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RELAÇÕES SOCIAIS VINCULANTES ENTRE O LEITOR EM FORMAÇÃO E AS HISTÓRIAS EM

Leitura, letramento e História em Quadrinhos Nesta confluência de funções sociais da leitura é que

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3.3 RELAÇÕES SOCIAIS VINCULANTES ENTRE O LEITOR EM FORMAÇÃO E AS HISTÓRIAS EM

QUADRINHOS

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medida en que los propios escolares realicen investigaciones pertinentes sobre un tema y las plasmen en un vídeo, en un cómic o en un periódico están llegando a la aprehensión del conocimiento a través de la propia acción y no por la mera repetición memorística de una lección.”

A peculiaridade dos leitores de quadrinhos, em suas formas de convívio, cooperação ou diálogo, implica muitas vezes em vivências que ocorrem em tempo e espaço reais: as pessoas não necessitam “criar” identidades alternativas, além da importância da presença física da revista, álbum ou livro de quadrinhos, que vão ser apreciados até mesmo em seu odor característico de tinta.

Nesse contexto, as redes de apoio social dos quadrinhos são compostas por pessoas de convívio real, englobando colecionadores, livreiros, jornaleiros, outros leitores de histórias em quadrinhos da própria família, colegas de escola, educadores, e, finalmente, bibliotecários (quando estes chegam a existir na rede e compreendem a importância das histórias em quadrinhos como elemento de leitura pública).

Para especialistas como Gerard Jones, o fato de as crianças e jovens conviverem ativamente durante o ato da leitura, compartilhando suas impressões, trocando exemplares ou fazendo e difundindo suas próprias histórias em quadrinhos, constitui um representativo aumento de fluxo de informações de qualidade e construção de conhecimentos. Para tal, utiliza-se do referencial teórico do psicopedagogo Mihaly Csikszentmihalyi, explicando que as pessoas que se apropriam das mídias e suas linguagens em grupos sociais constituídos “sentem-se

felizes e aprendem rapidamente, apresentam-se de maneira interessante ao mundo e têm bom conceito de si mesmas”

(CSIKSENTMIHALYI apud JONES, 2004, p.222).

A fruição de bens culturais feita de forma individualizada, muito embora tragam benefícios intelectuais, não fortalece os aspectos emocionais da personalidade, assim como não estabelece os vínculos entre o indivíduo, o conhecimento e o patrimônio intelectual onde ele transita. Os estados mentais mais ativos favorecem uma leitura crítica das histórias em quadrinhos, assim como das linguagens de outras mídias, como a televisão, o rádio, o cinema, o vídeo-game, o computador pessoal, com seus diferentes bens culturais.

Porém, ainda segundo Jones, as histórias em quadrinhos favorecem a socialização e o estabelecimento destes vínculos sociais desejáveis com o ato de ler, estabelecendo o estado ativo da leitura muito mais do que qualquer outra mídia ou linguagem, principalmente no período da adolescência, pelas características socializantes de fruição específicas dos quadrinhos. Em seu trabalho com oficinas de histórias em quadrinhos para adolescentes, o autor observou duas situações distintas, onde a mediação do grupo ou de um educador fazia toda a diferença:

[...] deparei-me com vários jovens que caíram na armadilha da fantasia: devoravam histórias de super-heróis para aliviar suas ansiedades, mas nunca resolviam seus conflitos nem tomavam as rédeas de sua vida real. [...] No entanto, um dos prazeres do ramo das histórias em quadrinhos era a ampla gama de oportunidades que davam aos aficionados de participar de grupos organizados de fãs, interagir socialmente com os criadores dos gibis e publicas suas próprias histórias e desenhos. Vi diversos jovens leitores que aproveitaram estas oportunidades para fazer uso mais complexo de suas fantasias adolescentes e começaram a se transformar em pessoas mais felizes e interessantes. (JONES, 2004, p.223).

