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A partir da seleção e definição dos campi, que estão parcialmente atendendo

o decreto 5626/205, passamos ao processo de tratamento e inferência dos resultados. Realizamos a leitura flutuante9 e a criação das unidades de conteúdo,

por fim, criamos as categorias de análises, considerando os próprios objetivos propostos para estudo.

9 Leitura flutuante: De acordo com Bardin(1979) e Minayo (2000) é uma etapa da pré-leitura, definida pela autores como “leitura flutuante”, ou seja, fase de organização e sistematização de ideias, em que ocorre a escolha dos documentos a serem analisados durante a pesquisa documental e bibliográfica, bem como a formulação de hipóteses e objetivos, e organização preparação do material.

Para análise dos dados tomamos como base a proposta de Bardin (1979) denominada “Analise de conteúdo” e “Categorização”.

Como afirma Bardin (1979, p. 40) “A análise de conteúdo aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”.

Deste modo, a análise de conteúdo, na perspectiva da pesquisa qualitativa, procura compreender a fala dos sujeitos e o pensamento social que permeia as relações desses grupos a partir de variáveis de ordem psicológica, sociológica, histórica e política, privilegiando o significado, a singularidade das mensagens e a freqüência dessas no texto (BARDIN, 1979, p 42).

De acordo com Bardin (2009), este é um processo comum na análise de conteúdo, pois o investigador precisa reformular hipóteses e se apoiar em dados, para assim construir categorias sólidas que atendem aos objetivos.

A terceira e quarta parte da referência em tela, aprofunda-se na questão do método e técnicas, respectivamente: a organização da análise; a codificação de resultados; as categorizações; as inferências; e, por fim, a informatização da análise das comunicações. Para uma aplicabilidade coerente do método, de acordo com os pressupostos de uma interpretação das mensagens e dos enunciados, a Análise de Conteúdo deve ter como ponto de partida uma organização. As diferentes fases da análise de conteúdo organizam-se em torno de três pólos, conforme Bardin: 1. A pré- análise; 2. A exploração do material; e, por fim, 3. O tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação (BARDIN, 2009, p.121). Bardin (1979) enfatiza em seus estudos que a análise de conteúdo deve ocorrer em três momentos, quais sejam:

x No primeiro momento: a pré-leitura é definida pela autora como “leitura flutuante”, ou seja, é o momento dos primeiros contatos e leituras dos dados, seleção de documentos transcritos voltados ao tema de estudo, e a serem analisados durante a pesquisa documental e bibliográfica, bem como a formulação de hipóteses e objetivos, e organização preparação do material. x O segundo momento diz respeito a realização das decisões tomadas na pré-

transformados e reagrupados em classes ou categorias. (BARDIN, 1979 p. 104).

x O terceiro momento refere-se ao tratamento e inferência dos resultados, permite que o material recolhido e transformado em categorias se constitua

em dados qualitativos e análises reflexivas, como também em observações individuais do pesquisador. As categorias podem ser criadas de duas formas: a primeira antes da coleta de materiais, sendo destacadas por meio da teoria estudada e a segunda após o material já ter sido coletado. Durante a análise do conteúdo, as categorias são classes que reúnem um grupo de elementos com características comuns (BARDIN, 1979 ).

A escolha da análise de conteúdo apresentada por Bardin (1979), se deve à forma como foram obtidos os dados, ou seja, após o levantamento bibliográfico e levantamento dos documentos referentes ao objeto de estudo nos direcionamos para outro momento de pesquisa definido pelo autor como “pré-leitura”, que é a leitura dos dados obtidos com objetivo de selecionar trabalhos voltados ao tema em questão, assim como selecionar os contextos a serem investigados (em nosso caso, as unidades da Unesp que contemplavam o ensino de Libras em seus currículos). Esses momentos nos permitiram conhecer o material numa perspectiva geral, e verificar o que vem sendo produzido acerca do tema, bem como apreender informações importantes voltadas ao tema de estudo investigado por meio da organização curricular. As informações levantadas nesse momento nos ajudaram na construção das categorias da análise.

Após a leitura e seleção do material, partimos para a “exploração do material”. Nesta etapa iniciamos o processo de definição das Universidades, ou seja, por meio da análise da matriz curricular dos cursos de Licenciatura em Pedagogia da UNESP, que contemplam em seu currículo a disciplinas de Libras.

Destaca-se que para verificar a incidência da disciplina de Libras na matriz curricular dos cursos de pedagogia, num primeiro momento optamos também por investigar a incidência da disciplina de Libras nos currículos das disciplinas da Educação Inclusiva e Educação Especial, uma vez que essas disciplinas destinam parte de sua carga horária ao ensino do conteúdo de Libras, contribuindo assim para

a formação inicial do professor que deve ser formado para atuar nos anos iniciais do ensino fundamental, para trabalhar com a criança surda.

Considerando o universo da pesquisa, centramos nossas observações na organização da disciplina Libras apresentadas nos cursos em questão, no que concernente à ementa, aos objetivos, ao conteúdo programático, ao semestre e regime de oferecimento da disciplina, carga horária, avaliação referências, objetivando compreender como tem sido ofertada a Libras e sua proposta de aquisição, bem como o domínio da comunicação em Libras, para o pedagogo em formação e sua inserção na cultura da PS.

De posse dessas informações, chegamos ao momento principal que é a confrontação da teoria com os dados, ou seja, buscamos analisar se a organização apresentada nos planos de ensino da disciplina Libras atende, ainda que minimamente, ao proposto pelo Decreto 5626/2005, bem como às necessidades de conhecimento do professor em processo de formação, no que tange de ensino e aprendizagem da PS nos anos iniciais de escolarização.

Essa discussão está apresentada a partir de três momentos:

x Análise dos planos de ensino das quatro Instituições de Ensino Superior, e a proposta da disciplina Libras em sua matriz curricular do curso de Pedagogia. x A formação do futuro professor de anos iniciais para trabalhar com ensino de

alunos surdos.

x Apontamentos sobre as necessidades de uma organização curricular para a formação inicial de professores no curso de licenciatura em Pedagogia, a fim de que possamos entender o decreto 5626/05, como indicador no processo de democratização de uma escola inclusiva.

CAPÍTULO 2

TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DA PESSOA SURDA

A pessoa surda é a marca da diferença, ou seja, de uma cultura diferente à dos ouvintes. Considerando essa afirmativa, este capítulo faz referência inicialmente aos dados oficiais registrados em livros e documentos sobre a trajetória histórica da educação dos surdos. O texto foi organizado em uma sequência cronológica, cujos fatos são narrados desde a História Antiga até a Idade Contemporânea, por isso devemos levar em consideração os aspectos peculiares que se diferenciam da “cultura” dos ouvintes.