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A relação com os “atributos paternos”

O exercício dual da feminilidade (atividade e passividade), o qual começamos a caracterizar neste trabalho, diz de uma constituição do sujeito feminino, que o diferencia do masculino, em que a mulher se colocaria no campo do infinito e o homem no campo do finito (CHEMAMA, 1995, p.20), o que marcaria a constituição diferenciada dos sexos. Ou seja,

para meninos e para meninas a primeira fase dessa constituição diz de uma entrega total à figura materna, pois nesta fase a criança entende que essa entrega ao desejo do Outro - aqui encarnado na figura da mãe - é o desejo desta mãe, o que configura uma passividade extrema. A falta surge a partir do momento em que a criança percebe que o desejo da mãe não se coloca exclusivamente em sua direção: ou seja, a partir do momento em que a função paterna faz o corte desta relação, pois a criança percebe que a mãe também direciona seu desejo para outra coisa. É o que a psicanálise nomeia como castração. Aqui a criança entra em contato com o desejo, ela passa a buscar algo que “perdeu” - e surge a atividade.

Para a menina, porém, esse processo ainda não se encerrou; se isso ocorresse, ela desejaria como um menino. Este desejo, semelhante ao masculino, é necessário para a mulher para que ela compartilhe da linguagem (o mundo da falta e do desejo), ou seja, o campo do finito, que dá significado à sexualidade e que a psicanálise define como linguagem fálica. Mas isso não a define como feminina, para isso ela precisa ir para além dessa significação. É isso que define a mulher como dual: o ir além ao falo, ou seja, o ir além da significação que o pai (função paterna) fornece à menina. Dessa forma, para a psicanálise (Pommier, 1991) a mulher deseja de forma ativa e também de uma forma passiva, pois essa entrada na significação do falo lhe fornece um gozo ativo e o ir para além do falo lhe possibilita um gozo passivo, o qual não tem significado, pois está para além da linguagem - e marca o campo do infinito.

A “castração” feminina não está na mesma dimensão que a castração encontrada pelo menino ou pela menina, na medida em que esta última está, como ele, engajada na fase fálica. [...]. Esta carência de um significante da feminilidade independente da significação do falo constitui o próprio da castração encontrada por uma mulher (POMMIER, 1991, p.24).

Dessa forma, para que se alcance a feminilidade, é necessário se identificar com os atributos paternos: os fálicos e ativos, para, posteriormente, ir para além deles. Essa relação é ressignificada para a feminilidade, mais tarde, nas relações sociais e amorosas.

Forçando, em parte, nosso raciocínio, identificamos nas falas que seguem que a dificuldade, para muitas professoras, está justamente na identificação com os atributos paternos, identificação essa que levaria a se ter acesso à atividade, ao gozo fálico, a “roubar o fogo paterno”, como nos afirma Kehl (1996).

- Como é ou foi tua relação com teu pai?

- Bem distante, porque o meu pai sempre trabalhou fora, sempre trabalhou em granja. Quando eu era pequena eu cheguei a não conhecer ele, eu morria de medo dele porque ele não vinha quase em casa. Então aquela amizade, eu sou bem mais amiga da mãe, como a gente diz, do que do pai. Aquele carinho de pai eu tenho

mais da mãe, porque a mãe sempre conviveu mais comigo, do pai até não é tanto. Até se um dia tivesse que escolher ficar com a mãe ou com o pai, eu sempre escolheria ficar com a mãe, sempre a mãe... assim, até pra conversar... eu acho assim [...] (P. EUr).

- Como é ou foi tua relação com a tua mãe?

- Muito boa, eu já fazem, deixa eu ver..., 20 anos que eu saí de casa, que eu saí para vim trabalhar, minha mãe mora em Santiago, eu vim pra trabalhar aqui. Mas assim ó, até uns 10 anos atrás, cada vez que eu vinha lá de casa eu vinha chorando, de saudade da mãe, porque eu saía, a mãe ficava chorando e eu vinha chorando embora. Mas assim, me dou superbem com ela, ela sempre teve bastante diálogo com nós, conversava, explicava sobre todos os assuntos, com a mãe foi sempre assim. Já o pai, foi diferente... Mas com a mãe a gente sempre teve uma relação muito boa (P. EUr).

