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Referentes da reflexão:  Para o adulto:

 A importância de voltar a propor a proposta educativa que tinha como intencionalidade o reconhecimento das diferentes emoções

 O porquê da forma do aquário

 A importância de reutilização dos materiais

 A dificuldade da heteroavaliação do desafio  Para a criança:

 A interação da criança com as garrafas de som

 A interação com o macaco Barnabé

 Diferentes reações à presença do peixe  Para ambos:

 A importância da festa do magusto ser realizada na presença dos pais

Nesta oitava semana, foi a minha vez de planificar e intervir, pela segunda vez, com o auxílio da Mara. A semana começou com o Barnabé a cantar a música do bom dia. Ele ofereceu uma garrafa a cada criança e abanou a dele, ao abana-la as crianças ouviram muito barrulho e ficaram curiosas, por exemplo o T.(16 meses), o I. (22 meses), o K(20 meses), a M. (21 meses) e a LB. (12 meses) abanaram as garrafas , até se sentirem cansadas.

O R. (15 meses) após ter acordado, encontrou uma garrafa no chão, e apesar de não ter visto o Barnabé a abanar a garrafa, também achocalhou a garrafa.

Para além de as crianças achocalharem a garrafa, fizeram diversas coisas com elas como bater com as garrafas umas nas outras, por exemplo o T. (16 meses), o A (20 meses), o I (22 meses) e o K (20 meses), mandaram a garrafa para cima do telhado da casinha e ouviram o som dela a rolar até cair no chão, rolaram-na em cima da mesa, a L.B.(12meses) e a M. (21 meses) bateram palmas com elas, a E. (14 meses) bateu com a garrafa uma na outra e colocou em cima da cabeça e o R. (15 meses) bateu com a dele na mesa.

O macaco Barnabé tal como no dia 10, no dia 11 de Novembro de 2014, interagiu com as crianças e cantou a sua canção do bom dia, no dia 12 de Novembro já não apareceu. A minha intensão, quando levo o Barnabé, é que as crianças reconheçam a canção do bom dia, percebam que quando o macaco Barnabé aparece vai trazer alguma proposta para as crianças, ou seja pretendo que o Barnabé passe a ser um elemento significativo para as crianças, é a minha estratégia de despertar a curiosidade às crianças, mas entretanto, surgiu-me uma série de questões, se esta repetição de atividades tem algum efeito na criança? Será que não se fartam? Ou será que a canção do bom dia é significativa para elas?

Na terça-feira, dia 11 de Novembro de 2014, foi proporcionado às crianças a oportunidade destas visualizarem as suas fotos e a dos colegas, a chorar ou a sorrir. «As emoções desempenham um papel importante no desenvolvimento do indivíduo. Nos primeiros meses de vida, elas (…) contribuem para o progresso da “noção do eu”». (Azevedo S. C., 2011, p. 5)

Foi interessante visualizar que as crianças se autorreconheciam e reconheciam os colegas. Por exemplo o I. (22meses) ficou com as suas fotos na mão e sorriu para elas. O A. (2 0 meses) sempre que visualizava a foto da E. (15 meses) dizia “bebé”. No entanto as crianças, não reagiram como eu pensava que iam reagir, por exemplo o I(22 meses) reagiu da mesma forma à sua foto em que estava triste e á sua foto em que estava contente. Eu pensava que ele ia fazer cara triste quando visse a fotografia com a cara triste e que sorria quando visse a fotografia a sorrir.

Por isso questiono-me: Será que foi por serem fotografias pequenas e não serem nítidas as expressões ou se por as crianças ainda não reconhecerem as diferenças fisionómicas de quando estão tristes ou contentes?

