• Nenhum resultado encontrado

1 Quadro 80: Famílias que receberam orientações dos ACS sobre prevenção de doenças e de

aids e uso de soro de reidratação oral e avaliaram como ótima e boa (%), PSF, oito grandes centros urbanos, Brasil, 2002

Município Prevenção doenças Prevenção aids Uso soro reidratação oral

Orient. Ótima e boa Orient. Ótima e boa Orient. Ótima e boa

Camaragibe 76,3 93,3 43,0 95,1 58,2 89,2 Palmas 80,0 94,4 35,1 100,0 62,7 97,2 Vitória da Conquista* 77,9 76,5 55,8 60,3 71,2 74,3 Vitória 67,0 93,2 33,0 96,8 40,7 94,5 Aracaju 74,4 91,8 33,9 95,1 63,0 92,4 Goiânia* 51,0 87,8 34,4 84,8 31,3 90,0 Manaus 74,8 94,1 39,4 92,5 58,9 91,6 Brasília 59,1 86,9 23,1 92,5 50,7 92,9 Fonte: Nupes/Daps/Ensp/Fiocruz.

* Em Vitória da Conquista e Goiânia, foi realizada estimativa das famílias que receberam a orientação.

A cobertura assistencial das orientações dos ACS sobre cuidados com idosos foi realizada tendo por base o número de famílias com membros de 60 ou mais anos de idade, e a relativa ao acompanha-mento de doentes crônicos considerou o número de famílias que informaram a presença de doentes crônicos no domicílio. De maneira geral, em todos os municípios pesquisados, os ACS fornecem mais orientações sobre cuidado de idosos do que realizam o acompanhamento de portadores de doenças crônicas durante a visita domiciliar, excetuando-se em Vitória da Conquista e Goiânia, cujos resultados podem ter sido influenciados pela forma como a pergunta foi realizada (‘atividades de prevenção e promoção da saúde de idosos’) e pelo menor número de famílias entrevistadas.

A cobertura assistencial das orientações dos ACS a respeito de cuidados com pessoas idosas foi entre 50% (Goiânia) e 97% (Aracaju), enquanto a de acompanhamento dos doentes crônicos foi entre 40% (Manaus) e 69% (Vitória da Conquista). Mais de 86% das famílias e até 100%, em Palmas e Vitória da Conquista, consideraram como boa ou ótima a capacidade do ACS de orientar a respeito dos cuidados com pessoas idosas, e mais de 91% e até 100%, em Palmas, das famílias entrevistadas fizeram essa mesma avaliação a respeito do acompanhamento dos doentes crônicos realizado por ACS, excetuando-se Goiânia, onde cerca de 76% avaliaram positivamente essa atividade.

1

Quadro 81: Famílias que receberam orientações dos ACS sobre cuidados de idosos e de doentes crônicos e avaliaram como ótima e boa (%), PSF, oito grandes centros urbanos, Brasil, 2002

Município Cuidado idosos Acompanhamento doentes crônicos

Orient. Ótima e boa Orient. Ótima e boa

Camaragibe 81,7 98,3 51,5 94,3 Palmas 83,9 100,0 45,5 100,0 Vitória da Conquista* 62,1 100,0 69,4 90,7 Vitória 56,3 91,9 54,9 95,0 Aracaju 96,6 96,4 35,7 93,3 Goiânia* 50,0 85,7 67,3 75,7 Manaus 83,6 94,1 39,6 92,7 Brasília 95,1 96,6 43,8 94,3 Fonte: Nupes/Daps/Ensp/Fiocruz.

* Em Vitória da Conquista e Goiânia, foi realizada estimativa das famílias que receberam a orientação.