- Como foi com o teu pai?

- Ah é, já com o pai, o pai não teve..., não era aquele pai muito presente, ele trabalhava fora daí vinha de 15 em 15 dias, assim, quando ele vinha estava sempre estressado, brabo, então a gente já se cuidava, a mãe já avisava: “ó, teu pai está chegando”, a gente já se acalmava em função do pai, então assim, a gente não teve..., a gente gosta, mas assim..., aquela relação que a gente tem com a mãe, eu não tenho com o pai: de chegar, abraçar, dar um beijo... O pai já é mais, sabe? Aquela figura mais colocada assim... Mas assim, eu gosto dele, ele é muito brabo também, então a gente já tem aquele receio. Sempre foi e até hoje é (P. EUr) (grifo nosso).

Precisamos deixar claro que entendemos que não é necessariamente o pai que realiza a função paterna para um filho, pode ser a mãe, mas na maioria dos casos que aqui trazemos, através da análise do conteúdo integral das entrevistas, entendemos que, tanto em EUr como em EDA, quem realizava esta função era mesmo o pai. A mãe mostrava-se realizando predominantemente a função materna, com fortes indícios de acolhimento e não de corte.9 Em apenas um caso quem realizava a função paterna era a mãe e os atributos de acolhimento eram vistos no pai, o qual então realizava a função materna. Neste caso, quando a mãe realizava a função paterna era a ela que se associava o sentimento de medo e, também, a dificuldade de identificação com os atributos paternos:

- O que tu tens do teu pai ?

- Características? Nenhuma... a cor (risos)... Nenhuma, acho que todas as características da mãe, calma eu não sou nem um pouquinho e o pai é um saco de calma, é um saco de paciência, eu não tenho assim... [...] e já a mãe não, a mãe é bem meu estilo mesmo. Eu acho que é mais esse lado de identificação também, da mãe de se decidir de fazer “ah é hoje, não dá pra deixar para amanhã” quem sabe seja um defeito meu também, um defeito dela que eu peguei? Mas do pai não tem nenhuma mesmo, nada (P. EUr).

- Físico ou o jeito de ser? Eu estava pensando agora nessa pergunta, eu quase não tenho nada, eu acho que sou bem a minha mãe, assim até nas reações, sabe, assim, bem mãe. Acho que do pai... porque o pai é totalmente diferente (P. EUr).

9 A função materna liga-se a comportamentos que incentivam vínculos de união física e psicológica com o

sujeito-alvo desta filiação; o sujeito nestas condições lembra uma criança que se entrega ao desejo do Outro: a mãe. Portanto, refere-se à passividade. Enquanto isso à função paterna cabe o corte desta ligação, o que permite ao sujeito desejar para além da entrega passiva ao Outro, ou seja, demanda atividade.

- Eu acho assim, ó, não sei falar... Sou muito emotiva, eu choro bastante, sabe? Eu acho que assim, ó, o jeito que a mãe foi com nós quando a gente era criança, eu acho que sou muito parecida com as minhas filhas, assim: de conversar, a forma de carinho, sabe? Esse tipo de coisa assim... e fisicamente eu sou muito igual a ela, muito parecida (P. EUr).

- É desde assim... toda a mãe tem carinho, mas assim ó... acho que a maneira de ela agir frente às atitudes, frente ao problema que apareça, sabe? A maneira de ela agir, eu me acho assim, eu tenho as mesmas atitudes assim (P. EUr).

Frente à identificação com características que, em sua grande maioria, vêm da função materna e não da paterna, podemos pensar que o exercício de passividade, o qual caracteriza a feminilidade e se define pela indeterminação (já que é advindo de uma não significação, que não é atribuído pela significação da linguagem fálica), parece, contraditoriamente, também ser definido por modelos para o exercício de passividade na feminilidade. Dessa forma, aparecem identificações com a mulher que suas mães foram e com as maneiras de ser destas mulheres.

