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A realização da segunda intervenção da proposta ocorreu muito semelhante àquela planejada (como evidenciamos na tabela 5.3.1). Os blocos forma da Terra e movimentos dos planetas compreenderam as atividades 1 à 6 e 7 à 12, respectivamente.

Optamos por fazer uma segunda intervenção da proposta em razão da primeira intervenção já ter sido construída com o caráter piloto, visando a experimentação daquelas atividades elaboradas. Além disso, se deu necessário em razão de obtermos dados de pesquisa mais precisos, com perguntas de pesquisa que explicitassem nosso foco nas relações entre a observação e os modelos, algo que não ocorreu na primeira intervenção.

Nesta segunda intervenção, também com o objetivo de obter dados mais precisos, optamos pelos professores trabalharem as atividades individualmente e somente ao final de algum momento fazer uma reflexão em grupo. Isso porque na primeira intervenção muitos professores responderam as questões propostas para a obtenção de dados consultando seus colegas.

Modificamos também para esta segunda intervenção algumas das atividades, buscando dar maior clareza aos assuntos que seriam abordados em cada uma, como as atividades 3 e 4. Desta maneira, houve alterações sutis, na busca de definir melhor os focos de algumas das atividades.

Apenas houve uma alteração na sequencia das atividades, visto que a atividade 5 não foi possível de realizar porque estava chovendo e o céu estava nublado. Ainda que no curso piloto isso também ocorreu, e naquele momento optamos em realizar uma alteração da ordem das atividades, nesta 2ª versão não optamos por este caminho. A opção escolhida foi então realizar uma discussão sobre as diferenças do fluxo solar nas distintas regiões de nosso planeta, analisando exercícios teóricos.

Contudo, as aulas neste segundo dia de curso se encerram mais cedo do que o previsto, visto que, a atividade 5 foi planejada para ocorrer em 3 horas culminou neste encurtamento das atividades do dia. As demais atividades seguiram a ordem apresentada na tabela 6.3.1.

Além disso, neste curso inserirmos mais atividades de observação do céu, de caráter optativo, que chamamos de “Observação do céu no Morro da Coruja IF-USP”. No segundo dia de curso esta não foi realizada e no quinto dia ocorreu com sucesso.

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Horários 8/07 9/07 10/07 11/07 12/07

8h30 – 10h00 Apresentação e Diálogos com o Professor

Atividade 4: Interação Planetas – Sol

Incidência dos Raios Solares nos Planetas

Atividade 7: Interação Planetas-Sol Movimento dos planetas I

Aula Vaga (devido à extensão da

visita à Valinhos)

Atividade 13:

Interação Sol–Planetas– Luas: Movimentos das Luas

10h00 – 10h30 INTERVALO

10h30 – 12h00

Atividade 1:

Forma dos Planetas A forma dos planetas e

sua observação

Atividade 5: Interação Planetas – Sol

Análise do Fluxo Solar incidente na Terra

Atividade 8: Interação Planetas-Sol Fenômenos – Dia e noite

Atividade 10: Discussão da Observação do

Céu na Visita à Valinhos

Atividade 14: Interação Sol – Planetas–

Luas Fases da Lua

12h00 – 14h00 ALMOÇO

14h00 – 15h30

Atividade 2: Forma dos Planetas O que significa morar

em um planeta?

Atividade 6: Forma dos Planetas

Visões de Mundo Atividade 9: Interação Planetas-Sol Fenômenos – Estações do Ano Atividade 11: Interação Planetas-Sol Movimento dos planetas II

Atividade 15:

Interação Sol – Planetas–Luas Eclipses

15h30 – 16h00 INTERVALO

16h00 – 17h30

Atividade 3: Forma dos Planetas Ações da gravidade nos

planetas Visita Externa: Observatório Valinhos Abraão de Moraes Valinhos, SP (chegaremos em SP ás 22h) Atividade 12: Interação Planetas-Sol Visões de Mundo Fechamento e Avaliação Final

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5.4. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

A proposta de ensino-aprendizagem construída, aplicada e avaliada nesta pesquisa foi pensada para a formação continuada de professores de São Paulo. Isso se deu em razão do contexto dos investigadores desta pesquisa e da percepção da necessidade atual (desde 2008) dos professores deste estado lidar com conteúdos de astronomia nas séries do ensino fundamental, algo sugerido pelo Currículo do Estado de São Paulo.

Pensamos na organização das atividades do curso também de uma maneira que fossem exploradas as interações entre os astros. Primeiramente propomos discussões apenas da forma dos planetas, olhando somente para este corpo celeste. Em seguida, exploramos as interações dos planetas com o Sol, trabalhando os aspectos de ao menos dois corpos celestes. Ao final, as atividades propostas abordaram as interações entre três corpos celestes, envolvendo o Sol, a Lua e os planetas.

A maior ênfase nesta proposta se deu certamente no planeta Terra. Isso porque acreditamos que há uma necessidade de compreender os aspectos vivenciáveis do mundo que nos cerca, numa perspectiva do conhecimento astronômico. Esta ênfase também se deu em razão da dificuldade que sentimos em encontrar atividades que tratam dos demais planetas do Sistema Solar, principalmente que abordem a questão da forma.

A aplicação se deu no contexto específico das férias letivas dos professores de São Paulo, o que se trata de um diferencial. Ambas as intervenções foram realizadas durante cinco dias em uma semana, ainda com algumas atividades realizadas fora do horário previsto, devido à nossa proposta conter momentos de observar e vivenciar os eventos astronômicos.

Desta forma, o horário de realização do curso, assim como seu caráter condensado, se constitui um dos percalços para se realizar atividades que envolvam grandes períodos de observação do céu noturno. Assim, poucas foram as atividades propostas que envolviam observações noturnas, o que acreditamos ser um limite de nossa proposta.

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C

APÍTULO

6

R

ESULTADOS E

A

NÁLISES

Neste capítulo apresentamos uma análise da segunda intervenção da proposta, buscando avaliar suas potencialidades e limites para a construção de relações entre o conhecimento da observação do céu e dos modelos científicos atualmente aceitos para os conceitos de forma e movimentos dos planetas do Sistema Solar. Centraremos nesta pesquisa a relação entre a observação e os modelos que descrevem os movimentos e forma da Terra.

Na seção 6.1 explicitamos os elementos metodológicos desta pesquisa que a caracteriza como uma investigação em educação de natureza qualitativa, assim como aqueles que a especificam como um estudo de caso em que o pesquisador atuou como observador participante.

Iniciamos com a seção 6.2 a apresentação dos resultados, assim como suas análises, trazendo o perfil geral dos cursistas obtido através do questionário O professor e a Astronomia (anexo E). Nas seções 6.3 e 6.4 apresentamos uma análise das atividades que trabalharam os conceitos de forma e movimentos dos planetas, respectivamente, voltando o nosso olhar para o conhecimento dos professores.

Esta análise se dará a partir de transcrições das respostas às Questões para a Reflexão e o Diálogo e Questões para a Síntese (apresentadas na tabela 6.1.1). A análise do conhecimento dos professores nestas seções foi centrada nas respostas às questões propostas nas atividades 1 e 6 (aquelas sobre a forma dos planetas) e 7 e 12 (aquelas sobre os movimentos dos planetas).

Na seção 6.5 apresentamos os argumentos enunciados nos debates “Júri Simulado” realizados nas atividades 6 e 12, procurando evidenciar como os professores utilizaram os argumentos trabalhados durante o curso para justificar uma postura ou outra acerca da forma ou dos movimentos da Terra.

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6.1. EXPLICITANDO A METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS DADOS