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Referentes da reflexão:

 Para a criança: - A importância das propostas com plasticina - Plasticina, diferentes reações das crianças - A importância do contacto com livros sem texto - Comportamentos das crianças durante o momento do conto

 Para o adulto: - Leitura da história em pequenos grupos, desvantagens - A creche como resposta social

-As minhas maiores dificuldades durante esta semana - As novas aprendizagens e responsabilidades que tive esta semana - Como me senti no desafio desta semana

Nesta nona semana, foi a vez da Mara de planificar e intervir, pela terceira vez, com o meu auxílio. Na segunda-feira, foi proporcionada às crianças a oportunidade de mexerem em plasticina caseira «O barro ou a plasticina (…) são excelentes materiais para esta idade (…) A manipulação do material tridimensional proporciona á criança o ensejo de usar os dedos e os músculos de modo diferente.» (arteeeducação, s.d, p. 12)

As crianças reagiram de formas muito diferente à plasticina, por exemplo a M. (21 meses) após a Mara ter arrumado a plasticina, porque estava na hora de almoço, apontou para a caixa, porque queria mais, e não queria que a Mara levasse a plasticina, ao contrário das outras crianças que já se tinham levantado todas na mesa. Para além disso tentou fazer construções com a pla sticina, juntou pedacinhos pequenos em uma das bolas. Enquanto a LB (12 meses), assim que provou a plasticina caseira chorou e já não quis tocar mais, por sua vez, o T (16 meses) ficou o tempo todo a olhar para o que a Mara estava a fazer mas quase que não tocou na plasticina.Porque é que as crianças têm estas diferentes reações? Será que o T, nunca tinha visto

plasticina e a M. já tem por hábito mexer em plasticina? Ou será que tem somente haver com a idade?

Na terça-feira, a Mara contou a história do livro “Oh!” um livro sem texto, segundo Domiciano & Coquet (2008), os livros «(…) deixaram de ser obra única, manuscrita e ornada, para ser objecto de produção em série, projectado para tal. Enquanto objecto, o livro tornou-se um projecto de design gráfico.» (, p.2) e o livro “Oh!” «(…)permite um jogo de “esconde-esconde” e “parece-mas-não-é” com os personagens, fator esse que atrai e diverte o pequeno leitor, além de levá-lo a formas, animais e objectos que relacionam-se entre si de maneira irreal e ilógica, sendo este o elemento de estranhamento, criactividade e diversão do livro.»( Domicia no & Coquet , 2008, p.10)

A Mara dividiu as crianças em pequenos grupos 2-3 no máximo. Algumas crianças não estiveram com atenção a ouvir a Mara, porque enquanto a Mara estava a ler a história, as outras crianças estavam a fazer barulho com os outros jogos e brinquedos. As crianças que não estavam a ouvir a história, ou que já tinham ouvido, iam para junto da Mara, distraindo os que estavam a ouvir, foi o cas o da L. (14 meses), C. (15 meses) e a M. (21 meses). Por exemplo o I. (22 meses), viu-me a passar perto da mesa e nunca mais tomou atenção ao que a Mara estava a dizer, o que não acontece em grande grupo, pois quando estão em grande grupo, os adultos presentes na sala juntam-se às crianças, portanto não existe essa agitação na sala. Por exemplo, a M. (21 meses) costuma estar atenta a ouvir-nos contar uma história e brinca com livros durante diversos momentos do dia, e, segundo o feedback que tive da minha colega, nem ela esteve tão concentrada a ouvir a história como o habitual. Será que

foi melhor a leitura da história em pequenos grupos? Será que as crianças não tinham aproveitado mais em grande grupo, em que todas estavam a ouvir a história ao mesmo tempo? Ou será que não tiveram atenção porque não gostaram do livro?

Na atividade de pintar com garrafas, as crianças mostraram-se muito curiosas, observando a Mara e o que estava a acontecer à folha. Foi o caso do RA. (12 meses) e do R. (15 meses), por exempl o, que depois de carimbar com a garrafa começaram a usar as mãos para espalhar a tinta pela folha. A Mara foi comunicado com as crianças sobre o que estas estavam a fazer, pois «Enquanto as crianças exploram, os educadores devem socializar as descobertas para que as trocas ocorram. Quando o adulto comenta o que os pequenos fazem, legitima e valoriza as conquistas, além de comunicar aos outros que eles também podem experimentar possibilidades.» (Szpigel, 2007, s.p)

Por diversas vezes, foram encontrados piolhos na cabeça da LB.(12 meses),esta semana não foi diferente. A Educadora e/ou a AAE cataram-lhe os piolhos na semana passada, no entanto quando regressou de casa voltou a trazer piolhos e/ou lêndeas. A educadora já comunicou com o encarregado de educação, por diversas vezes, de forma a que este faça o tratamento, pois a regra da instituição é mandar a criança para a casa quando isso acontece, apesar de todos os esforços dos membros da instituição, a LB, continua a chegar à creche com piolhos, e a mãe diz para se resolver esta situação, na creche, para a Educadora não a mandar para casa. O que fazer nestas situações, em que se sabe que a criança apanhou piolhos em casa e não na

