• Nenhum resultado encontrado

QUANDO ME TORNO PROFESSORA

No documento QUANDO ENGENHEIROS TORNAM-SE PROFESSORES (páginas 90-106)

“Antes de exercer a coordenação do curso, só me

preocupava com as disciplinas que ministrava e, como

coordenadora, passei a me preocupar com o curso como

um todo”.

Antes de apresentar o resultado da escuta das minhas vivências, darei algumas informações sobre como isto foi feito. Antes de eu realizar o estudo sobre a otobiografia e sobre o termo vivências na concepção de Nietzsche, respectivamente método e operador teórico do procedimento de escuta das vivências, fui solicitada pelo meu orientador a escrever sobre a minha trajetória de vida, procurando focar as experiências que, em minha opinião, estivessem relacionadas com as opções profissionais que fiz. Após tomar conhecimento da concepção de vivências de Nietzsche, do conceito de otobiografia de Derrida, bem como da aplicação deste conceito em uma pesquisa sobre formação de professores, o que foi realizado por Monteiro, apliquei o método no texto sobre a minha trajetória.

Para Nietzsche, olhar as nossas vivências de fora, possibilita que agreguemos a elas novas perspectivas: “Observar nossas vivências com o olhar que costumamos observá-las quando são as vivências de outros – isso tranqüiliza bastante e é um remédio aconselhável.”241

Este pensamento de Nietzsche também me orientou na escuta das minhas vivências. Nasci em Cuiabá, tenho cinqüenta anos, sou casada e tenho dois filhos. Sou professora do Departamento de Engenharia Civil da UFMT desde o ano de 1980, atualmente estou na classe de adjunto, no nível 4 e em regime de dedicação exclusiva. Sou bacharel em Engenharia Civil pela UFMT, tendo concluído o curso de graduação no ano de 1980. No período de 1981 a 1984 cursei o Mestrado em Engenharia Civil, na área de Estruturas, da Escola de Engenharia de São Carlos, que faz parte da Universidade de São Paulo (USP), mas não concluí. Como professora, tenho ministrado disciplinas da área de Estruturas para os cursos de Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Sanitária. Nos períodos de 1996 a 1998 e de 2002 a 2004, exerci a função de Coordenadora de Ensino de Graduação em Engenharia Civil. No ano de 2004, cursei a especialização Docência no Ensino Superior: Formação e Ação, curso ofertado pelo Instituo de Educação da UFMT e, atualmente, curso o Mestrado em Educação, da mesma Universidade.

Começo a narrativa falando sobre a evolução do meu entendimento sobre a minha identidade profissional. A seguir, relato vivências da época dos cursos primário, ginasial e científico. Falo sobre os professores que eu admirava, sobre a importância que a escola tinha para mim e sobre como os meus pais me motivaram para gostar da vida escolar. Mostro como o meu interesse pelas ciências exatas teve início e como foi se desenvolvendo. Dando continuidade, relato as minhas primeiras experiências como professora. Em seguida, falo sobre o que motivou a minha opção pelo Curso de Engenharia Civil e, posteriormente, pela área de Estruturas. Depois, relato vivências que me impulsionaram para a carreira acadêmica e para o Mestrado em Engenharia. Falo sobre o início da minha atividade como professora dos cursos de engenharia, sobre as fases da minha carreira e sobre como o exercício da função de coordenadora do curso levou à mudança da visão que eu tinha do mesmo. Encerro a narrativa falando sobre o que me impulsionou para o Mestrado em Educação e sobre vivências relacionadas a este.

