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Processo Logístico

No documento Livro de Operações e Logística - EAD_UFMS (páginas 170-178)

O Processo Logístico é visto como sendo o conjunto de todas as etapas e todos os integrantes que compõem a Logística de algum pro- duto de alguma empresa.

Assim, ele é composto pelos seguintes atores: a empresa, a in- dústria ou órgão público; os fornecedores e os clientes. Na Figura 47 podemos ver esquematicamente os atores do processo, sendo que o foco é que a empresa estabeleça parcerias com os fornecedores com vistas a atender ao cliente.

Uma vez que o fornecedor tenha tudo o que a empresa precisa, ele envia os produtos solicitados por meio de um modal de transporte. Este processo é denominado Suprimento Físico (termo mais usado nos Estados Unidos da América) ou Administração de Materiais (ter- mo mais usado em outros países), sendo a Administração de Materiais o termo utilizado neste livro.

A empresa para vender precisa saber o que os seus clientes que- rem, quando querem e onde querem. Para isso, também é necessário haver a troca de informações.

Uma vez que a empresa tenha tudo o que o cliente precisa, ela envia por algum meio de transporte os produtos comprados até o local combinado. Este processo é denominado Distribuição Física.

Apresentamos na Figura 48 dois processos na Logística: a Dis- tribuição Física e Administração de Materiais.

Administração de materiais na logística

Para começarmos a entender o que é Administração de Materi- ais devemos primeiro definir o que é material.

Figura 48: Processos Logísticos.

Material é todo bem que pode ser contado, registrado, que tenha como função atender às necessidades de produção ou prestação de serviço de uma empresa ou repartição pública.

Com a definição dada de material podemos, então, definir o que vem a ser a Administração de Materiais na Logística. Relembrando as Unidades anteriores, Administração de Materiais é o conjunto de ati- vidades que tem por objetivo planejar, executar, controlar os materiais adquiridos e usados por uma empresa privada ou por um órgão públi- co, com base nas especificações dos produtos a serem adquiridos até o seu uso na empresa ou órgão público. Todo este processo deve ser feito da forma mais eficiente e econômica que se possa conseguir realizar.

Em resumo, podemos dizer que a Administração de Materiais é um conjunto de atividades que tem por finalidade o abastecimento de materiais para a empresa ou repartição pública no tempo certo, na quan- tidade certa, na qualidade solicitada, sendo tudo isso conseguido ao menor custo possível.

Cabe a Administração de Materiais todas as atividades referen- tes à aquisição de matérias-primas para o abastecimento da empresa, da indústria ou repartição pública, desde o controle do estoque até a decisão de repô-lo; a escolha de fornecedores; aos processos de com- pra, armazenagem e entrega; tudo isso sincronizado com as necessida- des de produção.

O termo Administração de Materiais tem diversas denominações, tais como:

Suprimentos (mais usado nos Estados Unidos da América), Apro- visionamento (mais usado nos países da Europa) ou Abastecimento (mais usado nas Forças Armadas). Porém, todas dizem respeito à, es- sencialmente, mesma função.

Podemos listar que as principais atividades inerentes à Adminis- tração de Materiais são: a manutenção de estoques, o processamento do pedido, as compras, a programação do produto, a embalagem de

Atenção, repare se na sua repartição municipal, estadual ou fe- deral os nomes citados como sinônimos da Administração de Material aparecem no organograma da instituição. Mas não se preocupe! Em geral, todas estas denominações dizem a mesma coisa e desenvolvem as mesmas atividades que foram mencionadas.

A Administração de Materiais em sua visão mais operacional tem por objetivo resolver as seguintes questões:

O que comprar (qual o produto a ser comprado)?

Quem necessita da compra (departamentos e repartições que necessitam do produto)?

Quantas unidades devem ser compradas (não só um pedido, mas o lote econômico de compra)?

Quando comprar (prazo limite que o produto deve chegar menos o tempo do processo de compra)?

Quais são os possíveis fornecedores (pesquisar os fornece- dores e classificá-los para poder fazer consultas a eles e even- tualmente dar notas em função da sua confiança/ credibilidade)?

