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Questionários às OPF sobre o Cadastro Florestal

5. METODOLOGIA

5.1 Questionários às OPF sobre o Cadastro Florestal

A primeira fase corresponde à elaboração de um questionário com 16 perguntas (Anexo E) que se destinam às OPF, numa tentativa de perceber como se organizam e que informações recolhem, compreendendo a possível utilidade da informação recolhida para a caracterização dos prédios rústicos de acordo com as especificações do SiNErGIC. As questões presentes no questionário abordam o seguinte: a utilização de GPS ou de outros métodos de levantamento dos limites, o procedimento de registo de dados, o software usado, o tipo de receptor GPS, o modo de recolha de dados na utilização de GPS, a precisão dos dados GPS que são recolhidos, o suporte cartográfico utilizado como referência, o(s) uso(s) de solo, o armazenamento dos dados, a documentação apresentada para a comprovação da titularidade dos prédios, os atributos usados para a caracterização dos prédios, o procedimento de delimitação das ZIF, a disponibilidade de aderir ao SiNErGIC e quais as contrapartidas pretendidas, a utilidade de uma aplicação que recolha toda a informação no campo e finalmente os serviços prestados pelas OPF.

O “Uso de GPS em Levantamentos perimetrais ou Cadastro Florestal (Sim ou Não) ” é a questão inicial do questionário pois permite quantificar as OPF que recorrem a esta tecnologia. O uso da tecnologia GPS associada aos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) tem mostrado grandes vantagens no sector florestal pois permite a monitorização de pragas e doenças, a localização e delimitação de parcelas no âmbito do inventário florestal, a execução de levantamentos perimetrais que servem de apoio à gestão florestal, o registo e actualização das redes viárias florestais entre outras. Esta questão é constituída por duas escolhas sendo que a escolha “Sim” permite que a OPF responda a todas as restantes questões enquanto que no caso da escolha do

“Não”, os técnicos das OPF têm única e exclusivamente que responder à última questão

(questão 16), a qual está relacionada com os seguintes aspectos: a forma de recolha, armazenamento dos dados, os tipos dados armazenados, e o motivo de não possuir a tecnologia GPS. Os aspectos relativos à questão 16 servem para entender a forma de organização das OPF que não recorrem ao uso do GPS para levantamentos perimetrais e permite-nos entender como conseguem a organização dos seus associados. Permite também compreender que atributos usam para armazenar a informação dos prédios rústicos. A esta forma de organização poderá ser criado uma solução válida pela presente metodologia quer seja para as OPF que já

usam GPS para levantamentos perimetrais e para as que não usam alcançando assim a harmonização e uniformização da informação recolhida.

A questão relacionada com “O procedimento no registo dos dados no campo” serve para

entender a forma como os técnicos das OPF efectuam a recolha de informação no terreno. Para isso foram sugeridas três opções: “GPS e Formulário manuscrito, GPS e formulário digital,

“GPS”. O GPS e formulário manuscrito, diz respeito à utilização do tradicional papel e caneta

para o preenchimento do formulário com a caracterização do prédio rústico e o seu levantamento perimetral apoiado pelo equipamento GPS. Esta opção consome muito tempo pois é necessário transcrever, em gabinete, toda a informação manuscrita e associá-la aos levantamentos levantados. A opção seguinte GPS e formulário digital permite saber se utilizam formulários integrados em tecnologias (PDA, Tablet, Smartphone, GPS) para a caracterização dos prédios rústicos, o que permite a poupança de tempo e o aumento da dinâmica na recolha de dados no terreno. A última opção é o uso do GPS, ou seja, esta opção indica que o registo que efectuam no campo é o levantamento perimetral para localizar e calcular a área do prédio rústico.

Além do GPS, os sistemas de informação geográfica (SIG) têm sido outra tecnologia que se tornou muito útil no sector florestal pois permite processar e armazenar a informação geográfica relativa aos prédios rústicos geridos por uma determinada OPF. A pergunta “Qual o(s)

software(s) de Sistemas de Informação Geográfica usados para guardar os levantamentos e para produção de mapas (ESRI ArcGIS, (ArcMap, ArcView, ArcPad, ArcGlobe, ArcReader, ArcScene, ArcCatalog), GeoMedia, PCI Geomatica, Quantum GIS, IDRISI, PostGIS SQL, gvSIG, Outro)” permitirá perceber quais as aplicações frequentemente utilizadas pelos técnicos das OPF

para processarem, armazenarem e produzirem informação geográfica.

