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3.2 EXEMPLOS DE PROPOSTAS IMPLANTADAS NO BRASIL

3.2.5 São Bento do Sul Santa Catarin – Oásis São Bento do Sul: Pro-

O projeto Oásis São Bento do Sul: Produtor de Água do Rio Vermelho foi criado em 2011 através de uma parceria entre o governo municipal com a Fundação Grupo Boticário.

O Projeto encontrou respaldo através da sanção da Lei nº 2.677/2010 que instituiu a Política Municipal dos Serviços Ambientais e o Programa Municipal de Pagamento por Serviços Ambientais, além de estabelecer as formas de controle e financiamento para a execução do programa, regulamentado através de um Decreto assinado em março de 2011. De acordo com o artigo 1º da Lei nº 2.677/2010, a Política Municipal dos Serviços Ambientais apresenta como objetivo disciplinar a atuação do Poder Público Municipal no que diz respeito aos serviços ambientais fornecidos pela natureza. Ela promove o desenvolvimento sustentável e o aumento na provisão dos mesmos no território municipal. A iniciativa tem como finalidade premiar financeiramente os proprietários rurais que realizam ações de preservação ou recuperação das áreas naturais, localizados as margens do Rio Vermelho, em áreas de Proteção Ambiental Rio Vermelho/Humbold e que con- tribuam para a conservação do manancial de água responsável pelo abastecimento de aproximadamente 75 mil habitantes da região [72].

A Lei Municipal estabelece que execussão do programa é de competência do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de São Bento do Sul – SAMAE, em conjunto com o Departamento de Meio Ambiente. Para que o proprietário possa participar do programa, deve haver enquadramento e habilitação em projetos específicos para o pagamento de ações de restabelecimento, recuperação, manutenção e melhoria dos ecossistemas, comprovação de uso regular da propriedade a ser contemplada pelo PMPSA e formalização de um contrato com vigência de 2 a 10 anos que pode ser renovado por igual período [73].

Com base no “Programa de Pagamento por Serviços Ambientais, Produtores de Água do Rio Vermelho” [74], a aplicação do programa promove o favorecimento da preservação do meio ambiente, e o ganho econômico dos produtores e /ou proprietários de terras localizadas as margens do Rio Vermelho, contribuindo para a subsistência do pequeno agricultor. Promove a sustentabilidade através de ações que apresentam pouco ou nenhum impacto negativo ao ambiente. A utilização destas medidas mostra-se necessária devido, principalmente, à falta de água sentida no município, tanto pelos altos níveis de poluição em rios que formam o Rio Vermelho, como pelo custo elevado do tratamento da água poluída.

TÉCNICA PROCEDIMENTO

Implantação de Cercas Cercas feitas com palanques de eucalipto ou concreto para proteger contra a invasão e interferência no pro- cesso de recuperação da área.

Plantio de espécies nativas São escolhidas mudas de plantas pertencentes à forma- ção natural da mata ciliar da região, dando preferência a espécies pioneiras e outras resistentes as condições climáticas.

Técnicas de Nucleação Adoção de técnicas baseadas na técnica de nucleação: morros de terra despejados por caçambas, amontoados de galhos e pedras, transposição de solo, semeadura de chuva de sementes, revolvimento de solo e poleiros artificiais.

Tabela 3.12: Procedimentos adotados para Recuperação de Áreas Degradadas através do Programa Produtor de Água do Rio Vermelho

Adaptado de [74]

Os objetivos destacados pelo Programa Produtor de Água do Rio Vermelho corres- pondem à garantia da preservação de uma parte do manancial que faz parte do Rio Vermelho, responsável pelo suprimento de água no Município de São Bento do Sul, loca- lizado na região denominada APA Rio Vermelho/Humbold. O programa é uma maneira de: 1) instrumentalizar moradores da região onde ocorre a captação da água através de estímulos para a recuperação e conservação das terras privadas; 2) apresentar a proposta de PSA como uma forma de melhoria socioambiental; 3) proporcionar melhoria tanto na qualidade como na quantidade da água utilizada pelos moradores do município; 4) enriquecer os subsídios necessários para a criação de políticas públicas que se encontram fundamentadas na conservação dos mananciais e; 5) proporcionar o estímulo necessário para a adoção de práticas ecossistêmicas para sensibilizar sobre a importância de preservar o ambiente para continuar se beneficiando dele [74].

Considerando as características locais de cada área de interesse e o grau de degradação, busca-se a adoção de medidas mitigatórias que promovam a recuperação desejada. Deve-se considerar que essas técnicas devem ser apropriadas para melhor definir a estabilidade e o equilíbrio da área, garantindo a regeneração e uma boa condução das fases de recuperação, respeitando a formação do ambiente de forma natural e gradativa. Os principais erros que podem ser cometidos correspondem ao plantio exclusivo de espécies arbóreas em regiões onde há outras formações vegetais e a tentativa de manter o local “limpo”. O mais acertado é optar por espécies que fazem parte da vegetação natural do ambiente a ser recuperado [74]. Para tanto, o Programa Produtor de Água do Rio Vermelho adotou as medidas representadas na Tabela 3.12.

Para o recebimento do benefício, além do arcabouço legal, da definição das áreas de maior importância e das técnicas a serem adotadas, é necessário que se considere uma valoração mínima por propriedade relativa aos hectares de área conservada ou em fase

de recuperação mediante comprovação através de vistorias. O pagamento é efetivado aos proprietários que utilizarem as melhores técnicas de manutenção e conservação ecossis- têmica cumprindo as necessidades destacadas na Tabela de Valoração. O valor mínimo fixado corresponde a 125 Unidades Fiscais do Município (UFM)35, podendo ser maior de

acordo com o somatório das pontuações obtidas. O valor obtido é dividido por 200 e multiplicado pelo indicador financeiro de 122,5 UFM, chegando-se ao valor final do PSA por cada hectare de APP preservado.

Com base neste sistema de valoração a UFM correspondia a R$2,689936, de acordo

com o Decreto nº 572, de 3 de janeiro de 2011. Após a implantação do PSA Produtor de