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Resultados dos TAG em relação ao acesso à informação (Portal da Transparência)

6 CASOS DE APLICABILIDADE DO TAG PELO TRIBUNAL DE CONTAS DO

6.2 RESULTADO E DISCUSSÃO DOS DADOS

6.2.1 Resultados dos TAG em relação ao acesso à informação (Portal da Transparência)

Como método de iniciativa para examinar o grau de transparência nas gestões dos municípios, a ENCCLA97(Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro), possibilitou a verificação da consonância das informações de transparência divulgadas ou não, através da internet, em conformidade com os termos apresentados nas Leis de Transparência.

Nesta senda, o TCE/SE celebra TAGs com diversos órgãos públicos e poderes, em prol da proteção, neste caso, do direito fundamental ao acesso à informação, decorrentes de impropriedades verificadas por meio de auditorias. Mediante ato normativo, seja resolução ou lei, disponibiliza diretrizes e orientações para a melhoria da gestão da máquina estatal e fomenta o princípio da publicidade que propicia o controle social. A divulgação de informações inerentes à gestão, através da internet, deve ocorrer em tempo real, disponibilizando dados sobre a execução orçamentária e financeira, nos termos e prazos fixados nos artigos 48 e 48-A, da Lei de Responsabilidade Fiscal98, cuja exigência se volta para todos os municípios,

independentemente do seu percentual de habitantes, (também observado no art. 8º, §4º, da LAI99).

Compete observar que os municípios com menos de 10 mil habitantes necessitam apenas de um Serviço de Informações ao Cidadão (SIC) por meio presencial para disponibilizar dados e informações sempre que requeridos.

O TAG foi criado com o desiderato de possibilitar o efetivo controle social, de forma que o cidadão possua o direito a acompanhar todas as informações financeiras do ente público e, que, também conheça, analise e integre a gestão, via representação ou denúncia. Posto isto, o TCE/SE realizou a avaliação100 do acesso à informação nos municípios sergipanos com base na avaliação dos portais da transparência nos termos da métrica elaborada pela ENCCLA, sem causar nenhum óbice a quaisquer novas iniciativas implementadas por esta Corte de Contas em momento posterior.

97A (ENCCLA) é constituída por mais de 70 órgãos, dos três poderes da República, Ministérios Públicos e da

sociedade civil que atuam de forma direta ou indireta, na prevenção e combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.

98 Lei complementar nº 101 de 4 de maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a

responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

99 Lei nº 12.527 que regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art.

37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei

no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. 100 Resolução TCE/SE nº 311/2018.

Aqui são feitas transcrições analíticas com base nos conteúdos dos Termos de Ajustamento de Gestão firmados com alguns municípios sergipanos, que trata dos níveis de Transparência do referido Portal e seu redirecionamento para o Sistema de Transparência e Controle Social do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe e demais itens enumerados em acordo consensual entre seus gestores e o TCE/SE.

Os municípios que firmaram o TAG para solucionar impropriedades quanto à transparência foram: Itaporanga D’Ajuda (processo nº 2528/2016); Areia Branca (processo nº 2527/2016); Pinhão (processo nº 2488/2016); Tomar do Geru (processo nº 2489/2016); Pedra Mole (processo nº 2549/2016); Simão Dias (processo nº 2565/2016); Tobias Barreto (processo nº 2566/2016); Macambira (processo nº 2718/2016); Pacatuba (processo nº 2359/2016); Santa Luzia do Itanhy (processo nº 2599/2016); Santo Amaro das Brotas (processo nº 2252/2016); São Cristóvão (processo nº 2253/2016); Cristinápolis (processo nº 2363/2016); Indiaroba (processo nº 2254/2016); Malhador (processo nº 2452/2016); Maruim (processo nº 2251/2016); Carira (processo nº 2550/2016); Estância (processo nº 2249/2016); Carmópolis (processo nº 2451/2016); Umbaúba (processo nº 2250/2016); General Maynard (processo nº 2402/2016); Rosário do Catete (processo nº 2358/2016); Campo do Brito (processo nº 2490/2016); Ilha das Flores (processo nº 001880/2016); São Francisco (processo nº 001883/2016); Santana de São Francisco (processo nº 001884/2016); Aquidabã (processo nº 001885/2016); Barra dos Coqueiros (processo nº 001879/2016); Brejo Grande (processo nº 001881/2016); Canhoba (processo nº 001886/2016); Cedro de São João (processo nº 002476/2016); Cumbe (processo nº 001893/2016); Itabi (processo nº 001876/2016); Japaratuba (processo nº 001890/2016); Japoatã (processo nº 001892/2016); Muribeca (processo nº 001894/2016); Neópolis (processo nº 001887/2016); Propriá (processo nº 001891/2016); Santa Rosa de Lima (processo nº 001889/2016); e Telha (processo nº 001888/2016).

