• Nenhum resultado encontrado

PRINCIPAIS SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO EXISTENTES

2 5 CONCEITOS CONTEMPORÂNEOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

3. SETOR FLORESTAL BRASILEIRO

4.2. PRINCIPAIS SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO EXISTENTES

4.2.1 . ' (FSC)

O primeiro sistema de certificação florestal criado foi o do .

' (FSC).

O . ' é uma organização não governamental

independente e sem fins lucrativos, sediada em Bonn @ Alemanha e integrada por ambientalistas, pesquisadores, engenheiros florestais, empresários da indústria e comércio de produtos de origem florestal, trabalhadores, comunidades indígenas e

outros povos da floresta e instituições certificadoras de 43 países (FOREST STEWARDSHIP COUNCIL6).

A missão do . ' internacional é promover o manejo

florestal ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável em todo o mundo, através do uso de critérios e princípios elaborados pela organização. Desse modo, o selo FSC informa os consumidores de que a madeira ou produto manufaturado provém de uma área que maneja adequadamente os recursos florestais.

Segundo o &, ,1 & + ' ($' ) (2006):

O manejo florestal ambientalmente apropriado assegura que a colheita de produtos madeireiros e não madeireiros mantenha a biodiversidade da floresta, sua produtividade e seus processos ecológicos.

O manejo florestal com benefícios sociais ajuda as comunidades locais e a sociedade em geral a desfrutarem benefícios de longo prazo, como também oferece fortes incentivos para que as comunidades locais mantenham os recursos florestais e que adotem os planos de manejo de longo prazo.

O manejo florestal economicamente viável demonstra que as operações florestais estão sendo estruturadas e controladas para serem suficientemente rentáveis, sem que o lucro financeiro seja gerado à custa dos recursos florestais, do ecossistema, ou das comunidades afetadas. A tensão entre a necessidade de gerar lucros financeiros e os princípios de manejo florestal responsável pode ser amenizada com os esforços de colocar os produtos florestais no mercado com seu melhor preço.

O . ' está aberto à filiação de organizações e pessoas

que tenham os mesmos objetivos. Essa filiação é paga. Os membros devem escolher entre uma das três câmaras a qual pretendem pertencer: social, ambiental ou econômica. Aqueles que possuem interesses econômicos (interesse no comércio de produtos) – gerentes florestais, consultores, certificadoras obrigatoriamente, associações de industriais, fornecedores, varejistas, entre outros – devem se filiar à câmara econômica. As organizações não governamentais de meio ambiente devem necessariamente se filiar à câmara ambiental. A câmara social é limitada a

organizações indígenas e de movimentos sociais (FOREST STEWARDSHIP COUNCIL, 2006).

Os membros desempenham um importante papel no desenvolvimento de políticas e processos. A cada três anos há uma assembléia geral, na qual há discussões entre os membros sobre a constituição da organização, sua estrutura e atuação (CASHORE et al., 2006, p. 13).

O . ' exige que haja equilíbrio entre os países

desenvolvidos e subdesenvolvidos em cada câmara. Os novos membros são distribuídos em cada subcâmara. Se pertencer a um país desenvolvido, esse pertencerá à subcâmara do Norte; se pertencer a um país em desenvolvimento ou subdesenvolvido, pertencerá à subcâmara do Sul. O número total de cada câmara (social, ambiental ou econômica) é dividido por dois, independente do número de países de cada câmara. Isto é feito para assegurar que haja equilíbrio dos interesses entre os países do Norte e do Sul. Também visando ao equilíbrio, a câmara dos diretores é formada por três membros de cada câmara, num total de nove. Deve haver pelo menos um representante do Norte e um do Sul em cada uma das câmaras. As posições restantes podem ser alternadas entre membros do Norte ou Sul (FOREST STEWARDSHIP COUNCIL, 2006).

O . ' (FSC) é a organização que elabora os critérios

da certificação. Ela acredita as certificadoras, conferindo@lhes licença para auditarem operações florestais e para procederem à certificação em seu nome. O FSC regularmente avalia a performance das certificadoras.

O FSC possui princípios internacionais, porém os países participantes desse sistema de certificação são incentivados a criarem seus próprios princípios. Com isso, os princípios internacionais são adaptados às necessidades locais.

O FSC possui 883 certificados de manejo florestal em 77 países e, no total, 90.710.640 hectares de área certificada mundialmente (FOREST STEWARDSHIP COUNCIL, 2007).

A atuação do FSC no país será descrita posteriormente.

Existem também outros sistemas de certificação alternativos utilizados em nível internacional ou nacional (utilizado internamente nos países). Serão descritas as iniciativas mais importantes

CASHORE et al. (2006, p. 16) mencionam que nos países em que o FSC recebeu apoio, logo surgiu um sistema de certificação alternativo (nacional ou internacional). Esses sistemas são mais flexíveis e são liderados pela indústria (Quadro 5).

! 6 # Diferenças entre a visão do sistema de certificação FSC e os sistemas de certificação alternativos 7 %,! ! %$). ) ) $ * & +,! 7 %,! !% %$). % ) ) $ * & +,! '$) ( $ 1!% ). / $ & / ( *! . ' +,! % ) %

Interesses ambientais e sociais

participam junto com os

interesses econômicos

Liderados pelo interesse

econômico

) % # % 8%$ (& % Não discricionário Discricionário – flexível

) % # / !&) .)($!% Para facilitar a implementação

de regras substanciais

Terminam em si mesmo

(acreditam que regras de

procedimento feitas por eles resultarão em decréscimo ao impacto ambiental).

