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A realidade imediata do objeto em sua aparência e os dados empíricos sobre o perfil dos assistentes sociais do IFAL: a epiderme do objeto

A análise do nosso objeto de estudo demanda enfatizarmos, inicialmente, a concepção que temos sobre a apreensão da origem do Serviço Social como profissão e, consequentemente, do assistente social como assalariado. Isso implica considerarmos a conjuntura social, política e econômica na qual a profissão se desenvolve, pois se trata de um momento peculiar do desenvolvimento das forças produtivas do capital e do surgimento de novas necessidades sociais, que demandavam profissionais especializados para intervir nessa realidade e auxiliar no funcionamento e na reprodução da sociedade burguesa.

O Serviço Social emerge no capitalismo monopolista, na divisão social e técnica do trabalho, logo após a era do capitalismo concorrencial. Nesse período as refrações da questão social23 agudizavam-se e as contradições da relação capital X trabalho foram mais acentuadas, demandando a criação de estratégias que administrassem os conflitos, especialmente através da execução de políticas sociais e serviços sociais, os quais passaram a requisitar a atuação de diferentes profissões (NETTO, 2001). A emergência do Serviço Social como profissão é indissociável à era dos monopólios, pois é o capitalismo monopolista que cria e funda a profissionalidade do Serviço Social.

23 A rigor, a “questão social” não é tomada em sua totalidade; ela é “atacada nas suas refrações, nas suas

sequelas apreendidas como problemáticas cuja natureza totalizante, se assumida consequentemente, impediria a intervenção” (NETTO, 2011a, p. 32, grifos do autor). Nessa perspectiva as políticas sociais emergem de forma fragmentada e deficiente, materializando-se a partir das lutas de classe, advindas da mobilização da classe operária. “Não há dúvidas de que as políticas sociais decorrem fundamentalmente da capacidade de mobilização e organização da classe operária e do conjunto dos trabalhadores, a que o Estado, por vezes, responde com antecipações estratégicas” (NETTO, 2011a, p. 33).

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A institucionalização do Serviço Social se dá num determinado momento histórico (capitalismo monopolista) em que surgem várias profissões, fase essa compreendida entre o final do século XIX até a década de 1940. Aí se cria uma relação de assalariamento para a profissão e o Serviço Social se inscreverá na divisão do trabalho. Assim, o surgimento da profissão “tem determinações na complexificação da produção material e na consequente sofisticação da divisão do trabalho capitalista” (COSTA, 2011, p.121).

No interior do capitalismo monopolista o assistente social encontrará as condições necessárias para vender sua força de trabalho no mercado de trabalho. O vínculo de assalariamento do assistente social se constituirá “numa das primeiras determinações objetivas das condições de realização da intervenção profissional” (GUERRA, 2011, p.154). Através da venda de sua força de trabalho no mercado de trabalho o assistente social se encontrará vinculado às instituições sociais públicas e privadas, tendo elas como condição essencial para que essa relação de compra e venda da força de trabalho seja materializada. Por meio da prestação dos serviços sociais nessas instituições, o assistente social converte sua força de trabalho em mercadoria, tendo o vínculo entre sua força de trabalho e o capital sem uma relação direta (GUERRA, 2011, p. 155). Esse vínculo, na grande maioria das vezes, é mediatizado pelo Estado.

Deste modo, “o Serviço Social se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social do trabalho” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2008, p.77). A profissão nasce no contexto de desenvolvimento do capitalismo industrial e da emergência da questão social, “a qual se torna a base de justificação desse tipo de profissional especializado” (idem, p.77). A caridade tradicional dá lugar à racionalização da atividade assistencial prestada pelo Estado por intermédio dos serviços sociais. Serão demandadas intervenções nas sequelas da exploração do trabalho que se materializam nas péssimas condições de vida da classe trabalhadora.

