Nestas reuniões abordavam-‐se questões de ordem organizacional, casos internados, assim como a evolução de casos anteriores, sendo fomentada a possibilidade de discussão multidisciplinar. Estas reuniões destacaram a importância do trabalho em equipa e a abordagem integradora do doente nesta instituição. Durante o estágio houve a possibilidade de participar em 3 sessões clínicas do serviço de Ginecologia e Obstetrícia.
Workshops
Nos dias 28 de Novembro e 5 de Dezembro decorreu a apresentação dos workshops realizados pelos alunos do 6ºano, sob moderação dos respectivos tutores e director do serviço Dr. António Fonseca.
Neste, foi apresentado o tema Modeladores dos Receptores da Progesterona (MRP) – actualidade e
perspectivas futuras. A escolha do tema surgiu oportunisticamente na discussão de casos clínicos e foi
considerado de interesse pela sua actualidade e abrangência. A realização deste trabalho permitiu aprofundar a dinâmica hormonal durante o ciclo menstrual, a importância dos MRP e a diversidade de indicações actuais e em estudo. Os slides da apresentação encontram-‐se em anexo (vide Anexo II).
Assistiu-‐se, ainda, à apresentação dos trabalhos realizados pelos restantes colegas, que incluíram as seguintes temáticas:
§ Anomalias uterinas. § Isoimunização Rh. § Massas anexiais.
Reflexão Crítica do Estágio
O Estágio Clínico em Ginecologia e Obstetrícia do 6º Ano, que surge na actual programação do MIM, foi um estágio muito prolífico que excedeu as expectativas iniciais e que colmatou muitas das lacunas deixadas pelo estágio em ginecologia e obstetrícia anterior, realizado no 4º ano.
Sentiu-‐se adequado acolhimento e integração na dinâmica e diversidade de actividades do serviço, destacando-‐se o contacto com diferentes especialistas e a participação em diversas actividades inerentes à prática desta especialidade.
A presença em diversas consultas externas de subespecialidades foi muito enriquecedora, permitindo conhecer especificidades de abordagem na saúde da mulher em diversos aspectos e fases da vida, adquirindo-‐se competências semiológicas, técnicas de exame ginecológico e obstétrico, abordagem terapêutica, princípios de rastreio e competências na relação médico-‐doente/grávida/casal.
Sempre que possível foi facultado o contacto com a doente/grávida, tendo sido recebidas orientações que permitiram a aquisição de competências médicas oportunistas além daquelas definidas como objectivos pessoais de aprendizagem, sendo estas uma mais-‐valia futura e que implicaram estudo e pesquisas adicionais.
Durante a permanência na Unidade de Atendimento Urgente foi possível assistir a algumas situações de urgência ginecológica, mas mais frequentemente a actividades no Bloco de Partos, tendo sido possível a observação de diferentes tipos de partos e sido dada a possibilidade de participação directa.
No Bloco Operatório foi possível a observação de alguns tipos de intervenção cirúrgica ginecológica, convencional e histeroscópica em ambulatório, onde também foi possível a participação como 2º assistente. A participação em sessões clínicas e workshops permitiu a consolidação e a aquisição de novos conhecimentos, tendo sido considerados de interesse prático.
De um modo geral, considera-‐se muito positivo o grau de cumprimento dos objectivos pessoais inicialmente propostos, embora a diversidade de temas e especificidades da especialidade tenha suscitado a necessidade de adquirir habilitações de carácter prático (vide Anexo III).
Este estágio conferiu um maior grau de autonomia na abordagem ginecológica e obstétrica, incluindo aquisição de competências em ambiente cirúrgico e de interpretação de ecografia ginecológica e obstétrica. Refere-‐se, ainda, a diversidade de questões éticas inerentes à prática desta especialidade, desde o início de vida (como questões relacionadas com a PMA, por exemplo) até morte fetal (induzida ou inesperada), bem como a importância de uma relação médico-‐doente/grávida/casal esclarecida com vista a uma adequada tomada de decisão.
Como aspecto negativo refere-‐se o curto tempo de duração do estágio, atendendo à diversidade da prática da especialidade e a sua importância futura na consideração de especialidades mais generalistas ou cirúrgicas. O facto de se tratar de uma instituição privada também caracterizou um perfil mais homogéneo de doentes mas que foi colmatado com a discussão de diversos casos clínicos.
