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O produto na ótica da Logística

No documento Livro de Operações e Logística - EAD_UFMS (páginas 196-200)

Caracterização do produto

Entender como o produto se caracteriza é importante, pois este entendimento pode nos levar a uma melhor compreensão das necessi- dades da Logística em cada situação, ou seja, o impacto que cada ca- racterística do produto acarreta no gerenciamento da Logística.

Peso e Volume

O peso e o volume são características importantes do produto, sobretudo, quando olhados na totalidade da carga a ser movimentada. No entanto, muito mais importante do que estes valores é a relação entre eles. Ou seja, podemos denominar a Relação Peso/Volume como sendo o Peso Específico.

Relação Peso/Volume

A Relação Peso/Volume pode ser interpretada como sendo o Peso Específico. Ela representa, de forma simples e na visão operacional da Logística, a quantidade de peso que é possível carregar em uma uni- dade de volume. Por isso, é usual expressar o Peso Específico em toneladas/m3.

Em termos logísticos esta medida é uma das mais importantes para dimensionarmos a capacidade de transporte e armazenagem de cargas, sobretudo, de cargas a granel.

Outra situação específica da Logística é que certos produtos lotam o veículo por peso, mas não lotam por volume, ou vice-versa. Por exemplo, o produto ferro-gusa que tem peso específico muito alto, usualmente, quando carregado no porão do navio só pode ser estoca- do até a metade do volume, pois, caso contrário, ele excede a capaci- dade de carga do navio.

Analisando o gráfico da Figura 54 podemos perceber que o Custo de Estoque tende a reduzir em função do aumento da Relação Peso/ Volume, isto se deve principalmente ao fato de que a armazenagem tem um alto custo inerente ao espaço ocupado e, portanto, quanto maior for o peso específico, menor a área utilizada para armazenar a mesma tonelada do produto.

Outro fator que faz o Custo de Estoque reduzir é a movimenta- ção do produto, ou seja, com a Relação Peso/Volume aumentando, existe uma tendência a reduzir o número de movimentos para se trans- portar a carga pelo veículo até o armazém e vice-versa, pois cada via- gem dos veículos de movimentação pode transportar mais peso a cada movimento.

Ressaltamos que toda a análise aqui apresentada é hipotética e para cada produto devemos fazer uma análise criteriosa, pois outros fatores também podem influenciar o desenho da curva, bem como os valores de armazenagem. Como exemplos, citamos: o valor do produto,os riscos de incêndio e explosão entre outros.

A curva de Custo de Transporte tem um comportamento pareci- do com a Curva de Custo de Estoque.

Analisando o transporte, você pode inferir que a maior parte dos veículos transportadores é dimensionada para ter potência para trans- portar peso, assim, quanto maior for o peso transportado por viagem, menor será o número de viagens no caso dos transportes rodoviário e marítimo. No caso do transporte ferroviário, por conta da diminuição do número de trens circulando, se ganha, também, maior disponibili- dade da malha para transportar outros trens.

Caso não se transporte todo o potencial de peso que o veículo tem capacidade de transportar, pois a carga ocupa o veículo em volu- me, mas não em peso, deve-se adotar a postura de diminuir a potência

Figura 59: Relação Peso/Volume x Custo.

As mesmas ressalvas que fizemos para a Curva de Estoque são válidas para a Curva de Transporte, ou seja, estas são hipotéticas e genéricas e para cada produto, devemos produzir análises mais criteriosas.

Por fim, ressaltamos que no transporte de contêiner é comum os transportadores adotarem uma tabela denominada w/m (weight/ measurement), ou seja, o transportador adota uma tabela com valor pelo peso transportado e uma outra em função das medidas da merca- doria (volume). Assim, quando nos solicitam o preço do frete, nós o calculamos baseados na tabela de peso e preço pela tabela de volume do produto, aquela que der o maior valor, será o valor a ser cobrado.

Por fim, percebemos, que o Custo Logístico de produtos tem a tendência de diminuir em função de uma Relação Peso/Volume maior, carecendo, é obvio, de uma análise criteriosa para cada operação es- pecífica.

Valor

O valor do produto tem uma grande importância para a Logística, primeiramente porque o custo de seguro em todas as etapas é onerado, tendo em vista que os seus valores são cobrados baseados no valor do produto. Além do valor que está sendo analisado, o seguro é afetado pelo risco da carga.

Outro ponto importante é que muito dos preços cobrados de ar- mazenagem são cobrados não só em função da área ocupada, como também, em função do valor da mercadoria, usualmente o valor CIF. Em função do aumento de roubo de carga, principalmente no transporte rodoviário, os proprietários vêm optando por transportar caminhões com meia capacidade de carga, pois caso ele seja roubado o prejuízo será menor.

Grau de Substituição

O Grau de Substituição, também conhecido como Substituibilidade, é medido como sendo a percepção da qualidade do produto em relação ao seu preço. Quando o cliente não consegue per- ceber a diferença de qualidade do produto, ele o analisa apenas com-

parando-o ao outro de forma a tentar justificar a diferença de preço entre ambos, normalmente, ele opta pelo produto de menor preço.

Neste caso, produtos com alto Grau de Substituição demandam uma Logística agressiva para manter os pontos de venda abastecidos e preparados para concorrer sempre com o produto do concorrente, e ao mesmo tempo, exige da Logística que os custos de transporte e esto- que sejam reduzidos ao máximo a fim de conseguir disputar com o outro produto o quesito preço. Este é um grande desafio para a Logística.

Além disso, como este tipo de produto é susceptível às campa- nhas de marketing, as demandas podem variar muito de região para região em função das campanhas promocionais, dificultando, ainda mais, o papel da Logística que trabalha sempre com um alto grau de incerteza.

São comuns os exemplos destes produtos no varejo, citamos: o sabonete, a pasta de dente, o açúcar entre outros.

Grau de Risco

O Grau de Risco representa o grau de possibilidade que a carga movimentada pela Logística tem de ser extraviada ou de sofrer deterioramento. O risco pode ser dividido em cinco tipos:

roubo inflamável explosão

combustão espontânea perecível.

No caso de Roubo, principalmente no transporte rodoviário, o índice de assaltos aos veículos de carga vem aumentado sistematica- mente sem nenhuma sinalização de melhoria pelas autoridades brasi-

No documento Livro de Operações e Logística - EAD_UFMS (páginas 196-200)