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O que vem a ser Semiologia

John Locke (1690) a palavra Semiotikês para designar a “semiótica”.

O termo “semiótica” vem do grego “semiothiké” que significa a “arte dos sinais”. A semiótica, portanto é a ciência geral que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem “sistemas sígnicos”, ou dizendo de outra maneira, “sistemas de significação”

envolvendo os signos e a semiose. Abrange um ocupar-se do estudo do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito ou da ideia. Na cultura e na sociedade as marcas como sistema de significação remontam desde a antiguidade, na mitologia, na música, nas artes visuais, fotografia, cinema, moda, religião, gestos e em todas as formas de manifestações sígneas em todos os tempos.

Com referência ao signo, pode ser dito que este é constituído por qualquer objeto, som ou palavra capaz de representar uma outra coisa. Na modernidade, todos os indivíduos dependem do “signo” para viver e interagir com o meio onde estão inseridos.

Para o homem comum, a noção de signo e suas relações, do ponto de vista teórico, não são tão importantes, porém estão presentes em seu cotidiano entendidos de maneira prática e precisa. Os signos são úteis, existem ou sucedem o momento, são compreendidos e vão além do que se pode imaginar. Pode ser exemplificado com o ato de dirigir um carro: lemos os discursos contidos nas placas de sinalização, sinais de trânsito, nas luzes dos semáforos, pelas reações do veiculo ao meio ambiente, entre outros.

O homem intelectualizado não vive sem o signo, precisa dele para entender o mundo, a si mesmo, as representações de seu mundo interno e as pessoas com as quais se relaciona. Estão nas relações humanas. Portanto no cerne de tudo – semiologia ou semiótica – o signo que é o tema central de um discurso, como um outro discurso, constitui o produtor complexo da semiose. “A semiótica é um saber muito antigo que estuda os modos como o homem significa o que o rodeia”.

2. O que vem a ser Semiologia

A semiologia é uma área do conhecimento que se dedica a compreender os sistemas de significação desenvolvidos pela sociedade. O objeto da mesma são os conjuntos de signos, sejam eles linguísticos, visuais, ou ainda ritos e costumes. A palavra Semiologia vem da união das palavras gregas “semeion” que significa “sinal”, e “logos” que quer dizer “estudo”. A Semiotica e a Semiologia, portanto, representam o memo campo de estudos. Entretanto a partir de 1969, a Semiotica foi determinada como o nome da

“Ciência Geral dos Signos”.

A Semiologia, também chamada de Semiótica e definida como a "teoria geral dos sinais” se ocupa não apenas de Linguística, pois aquela possui uma maior abrangência do que esta. A Linguística é o estudo científico da linguagem humana, e a Semiologia preocupa-se não apenas com a linguagem humana e verbal, mas também com a dos animais e de todo e qualquer sistema de comunicação, seja ele natural ou convencional.

Assim, pode ser dito que a Linguística se insere como parte da Semiologia.

Semiologia e Semiótica são termos permutáveis. Enquanto a Semiologia surgiu na Europa, com o filósofo e linguista suíço Ferdinand du Saussure, o qual entendeu que a língua é um sistema de signos que exprime ideias no seio da vida social, a Semiótica desponta nos Estados Unidos, com o filósofo Charles Sanders Peirce, cujo projeto consistia na definição dos quadros lógicos de representação da experiência e das categorias do pensamento. O primeiro autor acentuou a “função social” do signo, enquanto o segundo destacou a sua “função lógica” do mesmo.

As elaborações teóricas de Saussure propiciaram o desenvolvimento da linguística

como ciência autônoma. Seu pensamento exerceu grande influência sobre o campo da literatura e dos estudos culturais. Os conceitos propostos ganharam notabilidade: de fundação, ou seja, estrutural para inúmeros estudos e teorias contemporâneas; e notabilidade de indução, ou seja, estruturante em outros tantos estudos não linguísticos – da antropologia de Lévi-Strauss à psicanálise de Lacan, em especial.