Qual o preço justo para a compra (fazer uma sondagem no mercado local e nacional – eventualmente internacional - somando os valores de frete para se ter um parâmetro do valor cobra- do pelo produto e servir como base para o processo de compra)? Como realizar o processo de compra (no caso do serviço pú- blico seguir sempre a Lei nº 8.666 e toda a legislação perti- nente, para saber se o processo de compra pode ser realizado por dispensa ou por licitação)?

Como receber os produtos do fornecedor vencedor do pro- cesso de compra (se realizará algum teste no produto, um exame do Ministério da Agricultura, ou testes em laboratório de ensaios físicos: resistência de uma cadeira de sala de aula, teste de microcomputadores etc.?

Como entregar os produtos aos solicitantes (tudo de uma vez, entrega parcial etc.)?

Como controlar o estoque/armazenagem dos produtos esto- cados pela empresa?

Poderíamos nos estender neste questionamento, mas as pergun- tas anteriores dão uma noção da complexidade da função do Adminis- trador e da dificuldade que ele enfrenta para realizar todo o processo de maneira ágil, atendendo a todos os servidores e/ou funcionários.

Tão importante quanto a definição de Administração de Materi- ais que apresentamos, é a definição de quem é o Administrador de Materiais!

O Administrador de Materiais é a pessoa que ficará responsável por executar os procedimentos que respondem as dez perguntas ela- boradas anteriormente de forma honesta, séria, sempre buscando a economia dos custos da empresa por meio de compras realizadas a custos mais baixos; e ao gerenciamento íntegro dos estoques arma- zenados para evitar os roubos, as avarias, a perda de validade entre outros. Além disso, cabe a ele estruturar todos os procedimentos para que a Administração de Materiais seja padronizada e normatizada den- tro da empresa e possa, também, ser implantada a certificação de Qua- lidade Total na Administração de Materiais.

Podemos intuir, que se a Administração de Materiais não reali- zar as suas tarefas a contento, podemos chegar à situação em que a empresa poderá parar por não ter material suficiente para abastecer a produção, a repartição pública, a escola, ou mesmo o hospital que pode parar de atender a população por falta de merenda, medicamentos en- tre outros. Repare, então, a grande importância da Administração de Materiais em qualquer empresa ou órgão público!

No serviço público a Administração de Materiais é o Processo Logístico mais presente, pois grande parte do que é feito está na área de serviços, o que basicamente demanda o abastecimento de produtos para permitir a execução destes serviços.

Para entendermos melhor o Processo Logístico vamos voltar ao nosso exemplo da merenda, conscientes de que a fábrica é a servidora merendeira que tem por função preparar a merenda. Os clientes são os

Até este ponto desenvolvemos o processo de Administração de Materiais. Na próxima Unidade retomaremos este exemplo e falare- mos do próximo Processo Logístico.

Todas as atividades da Administração de Materiais serão trata- das nas Unidades de Atividades Primárias ou de Planejamento da Logística, e na de Atividades Secundárias ou de Apoio da Logística que se seguirão.

Distribuição física

A Distribuição Física trata do processamento de pedidos, do transporte, da estocagem de produtos acabados e da armazenagem dos produtos finais da empresa, desde o instante que o pedido é colocado pelo comprador até o momento no qual ele toma posse dele, as merca- dorias são de responsabilidade da Distribuição Física.

A Distribuição Física cobre todas as atividades que vão desde a saída do produto acabado da fábrica até a entrega final no cliente. O transporte e o gerenciamento de estoque são as principais atividades que compõem a Distribuição Física, movimentando, como dissemos, os produtos desde o fim da produção até o mercado de clientes.

No entanto, podemos citar as seguintes atividades envolvidas na Distribuição Física: serviço ao cliente, previsão de demanda, controle de estoques, processamento de pedidos, suporte aos serviços e reposição de partes, seleção de locais de fábricas e armazéns, empacotamento, manu- seio de bens de estoques, gerenciamento de rejeitos e sobras. E não pode- mos esquecer a Logística Reversa que é o processo de trazer de volta para a indústria os produtos com defeitos e/ou rejeitados pelos clientes.

A Distribuição Física pode variar sua forma de atuar em função do mercado, assim, temos:

Distribuição Física para mercado de usuários finais. Distribuição Física para mercado de indústrias. Distribuição Física para mercado de intermediários.