A profissão de Serviço Social se institucionaliza e o assistente social torna-se um trabalhador assalariado. Portanto, “as condições objetivas de existência da profissão encontram-se vinculadas às necessidades históricas das formas de existência e sobrevivência do sistema capitalista” (GUERRA, 2011, p. 152). Isto porque, o “processo de racionalização do Estado burguês” tinha a finalidade de “facilitar a atuação dos monopólios e cria organizações de serviços sociais e assistenciais”, demandando assim o processo de institucionalização da profissão (idem, p.152).

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Não é a continuidade das protoformas do Serviço Social que explica a sua profissionalização, mas é exatamente a ruptura com essas protoformas que esclarece o surgimento da profissão (NETTO, 2001). A relação de continuidade existe porque “um novo agente profissional [...] não se cria a partir do nada”. Essa “constituição de um tal agente começa por refuncionalizar referências e práticas preexistentes, assim como as formas institucionais e organizacionais às quais elas se vinculam” (NETTO, 2011a, p. 71). A relação de continuidade vem a coexistir com a relação de ruptura. Esta última “se instaura como decisiva na constituição do Serviço Social enquanto profissão” (idem). De tal modo, é da existência de um espaço sócio ocupacional para o Serviço Social que decorre sua emergência. A relação de ruptura é revelada quando os agentes profissionais passam a exercer papéis “em projetos de intervenção” que tem uma funcionalidade “posta por uma lógica e uma estratégia objetivas que independem de sua intencionalidade”. (NETTO, 2011a, p. 71, grifos do autor).

A condição do assistente social de trabalhador assalariado, compartilhando os mesmos dilemas da exploração da força de trabalho que envolve os demais trabalhadores, o insere no universo das atividades profissionais que são subordinadas às condições oferecidas pelo empregador e comprador da sua força de trabalho, que determina os recursos, as condições de trabalho e a dinâmica trabalhista que os assistentes sociais irão executar suas ações profissionais. Portanto:

Como profissionais assalariados/as, [...], a força de trabalho de assistentes sociais transformada em mercadoria só pode entrar em ação através dos meios e instrumentos de trabalho que, não sendo propriedade desses/as trabalhadores/as, devem ser colocados à disposição pelos empregadores institucionais públicos ou privados: infraestrutura humana, material e financeira para o desenvolvimento de programas, projetos, serviços, benefícios e um conjunto de outros requisitos necessários à execução direta de serviços sociais para amplos segmentos da classe trabalhadora ou para o desenvolvimento de funções em nível de gestão e gerenciamento institucional (RAICHELIS, 2018, p. 37).

Sem desconsiderar a totalidade dos processos de produção e reprodução social da sociedade capitalista, pode-se inferir que o Serviço Social é uma profissão cuja atuação profissional vincula-se aos serviços sociais (públicos e privados) e políticas sociais, subordinada aos dilemas e instabilidades ocasionadas pela crise estrutural do capital e, consequentemente, pela generalização da ampliação das expressões da precarização do trabalho. Como agentes profissionais que vendem sua força de trabalho especializada, o assalariamento profissional submete o exercício profissional do assistente social às demandas,

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condições e relações de trabalho impostas pela instituição empregadora, a qual ele é subordinado.

Ao analisarmos a particularidade do mercado de trabalho do Serviço Social no Brasil, vemos que de acordo com os dados publicados na pesquisa do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) intitulada de “Assistentes Sociais no Brasil”, em 2005 existiam 65 mil assistentes sociais no país com registros ativos nos Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS). A pesquisa verificou que no Brasil 78,16% dos profissionais estão inseridos em instituições públicas estatais, sendo 40,97% de âmbito municipal, 24% estaduais e 13,19% federais. A pesquisa comprova o traço que acompanha o desenvolvimento histórico da profissão que tem o Estado como seu maior empregador (CFESS, 2005). Em 2018, esse número correspondia a 180 mil24 assistentes sociais com inscrição ativa nos CRESS, revelando um aumento de 115 mil profissionais no mercado de trabalho.