Para Saussure o signo é a união do sentido e da imagem acústica. O que o autor chama de “sentido” é a mesma coisa que “conceito” ou “ideia”, isto é, a “representação mental de um objeto” (ideia), ou da “realidade social” em que nos situamos. Essa representação é condicionada pela formação sociocultural que nos cerca desde o berço, ou seja, no núcleo familiar e na cultura, inicialmente da própria família. Este autor, em outras palavras propõe um conceito que é sinônimo de significado (plano das ideias), algo como o lado espiritual da palavra, sua contraparte inteligível, em oposição ao significante (plano da expressão), que é sua parte sensível. Por outro lado, a imagem acústica “não é o som material, coisa puramente física, mas a impressão psíquica desse som”. Melhor dizendo, a imagem acústica é o significante. Com isso, temos que o signo linguístico é “uma entidade psíquica de duas faces”, semelhante a uma moeda.

Considerando o estudo de algumas teorias do signo e suas significações, cabe uma reflexão sobre os fundamentos da Semântica e da Semiótica, bem como, as relações destas com o signo. Reputando ao homem biopsicossocial e sua subjetividade, a semiologia é necessária para a compreensão e entendimento da Psicanálise. A Psicanálise acaba confundindo–se com a linguística. Entretanto, a “escuta” de um linguista e de um

psicanalista é diferente. A razão de existir da língua é o sujeito, e traz consigo uma ideia inseparável de intersubjetividade. O dizer de um ser falante é sempre constituído de uma alteridade. Tentar entender essa inclusão do outro no dizer do eu por circunstâncias que consideram o dialogo, a interação, trazem à cena um Outro elemento subjetivo: o sujeito do inconsciente, cuja atuação na linguagem é silenciosa e constante. O primeiro elemento do método semiótico é o “significante”, caracterizado pela imagem acústica. A impressão psíquica do som é o “significado” que pode desencadear outro fenômeno psico-semiológico e constitui o segundo elemento do signo.

Saussure estipula duas características primordiais do Signo:

a) O Signo é arbitrário: Isso quer dizer que não há um laço natural entre o significante e o significado. Por exemplo, lua em Inglês é ‘moon’, enquanto em é italiano é ‘luna’, em francês ‘lune’. Com essa inferência Saussure distingue um signo de um símbolo; um símbolo teria uma relação com o objeto representado. Como exemplo, pode-se dizer que a cruz evoca muita coisa para um cristão, enquanto a suástica a um nazista ou a um judeu. O símbolo da justiça, a balança, não poderia ser substituído por um objeto qualquer, um carro, por exemplo.

b) Caráter Linear do Significante: O significante é de natureza auditiva, desenvolve-se no tempo, unicamente, e tem as características que toma do tempo em determinada cultura. Com a constituição da linguagem verbal, existiriam relações sintagmáticas e relações associativas. As relações sintagmáticas estariam baseadas no caráter linear da língua, que exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo. Estes se aliam um após o outro na cadeia da fala e tais combinações podem ser chamadas de sintagmas. Por exemplo, “re-ler”, “contra-todos”, “a vida humana”, etc.

Saussure fazia frequentemente comentários sobre o conjunto dos fatos semiológicos sem, contudo, apresentar qualquer detalhamento da maioria desses sistemas de signos. O pesquisador tinha a língua como o principal dos sistemas sígnicos, mencionando outros sistemas como o “Braille”, o “código de bandeiras marítimo”, “sinais militares de corneta”, “códigos cifrados” (ex. música), etc. Somente no campo da literatura Saussure empreendeu estudos mais extensos de sistemas sígnicos não-verbais. Por exemplo, um estudo mitológico sobre a lenda germânica Niberlungen, que é descrita como um sistema de símbolos que estão inconscientemente sujeitos às mesmas variações que qualquer outra série de símbolos, bem como as palavras da língua.

Nos anagramas da poesia latina, Saussure se destacou no âmbito da semiologia.

Em determinado ponto das discussões teóricas, a semiologia saussureana ficou inscrita no

âmbito da sociologia e da psicologia (1901). O que mais ressaltou este enquadramento foi a menção feita pelo linguista à aplicação da semiologia ao estudo das instituições jurídicas.

