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Que formação acadêmica têm os professores do curso de Pedagogia da UFRJ?

A Formação Universitária dos Docentes do Curso de Pedagogia

3. Que formação acadêmica têm os professores do curso de Pedagogia da UFRJ?

Os dados apresentados indicam: (1) a predominância de uma formação que se diversifica por muitas áreas na graduação e tende a convergir para a de Educação no mestrado e no doutorado; (2) a predo- minância da formação em instituições públicas situadas no Estado do Rio de Janeiro; (3) a diminuição crescente do intervalo de tempo entre a obtenção da graduação e o fim do doutorado.

Em síntese, o quadro docente da FE vem sofrendo sucessivas alte- rações de ordem quantitativa, ainda que ao sabor de um fluxo bastante irregular de ingressos e perdas, e de cunho qualitativo, na medida em que o ingresso exclusivamente por concurso e o período cada vez menor entre a obtenção da graduação e a do doutorado contribuem decisivamente para que a maioria dos professores que ingressaram nos últimos 25 anos esteja cada vez mais próxima do perfil do pesquisador, apagando-se o traço da experiência profissional com a Educação Básica como critério de seleção do corpo docente.

Ainda neste sentido, ressalte-se que exatamente a metade dos 126 que a listagem oficial registra como o total de docentes ao fim de 2014 ingressou na FE nos últimos dez anos. Potencialmente, há 58 professores que se encontram abaixo da metade do tempo necessário para adquirir o direito de se aposentar.

Um traço, todavia, persiste marcante na definição do corpo docente da FE: a diversidade de áreas de formação, especialmente no que se refere à graduação, visto que, como os dados mostram, nos níveis de mestrado e doutorado, registra-se uma concentração na área de Educação.

Diante deste conjunto de marcas, compusemos o universo de entrevistados, levando em conta: (a) a representatividade, em termos de disciplinas, de cada departamento no curso de Pedagogia: (b) a participação efetiva, e não apenas esporádica, dos docentes à frente de disciplina do Curso de Pedagogia; (c) a representatividade das princi- pais áreas de formação/atuação dos docentes; e (d) suas perspectivas de permanência na FE.

A aplicação desses critérios levou à identificação de um conjunto total de 96 professores que efetivamente atuam no curso de Pedagogia. Destes, foram excluídos os que ingressaram há menos de três anos e os que têm aposentadoria compulsória dentro dos próximos dez anos. No primeiro caso, a exclusão tem a ver com o pouco acúmulo de atuação no curso; no segundo, prende-se à perspectiva de permanência abaixo do que se supõe razoável para uma mudança que ocorrerá em prazo de médio a longo.

Com isso, chegou-se a um total de 67 docentes (11 do EDA, 21 do EDD e 28 do EDF). Para a composição da amostra de 25%, inicialmente prevista, foram selecionados 2 do EDA, 7 do EDD, excluídos os que têm toda a formação em Letras, e 8 do EDF, sendo estes das três principias áreas – Filosofia, Psicologia e Sociologia.

Entendemos que o resultado das entrevistas feitas à amostra aqui apresentada reúne grande potencial não só para servir como expressão das formas pelas quais os docentes do curso lidam com a escrita dos seus estudantes, como também para a projeção das possibilidades reais de que o corpo docente como um todo atue de forma mais coletiva e convergente no que se refere a propor, avaliar e orientar práticas de escrita dos licen- ciandos de Pedagogia.

Nos próximos dois capítulos deste livro, apresentarei alguns dos resultados dessas entrevistas, especialmente os que se referem à produção textual que os professores propõem aos seus estudantes e à avaliação que fazem dos resultados dessa produção.

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A Produção Textual Solicitada aos Estudantes