«

Desde que nasce, a criança brinca com os sons e cada nova descoberta dá grande prazer, (…) na tentativa de produzi-los, o bebé bate com as mãos na mesa, com objetos no chão, brinca com chocalhos e outros instrumentos sonoros (…) As atividades com sons (…) têm por objetivo sensibilizar a criança para o universo sonoro, (…) mas para que isso ocorra, a criança deve ter a oportunidade (…) de experiementar e criar sons, mesmo que isso muitas vezes torne o ambiente por demais barulhento, pois só descobre quem tem liberdade para o fazê-lo.»

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Para uma próxima imprimo as fotos, em tamanho A4, para que seja percetível, as diferenças, pois acho que é importante voltar a proporcionar esta proposta educativa, da qui a algum tempo, para que as crianças comecem «(…) a ser capazes de distinguir os seus sentimentos e necessidades dos outros com quem interagem.» (Azevedo S. C., 2011, p. 6)

Na proposta educativa de quarta-feira, foi apresentado às crianças, um peixe real, foi uma proposta diferente do que eles costumam estar à espera, ficaram su rpreendidos e houve diferentes reações, por exemplo o K. tentou tirar o peixe da água, A M. olhou para o aquário e quando viu que o peixe abri-a e fechava a boca afastou-se do aquário, o T. observou muito atentamente, e a E. levantou-se para ver melhor o peixe.

Quando o peixe foi colocado na mesa, houve alguma dificuldade em as crianças conseguirem ver o peixe no aquário pois era um aquário quadrado, quando estava a mostrar o peixe em grande grupo, algumas crianças não conseguiam visualizar bem, foi o caso da LB. (12 meses), o MC.(14 meses) e a E.(15 meses) que ainda não se levantam com facilidade e têm dificuldades em mobilizar-se. Provavelmente se o aquário fosse redondo as crianças viam melhor o peixe, porque um aquário redondo tem um efeito de lupa.

No entanto isso levou-me a refletir: o que é melhor para o peixe? Será que é estar num aquário redondo de vidro ou num aquário quadrado de plástico? Para tal fui investigar, e cheguei a conclusão que é melhor para o peixe estar num aquário quadrado porque se o peixe estiver num aquário redondo «(…)fica sem saber o tamanho do lugar onde está e morre» (Folhinha, 2013, s.p), para além disso, não deve ser de vidro, pois «(...) os movimentos do peixe causam vibrações na água, as quais são devolvidas ao peixe pelo movimento curvo. Consequentemente o peixe recebe o seu próprio “eco” através da linha lateral, órgão sensorial. Isto causa “stress” permanente e enfraquecimento da resistência do peixe às doenças. (…)» (SERAMANUAL, s.d., p.9) . Por esse motivo, percebi que é necessário pensar no bem-estar do peixe para além de pensar no aquário que as crianças visualizam melhor este, ou seja preciso de arranjar outras estr atégias para mostrar o peixe e não outro tipo de aquário.

Durante a tarde, as crianças também interagiram com o peixe, o I. (22 meses) durante o dia começou a chorar e eu levei-o a ver o peixe e ele parou de chorar. A M. (21 meses) quando passava pelo aquário dizia “pépé”. «A cada dia, tornam-se mais necessárias atitudes voltadas para a conscientização ambiental.» Em todas as atividades usei materiais reaproveitados, «O reaproveitamento ou reutilização consiste em transformar um determinado material já beneficiado em outro» (Econativus - Ecoturismo & Aventura, s.d., s.p) por exemplo, eu, na segunda-feira, usei garrafas de água como instrumento sonoro, na terça-feira usei restos de cartolina para colar as fotografias, e na quarta-feira usei uma caixa de telemóvel para fazer de aquário. «A construção de jogos através da reutilização de materiais, proporciona o despertar da imaginação e criatividade (…), além de preservar os recursos naturais diminuindo a poluição gerada por (…) materiais que podem ser reaproveitados ao invés de irem para o lixo.»