Os usuários finais, em maior número, são aqueles que usam o produto para satisfazer as suas necessidades, e geralmente adquirem pequenas quantidades.

Já os consumidores industriais, em menor número, são aqueles que compram os produtos para produzir novos itens, e geralmente adquirem grandes quantidades.

Os intermediários, empequeno número, compram produtos em grandes quantidades e os distribuem para os consumidores finais e/ou indústrias. Alguns internediários distribuem para outros intermediári- os de menor porte.

Para continuar a falar mais sobre a Distribuição Física devemos introduzir o conceito de Canais de Distribuição que usualmente são formados por atacadistas, varejistas, revendedores, distribuidores etc.. Um Canal de Distribuição corresponde a um conjunto de em- presas que participa do fluxo de produtos desde o fornecedor da in- dústria, passando pela própria indústria que o produz, até o cliente final. Podemos exemplificar alguns possíveis Canais de Distribuição a partir da Figura 49. Uma empresa pode entregar os seus produtos produzidos diretamente a seus clientes, Canal de Distribuição 1; ou pode vender para uma, ou mais lojas de varejo, e estas venderão para o cliente final, Canal de Distribuição 2; ou, ainda, as empresas podem vender para atacadistas que revendem para as lojas varejistas que, por fim, vendem para os clientes finais do produto, Canal de Distribuição 3.

Se a Distribuição Física ocorrer no âmbito internacional, outras empresas podem ser incorporadas ao Canal de Distribuição visando a maior eficiência da distribuição.

O sistema de transporte na Distribuição Física pode ser classifi- cado em dois tipos:

distribuição “um para um”; distribuição “um para muitos”.

No tipo de distribuição “um para um” o veículo é totalmente carregado no depósito da indústria ou em um centro de distribuição (lotação completa), e a carga é transportada para um único ponto de destino, podendo ser qualquer empresa do Canal de Distribuição.

Neste tipo de distribuição, o veículo é carregado de maneira a ocupar toda a sua capacidade (volume e/ou peso) e, consequentemente, tem uma tendência em diminuir o custo de transporte. Na prática, este tipo de distribuição “um para um” é denominado transferência de produtos.

No tipo de distribuição “um para muitos”, também conhecida como distribuição compartilhada, ocorre quando o veículo é carrega- do no depósito da empresa ou em um centro de distribuição, mas nem sempre com lotação completa, e a carga é transportada para diversos pontos de destino do Canal de Distribuição. Como exemplo, podemos ter diversos atacadistas em municípios diferentes ou diversas lojas varejistas.

Para cumprir esta distribuição, é elaborado para cada veículo da frota um roteiro específico de entregas por meio de ferramentas mate- máticas de roteirização de veículos. Neste tipo de entrega, temos a tendência de não conseguir o melhor aproveitamento da capacidade do veículo. Isto se deve aos diversos tamanhos, formas e pesos das cargas que estão sendo transportadas, dificultando, assim, a sua aco- modação de forma a usar ao máximo a capacidade do veículo.

Além disso, o caminhão deve ser carregado na ordem inversa das entregas, o que impede a melhor ocupação do espaço interno da carga no caminhão. Para minimizar este problema existem os cami- nhões tipo siders, que abrem toda a lateral e não apenas a parte trasei- ra. É muito comum ver estes caminhões serem usados na distribuição de refrigerantes.

Em nosso exemplo da merenda escolar temos que: a fábrica é a servidora merendeira que tem por função preparar a merenda; os cli- entes são os alunos que têm uma expectativa de uma merenda saudá- vel e gostosa no horário do intervalo; os fornecedores são os super- mercados, os atacadistas ou fábricas, que ganham as licitações de for- necimento de produtos alimentícios e que devem entregar os produtos até a escola. Até aqui, nenhuma novidade, só que agora temos que tirar a merenda da cozinha e levá-la até a cantina, supondo os dois locais como sendo distantes um do outro.

Para fornecer o produto pronto, escolher o meio de transporte, a forma de descarregar este meio de transporte, a forma como o produto final será embalado, como será armazenado e efetivamente entregue ao cliente final, o aluno; é que o Processo Logístico de Distribuição Física existe.

No documento Livro de Operações e Logística - EAD_UFMS (páginas 170-178)