o tem po que era para virar estudo e aprendizado!

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B. O IMPORTANTE E O URGENTE: INIMIGOS MORTAIS!

Falem os do venerado conflito entre o im portante e o urgente. Algum as coisas são m ais im portantes, isto é, se não as fizerm os, as consequências negativas serão m ais sérias. Outras coisas são urgentes, pois na prática, há pressões para que sej am logo feitas.

À prim eira vista, são ideias irm ãs e aliadas.

NA PRÁTICA, O URGENTE É O MAIOR INIMIGO DO IMPORTANTE.

O urgente clam a, os interessados reclam am , os prazos estão vencendo! São sem pre tarefas tangíveis e concretas: atender o telefone, lidar com a crise ou cuidar do encanam ento entupido. Sabem os que alguém vai cobrar ou coisa boa não vai resultar.

O problema é que, de urgente em urgente, o tempo vai se escoando. Ao fim e ao cabo, fazemos o urgente. Mas e o importante?

Lim par o carro antes de encontrar a nam orada é urgente. Trocar o óleo é im portante, em bora não sej a urgente. Porém , se não for trocado, funde o m otor!

Para a nossa carreira futura, entender bem estatística é m ais im portante do que lavar o carro, ir ao aniversário do am igo ou aproveitar aquela liquidação para com prar a cam isa sonhada. Porém , o im portante costum a não ser urgente. Portanto, é em purrado para o futuro, pela sucessão dos urgentes. Acaba não sendo feito. Daí a regra de estabelecer prioridades claras e um planej am ento realista do tem po.

O desenlace infeliz é quando o importante vira urgente. Costum a ser quando é tarde dem ais para fazer bem -feito. Chegou a hora da prova e, cuidando de urgente em urgente, não estudam os. Agora não dá m ais tem po!

Com o regra de ação, prim eiro vem o estudo do m ais im portante. É o que traz as piores consequências no longo prazo, se não for feito logo. Depois vem o resto.

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Nosso esforço tem que se voltar para o importante. O urgente vem sozinho, com as reclamações, pedidos e outras solicitações externas.

A m elhor hora de fazer algum a coisa não é, em geral, o últim o m inuto antes do prazo fatal. Em bora alguns trabalhem m elhor sob pressão, há tarefas preparatórias – com o conseguir um a referência ou um a inform ação – que dependem de outras pessoas, cuj o ritm o de trabalho não podem os controlar. E, com o m ostrarem os adiante, o bom aprendizado exige ver e rever a m esm a ideia, até que ela am adureça. Portanto, precisa de tem po para sua consolidação.

Diante de um a tarefa espinhosa, ou que nos traz calafrios, a pior coisa é adiá-la, pois sua assom bração estará perm anentem ente nos perseguindo. Ou sej a, nem a fazem os nem ela deixa de nos atrapalhar ao longo do cam inho. Portanto, a m elhor regra é concentrar todas as forças e fazê-la im ediatam ente – se é algum a coisa que realm ente precisa ser feita.

QUANDO A CONCENTRAÇÃO FOGE, É PRECISO INTRODUZIR PAUSAS.

Elas podem ser de pouquíssim os m inutos. Afinal, cansar-se de um assunto não é um a falha de caráter, m as um a consequência natural do funcionam ento do nosso intelecto. É com o cansar os braços depois de levantar pesos. A solução é alternar tarefas. Se doem os braços, exercitem os as pernas. Quando nos cansam os de m atem ática, passem os ao português. Fecham os um livro e abrim os outro.

Portanto, quando você estiver diante de mais tarefas do que

de tempo e se deparar com prioridades conflitantes, determine o que é mais importante de fato.

Obter um a estatística confiável para term inar o relatório é m ais im portante do que com prar um papel bonito para apresentá-lo? O trabalho final de curso é m ais im portante do que encontrar o últim o CD do cantor da m oda?

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C. MEMÓRIA RUIM? ENTÃO, LISTA BOA

O nosso cérebro é excelente para pensar, para criar, para im aginar, para resolver problem as e para m uitas outras coisas. No entanto, é péssim o para se lem brar do que precisa ser feito. Durante o chope com os am igos, subitam ente, nos lem bram os de que é preciso ligar para o colega que sugeriu ótim as referências para o trabalho de fim de ano. Em m eio à leitura do livro de trigonom etria, nos lem bram os de que não há m ais cam isas lim pas no arm ário. Ou então, é a lem brança da conta vencida que surge no m eio da aula.