Assim, a peculiaridade das redes sociais formadas em torno das histórias em quadrinhos une, simultaneamente, outras redes de pessoas e de organizações, pela mobilização de indivíduos de diferentes etnias, níveis sociais, gêneros, capital social e intelectual. Esta peculiaridade enquadra-se nos fenômenos sociais considerados de nível meso, ou seja, em “que

se apresentam simultaneamente interações individuais, institucionais e fenômenos sociais observáveis empiricamente”

(MOLINA, 2005, p. 71).

Dentro da cultura das histórias em quadrinhos, a leitura é o ato representativo que reúne e organiza as pessoas em redes sociais distintas de estruturas sociais pré-existentes. Ela vai abranger do letramento à apropriação da linguagem quadrinhística e da própria mídia, até à atribuição coletiva de sentidos. Verifica-se, assim, que alguns leitores de quadrinhos apresentam comportamentos semelhantes, o que permite sua categorização em grupos ou subculturas como: eventuais, exaustivos, seletivos, fanáticos, estudiosos ou pesquisadores e colecionadores (VERGUEIRO, 1998, p. 140-142).

Os eventuais usufruem a leitura de histórias em quadrinhos, assim como de outras fruições intelectuais, sem compromissos, concentrando-se sempre nas obras de maior popularidade. Não integram claramente as redes sociais, ou, quando o fazem, é com pouca convivência grupal

Os exaustivos lêem muitas histórias em quadrinhos, sem se preocupar demasiadamente em selecionar ou diversificar o tipo de leitura. Normalmente, tratam-se de adolescentes com bom poder aquisitivo, sondando a mídia em busca do prazer que a leitura proporciona e, nesse processo, estruturando seus gostos pessoais. Em geral, deixarão de fazê-lo proporcionalmente a seu envelhecimento.

Os seletivos têm predileção apenas por determinados temas, gêneros, personagens ou autores. Podem ser colecionadores moderados, tornando-se pernósticos em relação àqueles que têm gostos diferentes dos seus ou são leigos na sua leitura predileta.

Os fanáticos, por sua vez, também são seletivos, mas sem moderação. Procuram conhecer as minúcias de produção de suas revistas preferidas, as características de cada desenhista, roteirista, série, etc. Quando compartilham de suas predileções com um grupo representativo de pessoas, costumam agremiar-se em clubes ou associações, constituindo então pequenas redes sociais com laços fortes, quase como uma família.

Os estudiosos e pesquisadores nem sempre são leitores seletivos, mas usufruem e investigam as histórias em quadrinhos como fenômeno de linguagem e de mídia, estudando suas características principalmente com os instrumentos metodológicos das ciências sociais. São aqueles que integram mais sub-culturas diferentes e interagem com mais pessoas, devido às características da pesquisa científica e à posterior prática de difusão pública das teorias, conclusões, resultados, aplicações, críticas a que chegaram, caracterizando-se como especialistas conhecidos em muitos círculos leitores:

Muitas vezes, a predileção pelo estudo das histórias em quadrinhos ocorre em virtude de contingências acadêmicas específicas, [...] deixando de existir tão logo elas terminem. Outras vezes, esse estudo inicial funciona como um despertar para essas publicações, persistindo, posteriormente, por toda a vida intelectual do indivíduo. (ANDRAUS et all, 2003:61)

Os colecionadores, além de leitores contumazes, gostam de possuir acervos particulares, que respondem a suas preferências pessoais, seja de forma seletiva ou cumulativa. São indivíduos com relações mais freqüentemente voltadas para os aspectos mercadológicos das histórias em quadrinhos, convivendo frequentemente com comerciantes, editores e outros colecionadores com os quais mantêm relações frágeis e temporárias. Freqüentam os eventos públicos com a intenção de adquirir exemplares preciosos para seu acervo, sendo os consumidores que fazem os maiores investimentos financeiros e, muitas vezes, tornam-se também grandes comerciantes.