Paralelamente, esta semana, houve a festa do magusto, no dia 11 de Novembro, a festa era para os pais, membros da instituição e para as crianças, não se podemos esquecer que « (…)a creche pode ser vista como serviço social à criança e à família.» (Henriques, 2009, p. 43) logo «(…) o discurso relativo à creche entrelaça-se de maneira estreita e indissolúvel como o da família, (…)» (Henriques, 2009, p.43) Sendo que este, tipo de convívio fortalece os laços entre família e elementos da instituição. Eu senti-me contente durante a festa porque os pais falaram connosco, mesmo os pais das crianças que não pertenciam à sala onde estamos a estagiar. Para além disso, senti que tinha um pap el muito significativo na vida do I. (22 meses) porque ele, apesar de estar em família, pediu-me colo.

Para terminar, nesta semana, o meu desafio foi comunicar mais com as crianças, em atividades de rotina, como por exemp lo, durante a alimentação, falei sobre os alimentos que contem a refeição, pois a refeição é um momento próspero para o aumento do vocabulário, porque “Quanto maior for o leque de vocabulário a que a criança está exposta, quer seja com os pais ou com os educadores, quer seja através de diálogos ou leituras, maior será a sua futura competência linguística.” (Carvalho, 2005, P. 132) No entanto não me senti cómoda com o meu próprio desafio, porque parecia que estava a falar em vão e fiquei com uma série de duvidas “será que tenho que estar constantemente a dizer a palavra sopa, e o que leva, género cassete

ou basta dizer “vem ali a sopa, hoje é de cenoura”?, por exemplo.Ao início, também não me sentia confortável em saber que a minha parceira me estava a avaliar, nem me sentia confortável em ter que avaliar o desafio dela, tive imensas dúvidas,

dou como exemplo, as interações serem na rotina ou nas atividades livres, o que avaliar, «se a criança sorri para ela? Ou se ela muda a fralda à L.B? se a leva para o refeitório?» Depois da reunião com a professora coordenadora, os objetivos desses nossos desafios, ficaram mais claros para mim, entendi o que era “ avaliar” o desafio da minha colega e a Mara definiu um momento para ser feita a avaliação do seu desafio, o que se tornou mais fácil.Depois de ler a avaliação que a Mara me fez e de ter o feedback do que ela achava da minha heteroavaliação, senti-me mais tranquila porque afinal não era uma tarefa que colocasse em perigo a minha relação com a minha parceira, pelo contrár io, assim conseguimo-nos ajudar mutuamente, a melhorar e/ou a perceber o que manter na nossa prestação.

Bibliografia

Azevedo, S. C. (2011). O Papel da Creche na Adaptação da Criança ao Contexto do Jardim-de-Infância. Castelo Branco: Instituto Politécnico de Castelo Branco. Carvalho, M. (2005). Efeitos de Estimulação Multi-sensorial no desempenho de crianças de creche . Braga: Universidade do Minho.

Econativus - Ecoturismo & Aventura. (s.d). A importância da reciclagem para o meio ambiente. Obtido de Econativus - Ecoturismo & Aventura: acedido em Novembro 14, 2014 em http://econativus.blogspot.pt/2010/06/importancia-da-reciclagem-para-o-meio_11.html Estimação. (s.d). Nomes para peixe. Obtido de Estimação.com.br: Novembro 14, 2014 em http://www.estimacao.com.br/nomes-para-peixe/

Folhinha. (2013). No dia do biólogo, aprenda a montar o seu próprio aquário. Obtido de fofinha: http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2013/09/1336195-no-dia-do-biologo-aprenda-a-montar-seu-proprio-aquario.shtml Francisco, W. d. (s.d). Jogos com materiais reutilizados. Obtido de Canal do educador: acedido em Novembro 14, 2014 em http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/jogos-com-materiais-reutilizados.htm Henriques, M. E. (2009). Relação creche/família: Uma visão sociológica. Braga: Universidade do Minho.

Reis, S. (2007). 150 ideias para o trabalho criativo com crianças de 2 a 6 anos, (5ªedição). São Paulo: Papirus .

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