Para resolver todos esses desencontros de agenda, é preciso tirar do nosso cérebro a função de se lem brar do que precisa ser feito. Não só o cérebro é trapalhão para essas tarefas, com o as lem branças vêm e vão na hora errada e interferem naquilo que estam os fazendo. Acabam por ser um a fonte de estresse. É preciso aliviar o cérebro das tarefas de organizar nossas atividades diárias e deixá-lo livre para fazer aquilo que faz bem , isto é, entender, analisar, inventar.

Para esse problem a, a solução é fácil: faça listas. Ao elaborar um a lista de form a criteriosa, estam os transferindo para o papel (ou para o com putador) boa parte do processo de reter na cabeça o planej am ento no uso do tem po. Assim , liberam os nosso cérebro da tarefa de se lem brar disso ou daquilo. Se está no papel, não será esquecido. É um pensam ento a m enos zanzando na nossa cabeça.

Na prática, a fórm ula consagrada é ter duas listas:

1.O LISTÃO DE TUDO QUE PRECISA SER FEITO. Aí descarregam os tudo o que nos vem à cabeça. Não im porta m uito o tipo de coisas ou a ordem em que entram . Por exem plo, com prar o rem édio, pagar a conta, passar na lavanderia, descobrir um a explicação m elhor para um ponto que não entendem os, retornar o telefonem a de um conhecido ou encontrar um a referência im portante para nossa pesquisa. Não há que ser seletivo. É o entulho todo! Na lista, descarregam os nossa m em ória, abrindo m ais espaço nela para aprender, pois estará desobstruída. A lógica é que, transferida para a lista, a tarefa de se lem brar do que precisa ser feito não vai ficar atrapalhando nossa atenção. Obviam ente, é preciso se lem brar de anotar tudo e de rever a lista com frequência. Adquirir o hábito de fazer listas é essencial, para que elas possam cum prir o seu papel. Se, em vez de tentar lem brar os com prom issos, nos angustiam os para lem brar se estão na lista, o problem a continua. Outro erro com um é fazer várias listas e se confundir com elas.

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Operar a lista consiste, entre outras coisas, em estabelecer prioridades e ir m arcando o que j á foi feito. Por exem plo, m arcar com um “V” o que foi iniciado e riscar da lista o que foi term inado. E não deixa de haver certo prazer em em punhar o lápis e passar um traço vitorioso sobre o j á realizado.

É no momento de rever a lista e tomar decisões que ela passa a ser a arena onde duelam as prioridades e as urgências.

E, também, é a hora de confrontar o que gostamos de fazer com o que temos que fazer sem gostar.

2.A AGENDA. É tam bém um a lista, m as é datada, isto é, estabelece o vínculo entre o que precisa ser feito e o calendário. Portanto, a agenda faz a ponte entre o que está no listão e o tem po. Um exem plo clássico é a hora m arcada com o dentista. Precisam os consertar o dente e isso se dará em um m om ento previam ente agendado. Em um a agenda escolar, a prova dem arca o tem po lim ite para tarefas que podem ser feitas antes dessa data, m as não depois. É o caso tam bém dos trabalhos escritos, encom endados pelo professor. Com o a experiência sugere, tudo o que colocarm os na agenda e não for realizado no dia precisa ser transferido para outra data. Ao se repetir com frequência tal situação, há a forte tentação de deixar a lista e a agenda desatualizadas. Pessoas com inteligência m ais visual têm necessidade de refazer as listas com frequência, recom eçando do zero, para elim inar o j á feito, atualizar o que está em processo e entrar o novo que aparece. Para elas, atrapalha a confusão de cortes, rem endos e rabiscos. Para aj udar, há inúm eros program as de com putador – alguns de dom ínio público – que fazem isso com elegância e eficiência. As agendas eletrônicas oferecem a portabilidade adicional. A escolha aqui é puram ente um a questão de preferência pessoal. Mais adiante, exam inarem os os m apas m entais, que são tam bém um a alternativa atraente para fazer listas e planej am entos.

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D. COMO FAZER O TEMPO RENDER MAIS

Passemos agora a um conjunto de princípios que norteiam o bom uso do tempo. São regras práticas, confirmadas pela experiência, mas também por pesquisas rigorosamente conduzidas.