No que se refere ao Portal de Transparência, o TAG é firmado no intuito do cumprimento dos seguintes termos:

1. Possuir sítio eletrônico (site) para divulgação de informações sobre transparência e inserir link para o redirecionamento para o Sistema de Transparência e Controle Social do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe;

2. Disponibilizar a gravação de relatórios em formato editáveis, tais como planilhas eletrônicas e texto, e modo a facilitar as análises das informações pelos cidadãos;

3. Disponibilizar ferramentas de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação; 4. Divulgar, até o décimo dia útil subsequente à data do registro contábil, informações sobre todas as receitas incluindo natureza, valor da previsão e valor arrecadado, inclusive

referente a recursos extraordinários, segregando os valores do ente por unidade orçamentária ou administrativa que realiza atos de gestão orçamentária, financeira ou patrimonial, cujo titular em consequência, está sujeito a tomadas de contas anual;

5. Divulgar, até o décimo dia útil subsequente à data do período contábil, mês a mês e/ou por período;

a) o valor do empenho, liquidação e pagamento;

b) o número do correspondente processo da execução, quando for o caso;

c) a classificação orçamentária, especificando a unidade orçamentária, função, subfunção, natureza da despesa e a fonte dos recursos que financiaram o gasto;

d) a pessoa física ou jurídica beneficiaria do pagamento, inclusive nos desembolsos de operações independentes da execução orçamentária, exceto no caso de folha de pagamento de pessoal e de benefícios previdenciários;

e) o procedimento licitatório realizado, bem como a sua dispensa ou inexigibilidade, quando for o caso, com o número do correspondente processo; e

f) o bem fornecido ou serviço prestado, quando for o caso.

6. Divulgar a íntegra: dos editais de licitações, das atas de julgamento das licitações e dos contratos e aditivos;

7. Divulgar dados referentes aos procedimentos licitatórios instaurados durante o exercício financeiro, contendo, no mínimo: modalidade, datas, valor, número/ano do edital e o objeto da licitação;

8. Divulgar a prestação de contas que encaminha ao TCE/SE (relatório de gestão, demais peças do processo e o respectivo parecer prévio emitido pelo TCE/SE, quando de sua apreciação em Pleno) do ano anterior, o Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) dos últimos 6 meses, o Relatório de Gestão Fiscal (RGF), dos últimos 12 meses e o relatório estatístico contendo a quantidade de pedido de informações recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas sobre os solicitantes;

9. Indicar no site a existência de um serviço de entrega presencial de pedido de acesso à informação (SIC), com indicação do órgão, do endereço, do telefone e dos horários de funcionamento;

10. Possibilitar o envio de acesso à informação de forma eletrônica (e-SIC);

11. Possibilitar o acompanhamento posterior da solicitação de acesso à informação; 12. Facilitar o acesso à informação, deixando de exigir dos solicitantes itens de identificação desnecessários como: envio de documentos, assinatura reconhecida, declaração de responsabilidade, maioridade;

13. Disponibilizar no site o registro das competências e estrutura organizacional do ente; 14. Disponibilizar no site endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público;

15. Divulgar padrão remuneratório (remuneração bruta) dos cargos e funções (incluindo requisitados), de forma individualizada por nome do agente público, com apresentação de tabela de remuneração;