Além do protagonismo dos leitores de histórias em quadrinhos nas redes sociais, existem aqueles indivíduos que pertencem ao circuito de produção e distribuição, como autores, roteiristas, editores e comerciantes; eles participam das redes sociais de forma direta ou indireta, produzindo os bens culturais, com diferentes níveis de envolvimento social.

Há autores e editores com grande envolvimento emocional e participação pública, realmente envolvidos e socialmente compromissados com os leitores, como, por exemplo, o inglês Alan Moore e o norte-americano Stan Lee. Por outro lado, existem aqueles profissionais que fazem destas ocupações apenas uma oportunidade de trabalho, que será abandonada em função de outra, em conformidade com regras de mercado, sem chegar a constituir-se como membro ativo em qualquer rede social.

As subculturas existentes, embora conhecidas pela m a i o r p a r t e d o s l e i t o r e s , s ã o r e c o n h e c i d a s predominantemente por um grupo muito mais restrito, composto por estudiosos, fanáticos e especialistas na edição de histórias em quadrinhos. A diferença entre o conhecimento e o reconhecimento é sempre dada por um aprofundamento da relação de consumo e fruição, muito semelhante ao que ocorre com todo e qualquer bem cultural. Normalmente, o trânsito intelectual dentro das subculturas colabora para a formação de indivíduos com mais contatos ativos em relação à prática da leitura, produção de histórias, colecionismo e investigação.

Os fanzineiros constituem uma subcultura de preferências muito vastas e contato muito limitado entre os grupos. Em geral, organizam- se em pequenas tribos urbanas, que produzem e consomem uma publicação própria, de caráter cultural e, freqüentemente, político. O

fanzine, que é uma publicação amadora produzida e dirigida por fãs e

apreciadores de consumos, práticas culturais ou hobbies (MAGALHÃES, 2003, 2004), não se restringem à critica de histórias em quadrinhos, mas, freqüentemente, utilizam-na como linguagem de mídia, para exprimir e protagonizar a discussão das idéias. Os alteri dessas redes são dos mais variados níveis sociais, profissões, etnias, gêneros e faixa etária, apenas possuindo uma característica social marcante: o gosto pelo experimentalismo aliado a uma identificação ideológica. Apesar de sempre se conservarem em núcleos pequenos, também estão integrados à Word Wide Web e, portanto, eliminando fronteiras físicas para o avanço do debate de idéias.

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Os freqüentadores de bancas e lojas especializadas, as chamadas gibiterias, têm um caráter diferençado, com laços mais débeis e convivência, restrita ao momento de compra e venda das histórias em quadrinhos. O consumo e o debate de idéias se dão em esfera privada, quase em uma disputa de especialização, em que os indivíduos com maior índice nodal são os colecionadores ou comerciantes, geralmente mais velhos do que os demais integrantes. Os grupos sociais integrantes são mais restritos, geralmente caracterizados por indivíduos adolescentes do sexo masculino, pertencentes a famílias de classe média urbana, com nível de instrução médio, que não variam muito suas leituras para além das revistas de sua preferência. Os diálogos entre eles são pouco permeáveis aos leigos, o que dificulta a difusão de idéias e sufoca a expansão do gosto pela leitura das histórias em quadrinhos; em geral, a leitura desses grupos sociais específicos restringe-se à produção mainstream, normalmente de origem norte-americana, com temática dos super-heróis. São, inclusive, leitores temidos pela mídia cinematográfica, por seu antagonismo e críticas ferrenhas às adaptações das obras quadrinhísticas. Os leitores de mangás, modalidade de histórias em quadrinhos de origem japonesa, apesar de também se caracterizarem pelo nível de especialização, têm um comportamento diferenciado ao dos freqüentadores de gibiterias. Normalmente, apresentam, emprestam, difundem suas histórias em quadrinhos a todos com quem convivem, apreciando o seu destaque e exibição pública. Em princípio, convivem muito bem com os fanzineiros, pois também apreciam fazer e comutar suas próprias histórias. Organizam-se para o relacionamento em espaços públicos, promovendo eventos com leitura pública, desenho, pintura, música, exibição de desenhos animados e filmes relacionados às suas sagas preferidas.