Ainda que o próprio Saussure tivesse a linguística como parte da semiótica, estudos posteriores conseguiram provocar sérios equívocos que se tornaram polêmicas até hoje, não sanados no que tange à posição dessas duas ciências: a semiótica contém a semiologia ou a semiologia contem a semiótica? Convém, no entanto, buscar entender as contribuições fundamentais do patrono da linguística na formulação de uma teoria geral dos signos:

a) A arbitrariedade do signo linguístico em relação a sua constituição fonológica, do que decorre o princípio suplementar da convencionalidade.

b) A não-arbitrariedade, a posterior, uma vez que ao falante não é facultado eleger signo diferente do convencionado quando estabelece a comunicação com outrem, disto decorre o princípio suplementar da imutabilidade do signo.

c) A imotivação dos signos quanto ao seu significado.

O princípio do binarismo: significado & significante indicam a associação psíquica entre a imagem acústica e o conceito, sendo os três termos do modelo diádico de Saussure: signo = significante + significado. O autor aponta a língua como o mais importante dos sistemas de signos. Ele considera este o mais complexo e o mais utilizado dentre os chamados sistemas de expressões sígnicas, mesmo considerando a língua como apenas uma parte do universo semiológico. Ainda para Saussure, existe uma ciência geral dos signos (Semiologia), da qual a Linguística poderia ser tão somente uma subdivisão.

Enquanto a semiologia de Saussure afirmava que a teoria do sentido deveria ser estudada pela semiologia sem “contaminação” de outras áreas como a Filosofia e a Sociologia, a semiótica proposta por Charles Sanders Peirce abraça as demais áreas do conhecimento. Afirma que a teoria do sentido só pode ser recebida num corpo filosófico maior. Este autor que estudou particularmente linguística, filologia e história, além de todos os tipos de ciências, dominava dez idiomas. A semiótica peirciana pode ser considerada uma filosofia cientifica da linguagem. A fenomenologia é a ciência que permeia a semiótica de Peirce, devendo ser entendida no seu contexto. Para ele a fenomenologia é a descrição e análise das experiências do homem, em todos os momentos da vida. Nesse sentido, o fenômeno é tudo aquilo que é percebido pelo homem, seja real ou não.

Peirce acreditava que a semiose era uma manifestação da tendência humana de buscar a verdade. O autor afirmava que a “verdade” é uma atividade dirigida para um objetivo capaz de permitir a passagem de um estado de insatisfação para um estado de satisfação, sendo este o motor do comportamento. Conceituou de forma indissociável de

sua investigação semiótica. Propõe o conceito de psique, mente, e consequentemente analisou as atividades humanas. Psique para o autor remete à palavra grega “psyche”, termo usado e que representa o princípio da vida nos seres viventes. Portanto, a “psíquica”

seria a ciência preocupada com os fenômenos mentais ou com as leis, manifestações e produtos da mente. A mente por sua vez, nada mais é do que semiose, ou processo de formação das significações.

A semiótica para Charles Sanders Peirce (2000) é constituída em três níveis: o sintático – que revela a relação que o signo tem com o seu interpretante; o semântico – que diz respeito a relação existente entre o signo e o seu referente (objeto); o pragmático – que se importa com a relação do signo com ele mesmo e com outros signos. Para este autor, o universo é semiótico e o homem interage com os sinais, lendo os que o antecedem e formulando novos sinais em suprimento das necessidades emergentes.

Um signo, ou “representamen”, para Peirce é aquilo que em certo aspecto, representa alguma coisa para alguém. Dirigindo-se a essa pessoa, esse primeiro signo criará na mente ou “semiose” dessa pessoa, um signo equivalente a si mesmo ou, eventualmente, um signo mais desenvolvido. O signo criado na mente do receptor recebe a designação de “interpretante”, ou seja, que não é o interprete, e a coisa representada recebe o nome o nome de “objeto”. Signo, Interpretante e Objeto constitui o que é chamado de “representação triádica do signo”. O Interpretante comporta uma divisão tripartite: o Interpretante Imediato corresponde ao Sentido (palavra à qual Peirce continuou preferindo o termo antigo Acepção), o Interpretante Dinâmico equivale ao Significado e o Interpretante Final, referido à Significação.

A visão pansemiótica de Pierce sobre o universo resultara no entendimento das cognições, das ideias e até do homem como entidades semióticas. Como tal, um signo se refere a outras ideias, a outros objetos do mundo e se reflete num passado. Suas ideias projetam uma dimensão muito mais ampla. O homem denota qualquer objeto de sua atenção num momento dado. Conota o que conhece ou sente sobre o objeto e é também a encarnação desta forma ou espécie inteligível; o seu interpretante é a memória futura dessa cognição, o seu eu futuro, ou uma outra pessoa à qual se dirige, ou uma frase que escreve, ou um filho que tem.

