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DO LEITE E DO PAA LEITE.

Mapa 11: Rio Grande do Norte – Programa Leite Potiguar

Mapa 12: Rio Grande do Norte – Programa Leite Potiguar

As reduções no Programa do Leite Potiguar fizeram-se sentir não só na redução do número de beneficiários, e, por conseguinte no volume de leite distribuído, seja ele bovino ou caprino, mas também no valor dos repasses efetuados para a execução do programa, conforme podemos observar nos dados da tabela 06.

Tabela 06: Rio Grande do Norte – Síntese comparativa da redução ocorrida no Programa leite Potiguar (2010/2014)

Variável 2010 2014 Nº de beneficiários do leite bovino 113.425 51.191 Nº de beneficiários do leite caprino 4.237 3.932

Total de litros de leite distribuídos por dia

117.662 55.123

Valor destinado ao pagamento quinzenal (R$)

3.205.473,75 1.514.861,97

FONTE: EMATER, 2013.

De acordo com os dados disponibilizados pela EMATER/RN (2013), órgão responsável pela execução do programa leite potiguar, os recursos destinados ao programa do leite por quinzena diminuíram 52,74% passando de R$ 3.205.473,75 em 2010 para R$ 1.514.861,97, em 2013, enquanto o número de beneficiários passou de 117.662 para 55.123, o que representa uma redução de 53,15% no número de pessoas assistidas pelo programa.

Desde a sua gênese, o Programa Leite potiguar tem beneficiado um número maior de pessoas com a distribuição de leite bovino. Sobre este fato é importante frisar que dos 167 municípios do estado, 123 recebiam apenas leite bovino, enquanto outros 44 recebiam leite bovino e caprino. Conforme se observa nos dados apresentados na tabela 07, os repasses quinzenais para o pagamento do leite bovino, bem como o número de beneficiados, diminuíram 54,87% entre 2010 e 2013, enquanto o número de beneficiários do leite caprino diminuiu apenas 7,2%. No entanto ainda que a redução do número de beneficiários do leite caprino tenham sido mínima em comparação aos do leite bovino, isto se deve ao fato de que estes primeiros representam um universo infinitamente menor. Para os municípios que recebiam leite bovino e caprino a redução dos repasses variou entre 23% e 54%, e o número de beneficiários diminuiu entre 25% e 54%.

Apesar dessa redução, o município de Natal permanece com o maior número de pessoas cadastradas no Programa do Leite, totalizando 8.313 beneficiários, ainda que isto represente uma diminuição de aproximadamente 54% em relação a 2010. Para a execução do referido programa na capital do estado, serão repassados em 2014, por quinzena, o total de R$ 226.957,68, valor que apresenta uma queda de aproximadamente 54% em relação a 2010 (EMATER, 2013).

Mossoró, segunda cidade com o maior número de beneficiários no estado, apresenta 5.176 favorecidos pelo programa em 2014, dado esse posterior a realização de um corte de 53% dos beneficiados em relação a 2010. O terceiro município do estado em número de beneficiários e repasse de recursos para a efetivação do Programa Leite Potiguar é Parnamirim, que receberá a partir de 2014 52.688,37 R$ por quinzena, valor este que apresenta uma redução de 54,87% em relação a 2010, atendendo a 1.951 beneficiários, este apresentando uma diminuição de 54,87% em relação a 2010. Já em Ceará-Mirim, o referido programa abrangerá em 2014, 1.849 beneficiários, gerando despesas quinzenais de R$ 49.910,17 aos cofres públicos estaduais. No município de Currais Novos, localizado na região do Seridó Potiguar, o programa passou a contemplar em 2014, 1.379 pessoas, passando a ter uma receita quinzenal de 37.850,87 R$ (EMATER, 2013).

Na grande parte dos municípios do RN a redução no número de beneficiários e de recursos destinados ao programa, variou entre 50% e 55%, no entanto é possível verificar algumas exceções, a exemplo do município de Itaú, que apresentou redução de 25% no número de beneficiados e 23% nos valores repassados por quinzena. Porém esse valor foi uma exceção, uma vez que este é o único município do estado que recebe mais leite caprino, o qual de modo geral apresentou uma redução de 7,2%, em detrimento ao bovino onde as reduções em número de beneficiários e de recursos foram de em média redução de 54,87% (EMATER, 2013).

Outra alteração significativa na execução do Programa Leite Potiguar, ocorrido na atual gestão estadual, foi o desenvolvimento de ações que visam descentralizar o programa, sobretudo fomentando a municipalização das etapas de controle do recebimento do leite, distribuição e fiscalização, seja das empresas fornecedoras ou dos favorecidos pelo programa.

É valido frisar que os municípios que aderiram à municipalização do programa, não passaram a ter controle sobre a gestão financeira do mesmo, a este respeito, durante entrevista com a comissão de execução do programa no estado, seus membros gestores

foram enfáticos ao afirmar que “A gestão financeira do Programa do Leite, sempre será

de domínio do governo do estado. O que está sendo colocado em questão é a municipalização das atividades de rotina que envolve a execução do programa, na sua gestão25”. Como bem se percebe a partir do exposto, este é um processo parcial, e na visão dos gestores municipais que se recusam a participar dele, se constituí apenas em uma transferência das funções administrativas para o município, o que onera o orçamento do executivo municipal, sem que esse passe a ter poder deliberativo sobre este programa.

Este processo encontra-se em curso desde o ano de 2012, e atualmente já se efetivou em 16 municípios, outros 108 encontram-se em processo de municipalização e 43 se recusaram definitivamente em aderir a esta proposta do governo, tal como evidenciado no mapa 13. A região do Seridó apresenta-se no contexto do estado, como sendo aquela com a maior resistência a ocorrência deste processo. Nesse sentido é valido frisar que dos 23 municípios que compõe a região, somente Jardim do Seridó aderiu totalmente à municipalização (EMATER, 2013).

É pertinente notar, que a maior resistência e recusa de adesão a esta proposta vem dos municípios, em que as administrações municipais fazem oposição direta ou não participam da base aliada do governo, com exceção de alguns poucos casos, a exemplo de Mossoró, onde a recusa se justifica, ao menos no discurso, pela escassez de recursos humanos a serem destinados para a realização destas atividades junto à execução do programa.

25

Informação verbal, obtida em entrevista realizada com o comitê gestor do Programa Leite Potiguar e do PAA Leite.