Já na especificidade do mercado de trabalho do Serviço Social em Alagoas, pesquisa demonstrou que “na conjuntura do Governo Lula, o mercado de trabalho do Serviço Social continua sendo majoritariamente composto por instituições de natureza pública 82,44% (2003-2004) e 78,51% (2005-2006)” (TRINDADE, 2015, p.126). Com relação à abrangência das instituições, “no período 2003-2004 a maioria está no âmbito municipal com 77,27%, seguida pela estadual (13,63%) e federal com 3,03%” (idem, p.132).

Considerando que o assistente social é um profissional que está inserido na divisão social e técnica do trabalho, atuando junto às políticas sociais na efetivação dos direitos sociais, e que muitos são os espaços sócio ocupacionais em que este profissional atua, a educação enquanto política social também é espaço de intervenção do assistente social. Especificamente nos últimos anos, com a expansão das Instituições Educacionais Federais públicas e dos programas de assistência estudantil, esse espaço sócio ocupacional se consolida como área de atuação do assistente social, favorecendo sua inserção nas Universidades e Institutos Federais (IFs), sendo esteum dos principais profissionais que formulam e executam as ações da assistência aos estudantes.

A ampliação do mercado de trabalho para os profissionais de Serviço Social na educação nos últimos anos se deve à expansão das Instituições Educacionais Federais públicas e à instituição do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Isso demandou a maior contratação de assistentes sociais para executarem os programas de assistência aos estudantes. Dados do Ministério da Educação (MEC) revelaram que no ano de

24 Fonte: <http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/frentes-de-atuacao-e-comissoes>. Acesso em 19

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2010 havia 2.930 assistentes sociais distribuídos em 63 Universidades Federais de todo o Brasil. Já no ano de 2015, esse quantitativo aumentou para 3.199 assistentes sociais, o que mostra um notório aumento do mercado de trabalho nessas instituições. Já na especificidade dos Institutos Federais, em 2012 o número de assistentes sociais era de 372, e em 2015 passou a ser de 643 profissionais (SOUZA, 2016).

De acordo com pesquisa de Prada e Garcia (2017) até janeiro de 2015 62% dos Institutos Federais (IFs) contavam com assistente social. Dos IFs que tinham assistentes sociais, 48% contavam com apenas uma profissional no local específico de trabalho. A pesquisa também revelou que 47% tinham mais de uma profissional no mesmo local de trabalho e desses 47%, tem-se que 27% das instituições tinham dois profissionais; 5%, três; 7%, quatro; 8%, cinco ou mais (idem).

É notório que a expansão dos Institutos Federais de Educação (IFs) e a instituição do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) ampliaram o mercado de trabalho dos assistentes sociais nesses espaços. Apesar disso, o número de assistentes sociais ainda é insuficiente para a demanda de trabalho. Dados mais recentes, de pesquisa realizada por Prada e Garcia (2019), revelam que entre 2015 e 2018 os Institutos Federais contaram com 713 assistentes sociais. Ainda de acordo com a pesquisa, nessa conjuntura 85% desses assistentes sociais foram demandadas majoritariamente para a execução do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

Dentre os Institutos Federais de Educação que ampliaram o mercado de trabalho para os assistentes sociais está o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas, ou Instituto Federal de Alagoas (IFAL) como é mais conhecido. O IFAL é uma instituição de educação profissional e superior, vinculada à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – SETEC do Ministério da Educação, englobando ensino, pesquisa e extensão, desde a formação básica à pós-graduação, proporcionando uma formação integral ao cidadão através dos cursos de formação inicial, técnicos, superiores e tecnológicos, bacharelado, licenciatura e pós-graduação lato e stricto sensu, bem como Educação a Distância – EAD.

