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Primeira Etapa: Fase do estudo contemplando o Estado de Minas Gerais (com a definição do

5.3 Etapas do Estudo

5.3.3 Primeira Etapa: Fase do estudo contemplando o Estado de Minas Gerais (com a definição do

Nesta etapa a amostra foi convenientemente selecionada do universo (neste caso, os secretários de saúde do Estado de Minas Gerais) segundo métodos estatísticos. Foi utilizada a técnica de amostragem estratificada, que é uma técnica probabilística que pode especificar, para cada elemento da população, sua probabilidade de ser incluído na amostra e pode ser submetida a tratamento estatístico, que permite compensar erros amostrais.

Como esta fase do trabalho teve como objetivo avaliar o perfil das Secretarias Municipais de Saúde de algumas regiões do Estado de Minas Gerais, o método de amostragem mais adequado a ser aplicado foi a amostragem estratificada proporcional à faixa populacional em que a cidade se encontra. Para avaliar as percepções do secretário municipal de saúde com relação às informações em saúde achou-se que deveria ser levado em conta o tamanho da cidade na qual trabalha, na suposição de que a complexidade do trabalho da Secretaria está, de certa forma, relacionado ao tamanho da cidade em que a mesma se encontra.

A amostragem estratificada é um método para obter maior grau de representatividade, reduzindo o provável erro amostral (BABBIE, 1999). O tamanho da amostra foi calculado de acordo com a amostragem aleatória simples; foi feita posteriormente a estratificação para as faixas populacionais. Optou-se por este método porque a estratificação reduziu ainda mais o erro da pesquisa. Para o cálculo da amostra para populações finitas, foi utilizada a seguinte fórmula (BARBETTA, 2001):

z N = Tamanho da população (853 secretários)

z = erro amostral tolerável (diferença entre o valor que a estatística pode acusar e o verdadeiro valor do parâmetro que se deseja estimar). Neste trabalho foi considerado 7%, (posteriormente reduzido por duas estratificações - por regiões e por estratos populacionais).

z = primeira aproximação do tamanho da amostra z = 1/2

z = 1/0,0049 = 204, 08

z n = tamanho da amostra

z n = N. /N+

z n = 853.204,08/853+204,08 = 174.080/1057,08 = 164,6

Como prevenção de possíveis perdas de questionários, ou secretários que se

recusassem a responder, foi acrescentado 10% ao tamanho calculado, daí:

n = 164,6 + 16,4 = 181

Os municípios que constituem esta amostra foram sorteados em proporcionalidade a este número amostral em 13 regiões. Essas regiões correspondem às Macrorregiões Sanitárias do Estado de Minas Gerais, constituídas pela Secretaria de Estado da Saúde pelo Plano

Diretor de Regionalização, elaborado em 2000 e ajustado em 2003, no âmbito do SUS.

TABELA 1

Estratificação por regiões

Sede da região agrupada N° de

municípios Peso No de municípios da amostra 1 Centro 102 12% 22 2 Centro Sul 51 6% 11 3 Jequitinhonha 23 3% 5 4 Leste 84 10% 18 5 Leste do Sul 52 6% 11 6 Nordeste 63 7% 13 7 Noroeste 30 4% 7 8 Norte de Minas 86 10% 18 9 Oeste 57 7% 12 10 Sudeste 94 11% 20 11 Sul 154 18% 33 12 Triângulo do Norte 30 3% 6 13 Triângulo do Sul 27 3% 5 Total 853 100% 181

Foram estudados vários tipos de estratificação das faixas populacionais. Para este estudo a estratificação da tabela a seguir foi escolhida por apresentar uma distribuição mais homogênea entre as cidades mineiras, onde predominam cidades muito pequenas, com menos de 10.000 habitantes.

TABELA 2

Estratificação com 5 estratos populacionais

Estratificação 3

Classe de População Qtde de

Cidades Peso No de Amostras

1- Até 5 Mil 250 29,31% 53 2- 5 a 10 Mil 267 31,30% 56,6 3- 10 a 50 Mil 276 32,36% 58,5 4- 50 a 100 Mil 37 4,34% 7,85 5- Mais de 100 Mil 23 2,70% 4,8 Total 853 100,00% 180,75= 181

O resultado desta estratificação é que o número de cidades pequenas, médias e grandes variou por região. O erro amostral reduziu-se, o que deixou a pesquisa com um erro total ainda menor. O erro final, após as duas estratificações, foi de 5% utilizando-se o método de correção amostral.

