• Nenhum resultado encontrado

2 Referencial Teórico

DF Brasília

A.5 Principais falas da entrevista com E.M., da ABDI.

E.M., Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), 5/10/2007, 17h

“É preciso entender a missão e a história da ABDI. Nasceu com a Política Industrial Tecnológica de Comércio Exterior (PITCEx). Quando foi criada a PITCEx , ela foi criada dentro de um debate vigoroso entre aquele que queriam e não queriam política industrial. A idéia de política industrial está longe ser uma unanimidade. Há um grande número atores no sistema que acha não devia ter política e, entre os que queriam, não há uma concordância de qual política. Esse era o ambiente. No caso específico, estabeleceu-se uma certa convergência, com certa rapidez, em torno de, primeiro, a necessidade da política; segundo, da necessidade de fazer uma política fundada em inovação; e, terceiro, para que não fosse excludente em um setor ou outro. Você pode nomear e conceber um certo tipo de iniciativa para algumas áreas e segmentos ou conceber outros tipos de iniciativas para ações gerais. Esse foi o ambiente em que surgiu a PITECEx. O nascimento dela já estava implícito em um diagnóstico da necessidade de modernização da arquitetura do sistema. A novidade foi a criação do CGEE e os outros atores nos anos 50, CNPq, Capes etc.”

“É nesse tipo de dinâmica, além das mudanças internas, que são facilitadas para que agente novos já cheguem com novos comportamentos e através disso questionem os agentes existentes, que são convidados a se redesenharem. Com a criação da Pitcex decidiu-se pela criação de duas entidades, um conselho nacional de desenvolvimento industrial e uma agência, a ABDI, que teria o papel de interface. No começo, pensou-se nela como agência de governo mesmo; depois pensou-se como uma organização social; e acabou-se adotando uma solução híbrida, serviço social autônomo. O CNDI é um fórum para discutir políticas e inovação. E a ABDI foi criada para fazer o papel de articulação e mobilização. A forma como a ABDI trabalha é que determina a forma do conhecimento. A ABDI deve contribuir para criar um ambiente mais acolhedor para a inovação no setor empresarial brasileiro. Ela trabalha com setores, programas estratégicos setoriais. Tem um panorama setorial, um trabalho de prospecção que busca visão do futuro, tem identificação de agentes nacionais e internacionais que pensam dentro desse processo e que estão

envolvidos em nossos trabalhos desde o início. Nossas ações estão nos setores de cosméticos, de equipamentos médico-hospitalares. Temos ações transversais à biotecnologia, nanotecnologia e energia do futuro. A forma de compartilhar esse conhecimento é assim: prospecção e rotas tecnológicas num processo compartilhado com os seus parceiros. A ABDI opera com voluntariado; a gente se torna único para todos os setores. Os primeiros setores foram cosméticos, que aceitaram o diálogo. Desenvolvemos oito linhas de ação nos setores. As últimas linhas de ação foram para criar um ambiente para a inovação.”

“Se fosse para se preocupar em só resolver os problemas das empresas, a gente não podia garantir gestos de futuros. A missão da ABDI é estabelecer contatos com os setores, com o esforço de modernização do sistema. A ABDI tem dois anos e meio. O fato de todos os objetivos e todas as metas terem sido alcançados já foi um avanço.”

“A gente tem como medir as ações de curto prazo. Nós achamos que não existe esse modelo de gestão ideal. Cada setor tem um grau de sofisticação diferente, histórico diferente, experiência de gestão e administração e introdução da inovação que é distinta. As oportunidades são criadas por cada um, devido a um conjunto de ações estabelecido.”

“O Brasil se dotou nos últimos anos de um elenco de leis que o torna compatível com o que há de melhor em fomento de inovação. As três peças – as Pictcex, a Lei da Inovação e a Lei do Bem. Primeiro foi a Pictcex, criada em dezembro 2004, depois de um debate acalorado. Depois veio a Lei da Inovação, que tentou criar um ambiente mais acolhedor para a inovação e diminuir os custos transacionais reduzindo coisas que deixam de ser desgastes, como propriedade industrial, criando figuras de cunho jurídico que permitem que as pessoas abandonem o emprego em certo tempo e recuperem o seu lugar sem problema, e criando uma série ferramentas que, em princípio, devem facilitar a relação universidade–empresa.”

“O fator que não contribui para o ambiente de inovação é a insegurança em relação aos incentivos à pesquisa, às políticas internas. A Lei de Inovação é boa, a insegurança é sobre a interpretação dos órgãos de controle. Seria preciso estabelecer um protocolo comum de entendimento com esses órgãos.”

Fatores que influenciaram positivamente o êxito das inovações descritas: Influência

Nenhuma Pouca Forte Essencial Fatores que influenciaram o êxito das

inovações 0 1 2 3

1. Interesse previamente demonstrado pelo mercado.

X

2. Participação efetiva da comunidade científica (universidades) com as

empresas.

X

3. Indicação positiva de prospectiva tecnológica em âmbito nacional ou regional.

X

4. Potencial de exportação de produtos. X 5. Oportunidades ensejadas pela

Política de C&T e recursos dos fundos setoriais.

X

6. Incentivos da Lei da Inovação. X X 7. Participação em um Sistema de

Inovação.

X

8. Existência de gestão da inovação no ambiente interno das empresas.

X

9. Existência e funcionamento de comunidades externas relacionadas às inovações introduzidas.

X

10. Políticas e estratégias definidas num processo constante de interações, discussões e negociações entre governo, universidades e empresas.

X

11. Identificação e disseminação rápida de oportunidades tecnológicas e

industriais futuras.

X

12. Compartilhamento sistemático do conhecimento com universidades e empresas.

X

13. Associação da inovação ao fortalecimento da democracia e ao sistema de bem-estar social.