- [...] De repente eu esteja errada, de repente a mãe foi errada, mas eu sempre procuro resolver para não chegar até o pai (aqui falando do marido), sabe? Ou para não incomodar, às vezes pra não estressar... Então, se é coisa que eu consigo resolver, conciliar, entre eu e elas se resolve. Se eu vejo que não dá, a gente vai até o pai. E era assim que a mãe fazia, não sei se é o certo, mas até agora eu procuro fazer assim. Até assim, se as gurias me pedem “mãe, dá pra ir em tal lugar?”, se eu sei que não tem problema, que ele vai deixar, não, eu deixo, nem consulto ele. Mas assim, se eu sei de qualquer coisa, eu consulto ele: “vamos ver a cara do teu pai, vamos conversar com ele”, senão eu mesma resolvo (P. EUr).

- Essa amizade que eu tenho com a mãe, essa amizade de sangue, vamos dizer, eu não tinha com ele. Muitas coisas eu nunca contei para ele, sempre era o que eu e a mãe sabia, o que eu e a mãe decidia e era aquilo... nunca assim de... não éramos amigos. Era aquele companheiro pra viver todo o dia, sabe? Não era aquela amizade de “bah, posso contar com ele”, nunca. Não era isso. Acho que o que faltou mesmo foi esse lado de amizade, era companheiro pra tudo, vamos dizer, mas nesse lado da amizade, de afetividade, assim ó, eu não tinha com ele. Sentia falta disso porque..., não assim por aquele amor de amar, de gostar, mas aquele de tu chegar, conversar, tu poder contar com alguém, que tu pode chegar em casa e conversar: “bah, tô com um problema assim, assim, ó” e de ele te escutar, muitas vezes não só de esperar por ti, mas de fazer as coisas. E já com a mãe é bem diferente, e eu e a mãe assim ó, não sei se é porque a gente ficou quatro anos e meio longe dela, e de ter convivido todo dia, eu acho que isso... nós nos apegamos assim. Eu acho que essa falta de amizade assim..., que foi assim o fim do relacionamento porque com a mãe eu tenho bem mais amizade..., assim de chegar, de contar, de poder contar mais com ela do que com ele. Muitas coisas assim ou ele não tinha iniciativa também por um lado ou não..., sei lá, não sei te explicar, mas assim o lado da amizade bem mais a mãe do que ... (P. EUr).

Nas professoras de EDA, no entanto, aparecem diferenças.

Primeiramente, como em EUr, também aparece uma identificação e ligação com a mãe e a figura de um pai distante, que inspira temor. Porém, no decorrer da vida, este toma outra forma, demonstrando que houve uma construção de um novo exercício de feminilidade e docência:

- E a relação com meu pai, que é a próxima pergunta... Porque a mãe era tudo pra gente, com o pai era mais assim... de medo. Eu aprendi a gostar do meu pai mais pelos netos, então tinha os netos que não tinham medo e aí eu vi que era possível. Porque eu nunca fui no colo do meu pai, eu não lembro de ter ido no colo do meu pai, sabe? Mas daí com os netos, Deus o livre! Aqueles netos eram a coisa mais boa pra ele, tem uma que é psicóloga e que ele criou no colo... Então daí com os netos que eu consegui ver que ele era uma pessoa que gostava de criança e tal... Porque o que eu via no meu pai é que ele bebia..., então eu tinha vergonha porque eu ia num lugar e ele estava bebendo... e talvez por eu não entender... (P. EDA).

Além disso, mesmo que o pai tenha essa característica de corte e de lei realçada pelo medo (o que não tem a ver diretamente ou somente com a geração ou diferença de época ou cultura, afinal temos aqui professoras de 20 a 54 anos), mesmo assim, toma-se a identificação com várias características dele:

