• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 4 : Metodologia da Pesquisa Parte 1: As Entrevistas

1. O professor Z

4.6. Conversando com os Estudantes

4.6.3. Síntese Interpretativa do 3º Bloco: Comentários dos Estudantes

Assim como os professores, os estudantes fazem explicitamente associações das representações gráficas ao processo de visualização dos conceitos, quando esses são apresentados na forma escrita e algébrica. Sob esse aspecto, os estudantes, em grande parte, esclareceram que quando o professor, na abordagem dos conteúdos, utiliza várias representações Matemáticas, estão fornecendo elementos variados para o entendimento dos alunos em referência á apreensão dos conceitos matemáticos, em particular os conceitos de Cálculo I. Na concepção da maioria dos estudantes, essa abordagem é importante, principalmente por que cada aluno tem uma forma diferenciada em termos de compreensão.

Prosseguindo com as perguntas, ainda no terceiro bloco, questionei sobre o uso do computador, como um recurso para aprender os conteúdos matemáticos e, se já haviam utilizado algum software em sala de aula, seja no colegial ou universidade. A resposta para esse último questionamento foi que a maioria usou muito pouco. Na universidade (UNESP) conheceram o software Maple e o Cabri, os professores de Cálculo I e Geometria Analítica (respectivamente) levaram os alunos, uma vez, durante o primeiro semestre de 2007, para visualizarem alguns gráficos. No Ensino fundamental e Médio, o uso foi quase

inexistente, apenas um ou dois tiveram a oportunidade de trabalhar com softwares no colegial, mas em outras disciplinas, Não, em Matemática.

Em nossa pesquisa, durante a coleta de dados, a adaptação dos estudantes em relação ao software Winplot foi bastante favorável. Comentários apresentados pelos estudantes mostram que na resolução dos problemas o Winplot possibilitou um maior entendimento ao coordenar às representações algébrica, gráficas e geométricas na exploração e resolução das atividades exploratório-investigativas. Vejamos abaixo concepções particulares dos estudantes sobre o uso do computador em nível didático-pedagógico para as aulas de Matemática, em particular para o ensino do Cálculo I.

Rosana - É muito importante, é bom para quem não tem visualização. Enxergar o

que a gente faz na teoria. Às vezes fazemos o Cálculo mecanicamente, e não sabemos porque de estarmos derivando.

Any - Eu acho interessante, principalmente para desenhar gráfico. Eu acho muito

interessante.

Augusto - Eu acho que auxilia, só que o usuário tem que tomar um certo cuidado,

para não cair no comodismo. O usuário já tem que ter um conhecimento e noção dos conceitos, o que é tal coisa. Mas, auxilia muito, porque, por exemplo, se a gente vai verificar as retas secantes de um gráfico de uma função? se fosse na mão, dar valores para ver a variação da inclinação iria demorar muito. Já no computador, ele faz espontaneamente. Então se a pessoa já tem a noção do assunto, o computador ele agiliza um processo que manualmente demoraria muito.

José - Há! Eu acho muito bom, principalmente a parte gráfica. São revoluções que

você faz no gráfico, movimenta, coisa que no papel ou na lousa é impossível. Já usei o computador a qui na UNESP, No início da aula de Cálculo, a gente foi, montou uma função. Estudou os detalhes. Também já usei o computador no Ensino Médio. Mas não para Matemática.

Clotilde - Olha! Na parte gráfica eu acho importante, mas na parte algébrica, nem

tanto, pois o aluno não ficaria muito interessado. Mas a parte gráfica deveria ser explorado mais, pois quase não usam o computador para Matemática mesmo.

Letícia - Há! Uma maravilha, agora que eu aprendi a mexer no Winplot e estou

usando em casa. Às vezes a gente estudando uma função, demora pra enxergar a cara daquela função, principalmente quando é x6. x7 e a gente vai derivando. A gente não sabe como é a “carinha” daquela função. Então a gente põe ali, no computador e vai vendo, vai “mexendo”, movimentando, olhando pra onde ela vai. Então acha o limite, vai calculando as derivadas. O aluno passa tem uma noção maior, eu acho. Seria uma maravilha poder trabalhar com ele (o Winplot) mais tempo.

Márcio - Eu acho super válido, porque, podemos aprender com mais facilidade e

também pra ensinar os outros, no caso de querer seguir a carreira de professor.

Ana Paula - É importante, dependendo do programas a ser utilizado, É importante

o aluno ver essa parte de gráficos. Eu já usei no colegial, na minha escola (pública), tinha um laboratório. Mas não foi a professora de Matemática.

Marcela - Há! Muito interessante. Eu gostei muito do Winplot, principalmente

para construir gráficos. Na Escola a diretora não deixava os alunos usarem, pois a diretora tinha medo que os alunos quebrasse.Então não tive acesso. Aqui na faculdade usei apenas duas vezes, em Geometria e... a outra disciplina, eu não lembro mais.

Gabrielle - Aqui na Faculdade a professora de Cálculo I levou a gente, logo no

noção das coisas não é? Principalmente, quando tem animação, ver o comportamento que podem assumir os gráficos das funções.

Laura - É mais ou menos aquilo, que eu falei do gráfico, como na Matemática a

gente sabe bem pouco da teoria, o computador ajuda bastante a gente. Eu vejo bem agora que a gente está estudando na sua pesquisa.

