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DA APA DOS RIOS LIGEIRINHO E LEÃOZINHO PERTENCEN- TES AO MUNICÍPIO DE ERECHIM/RS

A APA dos Rios Ligeirinho e Leãozinho encontra-se em uma região de importância econô- mica para o município de Erechim, além de representar papel fundamental para o abas- tecimento de água aos habitantes da região. Sua preservação é indispensável para que o abastecimento não seja comprometido.

O conhecimento sobre quais são as formas de uso e ocupação do solo nesta região representa um fator determinante para a criação de alternativas capazes de conciliar a preservação do ambiente com a economia local.

Partindo-se do estudo realizado em relação aos diferentes usos da terra na região, fo- ram observadas 16 classes distintas de usos da terra, sendo elas: corpos hídricos (açudes); solo exposto; agricultura implantada; pastagens (potreiros); silvicultura (erva mate); ve- getação arbórea implantada (pinus e eucalipto); vegetação em estádio inicial; vegetação em estádio intermediário; vegetação em estádio avançado; áreas construídas; rede viária (estradas); áreas úmidas (banhados); pátio; pomares; aeroporto e reservatório (barragem) [81].

Estas classes, segundo o Plano de Manejo da APA dos Rios Ligeirinho e Leãozinho [81], podem ser separadas em duas categorias diferentes: o uso da terra de forma natural (vegetação nos estádios inicial, intermediário e avançado e as áreas úmidas, representadas por banhados, assim classificadas por apresentarem um menor nível de alterações em relação à forma original que a paisagem apresentava) e o uso da terra proveniente das atividades antrópicas (presença de corpos hídricos (açudes), solo exposto, agricultura implantada, pastagens ou potreiros, silvicultura com produção de erva mate, vegetação arbórea implantada com a presença de pinus e eucalipto, pátios, representados por áreas para atividades e lazer, pomares, aeroporto e a barragem para o represamento e captação da água).

A Tabela 4.1 representa estes dados de forma quantitativa. Através dela percebe-se que as formas de uso antropizados correspondem a um percentual muito maior em relação ao uso de origem natural e as atividades agrícolas representam um percentual significativo em relação às demais, seguida pelas pastagens, silvicultura com plantio de erva mate e solo exposto.

A Figura 4.3 representa os Uso e Ocupação da Terra da APA. A partir desta figura, observa-se que a vegetação encontra-se distribuída de forma irregular em toda a extensão da área, nem sempre estando ligada aos recursos hídricos, o que representa problemas, uma vez que a presença de vegetação nas proximidades das margens de rios e nascentes é responsável pela proteção da água.

TIPIFICAÇÃO OCUPAÇÕES DAUSOS E TERRA

ÁREA - ha

PERCENTUAL Usos antropiza-

dos PátioPomares

Aeroporto

Reservatório (Barragem) Áreas Construídas Rede Viária (Estradas) Corpos Hídricos (Açudes) Solo Exposto

Agricultura Implantada Pastagem (Potreiros) Silvicultura (Erva –mate) Vegetação Arbórea Im- plantada (Pinus/ eucalipto) 34,76 2,66 1,8 20,56 11,09 23,96 11,65 82,6 1.142,23 128,89 86,38 16,52 1,64 0,13 0,08 0,97 0,52 1,13 0,55 3,89 53,85 6,08 4,07 0,78 73,70%

Usos Naturais Vegetação – Estádio Inicial Vegetação – Estádio Inter- mediário

Vegetação – Estádio Avan- çado

Áreas Úmidas (banhados)

154,48 82,3 301,56 19,56 7,28 3,88 14,22 0,92 26,30% Área Total 2121 100 100%

Tabela 4.1: Quantificação dos dados de Uso e Ocupação da terra na APA dos Rios Ligeirinho e Leãozinho.

MUNICÍPIO DE ERECHIM/RS 81

Figura 4.3: Uso e Ocupação da Terra da APA dos Rios Ligeirinho e Leãozinho. [81]

maio de 2012, em seu Artigo 4º, são consideradas como Áreas de Preservação Permanente, tanto em áreas rurais como urbanas, no que diz respeito aos recursos hídricos,

I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que te- nham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que te- nham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de lar- gura;

e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que te- nham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:

a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artifici- ais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;

IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros [...] [4].

A Figura 4.4 representa as áreas da bacia que deveriam ser preservadas considerando- se a espacialização do Código Florestal Brasileiro. A Figura 4.5 representa a área que ainda se encontra preservada na bacia.

Para efeito deste estudo, serão consideradas as áreas que apresentam algum tipo de produção agrícola implantada ou solo exposto nas áreas de Preservação Permanente pró- ximas ao leito dos rios que pertencem a APA e as nascentes que fazem parte da região.

De acordo com o Plano de Manejo [81], ao se observar a espacialização descrita através da Legislação Ambiental em relação à área que deve ser preservada próximo aos recursos hídricos, percebe-se que a maioria das áreas que compõe a APA constitui-se de margens de rios, com rios e riachos que apresentam menos de 10 metros de largura. A Tabela 4.2

representa a quantificação dos dados relativos à espacialização da Legislação Ambiental. Através dela, observa-se que o total de área de preservação permanente na região deveria

MUNICÍPIO DE ERECHIM/RS 83

TIPO DE PRESERVA-

ÇÃO DA APP

ÁREA (em ha) %

APPs % DA BACIA PERÍMETRO(m)

Margens de rio (30 m) 205,75 65.,30 9,70 79710,00 Nascentes de rios (50 m) 31,40 9,97 1,48 12670.,00 Áreas úmidas (banhados) 19,59 6,22 0,92 6320,00 Entorno de lagos (15 m) 19,81 6,29 0,93 23910,00 Topo de morro 25,46 8,08 1,20 5780,00 Declividade > 25º 13.,08 4,15 0,62 5823,00 TOTAL 315,09 100,00 14,86 134.213,00

Tabela 4.2: Quantificação dos dados referentes à Espacialização da Legislação Ambiental da APA dos Rios Ligeirinho e Leãozinho.

Adaptado de [81]

ser de 14,86% da área total da bacia. Desse total, 65,30% representam as margens de rios, seguidas pelas nascentes (9,97%), banhados ou áreas úmidas (6,22%) e entorno de lagos (6,29%).

A Figura 4.6 representa as principais classes de preservação e conservação das áreas pertencentes à Bacia de acordo com o Código Florestal Brasileiro. A partir de sua análise, as áreas que necessitam de proteção ambiental representam áreas próximas aos recursos hídricos, num total de 88% de toda a área que deve ser conservada e/ou preservada na região [81].

Na Figura 4.7, estão relacionados, de forma quantitativa, as atividades identificadas na região, a área em hectares e a porcentagem que cada uma delas representa. Pode-se concluir que a Agricultura Implantada corresponde a 33,31% da área total que deveria ser preservada, sendo seguida pelas pastagens (potreiros) com 8,86% da ocupação e do solo exposto, com 3,05%.