- O pai sempre foi conhecido, assim, por ele ser uma pessoa de falar, de colocar, de questionar as coisas: “se hay governo sou contra”. Eu acho que isso todas as filhas herdaram do pai, então as pessoas dizem assim “Ih, parece o (fulano) bêbado, quando começa a falar não para mais”. Nesse sentido, acho que herdei do pai essa questão de falar bastante, daí agora pensando... assim: ele brincava com as pessoas, ele conversava... Então eu acho que nesse sentido a gente herdou do pai, porque a mãe já era mais reservada, porque não saía muito. Mas do pai acho que é isso... do que ele fazia. Que nem eu te disse: o que faço diferente dele nessa questão de falar, brincar... Acho que é diferente porque, no caso, ele se apegou ao vício, ele tinha dois vícios e eu não tenho vício nenhum. Eu acho que uma coisa diferente é isso: às vezes ele ou falava ou se inspirava mais, mas precisava de uma força nisso e eu não, acho que a gente pegou isso normalmente - não ter medo de falar - eu acho que conseguimos fazer ver o lado bom dele (P. EDA).

- A gente sofria sim, porque nesta questão de falar errado... Mas também nunca deixei de falar, voz fina e tal..., mas nunca deixei de falar e acho que isso a gente herdou do pai. Ele, ah, não interessava se ele estava ou não estava certo, ele falava. E eu falo, e se eu tenho alguma coisa para defender eu falo, eu prefiro falar com alguém que me contraria mas que diz por que está me contrariando, do que uma pessoa que está te contrariando e não diz por quê. Então argumento [...] (P. EDA). - [...] Então é bem difícil, eu fui valorizar, eu acho que tudo... Por exemplo, eu nunca comi ‘radite’ na vida, nunca, depois que meu pai morreu eu tinha vontade de comer ‘radite’, porque era o que ele comia... Agora eu vou lá no Natal, lá em Ijuí, e lá tem ‘radite com toicinho’ que era a comida dele, e daí às vezes eu me vejo servindo porque meu pai comia... sabe? Então, tipo assim..., tentar tapar aquilo que a gente não conseguiu fazer... É que às vezes eu me sinto culpada de não gostar dele, eu não tinha o direito de não gostar dele... Não é que eu não gostasse, eu acho que a gente não teve aquele tempo de conhecer e como era um assunto meio proibido... O porquê disso a gente foi saber quando a gente era mais velha, às vezes eu penso assim: como os pais perdem a chance de se aproximar dos filhos! [...] (P. EDA).

O mesmo pai “de medo” se apresenta para as diferentes professoras das escolas, porém algumas, em determinado momento de sua vida, fazem o movimento de se identificar com ele e outras encontram dificuldades para esta identificação. Dessa forma, as professoras de EDA se identificam com o gozo fálico, inclusive uma dessas professoras afirma que a capacidade de falar que herdou de seu pai para ele vinha através da bebida e para ela vem

naturalmente: “Eu acho que consegui fazer ver o lado bom dele” (P. EDA). Não é uma coincidência o fato desta afirmar que herdou exatamente uma possibilidade de falar, de se dizer. Outra professora de EDA afirma que se identificou com ele e foi um pouco além do pai:

-E isso que você diz ter do seu pai, é igualzinho ao comportamento dele?

- Um pouco diferente, um pouco diferente porque a gente tem outros conceitos, outro trabalho teórico, enfim... Meu pai progrediu enquanto do ponto de vista do progresso da humanidade, mas também foi até o limite, e a gente procura continuar, por exemplo: o pai acha as coisas dos homossexuais muito estranhas e eu já acho isso normal, cada um na sua. Ele não tem nada contra, mas ele acha muito estranho. Não, pra mim é normal, acho que cada um tem que ter a sua opção, mas tem que assumir também. Nesse sentido, então eu acho que eu consegui dar um passinho à frente, pequenininho, mas eu consegui dar um passinho à frente do que ele é (P. EDA) (grifo nosso).

Nos parece que isso simboliza ou oferece uma manifestação do ir além do significado que é dado pela função paterna, o que permite “o mais além” próprio da feminilidade, ou seja, o exercício dual, ativo mas também passivo. Aquele que vai para além da lei, é complacente à lei, e que define o feminino. Entender o homossexualismo como algo normal parece nos dizer de um exemplo deste ir além da lei dada por este pai.