A cobertura assistencial das atividades de planejamento familiar, prevenção de câncer de colo de útero e de mama, o encaminhamento das gestantes ao pré-natal e o acompanhamento do esquema de imunização de gestantes foi realizada tendo por base o conjunto de famílias pesquisadas, por se considerar que orientações relacionadas com métodos anticoncepcionais e prevenção de câncer gine-cológico devem ser fornecidas a todas as famílias sob responsabilidade do ACS. Nas ações relacionadas com as gestantes, a base de cálculo dependeria do número de gestantes ao longo do período, desde a implantação do PSF em cada município, motivo pelo qual foi mantido o número total de famílias pesquisadas, porém sem poder analisar níveis de cobertura assistencial para essas atividades.

Os agentes comunitários de saúde, em todas as cidades pesquisadas, forneceram mais orientações sobre prevenção de câncer de colo de útero e de mama do que sobre planejamento familiar. Inferimos a influência das campanhas realizadas pelo Ministério de Saúde, nos últimos anos, na maior cobertura assistencial da prevenção de câncer ginecológico. A cobertura das orientações sobre planejamento familiar variou entre 21% (Goiânia) e 45% (Vitória da Conquista), e mais de 93% das famílias consi-deraram a capacidade do ACS em realizá-la como ótima e boa, excetuando-se Goiânia e Vitória da Conquista, onde os percentuais de avaliação positiva foram 80% e 64%, respectivamente.

A cobertura assistencial das orientações sobre prevenção de câncer ginecológico foi entre 46% (Brasília) e 71% (Camaragibe), e 85% ou mais das famílias consideraram ótima ou boa a capacidade do ACS de fornecer essas orientações. Em Vitória da Conquista, a avaliação positiva restringiu-se a 59% das famílias que receberam a orientação.

Cerca de 20% das famílias pesquisadas em seis cidades informaram a realização de ações de identificação de gestantes e encaminhamento para o acompanhamento pré-natal por parte dos ACS, e mais de 87% das que receberam essas orientações e até 100% (em Palmas e Vitória) avaliaram a capacidade do ACS em fornecê-las como ótima ou boa. Cerca de 20% das famílias entrevistadas

1

também informaram que o ACS acompanhou o esquema de imunização das gestantes, avaliando sua capacidade em realizar essa atividade como ótima ou boa em mais de 87% dos casos, até 100% (Camaragibe e Palmas).

Quadro 82: Famílias que receberam dos ACS orientações selecionadas e avaliaram como ótima e boa (%), PSF, oito grandes centros urbanos, Brasil, 2002

Município

Planejamento

familiar colo de útero e mamaPrevenção câncer

Gestantes Encaminhamento

pré-natal Acompanhamento vacinação Orient. Ótima e boa Orient. Ótima e boa Orient. Ótima e boa Orient. Ótima e boa

Camaragibe 34,6 93,9 70,5 93,4 19,4 97,8 23,2 100,0 Palmas 30,7 98,6 67,5 92,8 18,7 100,0 20,9 100,0 Vitória da Conquista 45,2 63,8 62,5 58,5 ... ... ... ... Vitória 30,8 92,7 64,6 95,1 14,0 100,0 15,8 94,2 Aracaju 36,5 95,2 54,0 93,5 25,2 94,6 27,8 93,8 Goiânia 20,8 80,0 49,0 85,1 ... ... ... ... Manaus 26,5 96,6 54,0 91,1 17,7 87,5 18,1 87,9 Brasília 22,7 96,0 45,8 91,3 16,9 86,8 16,9 86,8 Fonte: Nupes/Daps/Ensp/Fiocruz.

* Em Vitória da Conquista e Goiânia, foi realizada estimativa das famílias que receberam a orientação.

A cobertura assistencial das orientações dos ACS sobre prevenção de cáries e saúde bucal foi cal-culada considerando-se as famílias que tinham, entre seus membros, menores de 14 anos. A avaliação do acompanhamento do esquema de imunizações teve por base famílias com crianças até 5 anos de idade e as coberturas, tanto do acompanhamento de crescimento e desenvolvimento de crianças menores de 2 anos quanto das orientações de incentivo ao aleitamento materno, foram calculadas a partir do número de famílias com crianças até 2 anos de idade.