Começo falando sobre o entendimento que eu tinha a respeito da minha identidade profissional antes de ter contato com as teorias da área da Educação:

Até pouco tempo atrás, quando me perguntavam sobre a minha profissão, respondia que era engenheira civil, apesar de eu ter sempre trabalhado como professora universitária, pois o meu contrato com a UFMT sempre foi em regime de dedicação exclusiva. Entre as atribuições do engenheiro civil, estabelecidas pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), está a de ministrar disciplinas profissionalizantes para os cursos de engenharia, assim, eu entendia que estava exercendo uma atribuição do engenheiro civil. Contudo, não me sentia segura sobre esta identidade profissional. Penso que tem também a questão da valorização social, pois acho que o engenheiro é mais valorizado socialmente que o professor universitário. Eu sempre percebi diferença na reação das pessoas de quando eu dizia que era engenheira para quando dizia que era professora.

A minha primeira experiência como Coordenadora de Ensino de Graduação em Engenharia Civil foi uma vivência que levou ao aumento da minha insegurança sobre a questão da minha identidade profissional:

Quando assumi a Coordenação de Ensino de Graduação em Engenharia Civil pela primeira vez, no ano de 1996, depois de doze anos atuando como professora dos cursos de engenharia da FAET, comecei a me interessar mais pelos assuntos pedagógicos e a tomar gosto pelos mesmos. Naquela época, algumas dúvidas sobre a minha identidade profissional começaram a surgir. Comecei a me questionar se eu era engenheira civil ou professora. Ou se era as duas coisas, ou ainda, na impossibilidade de ter as duas identidades profissionais ao mesmo tempo, não ter nenhuma. Mas, então, qual seria a minha identidade profissional?

Aquela experiência contribuiu também para despertar o meu interesse por formação na área educacional e esse interesse, assim como as experiências vivenciadas no Instituto de Educação têm contribuído muito para a mudança da minha compreensão sobre a identidade profissional do professor da Educação Superior:

Essas questões, entre outras, me levaram a, no ano de 2004, participar do

Curso de Especialização em Docência no Ensino Superior: formação e ação,

ofertado pelo Instituto de Educação da UFMT. Naquele curso foi abordada a questão da identidade profissional do professor da educação superior a partir de leituras e discussões, o que me levou a compreender a importância de buscar um entendimento melhor da questão. Com este propósito, continuei a ler trabalhos que tratam do assunto, como os das professoras Selma Garrido Pimenta e Léa das Graças Camargo Anastasiou e, principalmente, a refletir sobre o mesmo. No ano 2006, ingressei no Mestrado em Educação e, neste programa, além de ter participado de discussões sobre o tema identidade docente nas aulas, estou desenvolvendo esta pesquisa que, entre outros assuntos, aborda a questão da identidade profissional dos engenheiros-professores. Atualmente, quando sou indagada sobre a minha profissão, respondo que sou professora. Contudo, não relego para um segundo plano a minha formação de base, que é a Engenharia Civil, pois eu não seria professora se não fosse engenheira. Quando é possível, falo sobre a minha formação, pois creio que só assim a minha identidade profissional fica esclarecida, isso é, sou bacharel em Engenharia Civil, com formação do nível stricto sensu em Engenharia de Estruturas, especialização em Educação e estou realizando mestrado em Educação; em suma, tenho uma formação que me capacita para ser professora do nível superior da Educação e, principalmente, professora de engenharia, com atuação na área de Estruturas ou na área de Educação.

Penso que o fato de a minha mãe ser professora sempre me influenciou no interesse pela atividade docente:

“A minha mãe é professora aposentada do ensino primário, que corresponde às primeiras séries do atual ensino fundamental. A minha primeira experiência com escola foi quando tinha cinco anos de idade e ia com a minha mãe para a escola onde ela lecionava. Desde essa época me sentia muito bem na escola.”

Impressiona-me como hoje não consigo lembrar de alguns fatos mais recentes e, no entanto, lembro-me com clareza de detalhes da minha primeira experiência escolar, por isso identifico, naquela experiência, uma vivência, pois, como diz Nietzsche242, as vivências impregnam a nossa estrutura orgânica deixando marcas que vão moldando o nosso jeito de ser e constituindo a nossa memória:

Minha primeira experiência como aluna regular foi com seis anos de idade, no Jardim de Infância do Asilo Santa Rita, uma escola de freiras. As lembranças que tenho dessa escola são muito boas. Os ambientes eram muito limpos e bem organizados. Lembro-me das cores: as mesinhas e as cadeirinhas que os alunos

utilizavam eram coloridas e o uniforme era de um tecido de algodão com estampa xadrez nas cores branca e rosa. Sempre gostei de usar uniforme escolar.