O IFAL até 2009 era composto por cinco unidades: Reitoria, Campus Maceió, Campus Marechal Deodoro, Campus Palmeira dos Índios e Campus Satuba. Em pouco tempo, no ano de 2010, foram inaugurados os sete primeiros Campus do processo de expansão25 da rede:

25 Essa expansão é decorrente da interiorização da educação Profissional e Tecnológica federal, inserida num

processo de construção de novos campi em muitos municípios, inclusive os do interior do país, não atendidos por essa modalidade educacional. Os critérios adotados pelo MEC para efetivar a expansão nas dimensões – Social, Geográfica e de Desenvolvimento – levam em consideração o desenvolvimento local e regional, tendo em vista

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Campus Arapiraca, Campus Maragogi, Campus Murici, Campus Penedo, Campus Piranhas, Campus Santana do Ipanema e Campus São Miguel dos Campos. Em 2014 foram implantados mais quatro Campus: Batalha, Coruripe, Rio Largo e Viçosa. E em 2016 foi inaugurado o Campus Benedito Bentes, na cidade de Maceió. Portanto, sua estrutura administrativa fica composta pela Reitoria e pelos 16 campi, distribuídos nas referidas cidades. Também há 05 (cinco) pró-reitorias (Ensino, Pesquisa, Extensão, Desenvolvimento Institucional e Administração e Planejamento. Compõem a estrutura profissional cerca de 1200 (mil e duzentos) servidores. O IFAL atende mais de 20 (vinte) mil estudantes.

Os profissionais do IFAL criaram a primeira regulamentação institucional sobre assistência estudantil, por meio de resolução aprovada pelo Conselho Superior da instituição, em 19 de julho de 2010. Tal resolução demarcou os programas desenvolvidos pelo Serviço Social e as demais áreas profissionais atuantes nesta política. A execução desta Política nos campi é realizada por uma equipe multiprofissional, composta por profissionais de Enfermagem, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social. Atualmente, as ações da Assistência Estudantil do IFAL estão fundamentadas no PNAES, sendo regulamentadas internamente pela Resolução nº 54/CS, de 23 de dezembro de 2013, tendo como órgão gestor e articulador da Política de Assistência Estudantil a Diretoria de Políticas Estudantis-DPE. As equipes que atuam na assistência estudantil dos campi do IFAL são compostas da seguinte forma:

construir campi em cidades cujos índices de pobreza são elevados e microrregiões não atendidas por escolas técnicas federais.

45 Tabela 01: Composição das equipes de assistência estudantil do IFAL

Campus Número de alunos matriculados no campus* Número de alunos no campus atendidos pela assistência estudantil

Profissionais que compõem a assistência estudantil no campus

Arapiraca

800 356 psicóloga; 01 enfermeira e 01 02 assistentes sociais; 01 técnico em enfermagem Batalha 375 345 01 enfermeira; 01 téc. em enfermagem e 01 nutricionista Benedito Bentes 438

75 Nenhum profissional compõe a equipe da Assistência Estudantil

Coruripe 453 231 01 enfermeira; 01 técnica em enfermagem e 01 nutricionista Maceió 9482 1773 04 assistentes sociais; 01 enfermeira; 03 técnicos em enfermagem; 02 médicas; 01 nutricionista; 03 Odontólogos e 02 psicólogas 02 auxiliares em enfermagem** Maragogi 534

381 01 assistente social; 01 enfermeira; 01 técnica em enfermagem e 01 nutricionista

Marechal Deodoro

1488 622

02 assistentes sociais; 02 médicas; 01 nutricionista; 01 psicóloga e 01

técnico em enfermagem

Murici 577 503 01 assistente social; 01 enfermeira

46 nutricionista e 01 psicóloga Palmeira dos índios 1422 712 01 assistente social; 02 Odontólogos; 01 técnica em enfermagem e 01 psicóloga 01 auxiliar em saúde bucal**

Penedo

664

622 01 assistente social; 01 enfermeira; 02 técnicas em enfermagem; 01 nutricionista e 01 psicóloga

Piranhas

779

517 01 assistente social; 01 enfermeira; 02 técnicos em enfermagem; 01 nutricionista e 01 psicóloga