8! ). /!'0$ & Ampla (inclui regras de trabalho

e direitos indígenas e muitos impactos ambientais)

Restrita (regras de

gerenciamento florestal e

melhoria contínua). Fonte: Adaptado de Cashore 2002 apud Cashore et al. (2006, p. 17).

4.2.2. , '

Um dos sistemas de certificação alternativo em nível mundial é o

, ' (PEFC) [Programa de Endosso de

Sistemas de Certificação Florestal] (PEFC).

O , ' é uma

organização sem fins lucrativos que promove a sustentatibilidade florestal através da utilização de um sistema de certificação de terceira parte.

Essa organização foi fundada em 1999. Inicialmente, promovia o reconhecimento mútuo dos diferentes sistemas de certificação florestal nacionais da Europa, entretanto, expandiu@se e passou a fazer o reconhecimento mútuo entre sistemas de certificação mundiais. Os diferentes sistemas nacionais são mutuamente reconhecidos para garantir que o nível de sustentabilidade do manejo florestal e que os procedimentos da certificação estejam em conformidade com as exigências dos

Cada um dos sistemas nacionais avaliados foi desenvolvido internamente em cada um dos países com a participação dos atores sociais do setor florestal. De modo geral, existem certificações para as florestas nativas, para plantações florestais e para a cadeia de custódia.

O , ' possui 31

sistemas de certificação independentes sendo avaliados e entre estes, 23 já conseguiram o reconhecimento mútuo pelo sistema de certificação (PROGRAMME FOR ENDORSEMENT OF FOREST CERTIFICATION SCHEMES7).

O sistema de certificação para reconhecimento mútuo é baseado em documentos e referências de acordo com a região e o tipo de floresta a ser certificada.

Como exemplo, na Europa é utilizado o 2, '

[Critério Pan@Europeu para o Manejo Florestal Sustentável]; e o ITTO International Tropical Timber Organization [Organização Internacional de Madeira Tropical para países tropicais. Acordos Internacionais como Protocolo de Kioto, a Convenção da Biodiversidade e a Convenção de Mudanças Climáticas também devem ser respeitados (PROGRAMME FOR ENDORSEMENT OF FOREST CERTIFICATION SCHEMES, 2007).

O PROGRAMME FOR ENDORSEMENT OF FOREST CERTIFICATION SCHEMES (2007) cita que, em 2006, o sistema atingiu cerca de 480 milhões de hectares de área certificada em nível mundial e cresceu cerca de seis milhões de hectares apenas no ano de 2006. Esse relatório menciona que dois terços da área florestal certificada global pertence a esse sistema.

O sistema de certificação florestal brasileiro (CERFLOR) aprovado pelo PEFC será descrito posteriormente.

Existem outros sistemas de certificação alternativos que são utilizados apenas em nível regional. Entre eles, podemos citar:

7Programme for Endorsement of Forest Certification Schemes Disponível em

4.2.3. )

,!

(LEI

9

É o sistema de certificação utilizado na Indonésia.

O , [Instituto de Etiquetagem da Indonésia]

(LEI) é um órgão de acreditação para sistemas de certificação de recursos naturais que desenvolveu, entre 1994 e 2004, sistemas de certificação para florestas naturais, plantações florestais, florestas comunitárias e para a cadeia de custódia. Em outubro

de 2004, tornou@se a ' (CBO) [Organização de Base

Constituinte], formada por representantes de organizações não governamentais, representantes de povos indígenas, da academia e do setor privado. Com isso, o papel do LEI se expandiu. Além de formular sistemas de certificação florestal de produtos florestais, passou também a formular sistemas de certificação para produtos agrícolas e marinhos. Além disso, tem como novas funções a resolução de conflitos e o estabelecimento de políticas de defesa.

4.2.4.

[Sistema Americano de Fazendas

Florestais]

Esse sistema de certificação é utilizado nos Estados Unidos da América. Fundado em 1941, é o sistema de certificação de terceira parte mais antiga dos Estados Unidos. Todavia, ele certifica florestas particulares não de escala industrial (AMERICAN TREE FARM SYSTEM8).

4.2.5. ' ' (MTCC) 3' ' 45

6 7 (MTCC)

É o sistema de certificação nacional utilizado na Malásia. Tem como meta tornar@se o sistema de certificação de florestas tropicais líder em nível internacional.

A ' ' é uma organização não

governamental, estabelecida em 1992, cuja função era desenvolver um sistema de

8American Tree Farm System Disponível em: http://www.treefarmsystem.org/cms/pages/69_1.html

certificação nacional. Começou a operar em 2001 (MALASIAN TIMBER CERTIFICATION COUNCIL9).

Seus critérios iniciais foram baseados nos critérios e indicadores de manejo florestal para florestas tropicais naturais do

(ITTO) de 1998- No entanto, a partir de 2002, desenvolveram novos critérios utilizando como base os princípios e critérios do . ' .

Possui dois tipos de certificação: manejo florestal e cadeia de custódia.

Esse sistema está em processo de reconhecimento mútuo pelo PROGRAMME FOR ENDORSEMENT OF FOREST CERTIFICATION SCHEMES (PEFC).

A certificação florestal está se disseminando globalmente. A seguir será descrita uma breve introdução da certificação na América Latina e, logo após, será descrita a certificação de manejo florestal de plantações florestais no país.

Documentos relacionados