Pierce retomou a teoria estóica do significado, em termos que lhe deram direito de cidadania na lógica moderna. As concepções semióticas do autor demonstraram ser fecundas na lógica e na semiótica contemporâneas, do mesmo modo que se tornaram fecundas as múltiplas distinções e classificações de signos que ele forneceu nos seus escritos. Para ele, Lógica e Semiótica identificam-se. Em seu sentido geral, Peirce afirma

que a lógica é apenas um outro nome para semiótica, a quase-necessária, ou formal, doutrina dos signos. A Semiótica é quase necessária ou formal no sentido em que, segundo o autor, procede por observações abstrativas, partindo dos signos particulares e de que os signos "são", para as afirmações gerais, o que os signos devem ser. Segundo Peirce a Semiótica tem três ramos:

a) Gramática Pura - a sua tarefa é determinar o que deve ser verdadeiro quanto a representação utilizada por toda a inteligência científica a fim de que possa incorporar um significado qualquer. É a teoria geral da relação de representação e dos vários tipos de signos.

b) Lógica Pura ou Crítica - ciência do que é quase necessariamente verdadeiro em relação aos “representâments” de toda a inteligência científica a fim de que possam aplicar-se a qualquer objeto, isto é, a fim de que possam ser verdadeiros. Ciência formal da verdade das representações, compreendendo a teoria unificada da dedução, da indução e da retodução - inferência hipotética ou abdução.

c) Retórica Pura ou Especulativa - o seu objetivo é o de determinar as leis pelas quais, em toda a inteligência científica, um signo dá origem a outro signo e, especialmente, um signo acarreta outro. Refere-se à eficácia da semiose.

Esta tripartição da Semiótica viria a ser retomada por Charles Morris em 1938 que substitui as designações de Pierce pelas de Sintaxe, a qual trata da relação formal dos signos uns com os outros; Semântica, que trata da relação entre os signos e os objetos a que se aplicam, e Pragmática, a qual procede da relação entre os signos e os intérpretes.

Como sabemos, Sintaxe, Semântica e Pragmática constituem, hoje em dia, os três grandes domínios da Semiótica.

Pierce distingue, ainda, entre Semiótica geral e "ciências psíquicas" que mais propriamente pode ser chamada de "ciências semióticas", as quais incluem as ciências psicológicas e sociais, a linguística, a história, a estética, etc.. Para o autor, a Lógica e a Semiótica se identificam, pois afirma que "em seu sentido geral, a lógica é, como acredito ter mostrado, apenas um outro nome para semiótica, a quase-necessária, ou formal, doutrina dos signos". A Semiótica é "quase-necessária" ou "formal" no sentido em que, segundo Peirce, procede por "observação abstrativa", partindo dos signos particulares (signos - como "são"), para as afirmações gerais (signos - "devem ser"). Isto se observa através de uma carta que escreve a Lady Welby, dizendo que "desde o dia em que, com doze ou treze anos, apanhei no quarto do meu irmão um exemplar da Lógica de Whately nunca mais fui capaz de estudar o que quer que fosse - matemática, moral, metafísica,

gravitação, termodinâmica, fonética, economia, história das ciências, homens e mulheres, vinho, metrologia - senão como estudo de semiótica".

É perfeitamente perceptível que a sociedade atual organiza-se em torno de um grande e poderoso universo de signos, e bastante complexo. De igual modo, é também perceptível o estado absoluto em que se portam a linguagem humana e seus signos de valor incondicional. Conforme Barthes (1991), nenhum outro sistema com a mesma complexidade e grandeza foi observado em nosso espaço e tempo.

No cerne de tudo – semiologia ou semiótica –, o signo, tema central para também um outro discurso: o signo, produtor complexo da semiose. Ora, como faz notar Umberto Eco: “A semiose é o fenômeno, típico dos seres humanos (e, segundo alguns, também dos anjos e dos animais), pelo qual – como diz Peirce – entram em jogo um signo, seu objeto (ou conteúdo) e sua interpretação. A semiótica é a reflexão teórica sobre o que seja a semiose. Em consequência o semiótico é aquele que nunca sabe o que seja semiose, mas está disposto a apostar a própria vida no fato de que ela exista”.