Henrique - Gostei muito do Winplot, é bom, porque é mais fácil, mais rápido, no

sentido de visualizar os conceitos.

Clara - Eu acho que enxerga melhor, pois na lousa o que o professor faz é apenas

um rascunho do que a gente está vendo. O computador revela aquilo que realmente é, o que foi visto no papel ou na lousa.

Alexandre - Eu acho fantástico, que o professor ensine usando o computador. O

computador é uma ferramenta. A Matemática é uma ferramenta para o computador, tudo o que o computador faz, é por meio da Matemática. A linguagem do computador é um código binário, não é? E como eu vi nas representações gráficas que são extremamente importantes pra mim. O computador mostra isso como ninguém. É fantástico vê o gráfico, mexendo devagarzinho, Então você diz. Há! Quando eu altero o coeficiente do “x”, o gráfico faz isso. Há! Quando eu altero o “b” da função, o gráfico faz aquilo. O mais triste ver é que muitas escolas e até faculdades não tem equipamento suficiente, pra poder dar isso pros alunos. Se todo mundo pudesse ter acesso, a Matemática poderia ser diferente. A Matemática poderia até não ser encarada como uma matéria difícil. A Matemática não é difícil, ela exige desempenho. Não é incompreensível. Se você realmente estudar, e praticar, você vai conseguir. Não precisa ser nenhum gênio para entender Matemática.

Patrícia - Olha! Eu nunca usei nenhum software em sala de aula não. Mas, eu acho

que as escolas deveriam dar aula de Matemática usando o computador. Pois todo mundo que aprendeu geometria usando o computador tem hoje a maior facilidade na disciplina. E mesmo usando agora esse programa com você, às vezes quando a professora fala: quando o x está se aproximando, o limite está indo. Nossa! eu não estou enxergando pra onde esse limite está indo. Daí, usando o programa, como naquele dia que você mostrou, deu pra entender direitinho.

Robin - Eu acho que é importante. Só que no computador o aluno, fica na internet.

Então o professor tem que ter autoridade na classe, se não tiver não dá. Se tiver autoridade e o pessoal respeitar mesmo, ele pode dar uma aula excepcional, usando o auxílio do computador para muitas matérias com assuntos da Matemática. Eu estudei em uma escola particular e eu nunca usei nenhum software para estudar Matemática. Também, a professora não vai levar no laboratório e dizer isso é um gráfico, se é pra isso ela vai na lousa e mostra do mesmo jeito. Faz conta, conta, é sempre assim. Isso é difícil de mudar, mas acaba ficando assim.

Serapião - Eu acho muito interessante, porque, é que nem uma demonstração por

outras formas. Pensando assim, tem determinados resultados que para algumas pessoas não é interessante, mas aí quando vê no computador, passa a ficar interessante.

Frederico - Gostei do Winplot, é uma ótima ferramenta, faz tudo pra gente.

Trabalha rápido, visualiza, auxilia nos erros.

Suka - É um algo a mais não é? Uma coisa diferente pra ver também.

Agáta - Eu acho legal, até porque, foi a coisa mais prática durante todo o curso

que eu vi até agora ( a estudante refere-se ao uso do Winplot). Na sala de aula, nós não tiramos o olho da lousa, então é um diferencial também, eu acho.

Lara - Olha é muito legal (referindo-se ao Winplot), pois o gráfico ajuda muito na

visualização. Mesmo porque você usa a derivada e não sabe para o que serve, na pesquisa deu pra fazer algumas aplicações, foi muito legal.

Como já mencionado, no último bloco de perguntas, busquei captar características pessoais dos estudantes á respeito de como cada um fazia para estudar a disciplina Cálculo I. Se estudavam em grupo ou individualmente, como estudavam a disciplina, ou seja, se liam antes a teoria e faziam exercícios, se usavam notas de aulas, entre outros. No final perguntei de 1 a 10 qual nota dariam para o seu conhecimento matemático e o que motivou o estudante a participar da pesquisa.

As respostas foram bem diversificadas; quanto a forma de estudar, percebi que poucos usavam as notas de aula, a maioria utilizava os livros didáticos. Uma grande parte dos estudantes afirmou que lia antes a teoria e então passava à resolução dos exercícios. Em respeito a estudar individualmente ou em grupo, a maioria prefere estudar individualmente e, em caso de dúvida procura os colegas ou a professora. Quanto à avaliação pessoal de cada um, os números apresentados entre 1 e 10 eram interpretados de forma particular, por exemplo, para alguns sete é pouco, enquanto que para outros é uma nota excepcionalmente alta. Houveram alguns poucos, que se avaliaram com nota 2, outros com 5, 6 e 7, não houve uma avaliação acima de 8. Os alunos ao se avaliarem entendem que ainda há muito o que aprender, que há pela frente uma grande caminhada a ser percorrida.

Quanto ao motivo para participarem da pesquisa, transcorreu entre entender melhor os conceitos de Cálculo I, curiosidade em conhecer o software Winplot e colaborar com essa pesquisadora em seu trabalho de pesquisa.

Ca

da

Descrição da

Investigat

apítulo 5

Metodologia

Pesquisa - Parte 2

as Atividades Explora

tivas e Análise dos Da

atório-

ados