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PRIMEIRA REGRA DE OURO: BUNDA/CADEIRA/HORA

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A = F ( B C H )

Pode-se dizer que esse é o princípio m ais básico e m ais óbvio da teoria da aprendizagem . Mas não podem os deixar de apresentá-lo com ênfase. Na verdade, é um princípio m uito sim ples, dizendo apenas que quanto mais estudamos mais aprendemos.

Claro, algum as pessoas aprendem m ais rápido. Mas, para um a m esm a pessoa, quanto m ais tem po dedicar ao estudo, m ais aprenderá.

O estudo com pete com outras atividades que acham os m ais agradáveis ou m ais atraentes. Portanto, há o diabinho nos tentando: “Por que gastar tanto tem po com os livros, se há coisas m ais interessantes para fazer?”. Tem os de ter a resposta pronta: porque querem os estudar e aprender m uito. E a razão é prática:

NOSSO FUTURO DEPENDE DA QUALIDADE DA NOSSA EDUCAÇÃO.

Centenas de estudos m ostram ganhos dram áticos nos níveis salariais de quem tem m ais educação. Por exem plo, alguém com ensino superior ganha quase três vezes m ais do que alguém que parou de estudar ao final do ensino m édio. E com o aprender é essencial para perm anecer na escola por m ais tem po – e até para passar no vestibular – não basta passar de ano.

Há um lim ite do que podem os fazer em um só dia. Quem sabe os coreanos estão tentando ir além desse lim ite? Se j á estudam 15 horas por dia, aum entar essas horas levará a m ais aprendizado? Provavelm ente não, pela im produtividade de estudar sob exaustão.

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Mas isso é preocupação dos coreanos. Não é nosso problem a, pois não vem os ninguém ao nosso redor m orrendo por excesso de estudos. Pelo contrário, pesquisas m ostram que os alunos brasileiros, em m édia, estudam pouco – um a ou duas horas depois da aula, para os m ais dedicados.

Mas, se queremos aprender, é preciso estudar mais.

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DISCIPLINA NOS ESTUDOS É UM HÁBITO A SER ADQUIRIDO

Tanto nos estudos quanto nos esportes, o hábito é tudo. Ninguém ganha o j ogo ou as m edalhas de ouro treinando só quando dá vontade. É preciso continuidade. Melhor dito, é preciso disciplina pessoal.

ALIÁS, UMA BOA DEFINIÇÃO DE DISCIPLINA É FAZER O QUE PRECISA SER FEITO QUANDO NÃO ESTAMOS COM VONTADE.

A m aioria das pessoas não nasce com predisposição para ter essa disciplina. Nosso im pulso m ais puj ante é fazer o que dá vontade. Contudo, essa disciplina se constrói, sej a para os esportes, sej a para os estudos. Ou m elhor, ela se conquista. É o resultado da vitória da vontade sobre o impulso espontâneo. A fórm ula para chegar lá é sim ples.

Sendo disciplinados é que aprendemos a ser disciplinados. Ou seja, aprende-se praticando. Quanto mais nos disciplinamos, mais ficamos disciplinados.

E, com isso, cai o esforço para fazer aquilo que precisa ser feito, m esm o quando falta vontade ou prazer.

Esportistas bem -sucedidos são disciplinados nos seus treinos. Não fosse isso, não teriam sucesso. Quando olham os as coxas de Pelé ou de Ronaldinho, podem os ter certeza de que não nasceram assim , com aquela m usculatura espantosa. Se estão assim é porque treinaram m uito.De fato, treinaram m ais do que os outros j ogadores. Talento sem treino produz, m al que m al, j ogadores para tim e de várzea. Para a Seleção Brasileira, nem pensar. É interessante que, quando atletas decidem estudar, transferem essa m esm a disciplina desenvolvida nos esportes para cum prir rotinas de estudo igualm ente árduas. Estudos dem onstram que desportistas conseguem trazer para os estudos seus hábitos disciplinados de treino e isso se traduz em m elhores resultados.

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pairando nos ares, com o se fosse um presente de Deus a alguns poucos. Pelo contrário, é um hábito a ser adquirido. É um a conquista pessoal, m uito sem elhante ao condicionam ento físico dos esportistas.

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SÓ GOSTAMOS DAQUILO QUE ENTENDEMOS

Com o em todos os hábitos, cada vez que falham os, dam os um passo atrás. E o que m ais nos faz tropeçar na escola é não entender o que o professor ensina na aula. Quando isso acontece, dam os m archa a ré. Com isso, adquirim os os m aus hábitos de deixar a com preensão se atrasar.