3. A Semiologia, os Mitos e a Cultura

A semiologia estuda todo o sistema de signos da vida social e se debruça sobre a significação de toda e qualquer linguagem. Constitui a ciência das formas, considerando que estuda as significações, independente do seu conteúdo. O tema é complexo e subordinado a múltiplas intepretações segundo o ângulo que é tomado para descrever fenômenos tanto da mitologia como de outras ciências. Constitui num assunto que se insere na perspectiva histórica da humanidade, como também, um aspecto vital da civilização humana.

O mito é um sistema semiológico que aglutina o significado e o significante, a própria relação entre os dois, o “signo”, na forma de entidade concreta. A comunicação pode fazer do mito, a marca, “um signo linguístico perfeito”. Os mitos servem de modelo para a sociedade desde épocas remotas, por conseguinte, possuem uma importante função (des)organizadora para a humanidade, eles constituem um sistema de comunicação, uma “mensagem”. Formam parte essencial de uma marca, é um sistema de significação que tem uma massa ilimitada de significantes. A alteração comportamental nas sociedades faz com que o mito seja “re-apresentado” inúmeras vezes, funcionando como uma verdade profunda da mente mergulhada no inconsciente. Ele faz compreender e acima de tudo impõe-se na mente das pessoas. A linguagem da mitologia constitui num repertório de narrativas transmitidas oralmente de geração a geração através de um

conjunto de mitos narrados ou cantados. Muitas são as formas de abordagem e definição dos mitos.

O mito vem do grego “mythós” que significa “mensagem”, “discurso”. Constitui uma forma de comunicação de cunho simbólico. Procura explicar a origem e o significado do mundo. Representa um sistema de pensamento de uma cultura, uma maneira de sistematização das questões de âmbito das angústias do ser humano em busca de conhecimento, tais como: origem do universo e do homem; o nascimento; o divino; a morte, entre outros. Múltiplas são as funções das histórias míticas que se baseiam em tradições e lendas em uma perspectiva temporal indefinida e que envolve muitas vezes a força divina.

O “Mito cumpre na cultura primitiva”, de acordo com Grimal (2005), “uma função indispensável; expressa, acentua e codifica a crença, protege e reforça a moral; vigia a eficiência do ritual e de certas regras práticas para a orientação do homem (...) não é uma fabula vã, mas uma força criadora. Um ingrediente vital para a civilização humana”.

Os mitos, como histórias sagradas, são muitas vezes endossados pelos governantes e sacerdotes, intimamente ligados à religião. O mito, na sociedade em que é divulgado, geralmente é considerado um relato verdadeiro, narrativa de um passado remoto, dos antepassados em suas conquistas, peripécias e suas relações no âmbito dos deuses e dos humanos. A condição humana, na Grécia antiga estava vinculada à existência dos deuses do Olimpo, representações de força e níveis de realidade transcendente. O Mundo era povoado por deuses que atuavam sobre a vida humana. Ao homem cabia viver da melhor maneira possível de acordo com os desígnios divinos. Não havia separação clara entre o sagrado e o profano. A vida humana era regida por uma divindade e que para uma vida harmoniosa era preciso conhecer seus genitores, condições de seu nascimento, seu lugar na genealogia divina, para assim agir de forma piedosa a

Os mitos, como histórias sagradas, são muitas vezes endossados pelos governantes e sacerdotes, intimamente ligados à religião. O mito, na sociedade em que é divulgado, geralmente é considerado um relato verdadeiro, narrativa de um passado remoto, dos antepassados em suas conquistas, peripécias e suas relações no âmbito dos deuses e dos humanos. A condição humana, na Grécia antiga estava vinculada à existência dos deuses do Olimpo, representações de força e níveis de realidade transcendente. O Mundo era povoado por deuses que atuavam sobre a vida humana. Ao homem cabia viver da melhor maneira possível de acordo com os desígnios divinos. Não havia separação clara entre o sagrado e o profano. A vida humana era regida por uma divindade e que para uma vida harmoniosa era preciso conhecer seus genitores, condições de seu nascimento, seu lugar na genealogia divina, para assim agir de forma piedosa a