As vivências do começo do curso primário também me marcaram. Ao recorrer à minha memória para escrever a narrativa, surpreendi-me com a lembrança de muitos detalhes que devem ter significativa importância para o que sou hoje. Nietzsche diz: “aprendi que as vivências mais admiráveis, mais instrutivas, as vivências decisivas, são exatamente as vivências cotidianas, que estas constituem justamente o grande enigma que cada um tem sob os olhos, mas que poucos compreendem como sendo um enigma”243:

No ano em que completaria sete anos fui matriculada na primeira série do curso primário na escola onde a minha mãe lecionava e onde eu já tinha ido com ela algumas vezes, a Escola Modelo Barão de Melgaço. Lembro-me bem do primeiro dia de aula. Vesti o uniforme que a minha mãe havia feito, blusa branca, uma espécie de jardineira azul marinho, meias soquetes brancas e sapato colegial preto. Tudo impecável. O meu pai tirou uma fotografia para, como ele sempre diz, registrar o acontecimento. Eu percebia que os meus pais estavam orgulhosos por eu, a primogênita deles, estar na primeira série do curso primário. Depois da aula, fui com a minha mãe na livraria, que ficava ao lado da escola, para comprar o material escolar. Fiquei tão feliz com o meu primeiro material escolar que até hoje me lembro dele com detalhes: uma pequena pasta de couro marrom, um estojo azul celeste, a minha cor predileta naquela época, com tampa branca, um caderno de caligrafia, um caderno normal com uma menininha na capa, um lápis preto e uma borracha. Também me lembro do meu primeiro livro texto, o seu título era Tufão, que era o nome de um cachorro cujas aventuras eram contadas no livro. Lembro-me até de alguns textos desse livro. Foi com o Tufão que aprendi a ler.

Falo sobre as impressões que ficaram das vivências do curso primário:

As instalações da Escola Modelo Barão de Melgaço eram amplas, mas não eram muito limpas; os sanitários eram muito sujos e eu não gostava de usá-los. Havia disciplina. As turmas não eram mistas, os meninos iam no período matutino e as meninas no período vespertino. Ficávamos em fila no pátio, sob o sol, aguardando autorização para irmos para as salas de aula. Disso eu gostava, sempre gostei de organização e disciplina. Não tive dificuldades para me adaptar à escola, era um ambiente onde eu me sentia muito bem e acredito que isto se deve a meus pais terem passado para mim a idéia de que ir à escola era importante e muito bom.

Fazendo esta reflexão, vejo que meus pais me incentivaram a gostar da vida escolar não apenas com palavras, mas principalmente com atitudes.

No texto a seguir falo sobre as minhas apreciações, e estas, na opinião de Nietzsche244, são reguladas por instintos: “prazer e desprazer são efeitos de complicadas apreciações

243 Nietzsche, Sobre o futuro de nossas instituições de ensino, § 5. 244

reguladas por instintos.” Diz também que os sentimentos como inclinação e aversão são sintomas de que os instintos já estão formados.

Entretanto, tinha algumas coisas das quais eu não gostava, como por exemplo, todos os dias ter que fazer cópia de um texto do livro, como tarefa para casa. Essa atividade me entediava, mas mesmo assim eu fazia, porque nunca ia para a escola sem ter feito a tarefa. Outra coisa da qual eu não gostava era do ditado. Todos os dias a professora ditava um texto para os alunos escreverem. A cópia e o ditado eram para mim uma obrigação que eu cumpria sem nenhum entusiasmo. No final de todo mês havia uma avaliação, uma prova escrita, que chamavam de sabatina. Essa sabatina englobava todos os conteúdos estudados, mas era atribuída uma nota para cada matéria. Da primeira à quarta série do curso primário eu tive a nota dez em todas as matérias, com exceção de Português, na qual eu tirava geralmente em torno de nove, porque cometia alguns erros no ditado. Assim fui desenvolvendo uma antipatia pela disciplina Português e gostando mais da Matemática. Desde o curso primário, sempre tive facilidade para aprender matemática.