É bom lem brar um princípio básico da teoria do aprendizado.

QUASE SEMPRE, GOSTAMOS DAQUILO QUE ENTENDEMOS.

O CONHECIMENTO NOS DÁ PRAZER, DEPOIS QUE SUPERAMOS ALGUMAS BARREIRAS INICIAIS DE COMPREENSÃO DO ASSUNTO TRATADO.

De fato, quando não entendem os, não há qualquer prazer intelectual em lidar com o assunto. As letras e os sím bolos não nos dizem nada. Lem os a frase e não entendem os. Logaritm os de base neperiana? Créditos e débitos? Ativos e passivos? O que são essas coisas? Não são nada que nos faça felizes. Mas se forem entendidas, ficam os am igos delas.

Portanto, ao perder o fio da m eada, tudo se torna m ais árduo, m ais penoso. Daí que m alandrar ou m atar aula não é um a boa ideia. É aum entar o volum e de coisas que não entendem os, portanto, de que não gostam os. Se tiverm os que aprendê-las, será com m uito m ais sacrifício.

Em outras palavras,

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ESTUDO EM BLOCO OU PICADINHO? E SE 1 + 1 + 1 NÃO FOR IGUAL A 3?

Im aginem os duas situações hipotéticas, m as nada irreais. Precisam os aprender um a lei da física, por exem plo, a Lei de Boy le-Mariotte. Um a alternativa é dedicar três horas seguidas para essa tarefa. A segunda alternativa é estudar um a hora, saltar dois dias, estudar m ais um a hora, saltar m ais dois dias e, depois, um a terceira hora.

A aritm ética nos diz: são três horas de estudo, em am bos os casos. A lógica nos diria: deve dar na m esm a. Em três horas, aprende-se o que dá para aprender em três horas. O que im porta se é “picadinho” ou em bloco?

Mas essa lógica está errada. Quem estudou em três “prestações” aprendeu m uito m ais nas m esm as três horas. Isso porque, nos intervalos, o cérebro “ferm entou” as ideias lidas anteriorm ente. A cada nova leitura, nos deparam os com um assunto que foi sedim entado nos intervalos.

Portanto, estam os diante de um princípio m uito potente da teoria do aprendizado.

APRENDEMOS NO ATO DE ESTUDAR, MAS O CÉREBRO NÃO FICA PARADO NOS INTERVALOS, NEM MESMO DORMINDO.

Por tudo que se sabe, durante a noite, o cérebro passa a lim po o que viu ao longo do dia.

Se o aprendizado for “à prestação”, estarem os dando tem po para a nossa cabeça m astigar as ideias nas horas vagas, com o fazem as vacas e outros rum inantes que regurgitam o capim à boca para que sej a novam ente m astigado. Curiosam ente, isso é feito de form a inconsciente, no piloto autom ático. Não nos dam os conta de que está acontecendo.

Se é assim , varar a noite na véspera da prova não é um a boa form a de aprender. Isso porque, dessa form a, não dam os tem po ao cérebro para am adurecer as ideias. Segundo pesquisas, na m anhã seguinte a esse esforço heroico, podem os nos lem brar de vários detalhes e inform ações soltas, m as nos falta a ideia do todo. Não foi construído na nossa cabeça o “chassi” ao qual se aparafusam os conhecim entos específicos.

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DESCANSAR É UMA BOA TÉCNICA DE ESTUDO?

Durante séculos, o com portam ento hum ano vem sendo estudado pela observação casual das pessoas. Ouvim os dizer que Joãozinho passou a noite em claro estudando e olha a boa nota que tirou.

Com o desenvolvim ento de um a psicologia de base científica, apareceram experim entos controlados. Em alguns casos em que não é possível experim entar com hum anos, usam -se cobaias, produzindo tam bém resultados interessantes e úteis.

Mas, até pouco tem po, ninguém poderia im aginar que enfiar as pessoas em um aparelho de ressonância m agnética seria um a m aneira produtiva de entender o com portam ento hum ano e, até m esm o, derivar regras para aprender m elhor.

No entanto, é isso que está acontecendo. Descobriu-se que a m aioria das pessoas, após 20 ou 25 m inutos, perde a capacidade de m anter a atenção em assuntos que exigem raciocínio e esforço. Assistim os a um j ogo de futebol por 45 m inutos sem perder um só lance. Mas com os estudos é diferente. A atenção exigida é m uito m aior e a cabeça se cansa, se em baralha. Precisam os de alguns m inutos de descanso para depois retom ar os estudos, ou m esm o para acom panhar a aula.