Rio largo 193

111 Nenhum profissional compõe a equipe da Assistência Estudantil

Santana do

ipanema 712

393 01 assistente social; 01 enfermeiro; 01 técnico em enfermagem e 01 psicólogo

São miguel dos campos

506

322 01 assistente social; 01 enfermeira; 01 técnica em enfermagem e 01 psicóloga

Satuba

1284

674

01 assistente social; 01 médico; 02 nutricionistas; 01 técnica em enfermagem; 01 Odontóloga e 02

psicólogos

02 auxiliares em enfermagem; 03 cozinheiros; 01 operador de máquina e lavanderia; 01 servente

47 Viçosa

540

464 01 enfermeiro; 01 técnica em enfermagem;

Fonte: Informações oferecidas pela Diretoria de Políticas Estudantis (DPE) do IFAL. *Consideramos o número de estudantes que são elegíveis para Assistência Estudantil (estudantes do nível médio integrado, subsequente, EJA e superior). Não consideramos as outras

modalidades.

** Cargos existentes apenas em alguns campi porque já foram extintos.

Com isso, frente às demandas da instituição, a Resolução que regulamenta a Política de Assistência Estudantil do IFAL, é composta por 15 programas, que são: I – Programa Bolsa de Estudo; II – Programa Auxílio Permanência; III – Programa de Apoio às atividades Estudantis; IV – Programa Refletir e Educar; V – Programa de Alimentação e Nutricional Escolar; VI – Programa de Aconselhamento Psicológico; VII – Programa de Prevenção a Fatores de Risco e Promoção da Saúde; VIII – Programa de Orientação Profissional; IX – Programa de Residência Estudantil; X - Programa de Assistência aos Estudantes com Necessidades Educacionais Específicas; XI – Programa de Assistência à Saúde; XII – Programa de Incentivo às Práticas Artísticas e Desportivas; XIII – Programa Bolsa PROEJA; XIV – Programa de Apoio ao Intercâmbio e à Mobilidade; XV – Programa de Acompanhamento Social. No entanto, vale ressaltar que, decorrente do processo de expansão sucateado, nem todos os campi possuem os programas propostos pela política de assistência estudantil do IFAL.

Até o ano de 2019 o IFAL dispunha de 17 assistentes sociais lotadas nos campi e na reitoria. De acordo com nossa pesquisa de campo realizada com os assistentes sociais do IFAL, temos o seguinte perfil desses profissionais:

• Com relação ao perfil do sexo, 93% dos assistentes sociais são do sexo feminino e 07% do sexo masculino;

• No que se refere à idade dos assistentes sociais do IFAL, 50% dos entrevistados têm entre 31 e 35 anos; 36% têm acima de 50 anos; 07% têm de 36 a 40 anos e 07% têm entre 41 e 45 anos;

• No que concerne ao tempo de trabalho no IFAL, 50% dos assistentes sociais responderam que trabalham entre 05 e 08 anos no IFAL; 22% trabalham há mais de 14 anos; 14% trabalham entre 08 e 11 anos; e 14% trabalham no IFAL entre 02 e 05 anos;

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• Sobre possuir outro vínculo empregatício, 71% dos assistentes sociais do IFAL responderam não ter outro vínculo e 29% responderam possuir. Dos que responderam possuir outro vínculo, 01 profissional afirmou que já está aposentado do outro vínculo, 01 está de licença sem vencimento e 02 trabalham 30 horas semanais nesse segundo vínculo empregatício;

• Referente à capacitação profissional, 36% dos assistentes sociais do IFAL têm especialização, 29% têm mestrado profissional, 21% têm mestrado acadêmico e 14% têm doutorado;

• Sobre residir no mesmo município que trabalha no IFAL, 64% dos assistentes sociais do IFAL residem no mesmo município do seu campus de trabalho e 36% não residem.

