• Nenhum resultado encontrado

1. A turma e o congresso matemático

1.6 Reações após o congresso matemático

Relativamente às tarefas, os congressistas revelaram que as que mais gostaram, ao longo de todas as etapas, foram a tarefa 1 e a tarefa 10, (ver gráfico K em anexo 11).

Face a estes dados, os alunos justificam a sua opção apresentando um conjunto de motivos distintos que definiram a sua escolha. Os alunos que elegeram a tarefa 1 mencionam que era fácil, a apresentação no congresso foi bastante completa e um refere que o facto de a ter apresentado contribuiu para ser a preferida. Quanto às tarefas 2, 4 e 7 são referidos os seguintes argumentos: era fácil, o facto de a ter apresentado e o seu caráter desafiante, respetivamente. No que diz respeito à tarefa 10, esta é eleita por ser fácil e divertida e ainda por um outro aluno que não responde à questão. Por último, o aluno que indica todas, enaltece o facto de serem desafiantes.

Em relação às tarefas que menos gostaram, como se confirma no gráfico L (anexo 11), metade dos congressistas identifica a tarefa 6, por considerarem, na sua maioria, que era muito difícil. É de salientar que um destes alunos não apresentou qualquer argumento que justificasse a sua opção.

131

Os alunos que indicam as tarefas 3, 4, 5, 10 e nenhuma relatam os seguintes motivos: dificuldades sentidas ao nível da compreensão e na sua realização, o facto de ser fácil, a falta de colaboração e consenso no grupo aquando a sua resolução, apresentação pouco organizada no congresso matemático e, por considerar que todas eram fáceis, respetivamente.

Relativamente à tarefa que consideraram mais fácil e difícil, os congressistas, tal como comprovam os gráficos M e N (anexo 11), respetivamente, nomeiam, na sua maioria, a tarefa 1 como sendo a mais fácil e a tarefa 6 como a mais difícil.

Por fim, no que diz respeito ao trabalho colaborativo, de acordo com as observações realizadas e gravações vídeo de algumas aulas, pode-se contatar que, de um modo geral, em 50% dos grupos (grupos 1, 4, 6 e 8), durante a resolução das tarefas, foi visível a partilha e discussão de ideias entre os elementos do grupo e o trabalho foi realizado de forma coordenada, tendo em vista a concretização das tarefas propostas. Os restantes 50% (grupos 2, 3, 5 e 7) evidenciaram num modo de trabalho que se assentava no trabalho individual, no sentido em que o aluno que achava que sabia a resposta não discutia as suas ideias antes de resolver e os alunos com mais dificuldades por falta de esforço, ou por falta de oportunidade em partilhar as suas ideias, ou até mesmo por desistirem à primeira dificuldade ficavam à espera que a tarefa fosse resolvida pelo(s) colega(s).

Face a estas situações menos positivas, fui, nos momentos em que circulei pelos grupos, pedindo que realizassem as tarefas em conjunto e colocando questões aos alunos com mais dificuldades, de maneira a envolvê-los nas tarefas e incitar ao desenvolvimento do seu próprio raciocínio. Para além disto, ao grupo 5, em particular, que era constituído por um aluno com um raciocínio muito rápido e eficaz e pelo aluno com NEE, pedi ao primeiro aluno que ajudasse o colega e lhe oferecesse oportunidades para que este também pudesse pensar e colaborar na resolução das tarefas. Vejamos algumas evidências destes aspetos referidos:

Investigadora – Aluno 19, quantas formas descobriste? Aluno 19 – É para descobrir muitas?

Investigadora – Claro, é que há muitas! Aluno 7 aqui! Aluno 19 vais deixar o aluno 7

descobrir uma.

Aluno 19 – Oh soraaa

132 (…)

Investigadora – Este porque é que este não pode ser? Aluno 13 – Porque está diferente.

Investigadora – Porque é que está diferente? Aluno 13 – Aqui só está três e aqui dois.

Investigadora – Aluno 6 porque é que não pode ser este? Aluno 6 – Deixe-me ver professora… Não sei…

Investigadora – Aluno 18, o que está errado? Aluno 18 - O tamanho.

Investigadora – Qual tamanho?

(Aluno aponta)

Investigadora – Ok então. E esta porque não pode ser? Aluno 6 – Esta, porque deveria ser em baixo

Investigadora – Então, estamos entre esta e esta. Uma delas está mal e eu quero saber

qual é. Vou deixar-vos pensar.

Na perspetiva dos congressistas, 83% indica que trabalhar em grupo facilitou o trabalho desenvolvido, ao invés de 17% que manifesta uma opinião contrária. Dos 83%, como está apresentado no gráfico O (anexo 11), metade refere que a ajuda entre os elementos do grupo foi preponderante neste processo, 20% referencia as várias ideias que surgiram através deste modelo de trabalho, 20% o facto de ter tornado o trabalho mais fácil e 10% mais rápido. Em oposição (ver gráfico P, no anexo 11), metade dos 17% não apresenta qualquer argumento e os restantes assinalam a falta de colaboração por parte do outro membro do grupo. É de salientar que os grupos que integram os 17% são alguns dos referidos, anteriormente, que apresentaram fragilidades a este nível.

Quanto aos aspetos que os colaboradores mais gostaram no congresso matemático 40% revela ter sido assistir às apresentações dos colegas, 20% apresentar o seu próprio desafio e 40% não responde à questão.

No que diz respeito aos aspetos que menos gostaram no congresso matemático, estes alunos apontam razões distintas umas das outras: apresentar o desafio, ter que estar sentado o tempo todo, pensar sobre as tarefas apresentadas e trabalhar para a apresentação. Para além destas, um dos alunos menciona que gostou de tudo, não tendo, portanto nada a assinalar.

Para finalizar, 80% dos colaboradores salienta que não gostava de assumir o papel de congressista, em contraste com 20% que indica uma opinião contrária. Neste seguimento e tendo em consideração o gráfico, é possível constatar no gráfico J (anexo 11) que, o aluno que expôs o desejo de assumir o papel de congressista, teria interesse em

133

apresentar tarefas, enquanto que os restantes consideram que é uma tarefa difícil, que exige muito trabalho e não gostavam de o fazer, porque pressupõe uma apresentação.

2. Grupo-caso A