Nessas celebrações, os leitores de mangás também costumam se fantasiar como seus personagens prediletos, o que se constitui na prática do chamado cosplay. Apóiam efusivamente a produção de desenhos animados, obras cinematográficas ou séries televisivas com seus personagens e sagas preferidas. Normalmente, são também leitores e consumidores de outros livros e revistas, com nível educacional médio ou superior. As mulheres, embora não totalmente predominantes, são muito mais numerosas do que nas outras subculturas dos quadrinhos, estimando-se que cheguem a atingir 40% de representatividade.

Página de Yoshito Usui do mangá Schin-

A faixa etária dessa subcultura é muito ampla, pois a segmentação dos temas é normal nos mangás, atraindo e agradando muitos grupos culturais e comunidades diversas. O custo das publicações parece torná-las acessíveis a um público mais amplo que o da classe média, tendo sua leitura muito difundida e sua distribuição mais diversificada, normalmente sendo comercializadas em bancas de jornal. Devido a essas características, pode-se afirmar que esta subcultura compõe suas redes sociais com muitos membros vinculados à editoração, moda, cinema e eventos.

Por meio de um hobby vinculado à leitura e à escrita, surge também uma outra subcultura relacionada com as histórias em quadrinhos, a dos jogadores de Roleplaying Game -- RPG.

As origens do RPG são comuns às dos jogos de tabuleiro e wargames, assim como às práticas de psicodrama, idealizadas por Jacob Levy Moreno. Desse modo, é natural que aqueles que praticam o hobby sejam levados a conhecer a história mundial, bem como a lidar continuamente com a suas emoções pessoais e formas de representação social. (ANDRAUS et all, 2003:68-69)

Os jogadores de RPG apreciam o desenho e a literatura, sendo normalmente leitores de ficção científica, assim como cinéfilos. Ao ingressarem nesta rede social, os iniciantes serão quase sempre auxiliados em suas dificuldades pelos demais praticantes do RPG. Ao longo do tempo, muitos deles podem alcançar um respeitável capital intelectual, com profissões liberais, nível superior ou pós-graduação. A presença feminina é representativa, em torno de 30%, o que também pode ser visualmente verificado nas convenções de aficionados.

O relacionamento desta subcultura com os leitores de

mangás é freqüente, muito amigável, sendo que os eventos e

espaços públicos de convivência (bibliotecas, centros culturais, livrarias, gibiterias, cinemas e teatros), são praticamente os mesmos. Diferentemente das outras subculturas, contudo, a rede de jogadores de RPG se organiza em pequenos grupos para desenvolverem suas campanhas próprias, utilizando os espaços públicos como ponto de encontro. Os laços entre os indivíduos são muito fortes e os índices nodais mais altos são os dos

mestres mais veteranos, ou seja, dos criadores de aventuras com

mais idade, leituras e experiência em desenvolver campanhas nos grupos.

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RPG do sistema GURPS ambientado no Quilombo dos Palmares, comunidade afro-

A organização de todos esses grupos sociais ou subculturas, que constituem parte das redes sociais cuja geratriz são as historias em quadrinhos, apesar de diretamente vinculada ao ato da leitura, se dá por meio de relações de consumo. Isto ocorre porque as instituições responsáveis pela leitura pública não as disponibilizam na quantidade, qualidade e periodicidade que corresponde ao hábito e gosto pessoal desta comunidade de leitores. Ou seja, no contexto atual o leitor de quadrinhos é eminentemente um comprador de revistas, álbuns e livros de quadrinhos, situação dificilmente driblada, que vai caracterizar todas as redes sociais, as práticas mais representativas de seus membros mais ativos e a disponibilidade pessoal dos livreiros e jornaleiros.