As coberturas das orientações relacionadas com saúde bucal de crianças e jovens foram baixas em todos os grandes centros urbanos pesquisados, excetuando-se Vitória da Conquista, onde foi de 89%. Nos demais municípios, variou entre 37% (Palmas) e 59% (Camaragibe). Em Goiânia, a avaliação positiva da capacidade do ACS realizar essa atividade foi a mais baixa (65%), seguida por Vitória da Conquista (71%). Nas demais cidades, 92% ou mais das famílias que receberam essas orientações avaliaram como ótima ou boa.

10

A cobertura assistencial do acompanhamento, realizado pelos ACS, do esquema de vacinação das crianças até 5 anos de idade foi, de maneira geral, ótima ou boa, variando entre 74% (Manaus) e até 119% (Camaragibe), onde um número maior de famílias que aquelas com crianças nessa faixa etária informou ter recebido essa atividade. Possivelmente, esse fato é devido ao tempo mais longo de im-plantação do PSF nesse município (desde 1994). Mais de 92% das famílias avaliaram como ótima ou boa a capacidade do ACS em realizar esse acompanhamento. Em Vitória da Conquista e Goiânia, o instrumento utilizado e o pequeno número de famílias pesquisadas não permitiram o levantamento dessas informações.

A cobertura do acompanhamento de crescimento e desenvolvimento de crianças menores de 2 anos pelos ACS também foi ótima ou boa em todos os grandes centros urbanos pesquisados, com exceção de Goiânia, onde a cobertura foi regular (56%). Nas demais cidades, variaram entre 65% (Manaus) e 102% (Camaragibe). Oitenta por cento ou mais das famílias, e até 100% em Vitória da Conquista, consideraram como ótima ou boa a capacidade do ACS de acompanhar o crescimento e desenvolvimento das crianças até 2 anos de idade.

A cobertura do incentivo ao aleitamento materno foi insuficiente em Goiânia e Manaus, regular em Vitória, boa em Palmas, Vitória da Conquista e Brasília, e ótima em Camaragibe e Aracaju. Dois terços ou mais das famílias, e até 100%, em Palmas e Vitória da Conquista, consideraram boa ou ótima as orientações realizadas, pelos ACS, de incentivo ao aleitamento materno exclusivo até 6 meses de idade.

Quadro 83: Famílias que receberam dos ACS orientações selecionadas sobre saúde da criança e avaliaram como ótima e boa (%), PSF, oito grandes centros urbanos, Brasil, 2002

Município

Saúde bucal Acompanhamento imunização Acomp. CD < 2 anos Aleitamento materno Orient. Ótima e boa Orient. Ótima e boa Orient. Ótima e boa Orient. Ótima e boa

Camaragibe 59,3 94,4 119,0 95,2 102,0 89,2 83,7 90,0 Palmas 37,2 97,1 91,7 98,3 91,2 97,2 61,8 100,0 Vitória da Conquista 89,2 71,2 ... ... 86,4 100,0 72,7 100,0 Vitória 41,2 96,8 94,6 95,5 80,0 94,5 56,4 95,4 Aracaju 42,5 91,6 87,0 92,1 93,4 92,4 80,3 93,0 Goiânia 37,7 65,2 ... ... 55,6 80,0 44,4 75,0 Manaus 51,1 93,5 73,6 95,7 65,4 91,6 49,4 94,3 Brasília 47,4 94,0 67,2 95,2 67,2 92,9 69,0 94,8 Fonte: Nupes/Daps/Ensp/Fiocruz.

11

A pesquisa incluiu o levantamento de informações a respeito da existência de problemas no atendi-mento das famílias por qualquer integrante da ESF e, em caso afirmativo, o tipo de problema ocorrido. Essa avaliação foi realizada apenas por famílias que, em alguma ocasião, tinham sido atendidas por aquele profissional específico, exceto em Vitória da Conquista e Goiânia, onde o instrumento utilizado não estabelecia esse pré-requisito, podendo interferir nos resultados. Pode-se afirmar que, diante do número de famílias atendidas, os percentuais de problemas foram bastante reduzidos.

