• Nenhum resultado encontrado

Capítulo III Desenvolvimento da Prática de Ensino Supervisionada no 1.º Ciclo

2. Organização da Prática Supervisionada no 1.º Ciclo do Ensino Básico

2.1. Cronograma e respetivos títulos das unidades didáticas

2.4.2. Segunda unidade didática

A segunda unidade didática teve como título “Orelhas de borboleta”, partindo do livro Orelhas de borboleta, de Luisa Aguilar e ilustrações de André Neves e decorreu nos dias 26 e 27 de abril de 2017 (Anexo D). Nesta semana começámos as atividades de implementação para a nossa investigação. Utilizámos como elemento integrador o

Kamishibai (figura 47), segundo Tara M. McGowan (2010) o Kamishibai é um

dispositivo para contar histórias com imagens, que foi inventado no Japão. Segundo a autora, este dispositivo globalizou-se a partir da década de 70 e é, atualmente, reconhecido como um importante recurso pedagógico e de comunicação.

Nos quadros seguintes apresentamos os conteúdos a lecionar nesta semana para as diferentes áreas curriculares (quadro 9) e, de seguida, as atividades desenvolvidas com os alunos (quadro 10). Por fim, faremos uma reflexão global sobre o decorrer da semana de implementação.

Quadro 9 - Conteúdos a lecionar na segunda unidade didática (semana de 26 a 27 de abril de 2017).

Português Matemática Estudo do Meio Expressões

Compreensão de texto Produção de texto

Morfologia e lexicologia: tempos

verbais; flexão dos verbos regulares no presente do indicativo Reconhecer propriedades geométricas Medir comprimentos Os seres vivos do ambiente próximo Deslocações dos seres

vivos Sistematização de conceitos: Hibernação, estivação, migração e extinção Expressão Dramática Linguagem não verbal: prestar atenção aos sinais

não verbais que ajudam a identificar emoções Linguagem verbal: exprimir as suas emoções verbalmente

Figura 47 - Elemento integrador (2.ª unidade

Quadro 10 – Atividades desenvolvidas com os alunos na segunda unidade didática (semana de 26 a 27 de

abril de 2017).

Português

Constrói o puzzle

Sequenciamento de ações (figura 48)

Apresentação do Kamishibai (elemento integrador)

Apresentação da história Orelhas de borboleta de Luisa Aguilar e ilustrações de André Neves, com recurso ao Kamishibai

Mapa semântico da história apresentada

Emoções da história Orelhas de borboleta de Luisa Aguilar e ilustrações de André Neves – cartões das emoções

Ordenação das emoções da história

Leitura da história, por alguns alunos, com recurso ao Kamishibai

Tempos verbais e flexões verbais (presente do indicativo) – apresentação através de PowerPoint

Resolução de desafios no guião do aluno

Matemática

Vídeo da Khan Academy sobre o perímetro

Apresentação do geoplano através de cartaz digital (elaborado pela estagiária)

Construção de polígonos no geoplano (figura 49)

Apresentação da lenda do Tangram através de banda desenhada (elaborada pela estagiária)

Construção de tangrans (incluídos nos manuais dos alunos – Alfa Jogos – materiais manipuláveis da Porto Editora)

Histórias com o tangram – resolução de desafios no guião do aluno

Estudo do Meio

Fatores do ambiente que condicionam a vida dos animais – apresentação em PowerPoint

Atividade experimental – A influência da luz no comportamento dos bichos-de-conta (figura 50)

Expressões

Apresentação de Uma casa cheia de emoções – sentimentos e relações (Ferre Laevers e Nand Cuvelier – Estúdio Didáctico, 2009)

Jogo das pistas das emoções (figura 51) Jogo da caixa das rifas

Figura 48 - Atividade de sequenciamento de ações. Figura 49 - Construção de polígonos no geoplano.

Figura 50 - Jogo das pistas das emoções.

Figura 51 - Atividade experimental – A influência da luz no comportamento dos bichos-de-conta.

Refletindo acerca do trabalho desenvolvido nesta semana achamos que um dos pontos fortes foi a utilização de puzzles como atividade de motivação para as atividades seguintes. Convém salientar que os puzzles foram construídos a partir de ilustrações do livro Orelhas de borboleta, de Luisa Aguilar e ilustrações de André Neves. Nesta semana desenvolvemos atividades de investigação para o Relatório de Estágio e esse foi um dos livros abordados com as crianças para o tema definido. A construção dos puzzles foi muito motivadora para os alunos, sendo que realizaram esta atividade em grupo. Partindo dos puzzles imaginaram qual poderia ser a história que iriam abordar nessa semana e, de seguida, escreveram um texto coletivo que acabou por ter muitas semelhanças com a história original, ainda que nunca tivessem lido o livro.

Com esta atividade de escrita coletiva pretendemos que os alunos dessem atenção a pormenores das ilustrações dos puzzles e pudessem desenvolver a sua criatividade e, ainda, algumas competências de escrita. Para Freud (s.d.) referido por Norton (2001), um escritor é criativo quando brinca e transforma o mundo ao seu gosto, através da imaginação e da fantasia. Ainda segundo este autor, devemos treinar e incentivar a imaginação das crianças para que apareçam ideias e com essas ideias elas possam construir uma história. Para Santos e Serra (2007), a escrita criativa é uma forma mais desembaraçada, mais livre e mais criativa de se escrever e, quando é feita em grupo, as crianças aprendem a trocar experiências e a discutir ideias e opiniões.

Como já referimos anteriormente, nesta semana desenvolvemos atividades de investigação para o Relatório de Estágio, sendo que o nosso objetivo principal é verificar o contributo das narrativas visuais na aceitação da diversidade cultural e na compreensão do conceito de identidade pessoal, durante a socialização ocorrida em contexto escolar. Por isso usámos primeiro imagens e só depois os alunos tiveram acesso à narrativa verbal. Recolhemos dados importantes através de diálogo orientado e através de questões colocadas no guião do aluno. Tínhamos também como objetivo não só levar as crianças a pensar na aceitação da diversidade como levá-las a refletir sobre a sua identidade. Estas atividades serão pormenorizadamente descritas no Capítulo VI – Análise de Dados e Discussão de Resultados.

Considerámos como ponto fraco desta semana a grande agitação dos alunos, tendo sido necessário a elevação da voz em alguns momentos para que os alunos fizessem silêncio, algo que não é habitual acontecer nesta turma.

Como ameaças identificadas durante esta semana, podemos dizer que ocorreram durante o diálogo informal com os alunos, uma vez que, em determinado ponto da conversa, alguns alunos começaram a fazer queixas uns dos outros, de conflitos mal resolvidos no passado. Houve ainda um pequeno conflito num dos trabalhos de grupo mas isso só aconteceu num dos grupos e com uma aluna com quem tem havido outros conflitos por diversas vezes. Contudo, foi também durante este diálogo que surgiram oportunidades para colocar questões importantes para a nossa investigação, em conversa com os alunos surgiram questões como a solidão e a discriminação entre os alunos, nomeadamente durante o recreio, em que alguns alunos se recusam a brincar

com outros. Partindo destas situações levámos o grupo a refletir sobre estas atitudes, identificando-se com algumas personagens da história Orelhas de borboleta, de Luisa Aguilar e ilustrações de André Neves.