A identificação dos membros de todas as subculturas ou tribos representativas dos quadrinhos passa pela observação de bancas, livrarias, “sebos”, gibiterias, eventos de histórias em quadrinhos ou congêneres (RPG, Anime, clubes de ficção científica e fantasia ou literários e cinematográficos, feiras literárias e outros), mas principalmente quando há o comércio ou troca de histórias em quadrinhos.

Por sua vez, a caracterização do pertencimento e interação dos indivíduos à cultura das histórias em quadrinhos se dá, sobretudo, nas relações de compra, venda e troca de publicações. O leitor que não participa destas trocas, como aquele que lê incidentalmente “tiras” em um jornal ou na Internet, não integra nenhuma das redes, desconhece seus protagonistas, esquemas de vivência e cooperação. De fato, ele não chega a influenciar de maneira significativa a evolução da linguagem ou da mídia, até que adquira, de alguma forma, alguma publicação. No entanto, esta situação presente pode apresentar uma evolução diferenciada, que vai por um caminho muito desejável à sociedade brasileira, à sociedade hispânica e, eventualmente, ao contexto mundial de formação de leitores.

Caso a esfera da leitura pública, representada por escolas, bibliotecas, centros culturais, associações de bairro e outras, siga conduzindo políticas públicas de valorização das histórias em quadrinhos, como mídia e linguagem, poderá revitalizar a própria leitura pública que se encontra em séria crise, canalizando para si a força e resistência da rede social já existente. Assim, as relações sociais, antes determinadas predominantemente pelo consumo, passarão a organizar-se em torno do ato de ler, o que certamente ampliará o acesso e também o leque de opções individuais e coletivas de apropriação das práticas leitoras, constituindo novas redes.

O analfabetismo, que já era internacionalmente considerado um problema social grave no século XIX, certamente não é o mesmo analfabetismo que se abate, inexoravelmente, sobre a população de grande parte do mundo, em pleno século XXI. Se, antigamente, era atribuída à falta de recursos materiais, esta mazela da sociedade, hoje se abate mesmo sobre os territórios mais desenvolvidos e ricos do planeta, sob princípios muito diferentes dos até então conhecidos.

A emergência das mídias digitais e a convergência das mídias convencionais para o suporte digital, acompanhando o desenvolvimento tecnológico e que não pode estacionar, são os novos elementos do quadro conceitual do letramento e do analfabetismo. A facilidade de comunicação das interfaces digitais, a fruição predominante do áudio-visual e do espetáculo instantâneo, principalmente pelos mais jovens, colabora para compor previsões pessimistas com relação ao futuro da leitura no mundo. Assim, entre muitos acadêmicos da atualidade,

Normalmente se diz que esta é a civilização da imagem e ainda mais, se vaticina que no futuro da escritura, as mensagens lingüísticas desaparecerão e que, a sociedade em seu conjunto, voltará a um estado pré-alfabético, quer dizer, a um estado pictográfico da imagem no qual não se vai utilizar nenhum tipo de palavras ou vão ser escassas na sua forma de comunicação.

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(APARICI, 1992, p. 10)

Outras perspectivas mais otimistas acreditam na convivência da escrita com toda a natureza de linguagens audiovisuais, ainda que a linguagem escrita perca a linearidade característica dos suportes analógicos e torne a sua apropriação muito mais complexa. Assim,

O computador não nos coloca apenas diante de um novo tipo de tecnicidade, mas traz consigo uma linguagem cíbrida, ou seja, o hibridismo sígnico e midiático que é próprio do ciberespaço. É notório que os conceitos de escritura e de texto vêm passando por transformações profundas desde que as tecnologias digitais emergiram. A interação do texto, das imagens dos mais diversos tipos, fixas e em movimento, e do som, música e ruído, em uma nova linguagem híbrida, mestiça, complexa, que é chamada de hipermídia, trouxe mudanças para o modo como não só o texto, mas também a imagem e o som costumavam ser entendidos. (SANTAELLA, 2007, p.84)

3.4 A FORMAÇÃO DO LEITOR COMO PROBLEMA