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A presente pesquisa foi realizada em três etapas. A primeira tratou de um levantamento bibliográfico, que se pautou sobre a política de egressos.

Também constou um período de estudo a análise documental, que, segundo Gil (2000), diferencia-se do levantamento bibliográfico, uma vez que nesse caso foram levantados documentos que não foram ainda alvo de análises ou que ainda podem ser reelaborados a partir dos objetivos de pesquisa. Para a ocasião, nessa etapa foram levantadas informações sobre os egressos a partir do questionário disponibilizado na plataforma de Formulários Google, bem como através de um documento em formato Word encaminhado por meio dos e-mails dos possíveis participantes. Cabe ressaltar que, para tal momento, a pesquisa contou com a tradução do questionário em Língua Brasileira de Sinais (Libras) junto à coordenação de Tradutores e

2 Para Coelho, esse sujeito pode ser definido como “aquele que saiu de uma determinada instituição de ensino após

Intérpretes de Libras (TILs) da instituição. Assim, foi possível quantificar os dados coletados para se utilizar da estatística descritiva, na etapa de análise.

A última etapa contaria com a seleção quase aleatória de alguns participantes para uma entrevista semiestruturada. Todavia, por questões de escolhas metodológicas, preferiu-se não realizar a entrevista com os egressos, uma vez que as informações levantadas pelo questionário demonstraram produtividade de análise, com as quais os objetivos do trabalho seriam alcançados.

Dessa forma, a entrevista foi feita apenas com o sujeito que assumia a função de gestão, o gestor responsável pelo acompanhamento de egressos da instituição, lotado na PROPLAN/UFRN.

4.2.1 Análise bibliográfica

Esse levantamento bibliográfico parte da análise resultante da pesquisa a conteúdos disponíveis em repositórios, como o SciELO, o Banco de teses e dissertações da CAPES, a Plataforma IBICT e o Repositório da Biblioteca Central Zila Mamede, na UFRN, o Google Acadêmico e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), através do uso das palavras-chave e descritores: “educação superior”; “educação especial”; “ensino superior”; “educação superior”; “egressos”; “inclusão”; “mercado de trabalho”; “labor”; “transição” e “empregabilidade”, aplicados com diversas combinações, do ano de 2008 a 2018.

Tal recorte, dos últimos dez anos, justifica-se a partir da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008), uma vez que esse tema ainda é pouco explorado. Dentre os documentos analisados, destaca-se: o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) (2010-2019), os documentos institucionais referentes às políticas de egressos, como Planos de Gestão e Regimento Interno, a legislação pertinente e os documentos do SINAES.

4.2.2 Questionário

O primeiro instrumento, no formato de questionário adaptado, foi elaborado a partir da compilação de alguns questionários já validados, que foram: I) o questionário utilizado pela PROPLAN/UFRN para avaliação e acompanhamento de egressos; II) o roteiro de entrevista social da CAENE; III) e o questionário adotado pela pesquisa do perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras (2014), sob responsabilidade da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais

de Ensino Superior (ANDIFES) e do Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE).

O questionário foi organizado com perguntas de múltipla escolha, escala de avaliação, questões de respostas múltiplas, bem como apresenta algumas perguntas abertas. Tem como finalidade fazer uma caracterização geral de todos os egressos. Ele se constitui de 4 (blocos): Bloco I, perfil do participante; Bloco II, trajetória no ensino básico; Bloco III, formação acadêmica; e Bloco IV, sobre o mercado de trabalho; o que totaliza 37 questões respondidas por todos os que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa. Esse questionário foi traduzido em Libras (ANEXO A), através de solicitação à coordenação dos tradutores e intérpretes de Libras da instituição, disponibilizado por documento em formato Word (APÊNDICE C) e também através do Google Formulário (APÊNCIDE E).

Para encaminhamento do questionário aos participantes da pesquisa, foi solicitada previamente a CAENE a lista com o nome e o e-mail de todos os estudantes com deficiência que foram acompanhados e concluíram seus cursos de graduação entre os anos de 2011 e 2017. O envio do questionário ocorreu após a aprovação pelo Comitê de Ética de Pesquisa da UFRN (com o parecer de nº 2.841.039 – ANEXO A), entre o período de dezembro de 2018 a janeiro de 2019, sendo o tempo estipulado para envio da resposta até dia 30 de janeiro.

Devido à dificuldade para aquisição das informações durante o tempo estipulado, o orientador desta pesquisa colaborou, encaminhando e-mail aos que ainda não haviam respondido, dando volume às respostas. Outras redes sociais, como WhatsApp e Facebook, foram aliadas às “campanhas” de respostas, com mensagens que retomavam o prazo e a importância da pesquisa. Foram gravados vídeos em Libras com a pesquisadora e uma intérprete da instituição, apresentando-se e explicando a importância da resposta dos sujeitos surdos. Além disso, professoras do curso de Letras – Libras da UFRN somaram esforços, também com vídeos, para mobilizar egressos surdos a responderem ao questionário.

4.2.3 Entrevista semiestruturada

Além do questionário, foi aplicado, num segundo momento, a entrevista semiestruturada, com o gestor (APÊNDICE D) da instituição, responsável pelo acompanhamento da política de egressos, cujo roteiro de entrevista aplicado constava de 8 perguntas, que abordavam sobre esse processo de acompanhamento e avaliação dos egressos. Essa entrevista foi de fundamental importância para situar a instituição em sua função e em suas compreensões acerca do tema.

Cabe ressaltar que durante a elaboração dos instrumentos, eles foram apreciados e validados por alguns profissionais com expertise em acessibilidade para pessoas surdas (tradutora/intérprete de Libras) e com deficiência visual (servidor cego formado em ciências da informação); e em política de acompanhamento de egressos, pelo responsável no âmbito da PROPLAN/UFRN.

Na ocasião da apreciação pelos profissionais, foram destacados: a necessidade da clareza da compreensão das perguntas, o formato acessível do questionário e as alterações sugeridas no roteiro de entrevista, tais como a criação de um terceiro roteiro, que contemplasse os sujeitos que já haviam tido experiências no mundo do trabalho, porém, no momento, não estavam empregados.