No texto seguinte percebo a origem do meu interesse pela matemática que, posteriormente, implicou no meu interesse pelas ciências exatas:

Fui uma criança introvertida, tímida e medrosa e, por isso, não tinha facilidade para relacionar com as outras crianças, assim a escola também era para mim um meio de socialização. Tinha facilidade para aprender e estava sempre entre os alunos que tiravam as maiores notas, o que era motivo de orgulho para os meus pais. Devido ao temperamento introvertido, o estudo foi uma forma de obter destaque, e até de fazer amizades, uma vez que eu ajudava as colegas que tinham dificuldade para aprender. Percebia a admiração das pessoas pelos meus excelentes resultados nos estudos e isto me motivava não só a mantê-los como, também, a buscar resultados cada vez melhores. Passei a me interessar mais pelos conteúdos que comumente eram considerados os mais difíceis, como os da matemática, da geometria e da língua inglesa.

A primeira força que me impulsionou para o curso de nível superior foi a admiração que tinha pela professora da terceira série do nível primário:

Na terceira e quarta séries do curso primário tive uma professora da qual gostava muito. Não que eu não gostasse das outras, mas essa me marcou mais. Chamava-se Elizete. Ela era jovem e muito entusiasmada pelo magistério. Tinha uma didática mais moderna do que as outras professoras. Introduzia novas dinâmicas nas aulas. Eu tinha uma grande admiração por ela. Fiquei sabendo que ela cursava Letras na faculdade e foi a primeira mulher que eu conhecia pessoalmente que fazia um curso superior, então, a partir dessa época, decidi que cursaria o nível superior.

Percebo no texto a seguir outra vivência que gerou motivação para que eu continuasse tendo sucesso nos estudos:

Quando terminei o curso primário, fiz o exame de admissão para cursar o ginásio no Colégio Coração de Jesus. Nesse colégio havia um cursinho preparatório para esse exame, mas não pude freqüentá-lo porque o período letivo na Escola Modelo ainda não havia terminado, então, estudei sozinha para o exame e fui aprovada. Pequenas mas significativas realizações como essa, foram aumentando a minha autoconfiança.

Quando abordo a época do ginásio, vieram-me à lembrança duas professoras:

No Colégio Coração de Jesus tive excelentes professores. Destes, eu gostava muito da irmã Joaquina de Figueiredo, que foi minha professora de matemática na primeira e segunda série, e a irmã Conceição de Figueiredo, professora de matemática na terceira e quarta série. Elas eram muito firmes e exigentes. Sempre deixavam muitos exercícios para serem feitos em casa e ficavam muito bravas com quem não os fazia. Como eu sempre fazia as tarefas, fui aprendendo naturalmente e sem nenhuma dificuldade. Na quarta série do ginásio tirei a nota máxima em todas as provas de matemática. A professora, que era muito exigente, me elogiava e dizia que as outras alunas deviam seguir o meu exemplo. As minhas colegas não sentiam raiva ou inveja de mim, mas admiração. Eu costumava ensinar colegas que tinham mais dificuldade para aprender e sentia muito prazer em ajudar. Assim, através do estudo, fui fazendo novas amizades.