Ilustrando o achado dos cientistas, a piadinha que o professor solta no m eio da aula é a últim a palavra em teoria do aprendizado. Perm ite ao aluno descansar sua cabeça.

Cada um tem seu tem po m áxim o de concentração. Esses 20 m inutos foram encontrados para a m édia. Alguns podem aguentar um a hora, outros, dez m inutos, dependendo do assunto.

Transposto para o estudo individual, depois dos 20 m inutos, ou o que for, vale a pena com er um pão de queij o, abrir um a revista, dar um a tuitada ou esticar as pernas. Faça isso, m esm o que sej a véspera de prova. Vale a paradinha. Nosso m etabolism o não m uda no dia anterior aos exam es.

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DORMIR BEM PARA APRENDER MAIS?

Há algum tem po, quando os executivos se tornaram um a categoria endeusada pela m ídia, eram decantadas as virtudes daqueles que dorm iam pouquíssim as horas. Assim , sobrava-lhes m ais tem po para o trabalho produtivo. Repetia-se o refrão: fulaninho é form idável, só dorm e quatro horas por noite. Essa noção de que tem po dorm ido é tem po perdido persistiu por m uitos anos no folclore da adm inistração. Talvez por contágio, m igrou para o folclore dos estudantes. O grande desem penho seria daqueles que dorm em pouco e estudam m uito.

Porém , nos últim os anos, foram aparecendo pesquisas sobre o assunto. No caso, pesquisas bem -feitas, com m edidas confiáveis das variáveis pertinentes.

DESCOBRIU-SE QUE DORMIR POUCO É UMA GRANDE BESTEIRA. NÃO É UMA BOA ESTRATÉGIA PARA RENDER MAIS, SEJA NO TRABALHO, SEJA NOS ESTUDOS.

Verificou-se que o aluno m al dorm ido leva m ais tem po para entender o m esm o conteúdo. Em sum a, dorm ir m enos para estudar m ais não dá certo. Ainda pior é dorm ir m enos por culpa da balada. A aritm ética é sim ples: se a balada reduz as horas de sono, estará tam bém reduzindo o ritm o de aprendizado do aluno, m esm o que ele dedique o m esm o núm ero de horas por dia ao estudo. Ou sej a: m ais balada, m ais tem po de estudo necessário para o m esm o nível de aprendizado. Cabe a cada um decidir com o usar seu tem po, de acordo com o que quer para seu futuro.

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CANSAÇO É ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM?

Pesquisas recentes m ostraram um resultado m uito curioso. Nos parágrafos anteriores, falam os da im portância de descansar. Paradoxalm ente, para se concentrar nos estudos, tam bém é preciso cansar!

Com o assim ? Descobriu-se que exercícios aeróbicos aum entam a concentração e o foco no que estam os fazendo. Se o assunto é estudo, m elhoram nossa capacidade de aplicar energia de form a m ais eficaz nessas atividades. As explicações neurofisiológicas não interessam aqui. Vale o fato de que isso foi observado em pesquisas sérias.

Com o bem sabem os, os exercícios aeróbicos (corridas, cam inhadas rápidas, futebol, etc.) produzem a sensação de cansaço. E tam bém sabem os, hoj e, que o exercício pesado aj uda nos estudos. Ou seja, aprende mais quem se cansa mais fazendo exercícios.

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IV. Bons hábitos de estudo

Neste capítulo, examinaremos alguns conselhos úteis para criar bons hábitos de estudo. Como é da natureza deste manual, falaremos de resultados de pesquisas metodologicamente sólidas, ou seja, não lidaremos com palpites ou opiniões de “autoridades”.

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A. PREGUIÇOSOS: LER ANTES DA AULA ECONOMIZA TEMPO

Im aginem os um a situação hipotética em que um aluno deve aprender algum conceito im portante apresentado na aula. Suponham os que ele estej a disposto a gastar um a hora do seu tem po lendo sobre o assunto. Ele tem duas opções. Na prim eira, passa um a hora lendo, antes da aula, os m ateriais indicados pelo professor. Na segunda, lê a m esm a hora, m as depois da aula.

Pergunta: em qual das duas alternativas ele aprende m ais?

Hoj e, sabem os com segurança que a prim eira alternativa é m ais eficaz.