Problemas com o auxiliar de enfermagem foram referidos por cerca de 13% das famílias entrevistadas em Vitória da Conquista e por 8%, em Manaus. Por outro lado, Palmas foi a cidade em que menor per-centual de famílias informou ter tido problemas no atendimento com auxiliares de enfermagem (2%). Problemas com os enfermeiros também foram mais assinalados por famílias de Vitória da Conquista (5%) e Brasília (4%), e menos assinalados em Goiânia (1%), Camaragibe, Vitória e Manaus (2%).

As famílias de Camaragibe foram as que mais informaram a existência de problemas no atendimento por dentistas (10%), enquanto Palmas registrou o menor percentual de queixas sobre o atendimento desse grupo de profissionais (2%), sem considerar a inexistência de problemas em Goiânia e Manaus, por ausência de dentistas nas ESF.

Em Brasília, foi registrado o maior percentual de famílias que informaram ter ocorrido problemas no atendimento por médicos (10%), enquanto Vitória da Conquista e Manaus (2%) foram as cidades em que menor percentual de famílias relataram a existência de problemas nos atendimentos médicos.

No conjunto dos municípios pesquisados, o maior número de reclamações esteve relacionado com o atendimento médico (85 respostas), seguidos dos auxiliares de enfermagem (54), enfermeiros (32) e dentistas. A análise do conjunto de problemas ocorridos por cidade estudada identifica Brasília como o local em que aconteceu maior número de problemas no atendimento (34), seguida por Vitória (31) e Palmas (30). Em Goiânia (10), Camaragibe (19) e Manaus (19), os problemas no atendimento foram menos mencionados.

12

Quadro 84: Famílias atendidas e problemas nos atendimentos segundo o tipo de profissional das ESF (%), oito grandes centros urbanos, Brasil, 2002

Município Auxiliar de enfermagem Enfermeiro Dentista Médico

Atend. Problemas Atend. Problemas Atend. Problemas Atend. Problemas

Camaragibe 82,9 2,5 82,5 2,0 10,0 10,0 92,9 4,0 Palmas 58,3 2,1 71,3 2,9 32,5 1,7 81,7 9,7 Vitória da Conquista ... 12,5 ... 4,8 ... 2,9 ... 1,9 Vitória 59,2 7,0 67,1 1,9 32,9 2,5 85,4 8,3 Aracaju 37,1 3,4 75,0 2,8 51,7 3,2 85,0 4,4 Goiânia ... 4,0 ... 1,0 ... 0,0 ... 4,0 Manaus 59,3 7,7 64,3 1,9 10,4 0,0 86,7 2,4 Brasília 65,8 2,5 55,4 3,8 31,3 6,7 80,4 10,4 Fonte: Nupes/Daps/Ensp/Fiocruz.

Obs.: Exceto em Vitória da Conquista e Goiânia, o percentual de famílias que referiram problemas no atendimento foi calculado sobre o total de famílias atendidas em alguma ocasião pelo profissional.

Os tipos de problemas relatados foram agrupados em: profissionais pouco atenciosos; horários de atendimento inadequados, que incluía dificuldade para marcar consulta; tempo longo de espera para receber a consulta; e falta de qualidade no atendimento prestado, englobando não examinou

adequadamente, contato muito rápido e não sabia resolver o problema, dentre outros. O tipo de problema

mais mencionado pelas famílias foi falta de qualidade (77), ocorrido, principalmente, com os médicos (45). Em segundo lugar, foi mencionado que os profissionais foram pouco atenciosos (59), tipo de problema que também ocorreu mais com os médicos (25), mas também em número expressivo com os auxiliares de enfermagem (21). E, em terceiro lugar, as famílias mencionaram o grupo de horários inadequados envolvendo dificuldades no acesso (45), preponderantemente com enfermeiros (14), mas também com auxiliares de enfermagem (13) e médicos (12).