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2 Referencial Teórico

DF Brasília

A.2 Principais partes da entrevista com E.R.S., do Bahia Inovação.

E.R.S., Fundação de amparo à pesquisa do estado da Bahia (Fapesb), 30/5/2007.

“É um programa que está em andamento. O marco foi em 2003, com o lançamento do programa de pesquisa na empresa com cooperação da Finep, somando recursos na ordem de 8 milhões, sendo 4 milhões Finep e 4 Fapesb. E outras iniciativas que vêm sendo desenvolvidas dentro do ambiente do Bahia Inovação, como a rede de empreendedorismo e a redetec, de propriedade intelectual, e o programa Juro Zero, que começou mais recentemente, em 2006”.

“O objetivo central do Bahia Inovação é estimular a inovação na empresa, acreditando que, na medida em que a gente estimular o desenvolvimento de empresas inovadoras, nós vamos contribuir para o desenvolvimento econômico, social e para a autonomia do país. Com essa finalidade, nós temos objetivos específicos que são: estimular a colaboração entre pesquisadores via empresas, das universidades ou ICTs; estimular e apoiar o empreendedorismo; e proteger o conhecimento por meio da redetec, que é a rede de propriedade intelectual e transferência de tecnologia.”

“Nós estamos com os primeiros resultados dos projetos apoiados. Estamos recebendo os relatórios dos projetos desenvolvidos em 2003. Tem muitos casos interessantes de desenvolvimento de sistema, desde produção de beiju até desenvolvimento de tecnologia da informação. O programa é aberto em termos de áreas, de abrangência. Temos pesquisas na engenharia, na tecnologia social, gestão, tecnologia da informação. São 24 projetos que estão no ambiente do programa de apoio à pesquisa na empresa.”

“Esses programas foram desenvolvidos em parceria com a FINEP. Muitos desses programas aconteceram em função do apoio e da orientação da FINEP. Aqui na Bahia, em função da FAPEB, criada em 2003, há uma vinculação do orçamento à arrecadação do governo do estado, tendo 1% do orçamento de estado para FAPEB, que utiliza parte desse orçamento para investir em inovação. A FAPEB, portanto, é quem lidera esse processo de apoio à inovação na empresa e apoio à pesquisa de uma maneira geral. Temos como parceiros a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado, o Sebrae, o IEL.”

“É através do lançamento de editais, onde se estabelece critério de apresentação de propostas, que as empresas, juntamente com pesquisadores das ICTs, apresentam propostas que visam atender às demandas da empresa. No programa de apoio ao PAT, sim tem que ser um projeto em colaboração com a empresa, com um pesquisador dedicado a uma universidade. No caso do programa Juro Zero não há essa exigência. No geral tem sido assim. A empresa põe uma demanda tecnológica e discute com a universidade. Isso não é uma questão de princípios; a empresa poderia apresentar suas demandas, mas a gente enfatiza essa relação com a universidade, pois é um objetivo específico do programa. Para que as empresas se desenvolvam tecnologicamente, é preciso que haja pesquisadores lá dentro, mas no Brasil grande parte dos pesquisadores está nas universidades e não vão para as empresas. Isso é uma maneira de estimular. Espera-se que no futuro haja mais pesquisadores trabalhando dentro das empresas.”

“Esses projetos são acompanhados periodicamente; a FAPEB acolhe as propostas. É um processo que passa pelo julgamento de câmaras técnicas especializadas, e depois esses projetos são acompanhados por técnicos da FAPEB. Nós fazemos periodicamente seminários e reuniões de trabalho em que são apresentados os resultados parciais ou finais das pesquisas realizadas. Participam as empresas e os pesquisadores envolvidos. Cada projeto é apresentado e, em seguida, é discutido por todos. Como se fosse uma reunião de trabalho. Na maior parte do tempo os projetos funcionam isoladamente, mas umas duas vezes durante o desenvolvimento deste programa tem esse encontro para fazer uma avaliação mais geral.”

“Em julho está prevista uma reunião dessas para avaliar o edital 2003. Nós realizamos dois encontros em três anos. É registrado; temos informações de relatórios que eles apresentam e ficam arquivados na FAPEB. É o possível de multiplicação, também tem a questão das patentes. Não existe um direcionamento na execução do programa no sentido da rede. Cada empresa vai desenvolver a proposta de trabalho que apresentou e foi aprovada. Essa interação vai acontecer nas reuniões, mas é possível que eles se comuniquem. Nem existe estímulo da nossa parte para essa comunicação.”

FAPESB, CT, IEL e Sebrae buscam a participação de quem tem projetos aprovados. Nessa reunião em julho, além de fazer uma avaliação dos projetos finalizados agora, nós faremos uma avaliação para subsidiar o edital 2007.”

“Na rede de inovação nós temos o Bahia Inovação, que está mais focado na competitividade empresarial. Nós temos uma subárea que se chama Apoio às Tecnologias para o Desenvolvimento Social e Ambiental. Tem pesquisas que são estimuladas para gerar inovação com esse direcionamento. Esses atores e de ONGs, e de organizações comunitárias, cooperativas têm um lado mais voltado para empresas e outro para sociais, Arranjos Produtivos Locais, com objetivo de atender a demandas sociais. Tem uma outra gama de trabalho da Fapesb que não está inserida no Bahia Inovação, mas que tem esse aspecto social.”

Fatores

“Nós partimos de uma experiência de pesquisa em que não existia uma interação entre empresas e universidades. Isso significou um salto, pois surgiram mais de 20 projetos aprovados, a realização de pesquisa nas empresas com o apoio do governo.”

“A dificuldade é que não temos essa cultura no país de ter empresas que invistam em tecnologia. No estado da Bahia os índices estão aquém do necessário. Pelas empresas não terem essa cultura, elas têm dificuldade de elaborar projetos. Às vezes sabem identificar alguma coisa que signifique inovação, mas não sabem quem procurar para executar o projeto. Essa é uma dificuldade que temos que superar.”

“Na maioria das vezes, é o pesquisador que vai procurar a empresa e propõe um projeto. E em outros casos, a empresa é que vai procurar o pesquisador. Como no programa tem o Sebrae e o IEL, que representam vários segmentos empresariais, temos tradicionalmente uma ligação maior com setores acadêmicos e isso promove esse encontro com empresas. Mas nós não temos um plano de pesquisadores. As referências são da página da Fapesb. Lá estão todos os pesquisadores cadastrados na instituição, mas não há indicação de ninguém. Mas existem locais para as empresas buscarem acesso às informações.”