Ao familiarizar-se com o material, antes da aula, o nível de aprendizado obtido é amplamente superior – embora seja o mesmo tempo de estudo.

As pesquisas sobre o processo de aprendizado m ostraram que é m ais vantaj oso ler antes o que foi indicado. Apesar disso, a m aioria dos alunos assiste à aula e som ente depois faz as leituras indicadas, se é que faz. Mas isso é burrice.

Quem leu antes, j á sabe o que virá e não será surpreendido pelo fluxo das ideias apresentadas pelo professor. O desenrolar de um a aula não é com o em um conto policial em que não se sabe quem é o culpado e tateam os no escuro, sem saber em que direção a narrativa nos conduzirá. Lendo antes, j á entram os na sala com um a im agem m ental da estrutura lógica do assunto. A aula não traz surpresas. Pelo contrário, consolida ideias que já estavam presentes, pelo menos, de forma incipiente.

Quem leu antes sabe em quais partes teve dificuldades e poderá pedir ao professor que as esclareça. Ou, pelo m enos, vai prestar m ais atenção no que não entendeu. Fazendo isso, term inará com um conhecim ento m ais sólido do que na ordem inversa, adotada por quase todos.

Na universidade na qual é reitor, o educador chileno Ernesto Schiefelbein encom endou aos professores um resum o de apenas um a página das aulas que dariam . Essas páginas foram então distribuídas

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para serem lidas pelos alunos, antes das aulas correspondentes. Foi possível verificar um ganho substancial de aprendizagem por parte daqueles que leram antes a tal página. Não nos esqueçam os: um leitor fluente lê um a página em m enos de dois m inutos. Portanto, um ínfim o investim ento de tem po resulta em um ganho expressivo de aprendizagem .

Repetindo, ler antes é mais vantajoso. Para um m esm o dispêndio total de tem po, aprenderá m ais quem ler antes da aula. É sim ples assim .

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B. VALE A PENA TOMAR BOAS NOTAS NA AULA

Alguns alunos não anotam nada ou quase nada durante a aula. Têm preguiça, quem sabe? Outros creem ser geniais, pensando que não precisam anotar e até se vangloriam de não fazê-lo. Há tam bém os que não sabem tom ar boas notas, pois não aprenderam . Estão todos no cam inho errado, usando m al seu tem po de estudo, sej a este m uito ou pouco. Provavelm ente, ignoram as grandes vantagens de anotar as aulas.

Paradoxalm ente, as virtudes de anotar resultam do fato de que não podemos anotar tudo o que está sendo dito, com o faria um taquígrafo. Com o a m ão não opera na velocidade da boca do professor, tem os que selecionar apenas alguns segm entos do que ele disse. E, j ustam ente, aí está um segredo, e não um a desvantagem .

Do ponto de vista da m ecânica da nossa cabeça, anotar a aula é um a operação m ental diferente de copiar um ditado. Isso porque as notas não são a m esm a coisa que um a gravação, cuj o obj etivo é ser ouvida depois. Na verdade, elas são um a técnica de estudo com pletam ente distinta. Enquanto o professor fala, para anotar, m antem os um diálogo silencioso com ele. É com o se estivéssem os sem pre perguntando: onde está o m iolo do assunto e o que não passa de detalhe? Com o se estruturam as ideias apresentadas? Com o um a se liga à outra? Antes de pôr a funcionar o lápis (ou o notebook ou o tablet), é com o se indagássem os ao professor quais são os pontos m ais im portantes que estão sendo apresentados. Quais sentenças m elhor sintetizam essas ideias? Que exem plos aj udam m ais na com preensão?

ANOTAR É UM EXERCÍCIO DE SELEÇÃO DAS IDEIAS, FATOS E ILUSTRAÇÕES APRESENTADAS NA AULA.

O que vai para o papel é a nossa versão do que ouvim os de m ais relevante e dos detalhes que m elhor nos perm itirão reconstruir o seu pensam ento. Obviam ente, quanto m ais am adurecem os intelectualm ente, m ais perfeitas e m ais com pactas vão se tornando as nossas anotações. É fácil deduzir isso, pois quando chegam os aos cursos superiores anotam os m elhor do que quando estávam os nos níveis fundam ental e m édio.

Ao anotar, fazem os um esforço de síntese. Com o resultado, duas coisas acontecem . Em prim eiro lugar, quem anota entende m ais, pois

Referências

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