16. Divulgar relação mensal das diárias pagas, detalhando, no mínimo, o nome do beneficiário, motivos, quantidades, valores e datas dos pagamentos;

17. Divulgar as peças orçamentárias e as informações relativas à implementação acompanhamento e resultado dos programas, projeto e ações bem como metas e indicadores propostos;

18. Divulgar a justificativa quanto à necessidade e ao preço, bem como a autorização e ratificação da contratação direta, com respectiva publicação;

19. Divulgar a íntegra dos convênios, termos de parcerias e congêneres firmados, inclusive com o plano de aplicação, a especificação das etapas de cumprimento das obrigações, repasses e atingimento das metas estipuladas, listados por ano de celebração;

20. Divulgar o valor da nota de empenho ou parcelas respectivas, do auxílio ou subvenção econômica, acompanhado da respectiva prestação de contas, identificando com Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e, se for sociedade empresarial, com o nome dos sócios da pessoa jurídica beneficiada ou repassadora de recursos; 21. Divulgar o quantitativo de cargos e funções autorizados em leis, divulgando os providos e os vagos, bem como a relação de servidores contratados, indicando as funções e locais de lotação/exercício;

22. Disponibilizar todos os processos, finalizados e em andamento, na íntegra, desde o edital, impugnações, decisões, alterações, resultados de provas, etc., até os atos de nomeações; 23. Disponibilizar toda a legislação municipal atualizada dos últimos quatro anos, principalmente as leis estruturantes do município, com envio obrigatório para Sistema de Auditoria Pública (SISAP).

Verifica-se, de tal modo, que os Termos de Ajustamento de Gestão, voltados especificamente ao portal de transparência, que por hora estão em andamento101, faltando apenas a homologação do TAG pelo Tribunal Pleno, conforme já elucidado acima, têm objetivo de melhorar o nível de transparência e informações das prefeituras dos municípios sergipanos

no que se referem aos requisitos mais recorrentes sobre Portal Transparência, como: receita, despesa, licitações e contratos, relatório, serviços de atendimento ao cidadão, divulgação da estrutura e forma de contato e das boas práticas de transparência para com os cidadãos e o Tribunal de Contas do Estado, numa forma de fomentar o princípio da Administração Pública da participação popular.

Nesta acepção, os Termos de Ajustamento de Gestão, firmados com gestores desses municípios, contribuem para aperfeiçoar a administração das prefeituras de Sergipe, pois traz consigo o objetivo de pedagogizar o administrador público, prevenir improbidade ou a má administração pública, estimulando o cidadão/munícipe a perquirir sobre essas ações pedagógicas e preventivas nos autos dos processos.

Evidencie-se, quanto à transparência, que deve ser observada a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro – ENCCLA, com vistas a tutelar o direito social de acesso à informação do cidadão e no caso do TCE/SE, deve ainda ser respeitada a Resolução nº 311/2018, que conta no Anexo III desta pesquisa.

Diante do exposto, nota-se que dos 40 (quarenta) Termos de Ajustamento de Gestão pactuados com as prefeituras de alguns municípios de Sergipe, quanto ao Portal da Transparência, 3 (três) foram concluídos e 37 ainda estão em andamento, sendo considerados como concluídos 34 (trinta e quatro) por apresentaram pontuação positiva e ascendente na avaliação do Portal da Transparência do TCE/SE. Apenas 3 (três) municípios permaneceram no mesmo patamar ou reduziram a sua nota na avaliação dos portais da transparência: Cedro de São João, Macambira e Santa Rosa de Lima.

Infere-se que a celebração dos Termos de Ajustamento de Gestão com estes entes contribuiu para o aumento da nota da transparência e para a mobilização dos gestores na solução dos problemas elencados, não acarretando ônus à sua administração, atingindo, desta maneira, o objetivo precípuo quanto a tutela do acesso à informação, cuja finalidade é estimular o controle social, por parte do cidadão, mediante informações e dados divulgados no respectivo portal.