O tipo de GPS a utilizar também é relevante visto existir uma grande variedade de escolha e com tecnologia acoplada de diferentes maneiras. A questão “Que tipo de GPS utiliza” apresenta três opções: “GPS com antena interna, GPS com antena externa (PDA), Outro”. As duas primeiras opções são as mais comuns nos serviços prestados aos seus associados de uma OPF, nomeadamente em levantamentos perimetrais de prédios rústicos. A opção “Outro” permite a identificação de outro tipo GPS que seja igualmente útil nos serviços prestados pelas OPF aos associados. Sabe-se também que podem existir variações de precisões entre os receptores que recolhem dados GPS em floresta. De acordo com Karsky et al. (2000) foram efectuados alguns testes com diferentes receptores GPS debaixo de coberto florestal, tendo estes concluído que o tipo de antena do receptor pode ter influência na recolha dos dados GPS, nomeadamente que os receptores GPS com antenas internas são os mais adequados em situações de campos abertos e com poucas copas de árvores e que por outro lado, debaixo de coberto florestal, as antenas externas GPS (por exemplo, PDA acoplado a GPS) possuem melhores precisões.

Para além do tipo de equipamento utilizado é também necessário entender de que forma é recolhida e processada a informação geográfica recolhida pelas OPF sendo colocada a seguinte questão: “Como é efectuado o processamento dos dados recolhidos com o sistema GPS”. A pergunta é constituída por três opções sendo elas: “Processamento da Correcção Diferencial

com RTK, Correcção Diferencial Pós-Processamento e Não tem noções dos conceitos referidos”.

correcções constantes que ajudam a minimizar os erros de precisão existentes na recolha da informação geográfica do prédio rústico. Na segunda opção a recolha é feita sem recorrer a uma base que minimize os erros, e esses erros são corrigidos em gabinete após a recolha da informação geográfica através de programas desenvolvido para esse efeito. Por último, a terceira opção permite entender se existe OPF que recolhem informação geográfica GPS sem terem noções de como trabalha o receptor.

Relacionada com a recolha de dados está também a questão seguinte que se prende com a precisão dos dados (“Com que precisão são recolhidos os dados”). Esta questão é composta por três opções que são: “Ordem de grandeza de precisão Planimétrica e Altimétrica, Ordem de

grandeza de precisão Planimétrica e Não tem noções dos conceitos referidos”. A questão serve

para a perceber se as OPF recorrem só à planimetria para a representação dos limites dos prédios ou recorrem a inclusão da altimetria para representar fielmente a morfologia do terreno dos limites dos prédios rústicos. A última opção serve em caso da OPF não ter conhecimentos referentes às opções referidas anteriormente.

A pergunta seguinte tem como principal objectivo perceber que tipo de suporte cartográfico é utilizado pelas OPF (“No campo e no gabinete quais os suportes que apoiam os dados GPS

recolhidos no campo”), tendo as seguintes opções: “Cartas Militares e escala, Ortofotos e resolução, Google Earth, BingMaps, Outro”. As cartas Militares e as Ortofotos costumam ser as

mais usuais quando é necessário produzir um mapa em gabinete para fornecer ao associado ou para auxílio na localização espacial do prédio rústico. No entanto, por falta de fundos, as OPF recorrem a outros tipos de suportes cartográficos, nomeadamente o Google Earth e o BingMaps. Existe ainda uma última opção que serve no caso de as OPF usarem outro tipo de suporte cartográfico.

É necessário ainda compreender quais os tipos de uso do solo que são considerados nos levantamentos perimetrais efectuados pelas OPF. Relativamente ao tipo de uso do solo foi colocada a seguinte questão: “Que tipos de usos do solo são alvo de levantamentos perimetrais”. Esta pergunta possibilitava a selecção de mais do que uma opção pois existem OPF que usualmente fazem levantamentos perimetrais para além do florestal. As opções possíveis de selecção são: “Florestal, Agrícola, Agro-Florestal, Baldio, Social”. As três primeiras opções são as mais frequentes, no caso dos baldios por vezes há entidades gestoras de baldios que recorrem às OPF para efectuarem os levantamentos perimetrais das áreas de baldio. Esta situação verifica-se também para os levantamentos do tipo de uso social que por vezes são elaborados a pedido de alguns associados, mas sempre avisados pela OPF que o levantamento por si só não corresponde a um documento oficial de titularidade do prédio.

A pergunta seguinte serve para entender como as OPF armazenam a informação relativa aos associados e a informação geográfica relativa aos prédios dos associados. Ao entender o armazenamento dos dados podemos perceber o grau de facilidade (ou dificuldade) para a migração para outras plataformas. A pergunta é estruturada da seguinte maneira: “Os dados

obtidos referentes ao Cadastro Florestal são guardados (Pode seleccionar mais que um, caso se aplique) ” tendo como possíveis opções “Arquivo (formato Papel), Computador (Digital) e Base de Dados SIG”. A primeira opção referente ao Arquivo serve no caso de toda a informação

referente à caracterização dos proprietários e à caracterização do prédio estar armazenada em formato papel, estando apenas a informação geográfica armazenada em computador. A opção Computador serve para entender se a informação recolhida dos prédios e dos proprietários é só armazenada em formato digital não existindo uma base de dados que una esse tipo de informação. Por último a opção Base de Dados SIG) serve para as OPF que armazenam a informação recolhida dos proprietários e dos prédios rústicos e associam à informação geográfica do prédio construindo uma base de dados geográfica onde fica armazenada toda a informação.