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«A mãe que não tem disponibilidade para cuidar do seu filho, por falta de renda ou por trabalhar for de casa, transferem se os cuidados tomados com a criança pequena, em relação à saúde e à educação, para os profissionais da creche. (…) na creche, os cuidados prestados à criança (…) referem-se à higiene, à alimentação, ao desenvolvimento, às atividades lúdicas e à saúde, independentemente de qualidade do cuidado que ela possa receber em casa e das outras pessoas responsáveis por ela.» ( (Bógus, Nogueira-Martins, Moraes, & Taddei, 2007, p. 501)

E por isso, e apesar da regra da instituição ser de mandar a criança que apresenta piolhos para casa, nestes casos, como o da LB essa regra é quebrada, porque a LB não tem nenhum cuidador que tome conta dela, durante o período diurno. Por isso, o cuidado que os membros da instituição têm para com esta menina é muito mais intenso. Por exemplo por diversas vezes a LB toma banho na creche.

Compreendo com este exemplo da LB., que a creche tem que dar resposta personalizada perante cada criança, existem regras que por vezes não podem ser cumpridas porque o bem-estar da criança está sempre em primeiro lugar, e cabe ao educador decidir o que deve ser feito em cada caso, pois as crianças (famílias, delas neste caso) não são todas iguais e precisam de d iferentes cuidados.

Relativamente às dificuldades que senti esta semana, tive-as porque estava muito constipada, foi algo complicado, não conseguia sentir o cheiro, logo se uma criança tivesse com a fralda suja, eu não dava por isso, tinha dores musculares, então não transportei tantas vezes as crianças ao colo, como é hábito meu. E como um membro da instituição disse “nem pareces tu”, não me sentia eu, e a minha prestação não foi igual, não cantei tanto nem comuniquei com as crianças com tanta frequência como quando não estou doente. No entanto dei o meu melhor, e tentei fazer sempre o melhor, fiz tudo para conseguir manter a minha identidad e, embora nem sempre tenha sido possível por causa das minhas dores musculares.

Por outro lado, como a educadora estava de férias, eu e a Mara acabamos por ter novas oportunidades de aprendizagens e novas tarefas. Por exemplo a AAE responsável pela sala 1 -2anos, sai às 17 horas, então eu e a Mara, após a ausência da AAE, ficamos responsáveis por transmitir aos pais, o que aconteceu com as crianças durante o dia, como exemplo: transmitimos se a criança tinha tido febre, se tinha sido medicada, a que horas a criança tinha lanchado, entre outras informações. Fazíamos portanto «(…) um relatório oral para os mais curiosos e ainda angustiados com a nova situação, (…) Essa atenção aos familiares é uma forma de respeitá-los diante da situação, em que suas crianças passam a ser cuidadas por pessoas ainda desconhecidas.» (Pereira, 2011, p.15)

O meu desafio desta semana foi interagir mais com o T. (16 meses), pois «(…)sabendo-se que as interacções e as relações são centrais para a qualidade dessas aprendizagens.» (Novo & Mesquita-Pires, s.d, p.125). Durante esta semana apercebi-me de comportamentos e atitudes do T. que não conhecia. Como por exemplo o T. brinca na casinha, pede mimos, sorri quando brincamos às cavalitas, é meigo para as outras crianças, mas também brinca muito sozinho.

Senti-me muito contente, durante este desafio, embora no início tenha sido complicado, porque não sabia quase nada sobre o T., por esse motivo não sabia como haveria de interagir com ele. No final da semana fiquei satisfeita porque o T. começou a sentar-se no meu colo de forma natural, para mim isso foi muito gratificante, pois «O conhecimento que o educador tem da criança permite-lhe saber o que esta é capaz de fazer, de modo a alargar os seus interesses e a desenvolver as suas potencialidades.» (Pereira,2014, p.17)

Bibliografia

Arteeeducação. (s.d). Os Primórdios da Auto-Expressão: A Fase das Garatujas, de 2 a 4 anos. Obtido de arteeeducação: http://www.arteeeducacao.net/garatujas.pdf

Bógus, C. M., Nogueira-Martins, M. C., Moraes, D. E., & Taddei, J. A. (2007). Cuidados oferecidos pelas creches:percepções de mães e educadoras. Revista de Nutrição ; 20(5), 499-514.

Domiciano, C. L., & Coquet, E. (2008). Livros sem texto: modos de leitura. Abz da leitura, 1-21.

Novo, R., & Mesquita-Pires, C. (s.d). A Interacção Do Adulto Com A(s) Criança(s. 5.ºEstudo de caso, 125-134.

Pereira, A. D. (2011). O educador no cotidiano das crianças: organizador e problematizador, (volumeIII). Brasilia: UNESCO.

Pereira, A. M. (2014). O contributo das rotinas diárias para o desenvolvimento da autonomia das crianças. Portalegre: Escola Superior de Educação de Portalegre.

Szpigel, M. (2007). É preciso estimular a produção artística desde cedo. Obtido de Novaescola em Novembro 21, 2014 em http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/preciso-estimular-producao-

artistica-desde-cedo-pintura-tinta-rotina-creche-educacao-infantil-535563.shtml

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