TABELA 3

Amostra por macrorregiões e estratos populacionais (efetivamente aplicados)

Macrorregião N° de municípios No. de municípios da amostra até 5.000 de 5 a 10.000 de 10 a 50.000 de 50 a 100.000 mais de 100.000 1 Centro 102 22 8 5 7 2 1 2 Centro Sul 51 11 4 4 4 0 0 3 Jequitinhonha 23 5 2 2 1 0 0 4 Leste 84 18 6 5 4 1 1 5 Leste do Sul 52 11 3 3 4 1 0 6 Nordeste 63 13 3 4 5 0 0 7 Noroeste 30 7 2 2 2 1 0 8 Norte de Minas 86 18 4 7 6 0 0 9 Oeste 57 12 3 4 4 1 0 10 Sudeste 94 20 3 3 3 1 1 11 Sul 154 33 5 6 6 1 1 12 Triângulo do Norte 30 6 2 2 2 0 1 13 Triângulo do Sul 27 5 2 2 1 0 0 Total 853 181 46 49 50 8 5

Os questionários desta amostra foram encaminhados aos pesquisados (os secretários municipais de saúde) pelo Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde (COSEMS), no estudo-piloto do nível estadual e pelo Observatório de Captação de Sinais de Trabalho, do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), para o trabalho definitivo. 87,2% dos municípios responderam ao questionário – taxa considerada satisfatória segundo os parâmetros estatísticos adotados, uma vez que a amostra foi calculada 10% maior supondo essa perda, e com uma margem de erro duplamente reduzida pelas estratificações. As perdas não aconteceram nos dois últimos estratos, onde o número de municípios é menor, nem nas três regiões selecionadas para o estudo qualitativo. Quando não foi possível o município sorteado, outro foi sorteado em substituição e solicitada a resposta do questionário até sua obtenção.

Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Minas Gerais segundo a percepção dos seus Secretários Municipais, na primeira parte da amostragem foram escolhidos os municípios segundo critérios probabilísticos e, em seguida, foi montado um Grupo de Controle, com uma amostra por conveniência, entre os municípios que fazem parte do Programa Banco de Dados Social, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O Programa Banco de Dados Social faz parte do Projeto Estruturador de Inclusão Digital do Estado de Minas Gerais, propondo simultaneamente uma integração dos cadastros sociais nos municípios e a formatação de tecnologias de informação para a atenção primária à saúde, no campo da epidemiologia. Esse grupo foi constituído por 08 municípios. Os municípios que fazem parte deste programa o fazem voluntariamente, pois o convite é feito a todos os municípios mineiros, sendo então a adesão consumada pelas prefeituras. Fazem parte do Programa municípios de diferentes faixas populacionais, de diferentes regiões do Estado e com diferentes características sócio-econômicas. Embora a amostra não seja estatística e nem muito grande, é bastante diversificada; foram contempladas diferentes regiões do Estado (as mesmas da amostra probabilísticas) e a amostra foi construída de forma proporcional aos estratos populacionais do universo de municípios mineiros. Como cada município possui apenas um Secretário de Saúde, dessa forma avaliar o perfil do mesmo deveria levar em conta a o tamanho do município em que trabalha, na suposição de que, de forma geral, a complexidade do trabalho da Secretaria está diretamente ligado ao tamanho do município em que se encontra.

Os municípios que faziam parte do Programa Banco de Dados Social da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia do Estado de Minas Gerais quando da aplicação dos questionários eram:

Alfenas, Araçuaí, Bocaiúva, Diamantina, Divinópolis, Fronteira, Itabira, Itajubá, Itapagipe, Governador Valadares, Montes Claros, Patos de Minas, Pirapora, Ponte Nova, Santa Vitória, São João Del Rei, Uberaba e Uberlândia. Este programa pretende se estender a todos os municípios mineiros, estando ainda em uma fase inicial. Os questionários foram aplicados pela equipe do programa Banco de Dados Social, da SECTES.

Como o Grupo de Controle é constituído por municípios que estão envolvidos em um esforço de modernização e aperfeiçoamento da gestão em saúde e dos sistemas de informação, isso permitiu uma comparação com a amostra estatística, em que os municípios foram sorteados aleatoriamente. Foi tomado o cuidado de selecionar os municípios em proporcionalidade aos estratos populacionais e oriundos de todas as regiões que o programa contempla. Por se tratar de um grupo de controle, unicamente para fins comparativos, esta

amostra foi intencional, por conveniência, sendo que os municípios também foram visitados e entrevistados.

O questionário aplicado nesta fase foi o mesmo aplicado na fase anterior. Como na fase do trabalho em todo o Estado, os municípios não puderam ser identificados pelo questionário, mas puderam ser identificadas a faixa populacional em que se encontra e a região do Estado à qual pertence, bem como outros dados genéricos, como a formação de cada respondente etc. (ver anexo). Um sumário das respostas e entrevistas foi construído para efetuar uma breve comparação com as respostas da amostra dos municípios de todo o Estado.

5.3.4 Segunda Etapa: Fase Comparativa do Estudo – entre três regiões do Estado de Minas