No texto acima, me chama a atenção o fato de as duas professoras citadas serem de matemática, o que me leva a pensar que naquela época já se configurava o tipo de professora que eu viria a ser, e também me lembra da colocação de Pimenta e Anastasiou sobre os professores universitários:

quando chegam à docência na universidade, trazem consigo inúmeras e variadas experiências do que é ser professor. Experiências que adquiriram como alunos de diferentes professores ao longo de sua vida escolar. [...] Formaram modelos “positivos” e “negativos”, nos quais se espelham para reproduzir ou negar. Quais professores foram significativos em suas vidas, isto é, que contribuíram para sua formação pessoal e profissional. 245

Falo sobre a visão que eu tinha da profissão de professora primária:

Até essa época a única profissão que eu já havia pensado em exercer era de professora, mas não queria ser professora primária, como a minha mãe, pois já tinha percebido que essa profissão não era tão valorizada socialmente como deveria, principalmente no que se referia à remuneração. Além disso, a minha mãe fez o curso normal e não fez curso superior e como a minha expectativa era de estudar mais, achava que eu seria professora de um outro nível.

Esse meu relato confere com o que dizem Pimenta e Anastasiou sobre os professores universitários: “Também sabem sobre o ser professor por intermédio da experiência de outros,

colegas, pessoas da família. Têm experiência socialmente acumulada sobre as agruras da profissão, sua não-valorização social e financeira.”246

No texto seguinte percebo que, mesmo já tendo uma inclinação para as ciências exatas, outros fatos me levaram a pensar na área de ciências biológicas como área de atuação profissional e, por conseguinte, a cursar o científico:

Quando eu estudava no Colégio Coração de Jesus, começou lá um curso técnico de segundo grau que formava técnicos em laboratório. Eu via as alunas de jaleco branco nas aulas práticas de laboratório e achava bonito. Comecei então a pensar em fazer o curso de Farmácia ou outro que me capacitasse para trabalhar com análises clínicas e, por isso, no segundo grau, preferi fazer o curso científico e não um dos cursos técnicos da então Escola Técnica Federal de Mato Grosso, que tinham alguma relação com a engenharia.

Na narrativa sobre as vivências da época do segundo grau está explícito um interesse maior pelas ciências exatas. Ao realizar este exercício de ouvir as minhas vivências, acredito que, pela primeira vez, estou pensando sobre a origem deste interesse. Eu percebia que muitas pessoas tinham dificuldade para aprender os conteúdos dessa área, e eu aprendia com muita facilidade, então achava que tinha uma aptidão inata e somavam-se a isto as marcas que ficaram das vivências do curso primário.

Cursei o científico no Colégio Salesiano São Gonçalo. No segundo grau, além da matemática, eu gostava muito de química e de física. Dos professores do segundo grau, destaco o professor Zeferino que ministrava a disciplina Química, mas acho que esse destaque é porque eu tinha muito interesse pela disciplina.

A narrativa anterior também me chamou a atenção para o fato de que quase não me lembro dos professores do curso científico, ao contrário da professora do curso primário e das duas professoras do curso ginasial, das quais me lembro muito bem, o que me leva a pensar que nem todas as experiências são vivências, pois, de acordo com Nietzsche247, as vivências impregnam a nossa estrutura orgânica deixando marcas que vão moldando o nosso jeito de ser e constituindo a nossa memória.

Ainda na adolescência, tive uma experiência como professora:

Quando cursava o segundo grau, comecei a dar aulas particulares para crianças e adolescentes, para receber algum dinheiro e gostei. As aulas geralmente eram de matemática, inglês e português. Sempre o rendimento escolar dos meus

246

PIMENTA E ANASTASIOU, 2005, p. 79.

alunos particulares melhorava, o que me levava a achar que eu tinha vocação para ensinar.

Tinha vontade de ser professora do segundo grau ou da universidade:

Pensei em prestar o vestibular para o curso de Licenciatura em Matemática, em Química, ou em Física. O meu pai, que é bacharel em direito, queria que eu fizesse o curso de direito, mas eu achava que os profissionais dessa área deveriam gostar muito de ler e de escrever e eu preferia os cálculos.

No documento QUANDO ENGENHEIROS TORNAM-SE PROFESSORES (páginas 90-106)