Além dos dados referentes aos Associados da OPF também interessa saber qual o tipo de informação que as OPF associam à informação geográfica dos levantamentos perimetrais. Nesse sentido é questionado quais os tipos de documentos solicitados aos associados para comprovar a titularidade dos prédios alvo de um levantamento perimetral (“Quais os documentos

requeridos aos associados que comprovam a titularidade do prédio alvo de um levantamento perimetral”), sendo disponibilizadas as seguintes opções: “Nenhum, Registo de Conservatória do Registo Predial, Registo de Artigos nos Serviços de Finanças (ou Caderneta Predial), Escritura, Outro”. A existência de documentos que comprovem a titularidade dos prédios é essencial para

bem do proprietário uma vez que devido à falta de cadastro poderão existir situações de litígio com os confrontantes em que as OPF poderão ter que intervir no sentido de servir o interesse do associado na execução de uma prestação de serviço.

Tendo conhecimento das diferentes formas de actuação das diversas OPF existentes em Portugal, é necessário estabelecer um conjunto de atributos caracterizadores de cada prédio rústico que sejam comuns a todas as OPF possibilitando um melhor funcionamento das OPF e facilitar uma melhor partilha de informação com outras entidades. A pensar nisso foi elaborada a seguinte questão que pretende perceber quais os atributos recolhidos com maior frequência:

“Indique e descreva os campos ou atributos usualmente associados ao polígono das áreas levantadas que são guardados nos SIG, ou seja, além do perímetro e área quais os campos que são associados aos polígonos”. Nesta questão a OPF é livre de preencher os atributos que usa

na sua base de dados SIG que permitem associar o proprietário ao seu respectivo prédio possibilitando posteriormente uma análise de forma harmonizada desses atributos por todas as OPF.

A importância das ZIF tem aumentado nos últimos anos pois estas têm demonstrado ser um bom mecanismo para gerir os prédios rústicos de pequena e media dimensão, os quais são apontados como um dos problemas para uma gestão sustentável da floresta. Como tal é necessário compreender como é feita a delimitação de uma ZIF de forma a estas possam contribuir para o Cadastro Florestal. Tendo este aspecto em consideração a seguinte perguntada foi questionada: “Se possui uma ou mais Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) indique com é

feita a sua delimitação”. No caso de a OPF ser uma entidade gestora de ZIF existem as

seguintes opções: “Delimitação perimetral da mancha contínua florestal, Delimitação perimetral

da mancha contínua florestal tendo em conta o perímetro e tipo do prédio (florestal, agrícola, inculto, social) e Delimitação perimetral da mancha contínua florestal tendo em conta o perímetro, tipo prédio e a exclusão de áreas não florestais.”

O desenvolvimento do sistema cadastral denominado SiNErGIC poderá trazer benefícios para o Cadastro Florestal sendo necessário considerar uma questão que permita avaliar o interesse das OPF na participação ou não no processo e o porquê de não querer fazer parte. A questão associada à participação ou não no projecto SiNErGIC é a seguinte: “No âmbito do Sistema

Nacional de Exploração e Gestão de Informação Cadastral (SiNErGIC) – Projecto Florestas, estariam dispostos a fazer os levantamentos segundo as especificações técnicas regulamentadas pelo Instituto Geográfico Português (IGP)?”. As OPF poderão ser essenciais

pois possuem informação relativa aos proprietários e aos respectivos prédios, a qual pode contribuir para a celeridade do processo de execução do Cadastro. Contudo, existem questões que se prendem com possíveis contrapartidas que as OPF possam exigir pela cedência dessa informação. A pensar nessa possível situação é deixado um espaço em branco no questionário para que as OPF descrevam quais as contrapartidas pretendidas, permitindo assim reflectir em possíveis soluções para um maior envolvimento entre as diversas entidades.

A pergunta seguinte remete para a utilidade do desenvolvimento de uma aplicação que permita agilizar o processo de recolha dos dados de caracterização dos associados e respectivos prédios rústicos. A questão foi elaborada da seguinte maneira: “O que diria se fosse

desenvolvido um aplicativo para PDA, GPS ou eventualmente telemóvel que substituísse o tradicional formulário (formato papel) e que tivesse a capacidade de armazenar os dados do polígono florestal levantado pelo técnico. Tal implicaria o preenchimento no local de todos os atributos da base de dados relativos a um dado polígono florestal evitando-se o posterior trabalho em gabinete”. Esta questão tem três opções (“ Seria muito útil, Útil, Não Faz diferença”)

que permitem avaliar o grau de interesse das OPF pela aplicação.

Finalizando, o questionário serve ainda para perceber quais são as prestações de serviços que permitem as OPF realizarem o seu trabalho diário para descobrir novas formas de integração da informação proveniente dessas prestações de serviço. Tendo essa situação em consideração, foi elaborada a seguinte questão: “Quais os serviços prestados ao proprietário florestal na

Associação”.

5.2 Interpretação dos resultados dos questionários e modelação da Base de