Finalmente fica o agradecimento a todos os tutores que me acolheram e orientaram durante este estágio, em particular e em especial ao Dr. Pedro Martins cuja disponibilidade, pedagogia, orientações e zelo constante, pelas suas doentes e alunos, serão sempre para mim uma referência futura a alcançar.
Lisboa, 5 de Dezembro de 2014 Ana de Carmo Santana Campos
Anexo I -‐ Referências Bibliográficas Consultadas
1. Exames Ecográficos na Gravidez de baixo risco. Norma da Direcção Geral da Saúde. N.º 023/2011 de 29/09/2011.
2. Exames laboratoriais na Gravidez de Baixo Risco. . Norma da Direcção Geral da Saúde. N.º37/2011 actualizada a 20/12/2013. 3. Prestação de Cuidados Pré-concepcionais. Norma da Direcção Geral da Saúde. N.º02/DSMIA de 14/01/2006.
4. Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil. Norma da Direcção Geral da Saúde. N.º10/2013 de 31/05/2013.
5. Diagnóstico e conduta na Diabetes Gestacional. Norma da Direcção Geral da Saúde. N.º 007/2011 de 31/01/2011.
6. Exames Ecográficos na Gravidez de baixo risco, Norma da Direcção Geral da Saúde nº. 23/2011, actualizada a 21/05/2013. 7. Protocolos de Urgência em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria (2012).
8. Protocolos em Urgência Obstétrica e Ginecológica da Maternidade Alfredo da Costa (2006).
9. Directiva Europeia que aplica a Directiva 2004/23/CE do Parlamento Europeu e do Conselho no que se refere aos requisitos de rastreabilidade, à notificação de reacções e incidentes adversos graves e a determinados requisitos técnicos para a codificação, processamento, preservação, armazenamento e distribuição de tecidos e células de origem humana. Directiva 2006/86/CE da Comissão, de 24 de Outubro.
10. Lei que regula a utilização de técnicas de procriação medicamente assistida e cria o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida. Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho (DR I Série n.º 143, de 26 de Julho)
11. Directiva Europeia que aplica a Directiva 2004/23/CE do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita a determinados requisitos técnicos aplicáveis à dádiva, colheita e análise de tecidos e células de origem humana. Directiva 2006/17/CE da Comissão, de 8 de Fevereiro.
12. Lei que define o conceito de informação de saúde e de informação genética, a circulação de informação e a intervenção sobre o genoma humano no sistema de saúde, bem como as regras para a colheita e conservação de produtos biológicos para efeitos de testes genéticos ou de investigação. Lei n.º 12/2005 (DR I Série n.º 18, de 26 de Janeiro).
13. Directiva Europeia relativa ao estabelecimento de normas de qualidade e segurança em relação à dádiva, colheita, análise, processamento, preservação, armazenamento e distribuição de tecidos e células de origem humana. Directiva 2004/23/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de Março.
14. Decreto do Presidente da República que ratifica a Convenção para a Protecção dos Direitos do Homem e da Dignidade do ser Humano Face às Aplicações da Biologia e da Medicina. Decreto do Presidente da República n.º 1/2001 (DR I Série-A n.º 2, de 3 de Janeiro).
15. Despacho que estabelece a Rede de cuidados de saúde – esterilidade/infertilidade. Despacho n.º 28/95, de 19 de Setembro (DR II Série n.º 234, de 10 de Outubro).
16. Decreto-Lei que cria as Comissões de Ética para a Saúde. Decreto-Lei n.º 97/95, de 10 de Maio (DR I Série-A n.º 108, de 10 de Maio).
17. Despacho sobre medicina Familiar, fertilidade e reprodução humana. Despacho de 8 de Fevereiro de 1995 (DR II Série n.º 81, de 5 de Abril).
18. Parecer N.º 79/CNECV/2014 sobre a Proposta de Lei do Governo n.º 215/XII/3ª - Regime jurídico da qualidade e segurança relativa à dádiva, colheita, análise, processamento, preservação, armazenamento, distribuição e aplicação de tecidos e células de origem humana.
19. Parecer sobre Procriação Medicamente Assistida e Gestação de Substituição (63/CNECV/2012).
20. Parecer sobre os Projectos de Lei nº126/X (Estabelece os princípios da investigação científica em células estaminais e a utilização de embriões) e nº376/X (Estabelece o regime jurídico de utilização de células estaminais, para efeitos de investigação e respectivas Aplicações Terapêuticas) (53/CNECV/2007).
21. Parecer sobre a Procriação Medicamente Assistida (44/CNECV/2004).