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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.4 Reflexão sobre a aplicação da aula e a prática colaborativa

No último encontro de planejamento colaborativo com os professores, ocorrido no dia 7 de dezembro de 2018, o pesquisador pediu para que a professora C expusesse como foi a sua aula para os demais colegas colaboradores da pesquisa:

Pesquisador: Professora C, conte-nos a experiência da sua aula ministrada,

que pontos relevantes sobre a sua aula você pode falar?

Professora C: Então, o mais interessante é que deu tudo certo [risos]! A aula

foi muito produtiva e os alunos participaram muito, na verdade bem mais do que o comum. Teve aluno, como o aluno TH, o repetente, que sempre está deslocado e nunca participa das aulas, pediu para participar no momento do Fração Legal. Isso me chamou atenção. A minha interação com eles funcionou, foi possível estudar o assunto de uma forma diferente. Trazer várias situações para trabalhar fração foi muito legal e talvez isso tenha feito eles terem mais atenção... teve o vídeo, o OA e o dominó das frações… Quando eu fui observar eles jogando o dominó, foi quando percebi que a maioria tinha realmente compreendido o conteúdo das frações. Senti que minha aula foi proveitosa e acredito que para eles também foi.

Analisando o fragmento da professora C, vemos as evidências que indicam que a mesma ampliou e integrou os conhecimentos que compõem a TPACK na aula ministrada, essa integração é percebida quando a professora comenta que o conceito de frações (conhecimento de conteúdo) foi trabalhado de várias situações (conhecimento pedagógico) e em várias representações, como o OA Fração Legal e o vídeo (Conhecimento tecnológico). Visto isso, a professora colocou em prática todos os conhecimentos do TPACK relacionados na aula.

A metodologia do plano de aula desenvolvida na prática colaborativa contribuiu para a mudança no engajamento dos alunos como foi percebido pela professora, com a maior participação de alunos que antes não costumava colaborar.

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A professora julgou que sua aula foi mais produtiva, destacando a diversidade de situações que a sua mediação provocou. O seu domínio perante os recursos digitais utilizados demonstram que a professora C conseguiu se apropriar dos conceitos de OAs, consequentemente, corroborou sobre os benefícios da integração das TDIC no ensino da Matemática, na medida em que fora observado pela professora, a compreensão dos conceitos tratados em sua aula.

O professor E mostra uma evidência em que a prática colaborativa foi além dos encontros presenciais, no momento em que assume que utilizou o

Whatsapp (Figura 21) para visualizar textos, fotos e vídeos compartilhados pelo

pesquisador em relação a aula ministrada, tirando dúvidas, e aprendendo com os trechos filmados da aula. Isso é uma ampliação do conhecimento tecnológico, a apropriação de uma ferramenta digital de comunicação com finalidade pedagógica.

Professor E: Primeiramente parabéns aos professores! Quando vi as fotos e

os vídeos no whatsapp já deu para notar que a aula foi ótima! Essa hora aqui do vídeo, era o OA, né? No projetor? Com eles pedindo pra falar e participar e mexer no OA. Imagine se desse certo a internet para eles fazerem no computador.

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Figura 21: Compartilhamento de fotos e vídeos da aula via Whatsapp

Fonte: Autoria própria

Professora C: Verdade! Mas de toda forma eu acredito que da forma que foi

feito, senti uma maior coletividade da turma, em quererem participar, de explicar porque que estava certo para os outros alunos... Acho que esse momento como aconteceu foi tão proveitoso quanto!

Professor E: O interessante desses momentos é isso: essa participação

deles, desmistifica que esse assunto é difícil, ainda mais dessa forma que foi apresentada, eles podendo visualizar as frações e fazer junto com a turma, foi o que fez a aula ser diferente.

Professora B: Agora nós podemos utilizar essas ideias para outros conceitos

da Matemática, já imaginou nós conseguirmos fazer para todos os assuntos do 5º ano? [risos].

Pesquisador: Concordo, podemos sim trabalhar outros assuntos da

Matemática, utilizando novos OAs, pensando em novas maneiras de trabalhar com os alunos, podemos pensar muitas ideias de aula!

Esse momento de discussão nos revela a produção de novos conhecimentos, característico da etapa de coprodução da Pesquisa Colaborativa. Aqui percebemos os conhecimentos gerados pelo grupo a partir da reflexão sobre a prática, um momento de análise dos resultados obtidos pelos colaboradores.

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Podemos inferir da colocação da experiência da aula da professora C, a articulação dos conhecimentos do TPACK e evidencia a relação dos seus elementos, quando consegue perceber o potencial multimidiático das TDIC, quando cita que a variedade desses recursos utilizados na aula, foi o que possibilitou o conteúdo das frações ser demonstrado na aula por meio com diversas representações, e que essas representações contribuíram para o aprendizado dos alunos.

Importante inferir também sobre o potencial do compartilhamento de conhecimentos que a prática colaborativa possuiu. É evidenciado nas falas dos outros professores, a apropriação desses conhecimentos do TPACK, quando a professora socializou com os demais suas indagações sobre a aula ministrada, Professor E e a professora B, ao darem suas opiniões, demonstram se apropriar dos conhecimentos do modelo quando expressam que o conteúdo das frações foi bem trabalhado com alunos por meio das diferentes representações, possibilitadas pela TDIC, e inclusive sugerindo que essas ideias realizadas na aplicação da aula podem ser muito bem reutilizadas para trabalhar outros conceitos da Matemática. Visto isso, a prática colaborativa se corrobora quando se evidencia que os conhecimentos e experiências, saberes, e principalmente, a apropriação e relações dos conhecimentos do modelo TPACK podem ser compartilhados.

A seguir, nas considerações finais, discorremos o que foi aprendido durante toda essa prática de pesquisa colaborativa, descrevendo os benefícios analisados de acordo com os objetivos traçados na pesquisa, bem como, os desafios encontrados ao longo da pesquisa.

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