É importante marcar e lembrar que a passividade, se for exercida através de modelos dados para a feminilidade, não se caracteriza por um exercício efetivo dos desejos duais do feminino, pois, como já mostramos neste trabalho, pode causar sofrimentos imobilizadores dessa mesma dualidade. Tanto em EUr como em EDA, percebemos essa identificação, porém na última escola parece haver uma contribuição do modelo de resistência dado pelo Movimento Social . Em relação a isso, não podemos deixar de citar uma parte da entrevista individual de uma professora de EDA:

- [...] Então essa questão de cuidar, de se preocupar com os outros, eu acho que eu herdei bastante da minha mãe, e de fazer um monte de coisas... Porque a mãe faz. Só o que eu não herdei da mãe é costura, porque era o que ela fazia bem e eu não consegui aprender. E olha que eu fui preparada pra casar, fiz curso de tricô, de crochê, disso e aquilo, mas costurar não teve jeito [...] (P. EDA) (grifo nosso).

Esta mulher se identifica mas também diverge e recusa alguns elementos que caracterizam sua mãe e, portanto, a feminilidade na época desta mãe. Podemos entender que isso representa uma superação do modelo de passividade imposto à sua mãe que se ia até a mulher/professora em questão; porém esta última foi além deste modelo. Por isso essa professora marca a diferença com sua mãe e observa: “a mãe sofria e não se revoltava” (P.

EDA). Há, na feminilidade desta professora, apesar de algumas identificações com a mãe, uma diferenciação de postura de gozo na passividade.

Podemos entender que na feminilidade das professoras de EDA aparece um exercício de atividade - o qual vem a partir da identificação com os atributos paternos - e o ultrapassamento deste: o que configura o gozo passivo que define o ser feminino. Além disso, essa passividade nos parece também ser construída, mesmo que com a sustentação do Movimento Social.

Configura-se, na professora de EDA, uma mudança na sua postura feminina:

- Eu acho que..., não vou dizer que é igual nestes vinte e três anos de casada, não é igual. No início do casamento eu era muito mais..., como é que eu vou dizer assim... até porque eu não me impunha muito no começo da relação, era muito de aceitar porque também era nova, não tinha... Mas sempre foi assim: de ir conversando, de ir trocando, depois comecei estudar, porque assim hoje eu tenho faculdade, professora. Quando nós começamos eu não tinha. Como eu fui também aprendendo, fui estudando... Nunca foi assim de diminuir ele porque ele não tem estudo, mas sempre foi de tentar ir crescendo junto e acho que ele foi crescendo junto também..., porque, assim, a questão das amizades que a gente foi fazendo, então fui colocando ele junto e tal, e conversando. Então eu acho que nossa relação é isso de conversar, a gente sai bastante, a gente conversa, tem problemas? Sempre tem, às vezes dá uma brigada, mas tu vê, ele é assim, o jeito que nós vimos... é assim mesmo, não tem muito o que falar. Às vezes ele se queixa, ele acha que eu tenho que ser mais dura com os filhos... Eu acho que não, mas é nesse sentido. E a nossa relação, assim, mais homem/mulher, olha, eu acho que melhorou depois que eu consegui - eu - me realizar profissionalmente. Isso eu tenho certeza. O que mudou muito, porque daí no começo ele “ai que não queria isso e não queria aquilo”, agora eu me sinto mais independente, tenho mais disposição e antes muitas vezes eu aceitava. Teve uma época que eu aceitava, ele dizia “não faz isso” e eu não ia e não fazia, aquela coisa de dependência, eu não queria brigar, não queria... Agora não, sou mais independente e acho que isso melhorou, porque quanto mais a gente fica assim de ir aceitando tudo que ele não gosta ou que ele não quer ou..., ai, não usa uma coisa ou não vai para um lugar... (P. EDA).

- Por mais que digam que acham que meu marido não é assim, que é quieto, ele era muito quieto mas... a gente foi conversando, houve muita cedência eu acho entre o certo e errado na conversa, um cede, outro cede... e de conversar mesmo com os guris quando acham certo algo. Eu também acho que eles têm umas coisas certas e