Os assistentes sociais trabalham nos campi e na reitoria elaborando, planejando e executando os programas criados pela Política de Assistência Estudantil do IFAL. Os programas que possibilitam o acesso a essa política por meio da intervenção do assistente social e que são de responsabilidade específica do Serviço Social são os listados a seguir:

• Programa Bolsa Estudo, que atende financeiramente aos alunos que participem de atividades educacionais no horário contrário das aulas regulares, tendo como objetivo contribuir para a diminuição dos índices de evasão e retenção escolar; • Programa de Auxílio Permanência que visa assegurar aos estudantes recursos

financeiros para custear despesas com transporte, alimentação, moradia, creche, atendimento educacional especializado ou outras necessidades socioeconômicas que possibilitem condições de permanência no IFAL;

• Programa de Apoio às atividades estudantis que engloba concessões de óculos corretivos, fardamento escolar e material didático, visando proporcionar condições igualitárias de participação nas atividades escolares;

• Programa Refletir e Educar tendo como objetivo principal promover ações educativas que tratem de temas sobre a formação social, política e cultural da sociedade e que contribuam para o combate ao preconceito ou qualquer forma de discriminação;

• Núcleo de Atendimentos as Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas – NAPNEE tendo por objetivo assegurar aos estudantes com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação, o apoio necessário no âmbito educacional;

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• Programa de Acompanhamento Social, que se caracteriza por um atendimento permanente que busca a viabilização de recursos internos e externos, mantendo um processo de articulação com o estudante e sua família, visando criar condições de permanência para este usuário na instituição.

Com relação às principais atividades e/ou atribuições dos assistentes sociais na assistência estudantil do IFAL, segundo as respostas colhidas em nossa pesquisa de campo, elas são:

• Divulgar informações acerca da Política de Assistência Estudantil da instituição; • Selecionar e acompanhar os estudantes para os programas de bolsas e auxílios

da assistência estudantil;

• Fazer visitas domiciliares para conhecer o contexto sócio familiar dos/as estudantes, identificando suas necessidades de moradia, transporte, alimentação, etc.;

• Realizar avaliação socioeconômica dos estudantes;

• Realizar caracterização do perfil socioeconômico dos/as estudantes selecionados;

• Planejar e executar ações voltadas à permanência e êxito dos estudantes,

• Desenvolver atividades que possibilitem/promovam reflexões/iniciativas/ações voltadas para a garantia da educação pública;

• Participar dos conselhos de classe;

• Promover o acesso dos/as estudantes a informações referentes aos seus direitos sociais;

• Prestar atendimento ao público interno e externo, orientando estudantes, famílias e comunidade sobre direitos e deveres (políticas internas, normas e legislação), serviços e recursos institucionais;

• Planejar capacitações para o corpo docente visando construção de uma escola inclusiva;

• Atuar no Núcleo de atendimento a estudantes com necessidades específicas – NAPNE;

• Realizar do mapeamento da rede de proteção social.

Para que o estudante tenha acesso aos programas da assistência estudantil do IFAL que atendem financeiramente aos alunos (Programa Bolsa Estudo e Programa de Auxílio

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Permanência), o Serviço Social realiza processos seletivos por meio de editais. Para tais programas, os processos de seleção são organizados e executados pelos assistentes sociais. O assistente social incialmente elabora o edital de seleção; com o edital previamente aprovado pela chefia, há a divulgação para os estudantes e inicia-se o processo de inscrições. Os estudantes preenchem o formulário socioeconômico on-line, entregam a documentação exigida no edital e, em alguns casos, agendam a entrevista com o assistente social. Logo após o processo de verificação da documentação de todos os estudantes e da realização das entrevistas (e visitas domiciliares caso seja necessário), as avaliações socioeconômicas são realizadas pelo Serviço Social, considerando o contexto familiar do aluno inscrito.

Após esse longo e exaustivo processo, finalmente é divulgado o resultado com os nomes dos beneficiados aprovados. Os períodos de seleção para os auxílios e bolsas são os