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Capítulo 3 – O Turismo Acessível

4.4 O procedimento metodológico utilizado na investigação em curso

4.4.2 Revisão da Literatura

Após a identificação das ideias gerais, que inspiram toda a investigação, e de delimitada a área e a problemática em estudo, que se caracteriza por ser clara, pertinente e exequível, procedeu- se à revisão da literatura, que permite sustentar toda a investigação efetuada.

A necessidade de uma revisão literária coesa, pertinente e apropriada, e que permita sustentar todo um processo de investigação, que tem como finalidade última dar resposta a um problema

Tendo em conta o crescimento do segmento de mercado das pessoas com mobilidade reduzida com intenção de viajar, de que forma os destinos turísticos estão sensibilizados para dar uma resposta eficaz aos seus desejos e necessidades específicas?

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inicialmente formulado, leva a que diferentes autores a delimitem como uma base de sustentação que contribui para o importante sucesso de uma pesquisa científica.

Segundo Hill e Hill (2009, p. 25), a revisão da literatura envolve quatro fases: (i) descrição das teorias e trabalhos empíricos (dados secundários) nas áreas específicas de interesse para o investigador – literatura conceitual, estudos empíricos e estatísticas publicadas (Breda, 2010); (ii) avaliação das teorias e dos trabalhos empíricos; (iii) comparação das teorias e trabalhos empíricos; e (iv) dedução das hipóteses a partir da avaliação e da comparação.

Assim, a revisão bibliográfica consiste na seleção de informação disponível (teórica e empírica), que seja pertinente para o estudo, de forma a avaliá-la criticamente (Martins, 2010), com o intuito de dar resposta aos objetivos da investigação. Uma leitura cuidada e uma revisão crítica da bibliografia existente possibilitam o aumento do conhecimento para o quadro teórico da ciência em estudo.

Breda (2010, p. 144) corrobora a ideologia apresentada por Hill e Hill (2009), ao referenciar que a revisão da literatura deverá prover a fundamentação para o desenvolvimento de um quadro teórico, a partir do qual a fase quatro, anteriormente mencionada, pode ser desenvolvida. Por outro lado, possibilita explicar e esclarecer a conceptualização teórica do problema e revelar a pesquisa realizada até ao momento na área de estudo em causa (Breda, 2010; Salvado, 2009). Numa fase posterior permite sustentar os métodos e técnicas aplicadas na parte empírica da investigação.

Veal (2006, p. 53) vai ao encontro dos autores acima mencionados, quando refere que a revisão de literatura (i) se assume como a base da pesquisa, e fonte de informação, (ii) emerge um conjunto de ideias acerca dos temas que se quer abordar, (iii) permite percecionar que tipo de investigações já foram realizadas por outros autores, bem como comparar a investigação que se está a realizar com as investigações já efetivadas, e (iv) faz despoletar uma fonte de ideias metodológicas ou teóricas.

A revisão literária presente ao longo da redação deste estudo teve, assim, como base de sustentação uma pesquisa bibliográfica assente em livros de autores especializados na área do turismo acessível, artigos publicados em revistas científicas, estatísticas de organizações governamentais e não-governamentais, estudos, informação em sites de organizações especializadas em turismo acessível, e entrevistas exploratórias a entidades a operar em Portugal na área da incapacidade, e do turismo acessível.

Numa primeira fase, procedeu-se ao estudo de conceitos gerais (mobilidade, acessibilidade e incapacidade), que, depois de compilados num único capítulo, serviram de sustentáculo à compreensão e análise do capítulo referente ao turismo acessível. Para tal, recorreu-se a autores e organizações com conhecimentos específicos nestes temas, nomeadamente a OMS e a Desin for all, e aos investigadores Teles, Kellerman, Darcy, entre outros.

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O capítulo que aborda o tema específico deste projeto, à semelhança do anterior, foi suportado em autores e organizações com conhecimentos e estudos de cariz relevante para a formação de conhecimento científico na área do turismo acessível. De destacar autores como Darcy, Devile, Buhalis et al., Neumann, Yau et al., entre outros. Aquando a sua conceção, tornou-se de extrema importância a realização de entrevistas exploratórias a entidades como a Accessible Portugal e a Associação Salvador, no sentido de enriquecer toda a revisão literária efetuada.

Esta metodologia adotada possibilitou fazer uma revisão do estado da arte, bem como percecionar a forma como o problema de investigação tem sido abordado do ponto de vista metodológico; perceber a evolução dos conceitos, o que permitiu conceptualizá-los e enquadrá-los num quadro teórico de referência, com o intuito de explicar os fatores determinantes e as implicações das mudanças; e compreender este mesmo problema segundo o quadro de referência (Salvado, 2009).

A delimitação do problema de investigação e a revisão bibliográfica efetuada viabilizam a conceção do objetivo geral e dos objetivos específicos da investigação. A forma como um investigador conduz o seu estudo, e o seu sucesso, provém, em grande parte, dos objetivos a que se propôs. Face a isso, é de extrema importância a sua formação clara, tendo sempre como base de sustentação o problema de investigação e a revisão dos conteúdos revistos (Berg, 2001).

Os objetivos de investigação delineados para a presente dissertação encontram-se na Figura 4.6.

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 Percecionar os níveis de adequação e adaptação da

oferta turística ao mercado do Turismo Acessível.

 Averiguar se o destino já recebe alguma quota de mercado de pessoas com necessidades especiais;  Perceber se a oferta turística está consciencializada

para a existência de um mercado específico, como o do turismo acessível;

 Verificar se as políticas adotadas têm em conta as pessoas com mobilidade reduzida;

 Identificar a que níveis os promotores da oferta turística estão adaptados para receber pessoas com necessidades especiais;

 Identificar as principais barreiras existentes;

 Averiguar a existência de pessoas com formação para dar resposta ao segmento de mercado em estudo;  Compreender se a informação que disponibilizam

corresponde à realidade, e se vai ao encontro das necessidades do mercado-alvo;

Figura 4.6 – Objetivos da investigação Fonte: elaboração própria